Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 11
Tormento




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““ — Diga-me, minha querida, você foi muito amiga de Alvo não é?

— Ah... Sim, nós éramos muito amigos!

— Então ele deve ter lhe falado sobre o livro!

Um calafrio percorreu o corpo daquela velha senhora.

— Ele sempre me disse o quanto o livro podia ser perigoso em mãos erradas! - Disse a velha­. — Alvo sempre o manteve muito seguro!

— Sim é claro. Mas agora ele está morto! E quero que me diga onde ele o escondeu!

Ela não havia entendido o interesse daquele bruxo no livro, até que viu nele algo diferente. Aquele homem não era o mesmo. Expressões vazias, mãos trêmulas, e os olhos. Do que ela mais se lembrava eram os olhos. Costumava ser de um azul intenso, como um lago numa tarde de verão, banhado pelo sol. Mas agora estavam diferentes, transmitiam ódio, e às vezes adquirira uma tonalidade avermelhada. Aquele homem definitivamente estava louco.

— Eu sei o que você quer - Disse a mulher, e você não irá conseguir! Alvo confiava em você, não traia a lembrança dele (...).

— Lembrança? - Interrompeu o bruxo, um sorriso formou-se no canto do seu rosto.

— Lembranças foram feitas, para serem arrancadas, esmagadas e esquecidas.

Ele tocou o rosto da velha, sua mão trêmula, desceu até o seu pescoço branco e desnudo e aos poucos seus dedos longos foram se fechando. Logo o seu pequeno corpo, foi erguido sem dificuldade do chão, o ar já lhe faltava e ela tentava a todo custo se livrar de seu agressor. Quando já estava quase não mais suportando, ele pareceu solta-la aos poucos. Ele abaixou-se até o ouvido da velha senhora, e disse com uma voz rouca e pacífica:

— Diga-me onde está, e poupo sua vida miserável.

— Está em Hogwarts, mas você não irá consegui-lo, a magia daquela escola está o protegendo!

Uma risada ecoou pela pequena sala, onde a velha senhora ainda estava tentando recuperar o ar.

— É claro que está!

Caminhou até o meio da sala, e observou aquela mulher. Alvo confiava sua vida a ela, e agora ele devia ao menos um agradecimento por ela ter fornecido aquela informação.

— Em nome de Alvo agradeço a tantos anos de lealdade a ele, e como você sempre o idolatrou, darei a você uma passagem, para reencontrar-se com seu inestimado amigo.

Os olhos da velha encheram-se de lágrimas, e por um momento eles pareceram um castanho mais vivo envolvido pelo medo. Ele virou-se para olha-la pela última vez, e ela pôde ver o prazer no rosto dele... fechou os olhos.

— Estou indo Alvo.

Uma luz intensa emergiu da varinha do bruxo, e tudo se foi tão rápido quanto as palavras pronunciadas:

— Avada Kedavra!

E tudo ficou escuro para Arabella.”

— NÃO! ELA NÃO! Gritou Harry, já ofegante, o suor escorria por toda a face, e sua camisa encontrava-se encharcada do mesmo. Rony acordou assustado com os gritos do amigo, e correu até a cama de Harry.

— Harry, o que houve?

Harry estava aos prantos, e mal conseguia dizer ao amigo o que havia acontecido.

— Vou chamar Hermione, ela saberá o que fazer! - Disse Rony. — Expecto Patronum!

E da sua varinha surgiu um grande cachorro, que seguiu até o dormitório feminino acordando uma Hermione sonolenta. Em pouco tempo Hermione já se encontrava em frente ao dormitório dos meninos.

— Harry! O que aconteceu? Você teve outra visão?

Harry afirmou com um aceno de cabeça, ainda chorava muito, e se sentia muito fraco.

— Vamos levá-lo para a Professora Minerva Rony, ela saberá o que fazer!

E seguiram os três apressados pelos corredores de Hogwarts. Rony e Hermione apoiaram os braços de Harry em seus ombros e o carregaram até a estátua de águia. Minerva já se encontrava preocupada em sua sala, o patrono de Rony lhe avisara do ocorrido. Os três entraram na sala da diretora que correu até Harry para ampará-lo.

— Harry meu filho, o que aconteceu? Olhe como você está!

— Ele matou mais uma! Ele a matou professora! Aquele desgraçado matou Arabella Figg!

— Meu Deus, mas isso não pode continuar! Esse homem seja lá quem for, é um louco!

— Acalme-se Harry, disse Hermione, diga, porque ele a matou?

— Ele estava à procura de um livro, algo que o professor Dumbledore guardava. Algo que ele achava extremamente perigoso.

Harry passou a mão no rosto, tentou limpar as lágrimas, mas era em vão, pois novas surgiam sem pudor.

— Ela sabia demais, disse Harry, Dumbledore confiava nela. Ela nem pôde se defender! Arabella, também era minha amiga!

— O que iremos fazer agora? - Perguntou Rony.

— Temos que descobrir onde está esse livro, respondeu Hermione, temos que achá-lo antes que “ele” o pegue. E além do mais, temos que descobrir o porquê esse livro é tão perigoso.

— E por onde começaremos Hermione? Perguntou Harry.

— Na biblioteca é claro!

— Você precisa descansar agora, meu filho! Disse Minerva, você esta péssimo, e não conseguirá se concentrar em nada se estiver assim! Você está dispensado das aulas hoje, tire o dia para descansar e por as ideias em ordem! Se precisarem sabem onde me encontrar. Também estarei pesquisando sobre esse livro, e qualquer novidade peço que me informem.

— Vamos Harry, - Disse Hermione, a professora tem razão, você precisa dormir, assistirei às primeiras aulas da manhã, e logo depois estarei livre para procurarmos juntos na biblioteca.

O trio seguiu para os seus dormitórios. Todos estavam preocupados, e a tensão crescia em toda Hogwarts. Era pouco mais de duas da madrugada, quando Harry finalmente pegou no sono. O cansaço o venceu, e novamente ele foi levado para o mundo dos sonhos. Dessa vez Harry não se encontrou com as pessoas que ama, foi atormentado o resto da noite com pesadelos. Neles Hogwarts era atacada, pessoas morriam, e ele apenas ouvia uma risada rouca. O dia amanheceu mais frio que de costume, Hermione pela primeira vez precisou forçar, para prestar a atenção na aula do professor Flitwick, sua concentração teimava em fugir, para um determinado livro, nem percebera que Rony dormira a aula inteira.

— Olá Hermione, - Disse Luna, você está bem?

Hermione sentiu um toque amigável em seu ombro.

— Ah, oi Luna, sim estou! Estava meio distraída!

— É eu percebi, a aula acabou e você nem havia se movido!

As duas riram, e caminharam rumo ao salão principal, toda essa historia estava realmente mexendo com todos.

— Hey garotas! - Disse Draco.

— Olá Draco, novidades? - Perguntou Hermione.

Draco fez sinal para que as meninas chegassem mais perto.

— Os alunos sabem sobre a “nova guerra”, pelo menos os da minha casa. Há rumores em todo salão da Sonserina, que o “louco” que todos andam dizendo ai, era alguém que Dumbledore confiava alguém muito próximo a ele. Dizem que ele se designa Lord Araqiel. Alguns arriscam em dizer que este pode ser até mais poderoso que o próprio Dumbledore!

— O que quer dizer Lord Araqiel? - Perguntou Rony.

— Aquele que possui o domínio sobre a terra. - Disse Hermione.

— Bobagem! -Disse Luna, Ninguém é mais poderoso que Dumbledore!

— Pode até ser, - Continuou Draco, mas o fato é que esse cara está sim, reunindo seguidores, como Potter desconfiava! E outra; Dumbledore não está aqui, para nos proteger, estamos em desvantagem!

— Eu não concordo! - Disse Luna, ele não sabe que estamos aqui em Hogwarts e temos as visões do Harry; nós sempre sabemos os passos dele, isso nos dá algumas vantagens!

Draco respondeu com um mover de ombros, as coisas estavam acontecendo muito rápido, e de certa forma ele estava feliz, Luna tinha razão, eles tinham sim certa vantagem, e como na primeira guerra, eles poderiam vencer novamente. Da porta do salão principal, podia-se ver um menino de cicatriz na testa, cabelos despenteados e barba mal feita se aproximar. Ele já não parecia tão cansado como antes, mas aquele ar de preocupação ainda estava presente em suas feições.

— E ai Potter, dormiu com os anjos? - Alfinetou Malfoy.

— Bom dia pra você também Malfoy.

— Nossa, Harry, - Disse Rony, você está péssimo, precisa se barbear meu amigo!

— Deixem Harry em paz! — Comentou Luna, ele fica muito bonito assim, todo desarrumado!

Enquanto os meninos discutiam, Hermione estava distraída com o jornal, percebeu que até ele havia mudado nesse tempo. Sem Rita para editá-lo, as noticias eram mais verdadeiras, porém todos sabiam que elas eram agora rigorosamente selecionadas, e para não haver caos, nada estava escrito sobre a possível guerra, ou sobre quem seria o bruxo por detrás dela. Mas havia uma noticia que chamou sua atenção. Algo que eles já sabiam, mas não esperavam ver em um jornal sem Rita.

— Pessoal, - Disse Hermione, deem uma olhada aqui!

Eles fizeram uma pequena rodinha, e sentaram-se o mais próximo possível para lerem a noticia.

Dolores Umbridge escapa de Azkaban,...”.

“O ministério continua a procura de Dolores Umbridge, que foi partidária de Lord Voldemort há dois anos. Ela é considerada perigosa, e as pessoas devem ter cautela (...). O conselho do ministério diz não saber como ela escapou das muralhas e dos dementadores, mas o novo ministro afirma que ela teve ajuda externa de alguém poderoso e que ele não vai parar até conseguir o que quer. O ministro diz ter uma ideia de quem seja essa pessoa. Enquanto isso, a neve devasta (...)."

— Hermione! - Disse Harry, o Ministro! Como não pensamos nisso antes? Ele sabe de algo, é por isso que vivia em contato com o mundo trouxa. É por isso que espalharam o boato que ele estava louco!

— E o que estamos esperando? - Perguntou Draco, vamos atrás dele!

— Não! - Disse Hermione, nossa prioridade agora, é achar o livro, afinal de contas é dele que o Lord Araqiel está atrás não é?

— Lord Araqiel? - Perguntou Harry.

— No caminho para a biblioteca eu te explico Harry. - Respondeu Hermione.

— Hermione tem razão! Disse Rony, achamos o livro, e depois procuramos o ministro.

— Preparem-se garotos, pois será um longo trabalho! - Comentou Hermione.

— Como assim Hermione? - Perguntou Harry

— Suponho que vocês realmente não conhecem a biblioteca de Dumbledore.

Hermione deu um tímido sorriso, ela conhecia bem aquele lugar, Dumbledore colecionava todo tipo de literatura, e amava livros tanto quanto ela. Desde que Minerva lhe deu total acesso a biblioteca ela vinha tentando ler tudo que encontrava, mas mesmo para uma mente tão aguçada quanto à dela, levaria muito tempo até ler todas aquelas preciosidades. Logo depois do almoço partiram todos, rumo à biblioteca, e ficaram até a noite cair, e o sono lhes derrubarem. Voltaram então para os seus dormitórios com uma única certeza, leriam todos aqueles livros, até o encontrarem.


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