Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 10
Lembranças




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/539372/chapter/10

Harry caminhava o mais rápido que podia, mas mesmo assim, quase não conseguia acompanhar os passos da professora Minerva que já se encontrava distante do trio. Tão logo chegou a uma entrada onde havia uma grande estátua de águia. Harry a olhou. Era a mesma estátua imponente de sempre. Mas havia uma diferença, a estátua os levaria para a mesma sala de sempre, mas não para a mesma pessoa.

— Sorvete de Limão!

A senha fora pronunciada pela professora e a estátua lentamente moveu-se em espiral. Minerva subiu primeiro, e o trio entrou logo depois. A sala da diretora fora reconstruída para estar parecida o máximo possível com o que era antes. Não se notava nenhuma diferença, e às vezes Harry sentia que a qualquer momento, Dumbledore sairia de qualquer uma daquelas portas, olhando por debaixo de seus óculos meia lua. Harry não pôde deixar de notar um quadro do antigo diretor na parede, que acabara de piscar e dar um leve sorriso maroto para ele.

— Não se acanhe Harry, não é só você que sente falta dele. - Comentou Minerva, — A presença dele ainda é muito forte, em toda Hogwarts. Alvo foi e é, um grande homem.

Harry concordou com um aceno de cabeça e sentou-se em uma poltrona que fora conjurada pela professora. Não quis continuar com esse assunto, temia que não conseguisse segurar as lágrimas. Dumbledore fora um grande amigo. Talvez o maior deles. Falar dele se tornou após a guerra, sempre um assunto delicado.

— Harry, conte-me meu filho, o que está acontecendo?

Harry contou tudo a Minerva, que ouvia com atenção. Contou sobre seu primeiro sonho, como ele estava assustado, e como os acontecimentos no mundo trouxa, o fizeram ter certeza que aqueles sonhos realmente eram reais. Falou sobre Rita Skeeter. Sobre seu encontro com ela, e o presente. Hermione e Rony, também ouviam com atenção, pois não sabiam desse detalhe. Logo depois, Harry contou sobre a morte dela. Todos arregalaram os olhos nesse instante, apesar de Rita não ser querida no mundo bruxo, ela também não merecia uma morte dessas. Falou sobre sua última visão. Dolores Umbridge fora liberta. Contar tudo isso a Minerva, não foi fácil para Harry. Primeiro o fez lembrar todas as horríveis visões que teve isso o afetava muito, pois depois de cada visão ele se sentia fraco, como se participasse ativamente delas. Segundo, Harry notou o quanto a expressão da professora havia mudado com toda aquela informação. Passou de um ar feliz, para um cansaço interminável. Harry sabia, não só ele fora afetado por aquelas visões. Todos que ouviam sabiam que mais cedo ou mais tarde, as coisas iam acontecer, a guerra viria, e eles deviam estar preparados para ela. Mas afinal, quem está preparado para perder tudo que se ama? Um silêncio costumeiro naqueles últimos dias pairou naquela sala. Minerva estava preocupada, e não sabia por onde começar.

— Harry, querido. Sei que eu devia agora, te dar todas as respostas para as suas perguntas, mas acredito que eu esteja tão confusa quanto vocês! Eu simplesmente não entendo como você ainda possui essa ligação, como ainda tem essas visões! Isso não faz sentido para mim!

— É professora, - Disse Hermione, — Nós também não conseguimos entender, mas o fato é que está para acontecer outra guerra, e se não agirmos...

— Ouvi rumores sobre essa guerra, - Interrompeu Minerva, — Mas quando você se torna diretora e tem que lidar com problemas todos os dias, você começa a não dar ouvidos a fofocas.

— Então a senhora também está a par desses acontecimentos? - Perguntou Harry.

— Bom, as pessoas sempre gostaram de conspirações Harry. Alvo sempre me ensinou a não dar ouvidos a elas. Mas faz pouco tempo que dizem que o novo ministro enlouqueceu! Ele veio até Hogwarts há um tempo atrás; me disse para estar preparada, porque alguém tão ou mais forte que Voldemort, estava reunindo seguidores e aumentando sua força. O ministro realmente não me parecia bem. Ultimamente fiquei sabendo que ele sempre ia e vinha do mundo trouxa, para colher informações. Mas até vocês chegarem, eu não acreditava muito.

— Há um novo ministro? - Perguntou Hermione.

— Sim, descobriram a pouco mais de um ano que o antigo ministro sempre foi partidário de Voldemort, então o mandaram para Azkaban. Mas esse sempre me pareceu muito eficiente!

Harry estava calado e pensativo. Até que uma revelação o acertou como um raio.

— Era ele! Digo, o homem que eu vi em Londres, usando uma capa. Extremamente misterioso. Era o ministro.

— Como você pode ter certeza Harry? - Perguntou Hermione, — Você não o viu direito, e nem conhecemos o novo ministro, além do mais...

— Eu não tenho certeza, - Interrompeu Harry, — Ninguém aqui tem certeza Hermione. Eu só sei.

— Os outros sabem disso Harry? - Perguntou Minerva

— Sim, não estamos aqui só pelas aulas professora. Cada um de nós, iremos “espionar” sua própria casa, pelo menos essa é a ideia, não sabemos ao certo, o quanto os alunos sabem, ou se sabem. Quanto mais gente ajudando, melhor.

— Então terei que cancelar o baile de fim de ano! - Disse Minerva, — Não seria prudente em meio a tantas coisas acontecendo!

— Não se preocupe professora, - Completou Harry, — Teremos muitos fins de ano, para comemorar!

Já era tarde quando os três voltaram para suas casas comunais.

— Não acredito que não descobrimos nada demais. - Disse Rony, — Digo, achei que a professora Minerva fosse nos dizer algo que nos ajudaria, pensei que ela soubesse mais, afinal ela é a diretora...

— O que achou Rony? - Disse Harry, — Que iriamos chegar aqui e logo de cara, tudo estaria esclarecido? Nós já vivemos isso antes, e se quer saber, ele só esta começando.

— É Rony, ela foi tão pega de surpresa quanto à gente. - Disse Hermione, — Agora vamos todos para cama, amanhã temos aula cedo!

A noite engolia tudo com sua escuridão. Mas a chuva havia finalmente cessado. No lugar dela, chegava de mansinho um frio anunciando dias próximos de inverno. Harry observava os jardins da janela do seu quarto, estar aqui, o deixava mais forte, e ele sentia que assim poderia lutar. Ficou inerte em seus pensamentos, até que o sono finalmente o pegou. “Amanha será um novo dia, pensou.” Fechou os olhos e deixou que o sono o levasse para longe, para fora dos terrenos de Hogwarts, para um lugar que não havia guerra. Lá encontrou as pessoas que ama. Lá estava em paz. Ele mergulhou no mundo dos sonhos.

O dia raiou devagar, e uma fina camada de neve já podia ser vista nos terrenos de Hogwarts. Harry acordou ao ouvir leves bicadas em sua janela.

— Bom dia Orheni, obrigado por me acordar. Rony levanta, já estamos atrasados!

Harry e Rony caminharam apressadamente, até o salão principal, o café da manhã já estava sendo servido. Hermione estava sentada concentrada em seu livro.

— Atrasados como sempre! - Comentou Hermione.

— Acabamos perdendo a hora, - Disse Rony.

— Comam depressa, ou iremos nos atrasar para a nossa primeira aula. - Disse Hermione.

Harry e Rony comeram o mais rápido que puderam, e caminharam rumo a sala de aula, onde o professor de Historia da Magia havia acabado de chegar. Sentaram-se no fundo da sala, ninguém notou o atraso dos três.

— Atenção! - Disse o professor Binns; — Hoje iremos estudar sobre a revolta dos duendes.

— Arrr, que chatice! — Comentou Rony.

Enquanto o professor Binns falava, Harry notou que Hermione ainda estava distraída em seu livro, “muito estranho, - Pensou; Hermione nunca deixa de prestar a atenção nas aulas”.

– Hermione, o que está lendo?

— Estou procurando algo que explique a sua ligação com “ele”. Não sei; talvez alguma magia antiga, ou algo que Voldemort tenha feito ou deixado em você, que ainda o afeta.

— Voldemort não tem nada a ver com isso Hermione, - Disse Harry, e não acredito que os livros vão nos ajudar, aliás, o que eu não entendo é porque e como “ele” conseguiu libertar a Umbridge, com todos aqueles dementadores lá, isso seria impossível!

— Não se precisa muito para fazer os dementadores ficarem do seu lado. - Disse Hermione, - desde que você tenha também a alma corrompida.

— Como sabe disso?

Hermione estendeu o livro a Harry. Era um livro negro de capa velha. Em sua capa o titulo chamava a atenção em letras douradas: Estudos avançados de Magia Negra e seus efeitos.

— A professora Minerva me deu total acesso a biblioteca particular de Dumbledore. Você não faz ideia de quantos livros proibidos existem lá!

— Mas Hermione, como esses livros poderão nos ajudar?

— Eu ainda não sei Harry, mas se a professora Minerva, me deu esse acesso a algo tão particular, é porque ela quer que vejamos algo. Talvez Dumbledore, tenha nos deixado algo importante através dos livros.

— Tomara que tenhamos sorte, tomara que Dumbledore tenha realmente pensado nisso! - Disse Harry.

As horas passaram como um raio. A neve continuava a cair lentamente, e a transformar os terrenos de Hogwarts em um manto branco. Um vento frio tocou de leve o rosto de Harry. Ele apertou com as mãos o cachecol vermelho e amarelo em seu pescoço. Havia muitas coisas estranhas acontecendo, e parecia que a cada dia tudo se tornava mais confuso. Uma lágrima desceu queimando no rosto frio de Harry. “Eu realmente lamento por tudo isso, – Pensou.” Pessoas foram mortas na guerra. E mais pessoas morreriam, se nada fosse feito. O manto branco tornava-se negro com a escuridão da noite, Harry estava sem fome, caminhou até o dormitório, deitou em sua cama e fechou os olhos. Torceu para que dormisse depressa. Mas o sono não veio. Em seu lugar, uma cicatriz começava a queimar, o menino da cicatriz teve outra visão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e o Senhor da morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.