Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 17
A floresta negra




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— Para onde vamos? – Perguntou Rony

— Bom, - Disse Hermione, - De acordo com a diretora, o professor Dumbledore conseguiu as duas partes do amuleto no reino dos Sereianos e no reino dos Gigantes. Então só nos resta os outros dois!

— O reino dos Centauros e dos Elfos! – Concluiu Luna.

Isso mesmo! – Disse Hermione, - E não esperem que vá ser fácil, essas coisas nunca são! Então se segurem logo em mim, para aparatarmos próximo ao local.

Aparataram todos em frente a uma floresta muito parecida com a floresta proibida de Hogwarts. Porém mais fria e densa. Naquele local a neve havia cessado, mas o vento tocava-lhes o rosto causando-lhes um leve desconforto. Tudo estava muito silencioso, e o único barulho que se podia ouvir, eram as batidas descompassadas de seus corações. Mantiveram a varinha em punho e embrenharam na grande floresta negra.

— Lumus.

E de suas varinhas emergiram a luz que precisavam.

— Está com medo Rony? – Perguntou Luna

— Sabe como é né, - Respondeu o ruivo, - Florestas nunca foram o meu forte, ainda mais a noite!

— Não precisa ter medo, os naiticomunus nos protegerão!

— Espero que eles espantem as aranhas também! – Respondeu.

Seguiram em linha reta por uns vinte minutos, silenciosos tentando ouvir outros ruídos que não fossem dos gravetos estalando ou do vento que balançava as folhas. Então quando a floresta se tornou mais densa do que nunca, de modo que não podiam mais avistar as estrelas do céu, e a única luz que os guiavam eram de suas varinhas, eles avistaram uma velha cabana, que emanava uma fraca iluminação.

— Quem moraria em um lugar desses? – Perguntou Rony.

— Xii - Disse Hermione, - Eu não sei, vamos até lá!

Seguiram cuidadosamente até a cabana, e a observaram por alguns minutos com receio do que podiam encontrar. Acabaram vencidos pela curiosidade e bateram na porta. Ninguém atendeu, e as próximas batidas apressadas de Hermione também não foram ouvidas.

— Vamos entrar! – Disse Harry.

— Mas não podemos invadir a casa de alguém! – Disse Ana.

— Vocês têm uma solução melhor? Respondeu Harry.

Na verdade não havia outras opções, tudo isso era um tiro no escuro. Não sabiam onde exatamente deveriam seguir, ou se realmente deviam adentrar aquela cabana. O que havia em seus corações era puro medo. Medo do que podiam encontrar, ou de não voltarem; medo daquela maldita guerra. Harry empurrou cuidadosamente a porta, que rangeu com seu toque. O barulho fez que os pêlos de seu braço ficassem ouriçados. A cabana estava visivelmente imunda, e parecia ter sido invadida, pois todos os pertences estavam jogados no chão. Havia copos e lâmpadas quebradas, papeis espalhados por todo local. A cabana exalava um odor incomum. Não souberam distinguir o que era, mas se assemelhava ao cheiro de uma possível decomposição. As luzes de suas varinhas continuaram acesas. Eles não entendiam o que havia acontecido ali, tudo parecia estranhamente suspeito. Aos poucos Draco foi se afastando do grupo, o cheiro daquele local o repuguinava, e aquela maldita marca começou a lhe incomodar.

— Ei, Draco o que está fazendo? – Perguntou Luna

— Eu, não consigo ficar aqui, - Disse com a voz entrecortada, — Preciso sair desse lugar!

Aos poucos ainda segurando a marca que latejava, ele seguiu ate a porta devagar, como se mal conseguisse se mover. Abriu-a em um toque só. O que aconteceu depois, ele não pôde entender, a porta fora bruscamente derrubada e algo que ele não pôde definir adentrou a cabana.

— MAS O QUE É ISSO? – gritou Ana.

As varinhas foram mantidas fortes no punho, ninguém sabia exatamente o que fazer. O animal era um pouco maior que um lobo. Sua pelagem semelhante à de uma onça contrastava com seus longos dentes pontiagudos. Seu hálito fétido de podridão inundou rapidamente toda a cabana.

— O que faremos? – Perguntou Hermione angustiada, que ao tentar afastar-se mais do temido animal, acabou tropeçando e se atrapalhando em meio aos destroços.

A fera aproximou-se da garota rosnando, seus olhos vidrados de puro ódio a fitaram.

— ELA NÃO SEU CACHORRO IDIOTA! – Gritou Rony, apontando a varinha para o mesmo!

Ele parecia não temer a varinha de Rony, ou talvez tenha sentido o cheiro do medo do garoto, então começou a latir e avançou sobre os seis.


— Sectumsempra! – Pronunciou Harry.

O feitiço atingiu o animal arrancando-lhe a orelha, o urro de dor a seguir chegou a ser ensurdecedor O ódio naquele ser pôde ser sentido no ar; ainda cambaleante o animal pulou para cima dos seis, agarrando em uma bocada só Rony pelo braço e puxando-o para fora. Hermione chorava desesperadamente, tentando agarrar o amigo que berrava de dor.

A fera correu sem cessar e os gritos de Rony puderam ser ouvidos ao longe. Todos correram atrás, tentando inutilmente o seguir, mas aquele animal era incrivelmente veloz. Uma trilha de sangue foi deixada em meio à folhagem. Hermione mal conseguia correr, pois as lagrimas que caiam sem pudor, teimavam em embaçar-lhe a visão. Draco postou-se ao lado de Harry e apontou sua varinha para o quadrúpede:
— Incarcerous! 
Grossas cordas voaram em direção ao animal, que caiu em um baque derrubando Rony também. Todos estavam em choque e desesperados, por isso sem pensar foram usados todos os feitiços que lhes vinham à cabeça, muitos ricochetearam nas arvores, e quando o animal estava quase se livrando das cordas, Hermione pronunciou:
— Estupefaça! 
O feitiço o acertou em cheio, dando tempo a Harry de chegar mais perto e voltar a enfeitiçá-lo. 
— Confringo! 

Uma explosão fora ouvida, e o animal finalmente caiu, permitindo que Rony ficasse livre de sua mordida. Todos correram para perto do garoto que jazia no chão gemendo de dor. Ele havia perdido muito sangue, e a ferida em seu braço estava realmente feia.

— SAIAM DA FRENTE! – Gritou Hermione, agachando próximo ao amigo. – Rony, como se sente? Consegue respirar?

— Acho que vou morrer Mione! Ou pior, terão que amputar meu braço!

— Não diga bobagens Ronald!

Hermione vasculhou sua pequena bolsa, e lá encontrou um frasco de Wiggenweld e deu para Rony beber, logo depois pingou algumas gotas de Essência de Ditamno no braço ferido do amigo.— Não se preocupe Rony, você ficará bem! – Disse ela.Ergueu-se uma nuvem de fumaça esverdeada, e quando se dissipou o ferimento já havia parado de sangrar, e lentamente estava cicatrizando.— O que era aquilo? – Perguntou Rony.

Era um Nundu, Ronald. – Disse Hermione, - São extremamente agressivos. Não são típicos daqui, nem nunca ouvi falar que houvesse espécies nessas redondezas. Muito estranho nos encontrarmos com esse animal!

— O que você quer dizer com isso Mione? – Perguntou Harry.
— Que alguém deve ter o trazido pra cá! - Disse Draco sem rodeios.
— Parece que não somos bem vindos aqui! - Disse Rony

— Temo que não seja somente isso. – Concluiu Harry, que passava os dedos entre os cabelos, estava visivelmente preocupado.

Hermione levantou-se e começou a correr em círculos em volta deles, gesticulando encantamentos com sua varinha.

Protego totalum... Salvio hexia... Cave inimicum...

— O que esta fazendo? – Perguntou Ana.

— Encantamentos de proteção, - Respondeu, - Não podemos continuar, não hoje! Ronald está fraco, e já tivemos de mais por essa noite! Montem a barraca que está na minha bolsa, amanha continuaremos!

— Barraca? – Perguntou Luna.

O dia mal havia amanhecido e os primeiros fracos raios de sol teimaram em invadir a barraca acordando todos. Rony estava visivelmente melhor, apesar de ter mantido a expressão pálida. Tomaram o café que Hermione havia levado em sua bolsa em silencio, pois ainda estavam em choque depois do ocorrido.

Ao longe galopes vieram cortando o silencio, sem entender de onde vinham e quem eram, todos ficaram esperando com suas varinhas em punho. Um vulto apareceu; até a cintura um homem, com cabelos e barba vermelhos, olhos verdes, mas da cintura para baixo, um enorme cavalo castanho. Galopou curioso para perto dos garotos, que de imediato abaixaram suas varinhas.

— Harry Potter?– Disse o centauro.

— Olá Ronan, - Respondeu Harry, - Nos desculpe pelas varinhas, nos assustamos!

— É bom mesmo ter cautela, essas florestas não são mais as mesmas, mas o que fazem aqui?

— Estamos à procura do amuleto de Merlin! – Disse Hermione sem rodeios.

Ronan os analisou por algum tempo. O amuleto de Merlin era algo poderoso, e extremante perigoso. Mas ele os conhecia bem. Aqueles garotos haviam lutado com todas as suas forças na guerra, não estariam procurando por algo tão poderoso se realmente não precisassem.

— Me acompanhem! –Disse Ronan, - Sei quem poderá ajudar vocês!

Não precisaram andar muito para perceberem o quanto a floresta havia mudado. Ronan os levou para um lado bem mais agradável dela, ali a floresta já não era tão densa, e o céu podia ser visto com clareza. Logo a frente um grande arco de pedra surgiu, cravado nele a seguinte inscrição:

“Reino dos centauros”

­— Esperem aqui, -Disse Ronan,- eu volto já.

Eles sabiam que não podiam entrar. Aquela era uma terra sagrada para os centauros, e eles não queriam arrumar mais confusões. Esperaram ali por uns 10 minutos, e avistaram Ronan, e outro centauro. Suas feições não puderam passar despercebidas, já eram velhas conhecidas. Seus cabelos louros prateados serpenteavam no vento, os olhos azuis os fitaram amigavelmente.

— Firenze? – Disseram todos.

— Olá amigos humanos, é uma pena nos reencontrarmos novamente em um momento tão ruim! Não se espantem – Continuou, os rumores são muitos, e a floresta não é mais a mesma! Eu já esperava por vocês!

Firenze estendeu a mão para os garotos que inicialmente não entenderam, ela estava vazia, mas aos poucos surgiu uma linda pedra, tão verde quanto os jardins de Hogwarts. Draco segurou o braço que ardia, – O amuleto estava quase completo, - Pensou, em breve estariam de volta. Harry imediatamente o pegou. E todos puderam ver quando o sorriso que ele estampava em seu rosto deu lugar a uma expressão vazia. Harry fitou a pedra, e em instantes foi levado a uma visão.

“— Você o achou rabicho?

— Sim meu amo, e está bem escondido.

— Então o traga pra mim, à hora está chegando e precisarei mais de seus serviços meu amigo! Mostre sua fidelidade.

— Sim mestre. Eu o trarei ao senhor”.

Uma mão pálida pôde ser vista; em meio à capa negra ela se contrastava. Rabicho entregou ao ser encapuzado uma conhecida varinha. Era branca e poderosa. Quando Lord Araquiel a tocou, uma antiga ligação se refez. Harry viu os estranhos olhos vermelhos, agora com poucos traços azuis. Em contrapartida Lord Araquiel se viu refletido naqueles conhecidos óculos. Por um momento eles pareciam estar no mesmo lugar. Harry recebeu um sorriso dos mesmos lábios que lhe pronunciou:

“Devolva pra mim Harry, essa pedra não lhe pertence! Devolva o que é por direito meu, e eu lhe devolvo o que por descuido você perdeu”

A ligação havia por algum motivo sido interrompida, e Harry havia desmaiado.


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