The Seventh Zone escrita por Isa Chaan


Capítulo 9
Agonia, desespero, fraqueza.


Notas iniciais do capítulo

Isa-chan: EU FINALMENTE CHEGUEI! o/
Bianca: Depois de 15 dias, sendo que era pra ser 7... Que decepção...
Isa-chan: Imprevistos acontecem u-u
Whatever, já que eu demorei, eu trouxe 3.475 palavras pra vocês! O maior capítulo até agora! Então, eu espero estar desculpada.
Bianca: Hm... Vou pensar no seu caso... Se o capítulo me agradar, quem sabe?
Isa-chan: Aff. Saiba que eu gostei bastante de escrever esse capítulo.
Bianca: Hoho. Bom saber!
Isa-chan: E um aviso, queridos leitores: no meio da história vai ter uma indicação de música em negrito. Aconselho vocês a escutarem se quiserem ter melhores experiencias ;D
Bianca: E ai de vocês se não escutarem! Hohohohoho Eu observo os movimentos de todos vocês :>
Isa-chan: Hã... Deixando essa ameaça fofa(?) de lado, como você escapou do Michael nas notas anteriores?
Bianca: Aaaah... Mil coisas aí º////º
Isa-chan: Ui, que interessante essas "Mil coisas"... *segura a manga da blusa da Bianca que já ousava fugir* Pode contar tudinho!!
Bianca: Ferrou!! x-x
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Boa leitura!



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Fourth Zone.

(Quarta Zona)

Atualmente. – Quarto dia.

Suas pálpebras pesavam de cansaço. Toda aquela papelada espalhada pela mesa, fazia o rapaz suspirar repetidas vezes. Apoiou as mãos na cabeça, não sabia o que fazer. A enxaqueca impossibilitava-o de pensar, fazendo o estresse e a ansiedade aumentar, e estes, por sua vez, causavam mais dor de cabeça ainda. Aquilo parecia um looping infinito. Escorou as costas na cadeira, fechando os olhos escuros, com o objetivo de se acalmar. Logo, levantou-se desistente, e foi observar a janela. Do lado de fora, nevava. Como sempre. Afinal, era a quarta zona, conhecida como a zona mais gelada de Fiore. Aquele branco já passava a ser chato e monótono, mas lhe trazia boas lembranças. Lembranças de uma época perdida, no qual ainda podia sorrir.

Apertou as mãos em punho. Não queria lembrar-se de seu passado, contudo, quanto mais desejava esquecer, mais ele voltava à tona. As olheiras revelavam as noites mal dormidas, devido aos recorrentes pesadelos.

— Tudo culpa daquele maldito homem!! – Vociferou, tacando uma escultura de vidro na parede, estraçalhando-a em vários cacos pontiagudos.

Seu coração disparava de raiva. Sentou-se na ponta da cama, e limpou o suor da testa. Seus pés batiam no chão freneticamente. Olhou para o relógio no pulso. Eram 19h38. Notou que já se faziam quarenta e nove horas que Juvia não o visitava. Não podia negar que sentiu falta da presença animada da azulada, no entanto, não se arrependia do que falara anteriormente. Nunca foi sua intenção magoá-la, era apenas a verdade, ele não a amava, aliás, não amava a mais ninguém. Então, não mentiria a garota só por dó, aquilo seria ainda mais rude de sua parte.

Não a culpava por não voltar a visitá-lo. A jovem sempre foi sentimental, e agora que estava comprometida, com certeza, estaria muito ocupada. Deu uma pequena risada sem ânimo ao se tocar. Ela estaria comprometida, independentemente se ele a amasse ou não. Agradeceu mentalmente por ter trancado seus sentimentos. Sempre foi assim, no final das contas, todos a sua volta iam embora, de um jeito ou de outro. Suspirou, voltando-se a levantar e caminhou em direção a porta do quarto. Entretanto, quando estava prestes a tocar na maçaneta, alguém irrompeu no cômodo, abrindo-a porta violentamente. E como consequência, acertou Gray bem na fuça, fazendo-o grunhir. Levantou os olhos e logo reconheceu aqueles cabelos claros como o céu. A azulada ao perceber o que fez desmanchou a pose determinada de super heroína na mesma hora.

— Meu Deus Poseidon! Perdoe-me! Você está bem? – Juvia o encarou, preocupada.

— Ah… Não foi nada, estou bem… – Respondeu massageando a testa, no local onde fora atingido.

A garota, sem aviso prévio, segurou o rosto do moreno espantada, assustando-o.

— Não! Não está não! Vai ficar roxo! Não acredito que Juvia machucou o belo rosto de Gray-sama! – Exclamou, agora, com suas mãos em seu rosto. – Lyon-sama! Chame um médico! – Virou-se para o albino que estava atrás dela todo o tempo, este apenas ria da situação.

— Hey! Calma! Não é pra tanto. – Gray teve uma súbita vontade de rir, do quão dramática era a garota. Não se passara nem um minuto e a presença dela já trouxe de volta aquele ânimo contagiante ao lugar.

— Ela entrou correndo pelo saguão, não deu tempo nem de avisá-lo. – Explicou Lyon ainda rindo.

— Posso imaginar. – Riu também observando a jovem fitar os pés com as bochechas rosadas de vergonha. – E então? – Voltou a compostura. – Fugiu de uma festa novamente? – Questionou ao ver o vestido que a mesma trajava.

A azulada finalmente lembrou-se do motivo que viera ali, então assumiu um semblante sério e decidido o encarando nos olhos, o que surpreendeu-o um pouco.

— Juvia descobrirá a verdade sobre o escolhido.

O.k. Agora ele estava muito surpreso.

— O quê? Mas- – Ela o interrompeu.

— Se eu provar que Natsu-san não é quem todos pensam que é, estaremos livres. Sem problemas, preocupações e casamentos arranjados. – Explicou tão determinada que nem ao menos referiu-se na terceira pessoa como sempre fazia.

— As provas estão praticamente concretas, não há como, Juvia. Pensa que eu não tentei?

— Pois não tentou pra valer. E como disse: praticamente concretas. Existem chances. E enquanto as provas não estiverem totalmente concretas, me agarrarei nestas pequenas chances e não vou descansar! – Deu pausa, repensando nas palavras. – E… E é isso. Só vim avisá-lo de que em breve não terá mais que se preocupar com os danos que toda essa história está lhe trazendo. – Deu meia volta, atravessando a porta.

— E por onde vai começar? – Lançou-se para fora do quarto, percorrendo o corredor atrás dela.

— Juvia dará um jeito. – Respondeu sem parar de andar.

O garoto suspirou e logo ouviu o amigo pronunciar-se.

— Acho melhor você ir com ela, pois algo me diz que ela não voltará para casa enquanto não obter respostas.

— Não p- – Foi interrompido novamente com Lyon colocando a mão sobre o ombro do 4º.

— Eu ficarei no seu lugar, afinal, também sou discípulo de Ur. – Sorriu confiante.

— Espere aí! Algo está errado aqui. Lyon está me pedindo para ir junto a Juvia? Bebeu quantas dessa vez? – Tirou saco do parceiro.

— De nada pra você, engraçadinho. – Forçou a risada.

— Valeu, cara. – Bateu as mãos nos ombros do albino, agradecendo-o, e já dando passadas a frente.

— Saiba que terá volta, hein?

Gray gargalhou e acenou com a mão enquanto se distanciava.

— Claro, claro.

Seventh Zone.

(Sétima Zona)

Novo dia – Atualmente – Quinto dia.

— Será que a Bela Adormecida poderia fazer o favor de acordar? – Escutei novamente aquela voz cínica em plena manhã e bufei.

— Fica difícil com você RONCANDO a noite toda!! – Exclamei, esfregando os olhos, tentando adaptar-me com a claridade. O problema era que meus olhos estavam pesados de sono, devido a noite mal dormida, tudo graças a certo híbrido e seus roncos. – Será possível que até isso eu tenho que aguentar? – Levantei meio zonza, apoiando-me na parede da gruta para me equilibrar.

— Eu não ronco. – Sibilou seriamente com os braços cruzados.

— Quer saber? Tem razão. Eu devo ter confundido o som com… Algum dragão parindo um filho ontem à noite! – Peguei minha armadura, colocando-a em meus ombros, já que eu tinha a tirado antes para dormir. Levantei o olhar para a face do rosado e pude ver que uma veia saltava na sua testa. Tive vontade de rir da sua feição irritada, mas me segurei.

Ele gargalhou forçadamente da comparação e tentou acalmar-se. – Você é insuportável.

— Não se preocupe, seu sentimento é recíproco. – Dei tapinhas em suas costas, tirando sarro da situação. Eu estava sendo realmente atrevida, mas o que eu podia fazer? Eu não preguei o olho durante a noite, então era claro que ficaria de mal humor. Fora o fato de estar com o corpo dolorido.

— Se eu fosse você não seria tão imprudente. – Proferiu enquanto eu já me preparava para sair da caverna, o que me fez virar-me para trás e encará-lo.

— Isso foi uma ameaça? – Arqueei a sobrancelha. – O que eu disse mesmo sobre as ameaças ontem? – Ele passou por mim e sorriu de canto.

— Só um aviso.

Ele seguiu na frente e depois de respirar fundo e erguer a postura tornei a andar em passos firmes. O Sol se escondia timidamente atrás das nuvens, porém, felizmente, nenhuma precipitação estava a caminho. O rosado, consecutivamente, observava todo o seu redor, e as vezes me olhava de relance discretamente. Aquilo de alguma forma me deixava desconfortável.

— Por que tanto olha pra mim? – Murmurei sem ânimo. Eu tinha que puxar assunto, senão não chegaria a lugar algum.

— Apenas conferindo se não foi deixada para trás. – Falou secamente, fazendo-me revirar os olhos.

Após pensar por alguns minutos, decidi finalmente tocar naquele assunto proibido.

— Por quê? Por que fez aquilo? – Minha voz soou amarga. A tristeza me consumia e o ódio se apoderava em meu lugar. – Por que matou todos daquela maneira? Qual a necessidade? O que você ganhou com isso?

— Você não sabe de nada. – Percebi que ele apertou as mãos em punho.

— Se eu não sei, então conte! Pra que tanta insistência em esconder? Diga o porquê fez isso! Diga qual sua relação com a minha mãe! E o que diabos são “zonas”? – Aquelas perguntas rondavam minha mente, me deixavam curiosa, e desesperada para saber. Só o fato de Dragneel tanto querer omitir e esconder aqueles assuntos, faziam-me perceber que eram importantes e eu necessitava descobrir do que se tratavam.

— Eu não lhe devo satisfações! – Elevou a voz, parando repentinamente de andar, o que quase me fez trombar no mesmo.

— Você disse que responderia as minhas perguntas! – Retruquei no mesmo tom.

— Sobre as criaturas! Nunca comentei que responderia perguntas relacionadas a mim! – Seus olhos estavam banhados de amargura e raiva. Aquilo de certa forma me deixou apreensiva. Pela primeira vez o seu olhar não me transmitiu medo, e sim, preocupação. Nunca pensei na probabilidade de ele ter passado por coisas ruins. Talvez aquelas questões estavam desenterrando um passado doloroso e profundo. Ele puxou o ar para seus pulmões e advertiu mais uma vez. – Nunca mais toque neste assunto.

— Desculpe. – Sussurrei inconscientemente, encarando os pés e logo me repreendi ao que tinha acabado de dizer. Eu não poderia mostrar minha fraqueza diante dele. Voltei a fitar seus orbes ônix e estes estavam cravadas profundamente em meus olhos castanhos como se buscasse decifrá-los. Só percebi que ficamos em uma espécie de transe por algum tempo, quando Dragneel finalmente se pronunciou.

— Vamos. – Virou-se para a trilha.

— Sim. – Engoli em seco. O que tinha acabado de acontecer?

[…]

O que Lucy não sabia era que aquela simples palavra “Desculpe” abriu mais portas do que ela poderia imaginar.

[…]

— O que está fazendo? – Indaguei incrédula, vendo-o se aproximar da margem de um rio que encontramos no meio do caminho. O clima estava abafado e eu já estava tão suja que me coçava.

— O que você acha que estou fazendo? – Franziu o cenho, enquanto atirava seu cachecol e colete para algum canto qualquer, deixando amostra seu abdômen definido. Já se preparava para tirar o cinto quando elevou o olhar até mim. Petrifiquei no lugar sem saber o que fazer ou pra onde ir. Era sério? Ele tomaria banho assim sem mais nem menos? Sorriu de maneira debochada ao notar meu constrangimento. – Por que ainda está aqui? Vai ficar pro show? – Bufei vermelha de ódio e vergonha, inflando as bochechas. Ele se divertia fazendo aquelas provocações, e para mim aquilo já estava se tornando intolerável.

Saí marchando em pisadas largas e pesadas até outro lado do rio, pulando sobre pedras para atravessar. Havia um espaço tampado por muitas rochas, no qual, criava-se uma cachoeira. Resolvi banhar-me ali, talvez o estresse passasse e eu me sentisse melhor estando com o corpo límpido. Retirei a armadura pesada e despi-me das roupas de baixo, entrando na água lentamente. Estava um pouco gelada, o que fez meu corpo se arrepiar, mas assim que me acostumei com a temperatura, tratei de relaxar. Só que não durou muito pois ouvi certo rosado gargalhar do outro lado do rio.

— Ah, ótimo! Passou de medonho para insuportável. – Balancei a cabeça negativamente em desagrado, e quando aquilo passou a me irritar, gritei. – O que foi agora, desgraça?!

— Você pareceu um peixe-bola com aquelas bochechas! Acho que chamarei você assim!

— Vá se ferrar!

— Pelo menos eu não estou no lado das sanguessugas!

— O QUÊ?! – Esbravejei irritada o que só provocou mais risadas do outro. Saí imediatamente da água e percebi que foi tarde demais. – Maldito! Você sabia e não me avisou! – Já tinha duas delas na minha coxa, próximas ao joelho.

— E aí, Happy? Escutou alguma coisa? É,Tem razão… Devem ser esses mosquitos que ficam zunindo. – Ignorou-me propositalmente. Assoprei a franja da testa, revoltada.

Sentei um pouco longe da margem úmida, onde poderiam ter mais delas, e pensei em tirá-la delicadamente com as unhas pela ventosa, mas seria pior, o ferimento sangraria por dias graças ao anticoagulante que as sanguessugas injetam, e além de perder muito sangue, corria o risco de infeccionar, já que não havia álcool ou algum produto que pudesse desinfetar. Então era melhor esperar por uns vinte minutos até que ela ficasse satisfeita e abandonasse minha pele. Eu não cometeria o mesmo erro do treinamento novamente, e daquela vez eu ainda tinha primeiros socorros na bagagem.

Passados os minutos, a sanguessuga finalmente se retirou e pude ajeitar-me. Já devidamente vestida, estava pronta para voltar ao outro lado, porém considerei a possibilidade de Dragneel ainda estar no seu belíssimo banho de noiva longe de sanguessugas, então resolvi procurar alguns frutos ali perto para comer enquanto esperava. Segui caminhando na mata por um tempo, prestando bem atenção no caminho que percorria para que não acabasse me perdendo. No final, consegui achar uma laranjeira e mais a frente um pé de jabuticaba, ambas ricas em vitamina C, o que me ajudaria a prevenir resfriados com os tempos de chuvas frequentes. Era uma área tropical apesar de tudo, mas isso garantia também diversidade de alimentos. Enquanto apanhava e comia algumas jabuticabas, também guardando outras no paninho antes usados para as amoras, ouvi passadas se aproximarem atrás de mim.

— Até que enfim terminou seu banho de beleza! Desse jeito não vamos chegar nunca na cidade.– Reclamei, ainda enchendo o pano com as frutas, quando senti um mal cheiro imediato. – Nossa, mesmo depois de todo esse tempo, continua fedendo assim? – Subi nas pontas dos pés, esticando-me o máximo possível para alcançar galhos mais altos, onde tinham jabuticabas maduras em abundância. Bufei ao ver que ele não me respondia. – O que foi? O gato comeu a sua líng- – Parei abruptamente de falar ao me virar finalmente para trás.

(Beta-B [Extend] – To the Moon OST)

— Ai, meu Deus… – Dei três passos para trás, engolindo em seco, mas esbarrei com o tronco da árvore. Doze. Tinham doze zumbis bem na minha frente, e eles não pareciam estar nem em transição.

O fedor contaminava minhas narinas, ficando mais forte a cada passada. Lentamente, tentando ao máximo ser silenciosa, deslizei por debaixo da árvore e esfreguei algumas frutas pelo meu corpo para que o cheiro destas os confundissem e eu pudesse escapar. No entanto, ao passar para o outro lado, meu sangue congelou. Havia mais quinze deles. E surgiam cada vez mais. A cada piscar, mais um era revelado por trás dos troncos. Não tinha escapatória, eu não sabia quantos mais poderiam aparecer, não importava o lado. Eles estavam me rodeando. Desde quando tinham tantos na região? Como chegaram tão rápido?

Foi então que lembrei de algumas histórias sobre zumbis e pude assimilar tudo. Diziam que eles dificilmente estavam sozinhos, sempre haviam mais por perto, era questão de alguns metros. E que quando um é morto, soltam um cheiro perceptível aos outros, que atrai o bando. Ou seja, a morte daquela mulher-zumbi foi o gatilho.

Sem perda de tempo, chutei um dos galhos mais finos da jabuticabeira. Porém, ainda não era suficiente. Olhei ao redor, estavam ficando mais próximos. De uma maneira desesperada chutei com mais força. Houve um estralo. Faltava pouco. Num impulso maior, usando todas as minhas forças, chutei outra vez. A madeira se partiu e arranhou minha perna no ato. Peguei a mesma rapidamente e quebrei as ramificações onde tinha a folhagem. Agora, tinha um bastão de madeira. Posicionei de frente ao corpo. Precisava fugir dali. Andava em passos largos e lentos, atenta ao movimentos dos mortos-vivos. Eles locomoviam-se de forma desajeitada com os braços estendidos na tentativa de me alcançar. O cheiro doce das frutas, não mais os confundiam. Sabiam perfeitamente que eu estava lá. De repente um deles ousou segurar a ponta da madeira, mas em um rápido reflexo golpeei-o em vários ataques, e quando o mesmo ficou tonto, ergui os braços para cima segurando fortemente o bastão, e sem demora ataquei-lhe a cabeça com tudo que tinha, esmagando-a, aquilo acabou respingando em mim. Não me importei quanto a nojeira, e simplesmente corri abrindo caminho por entre eles. Todavia, sem eu perceber, um zumbi segurou no bastão e com uma força descomunal, arrancou-a de minhas mãos. Estava sem arma. Escorei numa árvore de grande porte que estava perto. Não havia saída. Estavam por todos os lados. A árvore era alta demais para escalar, e grossa demais para quebrar um dos galhos. Encolhi-me, esperando o pior ao vê-los se aproximar. O desespero tomava conta do meu corpo, e do meu próprio orgulho. Se aquilo era necessário para que eu sobrevivesse, eu me agarraria a esta pequena chance. Suguei o ar para os pulmões o máximo que pude, e gritei.

— DRAGNEEL!

No mesmo instante avistei um clarão. Aquelas chamas alaranjadas circulavam por seu corpo igual à primeira vez em que o vi. Um calor enorme se espalhou por todos os cantos. Senti meu rosto suar, tanto pelo calor quanto pela tensão ao ver seu rosto intimidador. Seus olhos estavam novamente como os de um dragão, brilhavam do mais puro verde. Os zumbis que se atreviam a se aproximar dele, começavam a derreter, tamanha era sua magia.

— Você só se metendo em encrencas. – Balançou a cabeça negativamente com um sorriso em seus lábios. O rosado cruzou os braços e ficou estagnado a alguns metros longe de mim.

— O que está fazendo? Os zumbis vão me pegar! – Exclamei aflita, puxando meus joelhos contra o corpo, numa tentativa de me afastar mais.

— Então você quer que eu a salve? – Indagou, sacana.

— Não é óbvio? Por que pergunta? Pensei que tivéssemos um trato! – Encarei-o nervosa, estava odiando aquela brincadeira de mal gosto. Se é que era uma brincadeira.

— E temos. Mas antes… Eu quero ouvir uma coisa. – Voltou a sua expressão séria. – Dê-me a sua palavra que me obedecerá a tudo que eu mandar.

— Ah! Então é isso! Não gostou que eu estava sendo mais esperta, e agora, quer mostrar quem é que manda, não é?! – Vociferei.

— Os zumbis são lerdos mas eles chegam, loirinha…

— Argh! Você não pode fazer isso! É contra o trato!

— Não, não é. Você vai voltar sã e salva mesmo se for mordida, meu sangue pode lhe curar… – Proferiu debochadamente. – Mas é uma pena… A mordida deles doem, sabia? – Riu e caminhou tranquilamente até o pé de jabuticaba, apanhando uma. – E agora? Quem é o esperto? – Mordeu a fruta de maneira provocante.

— Maldito!

— Ah, vamos… É só dizer “Eu farei tudo o que você ordenar”. – Passou a mão pelos cabelos róseos, tirando a franja da testa.

Respirei fundo. É só uma frase, Lucy. Deixe seu orgulho de lado se quer sobreviver e se vingar.

— Eu… Eu… – Comecei, hesitante, fazendo o outro revirar os olhos. – Eu farei tudo o que você ordenar.

— Qualquer coisa? – Arqueou a sobrancelha com um sorriso vitorioso.

Olhei-o em desprezo. Aquilo era inacreditável.

— Qualquer coisa. Agora me ajude!

— Como quiser. – Elevou o punho envolto ao fogo, preparado para o ataque. Entretanto, assim que daria seu primeiro passo, um som ecoou. Um som que tanto eu quanto o rosado conhecíamos. Um miado.

— HAPPY! – O híbrido gritou e eu o acompanhei com o olhar.

Os seres asquerosos haviam pegado o gatinho e estavam prontos para o abocanharem. Uma aura assustadora pairou sobre Dragneel ao ver aquela cena e no mesmo instante, ele puxou o ar dos pulmões ao extremo e então, soltou uma rajada de fogo pela boca como um verdadeiro rugido de dragão. O ataque acertou em cheio os mortos-vivos. Tudo o que sobrou foi pó. Arregalei os olhos ao observar aquele poder monstruoso. Um cheiro de queimado infestou junto a nuvem de fumaça, que impediu minha visão sobre Happy. Eu estava preocupada com o gatinho. Será que ele conseguiu escapara sem nenhum ferimento?

De repente, voltei a mim e a minha real preocupação, quando senti uma tremenda dor no braço. Com lágrimas de dor e pânico, virei o rosto e encontrei a mandíbula daquele bicho cravada em minha pele. Apertei os olhos com força, e berrei ao sentir cada nervo arder com a brutalidade que minha carne era puxada. Um líquido roxo era injetado fazendo minhas veias queimarem. A dor se tornava insuportável a cada instante. Não tinha mais forças para continuar gritando, minha garganta arranhava devido à potência exercida da voz. Cada movimento tornava tudo pior. Meus ouvidos zuniam, meus orbes castanhos só enxergavam borrões. Nunca senti tanto desejo pela morte, como naquele momento.

Agonia.

Não conseguia raciocinar, minha mente latejava. A cada segundo que mais parecia eterno, o líquido se alastrava mais e mais.

Desespero.

Aos poucos perdia minha cor. Muito sangue estava sendo perdido.

Fraqueza.

Ao chegar ao ápice de sofrimento, meu corpo agiu em resposta e comecei a perder os sentidos tal como a consciência. Prestes a desfalecer, a dor diminuiu minimamente. A demasiada força imposta sobre meu braço desapareceu, tudo o que restou foi a ardência do ferimento. Estava mole, não ouvia nada, totalmente alheia a realidade. Só o que pude sentir, foi algo quente me envolver e uma voz distante e quase inaudível dizer.

— Vamos! Beba!

Um gosto metálico diluiu-se em minha boca e então tudo ficou negro.


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Notas finais do capítulo

Bianca: E a Wendy tadinha? Eu quero saber o que aconteceu com ela!!
Isa-chan: Calma, a parte da Wendy não podia aparecer neste capítulo ainda por um motivo.
Bianca: Que motivo?
Isa-chan: Como se eu fosse falar '3'
Bianca: Você é muito má!
Isa-chan: Sou mesmo. E mudando de assunto... Ainda não gosta do Gray?
Bianca: Exato. Não gost- Espera, o que há com esse "ainda"?
Isa-chan: 'x' *Começa a assobiar*
Bianca: ¬¬ Autora... O que você ta tramando, hein?
Isa-chan: Euzinha? Nada... :>
Bianca: Dá uma dica vai! Um spoilerzinho pequenininho!
Isa-chan: Eu? Spoilers? Hahahahahahaha Você é engraçada! Já pensou em fazer Stand-up?
Bianca: Maldita. hunf...
Isa-chan: Aqui está muito quieto... E está tudo inteiro, sem nada destruído... MEU DEUS! CADÊ OS PERSONAGENS BACANUDOS DA FAIRY TAIL?
Bianca: (spoiler a frente) Foram caçar os membros da guilda depois de um ano...
Isa-chan: Caçar?! '-'
Bianca: É... Enfim, tchau! Já vou indo!
Isa-chan: Onde você vai, mulher?!
Bianca: To indo assistir showzito da Wendy cantando Forevering.
Isa-chan: Wat? Para semprando?! Essa é nata no inglês igual o Natsu!
Bianca: Disse algo? *Encara assustadoramente*
Isa-chan: ~(*3*)~ Para Sempre! O sentimento de se apaixonar e não sei mais o quê Para Sempre!! ~(*3*)~
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Votação ainda funcionando!

Eu mudei uma coisa, aqui nas notas ficarão links de músicas apenas recomendadas pelos leitores. As minhas músicas estarão no capítulo combinando com a cena, igual foi o de hoje.

Música recomendada por ~tsumy_turuioku: https://www.youtube.com/watch?v=HyurLVbyhSY

Espero que tenham gostado do capítulo e da música ( Quem já jogou To the Moon aí e chorou no final, levanta a mão o ). Comentem se realmente estão gostando do curso que a história está levando, por favor!
Para as autoras lindas das histórias que acompanho e que também são minhas leitoras, saibam que eu ainda vou comentar! Juro juradinho!
Ainda não sei quando será a próxima atualização, mas se eu demorar muito vou explicar o motivo lá no meu jornal. Enfim, até mais!