The Seventh Zone escrita por Isa Chaan


Capítulo 10
A salvadora


Notas iniciais do capítulo

Isa-chan: Olá, meus queridos leitores!! Como estão?
Bianca: Você demora uns quatro meses pra postar o capítulo e pergunta pra eles "Como estão?" Quer saber como eles estão? Prontos para te matar assim como eu!!
Isa-chan: Senhor, quanta violência já tão cedo... Mas... Tá, eu admito que demorei, pois como eu falei lá no meu jornal, a escola esgota a minha inspiração...
Bianca: ¬¬ Dê-me um verdadeiro motivo pra não te matar.
Isa-chan: Você não pode me matar, senão acaba a história u-u
Bianca: Por isso que existem Anjinhos do Além
Isa-chan: Se eu fosse você eu não incomodava ele não. Ele está mal-humorado esses dias... Acho que é TPM º-º
Bianca: Espera aí! Está me dizendo que o 'Anjinho do Além' é na verdade 'Anjinha do Além'? Sempre pensei que fosse homem!
Isa-chan: Sei lá, nunca vimos seu rosto, ou seu corpo... Sempre está coberto por uma túnica... Talvez como é um anjo nem tenha gênero! º-º
Bianca: Ou quem sabe ele seja hermafrodita!!
Isa-chan: Hm... Realmente...*Mão no queixo*
Anjinho(a) do Além: Tenho medo da imaginação fértil dessas doidas...
Bianca: Hoho Vamos descobrir isso agora, não é mesmo autora? :>
Isa-chan *olhar cúmplice*: Com certeza :>
Anjinho(a) do Além: '-' O que vocês vão fazer?
Bianca: PUXA A TÚNICA!! (ºUº)/
Anjinho(a) do Além: CRUZES!! SAEM DE MIM, SUAS PECADORAS!!
—------------------------------------- ... Que brisa louca...
Informações da autora:
*Como recompensa pela imensa demora, trouxe 4.000 e poucas palavras e uma nova capa (Os dizeres da capa estão traduzidos em português abaixo da sinopse), então espero estar desculpada.
*Acredito que essas demoras acontecerão mais vezes, talvez eu leve um mês, talvez até mais, então gostaria de saber se a ideia de colocar um breve resumo de acontecimentos que vocês devem se lembrar para continuar entendendo perfeitamente os capítulos seguintes é boa... Vocês aprovam?
*Outra coisa, é que muita gente vem perguntando se terá hentai na fic. Sinto-lhes dizer mas não terá. A fanfic é classificada para 16 anos, o máximo que teremos é ecchi. Daí vocês me perguntam: " Mas os carinhas estão no mato e não acontece nada?" É, pois é. O motivo é simples: eu não gosto do gênero e tem leitores atuais que também não, por isso não teremos ;/
*Acrescentei o gênero Songfic, pois mais pra frente teremos algumas letras de músicas, mais para as partes de drama.

Sem mais delongas, fiquem com o capítulo.
Boa leitura!



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Seventh Zone

(Sétima Zona)

Novo dia. – Atualmente. – Sexto dia.

O frescor de uma brisa balançou meus cabelos, e roçou levemente minha pele com os fios dourados, provocando-me cócegas no rosto. A cantoria dos pássaros anunciava o começo de um dia. Aquela sensação era reconfortante. Movimentei um dos braços sentindo a grama fria sob mim.

Tudo o que via era negro, estava com medo do que encontrar ao abrir os olhos. Minhas memórias estavam confusas, e mesmo assim, minha consciência me perturbava com a sensação de estar em outro mundo. Afinal, não sentia dor, e tudo a minha volta era tão calmo e pacífico que eu temia estar no chamado Paraíso. O lugar onde as algumas pessoas vão depois que morrem.

Depois de alguns segundos aspirando o cheiro úmido daquele lugar, de maneira hesitante, abri os olhos estreitamente, recebendo um banho de claridade. Pisquei algumas vezes, e encontrei raios solares atravessando a camada espessa da folhagem das copas de árvores que formavam arcos acima de mim. Olhei para os lados para entender melhor o que se passava, porém nada indicava que lugar era aquele senão uma floresta que se estendia a muitos quilômetros.

Levantei a coluna, sentando-me com dificuldade. Meu corpo estava mole e minha cabeça por alguma razão latejava agora, como se meus sentidos estivessem finalmente despertos e atentos após me mexer.

— Eu... Morri? – Questionei-me com a mão na testa, na tentativa falha de fazer a cabeça parar de doer. Será que eu estava viva por sentir dor, ou estava morta e sentia dor porque a morte tinha acabado de ocorrer e como consequência não havia me libertado totalmente das sensações corporais? Ou talvez, eu estivesse na metade do caminho até chegar ao céu, e quem não dirá, ao inferno?

Saí de meus devaneios sem respostas ao ouvir o timbre grave e familiar atrás de mim.

— Olha quem acordou.

Acho que a resposta às minhas perguntas, é que eu já chegara no inferno mesmo. Virei a face, podendo encarar seu semblante debochado mais uma vez.

— Até na morte você me persegue, Dragneel? – Bufei, fitando aqueles olhos ônix um pouco escondidos pelos cabelos róseos colados em sua testa suada. Seu corpo estava estirado na grama, e o rosto, um pouco sujo de fuligem, levemente inclinado na minha direção.

— Eu não lhe daria o privilégio de morrer, peixe-bola. Ainda não.

Sorri sarcasticamente tanto do apelido quanto da ameaça. E cá estão as ameaças novamente. Pelo menos descobrira que eu estava viva e isso trouxe certo alívio a meu peito. Entretanto, logo a lembrança do zumbi atacando meu braço direito veio à tona, e rapidamente desci os olhos para o mesmo, deparando-me com um pano preto prensando o lugar da mordida.

— Não sinto meu braço... – Sussurrei a mim mesma. Não tinha reparado antes que não o sentia e nem mesmo conseguia mexê-lo.

Aparentemente, o rosado ouvira pois falou de imediato.

— Ele ficará dormente por um tempo. Seu corpo provavelmente está mole e sem forças, e terá sintomas como febre em breve. – Fechou os olhos, dando uma pequena pausa, mas antes que eu pudesse proferir algo, ele interveio. – Muito veneno foi injetado, então irá demorar até que meu sangue lhe cure totalmente, considerando a pouca quantidade que você bebeu até desmaiar.

— Você deixou que ele me atacasse! – Acusei-o, relembrando de toda a cena. Mesmo depois de concordar com sua proposta, ele não tinha a cumprido.

— E você vai fazer o quê? Retomar sua palavra quanto a sua obediência? – Deu de ombros. – Vá em frente. Só saiba que não estarei aqui da próxima vez que aquilo tornar a acontecer. Então... Assuma de uma vez que você precisa de mim mais do que eu de você... – Em um impulso, pulou, levantando-se. – Você depende de mim. – Sorriu vitorioso.

Meu sangue fervilhou. Um dos meus maiores defeitos é ser orgulhosa demais. Parte da minha consciência sabia que ele tinha razão, porém minha alma se recusava a acreditar. Não suportaria demonstrar minha fraqueza diante do inimigo, era constrangedor. Ver em seus olhos que eu era apenas um brinquedinho em suas mãos... Não aguentaria tamanha desonra. Não podia dar a ele esse gostinho.

Meu orgulho pode ser a destruição daquilo que planejo, mesmo assim, é impossível mudar quem eu sou. Sei que escolher esse caminho só tornará mais difícil de conquistar sua confiança, mas ser tratada como seu cachorrinho seria demais, até para as pessoas com o mínimo de orgulho. Ninguém quer mostrar a alguém impotente que é fraco e insignificante. Ninguém quer ser manipulado. E por isso eu não me renderia.

Se ele quer ser esperto, eu precisava ser mais esperta ainda. Pense com inteligência, Lucy. Ele queria mostrar que eu precisava mais dele do que ao contrário, portanto eu tinha que apenas virar o jogo e fazê-lo perceber que é ele quem precisa de mim.

— Está enganado. Não dependo.

O híbrido revirou os olhos, com decepção, ao ouvir algo que não buscava. Comecei a marchar para fora dali, surpreendendo-o.

— Ah é? E como planeja atravessar o desfiladeiro sem a minha ajuda? – Questionou irritado ao perceber que suas táticas não funcionavam em mim.

— Se Lisanna conseguiu vir para cá mesmo sem uma ponte, ela deve saber voltar. Pedirei ajuda a ela, sei que não está muito longe daqui. – Continuei caminhando sem nem olhar para trás.

— E os zumbis? Você acabou de vivenciar o terror! Vai mesmo se arriscar novamente? – Um toque de desespero soava em sua voz. Ele estava realmente acreditando que eu partiria junto com suas respostas que almejava encontrar dentro da caixa de Layla.

— Vou! – Respondi determinada. Eu não iria a lugar algum, ainda mais no estado de fraqueza que estava, mas precisava fazê-lo crer que iria. Enganei-o com sucesso, já que o mesmo grunhiu desistente, socando o tronco da árvore ao lado.

— Mas que droga, loirinha! Como você pode ser tão insuportável?! – Vociferou raivosamente.

— Prazer, essa sou eu. – Girei o corpo para sua direção, estagnando.

Ele respirou fundo tentando manter a calma. Foi em vão.

— Tudo bem! Faça o que quiser! Mas se for esperta o bastante tanto quanto quer demonstrar, vai obedecer-me! – Avançou pisando forte para fora dali, sua raiva era quase palpável.

Tive uma súbita vontade de rir, mas me controlei. Era engraçado como ele se importava em ser o dominador assim como eu. Bem, na verdade eu apenas desejava proteger meu orgulho, já ele queria mostrar-se superior. E mesmo conhecendo-o a pouco tempo, eu estava convicta de que ele pensava numa maneira de inverter meu jogo.

— Para a sua informação eu nunca disse que retomaria minha palavra.

O rosado estacionou no lugar no mesmo instante e após alguns segundos, fitou-me um pouco atordoado.

— Claro que eu fiquei nervosa, e ainda estou, com aquele assunto repentino de “Faça o que eu ordeno”, afinal de contas, se não fosse por isso eu não teria sido infectada... – Seu semblante ficou ainda mais interrogativo, pensando aonde eu queria chegar. – Porém, você não esperava que eu fosse de fato atacada, apenas desejava assustar-me. Você tinha pleno controle sobre a situação, apenas surgiu um imprevisto... Concluindo, eu acredito que você seguiria a sua palavra naquela hora, portando, seguirei a minha agora. Além disso, jamais vou culpá-lo sobre o que houve, pois você salvou Happy. Se ele fosse devorado não haveria salvação, igual teve a mim.

Dragneel pareceu surpreso com o que ouvia.

— Espere, deixe me ver se entendi. Mesmo eu não tendo cumprido a minha palavra, você-

— Encare isso como uma brecha. – Interrompi sua sentença. – Mas não pense que será sempre assim.

— Uau. Estou admirado que você tenha bom senso. – Soou sarcástico, contudo seu humor ficara melhor.

— Falou o cara que arranca cabeças como hobby. – Retruquei franzindo o cenho, provocando risadas do híbrido. – De qualquer modo, onde está Happy? – Indaguei mudando de assunto, e o outro parou de rir.

— Caçando peixes no lago. – Colocou as mãos no bolso, voltando a caminhar, e lentamente segui atrás dele cambaleando um pouco. Até parecia uma bêbada.

— Onde estamos? Não reconheço esse lugar. – Estranhei, não estávamos perto da jabuticabeira de antes.

— Isso porque você dormiu por vinte horas.

— O quê?! – Exclamei incrédula. Perdemos vinte horas de caminhada?!

— Eu a carreguei por todo o trajeto. Não podíamos perder tanto tempo. – Expirei em alívio. – Você não é a única que quer chegar o quanto antes.

Observei-o de costas enquanto andava, e eu cambaleava logo atrás. Questionei-me mentalmente o que seriam essas respostas que Dragneel procurava para querer chegar em Magnólia tão rapidamente. O que tanto ele precisava saber? Balancei a cabeça negativamente, tentando afastar os pensamentos. Depois do que aconteceu na última vez, tocar naquele assunto estava fora de questão, pelo menos por enquanto. Ele tinha um ponto fraco apesar de tudo, e compartilhar aquilo com uma desconhecida como eu, era impossível. Suspirei. Já estamos no sexto dia e parece que nenhum progresso foi feito. Talvez sua pressa seja para se livrar de mim.

Andamos até um lago cristalino, não muito grande, que se estendia até o interior das rochas de uma caverna. O gatinho alegre balançava o rabo, atento ao movimento dos peixes que nadavam ao fundo, em posição de ataque. Estiquei o pescoço para a água e sorri com aquele colorido de peixes e algas. O som das patinhas de Happy contra a superfície era relaxante. Agora notara que não existia tanta preocupação, medo, raiva ou pressa de chegar a cidade. Estava começando a gostar de sentir o ar puro da floresta, tudo era tão pacífico.

— Olhe só. Achei um parente seu. – Escutei a voz do rosado que estava com os pés já dentro do lago. Franzi a testa, sem entender, e fitei para onde o mesmo apontava.

Okay. Retiro tudo o que disse antes.

— Será que você podia parar de me comparar com um baiacu?!

— Não. – Retirou o pobre peixe-bola da água, segurando-o na mão. O ser aquático ao se sentir ameaçado, inflou. – É até amarelo. Que tremenda semelhança... – Murmurou olhando do peixe a mim e vice-versa.

— Senhor que estás no céu. – Joguei-me na grama com os braços estendidos para o lado.

[...]

O Sol já descia pelo horizonte e esbaldava seus raios alaranjados por toda a região. Os ventos fortes sacudiam as folhas amareladas do outono arrancando-as de seus galhos, e como consequência um furacão colorido de dourado e marrom se formava entre as árvores. Olhei para cima e contemplei aquele ponto brilhante sozinho na imensidão azul escura do céu, enquanto lentamente estrelas tímidas surgiam. Era o planeta Vênus que refletia majestosamente a luz solar. Tudo a minha volta desaparecia quando eu observava aquela misteriosa infinidade. Desde criança sempre tive o sonho de estudar astronomia como minha mãe. Lembro de quando nós subíamos até o topo da torre-vigia e observávamos as estrelas pelo telescópio. Em minhas lembranças ele era enorme – considerando meu tamanho na época – e quando carregava-o cuidadosamente, sentia-me como uma verdadeira astrônoma. Tão perdida em pensamentos, só percebera que Dragneel parara repentinamente, quando senti meu corpo chocar-se em algo forte e alto.

— Você podia parar de fazer isso? – Massageei o queixo que ficara dolorido com a trombada, já que eu encarava o céu.

O rosado virou para minha direção com o típico rosto sério.

— Preste atenção ao que vou dizer. – Advertiu, e eu assenti para que continuasse. – Três quilômetros a frente há uma vila que fica no meio de duas montanhas, então, passar por ela será o único meio de chegarmos ao outro lado.

— E qual o problema? – Indaguei sem compreender. O que tinha de ruim atravessar uma vila? A menos que... – São perigosos? – Engoli em seco, tensionando os músculos.

— Não, são apenas meros humanos. – Franzi a testa. Então por que Dragneel estava apreensivo? – Apenas fique longe dos moradores durante o tempo em que ficarmos lá. E não dê ouvidos, independentemente do que for.

— Por quê, posso saber? – Cruzei os braços, desconfiada. Meus olhos estreitados analisavam-no atentamente.

Ele devolveu o olhar, só que com um bem mais intimidante. Aproximou sua boca do meu rosto assoprando as palavras de maneira cortante, o que fez-me apertar os olhos.

— Porque é uma ordem.

Alguns segundos mais tarde virou-se de volta ao caminho pondo novamente suas mãos no bolso, com a finalidade de esconder o suor após ficarem tão fortemente fechadas em punho. Tudo o que fiz foi examiná-lo, tal como suas ações. Uma hora parece zombeteiro, na outra, completamente arrogante e sinistro. Quão bipolar ele era? Pelo menos, desta vez eu enxergava de uma maneira mais clara. Quando algo o perturbava, como o que ele está escondendo neste momento, ele usa seu jeito intimidador para resolver as coisas. Alegrei-me ao saber que compreendia aos poucos a personalidade de Dragneel. Isso me dava vantagem e as chances do plano dar certo aumentavam.

Passei a palma sobre o pelo sedoso do gatinho que dormia tranquilamente em meus braços, pensativa. Depois de caminharmos mais alguns metros, pude finalmente ver no horizonte, a tal vila. Podíamos enxergar pequenas construções e cabanas ao longe, além de uma torre não muito grande no centro. A área ao redor estava desmatada, originando grandes campos, alguns usados para criação de gado e outros para plantio.

Aos poucos as árvores dispersavam-se, e não sei como ou quando exatamente, mas vi pelo canto dos olhos um borrão rosa sumir rapidamente. Olhei para os lados em busca do híbrido, ao perceber que o mesmo simplesmente desaparecera. Foi nesta quebra de tempo que escutei um grunhido vindo do chão. Abaixei o olhar e presenciei a cena mais cômica da minha vida.

— NÃO SE ATREVA A RIR! – Rosnou.

Tampei a boca com as mãos comprimindo fortemente meus lábios que teimavam enlarguecer. Juro que tentei o meu melhor, mas... Não deu.

— Eu que estou envenenada e tonta igual uma bêbada, e é você quem cai! Que perna frouxa!! – Gargalhava alto. O rosado caíra de cara com a terra úmida, e mesmo seu rosto estando sujo era possível ver a coloração avermelhada de raiva e constrangimento. – Ah, já sei! Esse vai ser o seu apelido!

— O QUÊ? – Vociferou levantando-se. Igual à face, seu corpo também encontrava-se sujo. Ao ver que eu não parava de gargalhar, ele ficou ainda mais vermelho e nervoso. – Pare de rir, desgraça!!

— Não dá... Meu Deus! Isso foi muito engraçado! – Minha barriga já começava a doer. – Como diabos você conseguiu realizar essa proeza?

— GRR! Eu tropecei, droga! – Agora, além da cena, sua expressão envergonhada não facilitava em nada.

— E tropeçou no quê? Uma pedra é que não foi, não tinha nada aí. – Aos poucos fui me acalmando, consertando a respiração.

— Eu tropecei numa... numa... Numa formiga enorme que estava passando!

Eu disse que me acalmei? Bem, então voltei tudo à estaca zero.

— Uma formiga?! – Bati as mãos no rosto não acreditando no que ouvia. – Enorme?! Senhor, que tipo de desculpa é essa? Desde quando podemos tropeçar em formigas?

Dragneel bagunçava os cabelos, desconsertado. Toda a sua fachada de intimidador foi por água abaixo. Poderia eu, estar descobrindo outros lados do rosado?

— E se era tão grande assim, eu teria visto. – Fitei-o, arqueando as sobrancelhas de maneira cética.

— Não tenho culpa se você é cega. – Cruzou os braços emburrado ainda com as bochechas vermelhas de vergonha, mas o mesmo fazia de tudo para não demostrar, o que ele não sabia é que não estava funcionando. – E vamos logo, caramba! Antes que eu resolva apelar pro método mais violento!

— Está bem, está bem. – Elevei as mãos na altura dos ombros em sinal de rendição, e assim que ele se pôs de costas, balancei a cabeça negativamente, sorrindo. Tentando retomar a postura mesmo após isso... Sem dúvida Dragneel era uma figura.

In the borders of Sixth Zone.

(Nas fronteiras da Sexta Zona)

Atualmente. – Sexto dia – Noite.

A garota arfava e segurava a gatinha fortemente em seus finos e delicados braços, como se pudesse protegê-la, mas na verdade, ela era a única quem tremia de medo. Passaram-se quatro dias desde que fugira a procura da mãe, porém, agora procurava o caminho de volta para casa, de onde nunca deveria ter saído. Estava perdida, e parecia que quanto mais andava mais afastava-se da montanha. Por todos os lados a única coisa que havia era mato, todos os caminhos pareciam iguais. A pequena Wendy que nunca saíra da mansão antes, deparava-se com o mundo afora de uma maneira pior do que imaginava. Deslisou pelo grosso tronco de uma árvore, cansada de correr. Afinal, tudo o que comeu em quatro dias fora apenas algumas frutas, e passara as noites sem dormir, na esperança de achar o caminho. Ela só pensava em como queria voltar para os braços protetores de Grandeeney. Onde ela estaria? Será que já voltara para a montanha?

Infelizmente a azulada teria que deixar essas questões de lado por hora, pois o motivo de seu temer era que estava sendo perseguida, e isso se já se sucedia a um período de tempo suficiente para que a pequena não tivesse mais energias para continuar fugindo. Tentou acertar a respiração descompassada, e após longos minutos silenciosos resolveu arriscar a sair do esconderijo, porém um tossir fora ouvido, junto ao som de passos sobre as folhas secas da estação, fazendo-a recuar.

— Maldição! Nós a perdemos de vista! – Reclamou uma voz grossa e áspera, que revelava ser um sujeito robusto de meia idade.

— A culpa é inteiramente sua, você estava na frente! – Um segundo homem pronunciou-se, acusando-o. – Não serei eu que contatarei Doranbolt sobre isso!

— E você acha que ele, ou melhor, o Conselho vai deixá-lo fora disso? Você está tão encrencado quanto eu, meu amigo, porque não sou o único dentro dessa cilada. Então se não quer saber quais serão nossas consequências, trate de achar a sacerdotisa! – Esbravejou para o outro, fazendo-o engolir em seco e assentir ao mais velho.

A garota que estava a poucos metros longe dos perseguidores, com apenas um tronco a escondendo, escutava a conversa sigilosamente, e torcia para que eles fossem embora. Concluiu que esses eram os monstros ambiciosos que sua mãe sempre lhe dizia. Quando os dois homens preparavam-se para seguir um determinado caminho, Wendy soltou um grunhido baixo ao pousar os olhos em algo, no entanto, como a floresta estava silenciosa demais, sem nem ao menos grilos cantando, aquilo foi o necessário para chamar a atenção dos soldados do Conselho. A azulada amaldiçoou-se mentalmente, e viu-se presa em duas enrascadas. A primeira: Ficar a onde estava e ser picada pela enorme aranha venenosa que descia dos galhos, uma picada fatalmente perigosa. E a segunda: Sair correndo dali e ser descoberta pelos perseguidores.

Optou pela segunda opção mesmo estando fraca. Respirou fundo e num impulso saltou para fora, correndo com a maior agilidade que suas pernas permitiam. Não se deu ao trabalho de olhar para trás, pois imediatamente, pode ouvir a voz rouca exclamar.

— Lá está ela! – O segundo homem apontou, acelerando o passo cada vez mais.

A trilha era íngreme. Arranhava-se com os galhos, sentia falta de ar e suas forças extinguiam-se rapidamente. A lua estava escondida atrás de nuvens grossas, tornando tudo a sua frente um breu, e como consequência chocava-se com árvores e tropeçava em raízes. Os soldados usavam óculos noturnos mágicos e conseguiam desviar dos obstáculos. A desvantagem da jovem era clara, pois a distância entre eles diminuía drasticamente. Perdia a velocidade, seus olhos estavam encharcados, e o coração palpitava fortemente. Estava assustada. Quem eram eles? O que queriam com ela? Ou melhor, o que fariam com ela? Como point decisivo, na vigésima vez que tropeçara, não conseguiu mais levantar-se.

Já era. Não viria Grandeeney nunca mais. Tudo porque não a escutou e desceu a montanha.

— Fuja Charlie! – Sussurrou, empurrando a gatinha para longe dali, e esta correr, sumindo por entre a folhagem.

Fechou os olhos apertadamente, com medo do que fosse prosseguir.

— Essa foi por pouco, mocinha. Quase que você escapa. – Proferiu a voz grossa, aproximando-se. A escuridão impedia Wendy de enxergar o rosto do homem, e muito menos decifrar sua expressão.

Faltando apenas alguns metros para alcançarem-na, a azulada inspirou o máximo que podia, e berrou em plenos pulmões.

— SOCORRO!!

[. . .]

— Não é possível! Ela não poderia ter ido tão longe! Onde diabos você nos trouxe, afinal? – Manifestou após um tempo. Já não aguentava sequer andar mais uma passada. O rapaz continuou a caminhar guiando-se com uma lanterna, sem proferir uma única sílaba. – Vai me dizer que... VOCÊ NÃO SABE ONDE ESTAMOS?!

— Quer saber? Eu não sei, mas eu não tenho culpa! – Contestou, mas não foi o suficiente para apagar o olhar cético da garota. – E vê se não reclama, eu te salvei, não foi?

— Eu sei, e já lhe agradeci por isso, mas estamos caminhando já faz dias e tudo o que vemos é mato e mais mato. Andar aleatoriamente assim é burrice! – Bufou, estagnando no lugar, mostrando a ele que, de fato, não iria a lugar nenhum.

— E o que a Vossa Inteligência tem como solução? – Cruzou os braços, arqueando a sobrancelha. – Ficar parado também não vai ajudar em nada.

— É claro que não ficaremos parados, só temos que descobrir qual o caminho correto para se seguir. – A jovem pôs a mão sobre o queixo, pensativa, e logo uma ideia iluminou sua mente. – Já sei! – Falou animadamente, deixando o outro com um ar de dúvida e ansiedade. – Eu guardei uma bússola em minha bolsa, antes de sair do meu compartimento!

— E você vai me falar isso só agora?!

— Se você tivesse me contado antes que estávamos perdido há muito tempo, eu já teria pensad- – Sua sentença foi interrompida com um grito agudo vindo de não muito longe. – Ouviu isso? – Fitou os olhos do amigo que a encarou na mesma intensidade, e o mesmo assentiu.

— É a voz de uma menina.

— E está por perto, vamos!

[. . .]

— Pare de gritar! Não dificulte nosso trabalho, garota! – Tapou a boca da azulada, que se debatia e contorcia-se entre os braços do homem. – Ai! – Soltou uma exclamação de dor quando Wendy mordeu seus dedos. – Preciso de uma mordaça aqui! – Gritou para que o outro soldado – que saíra para procurar alguns utensílios perdidos durante o caminho – escutasse-o.

Suspirou ao ver que não obteve nenhuma resposta.

— Onde aquele paspalho se meteu? – Pegou a sacerdotisa, colocando a sobre o ombro direito com dificuldade, pois a mesma não dava paz, tentando ao máximo escapar, mas de nada adiantou.

O soldado mais velho dirigiu-se por onde viu o outro adentrar pela última vez.

— Não fique vagabundeando por aí com trabalho a fazer! – Enunciou já estranhando a demora do colega. Sem resposta. Resmungou algo claramente irritado.

Wendy parou de bater nas costas do homem ao perceber que era inútil, e largou os braços, desistente, e estes balançavam conforme o movimento de seu sequestrador. Entretanto, por algum motivo, o homem parou, balbuciando algo como “O que diabos...?”. Ele estreitou os olhos para fixar melhor a visão, no intuito de entender a figura que via a alguns metros. Então, relutante, resolveu aproximar-se mais um pouco. Talvez aproximar-se fosse a pior ideia que já tivera. Arregalou os orbes, incrédulo, ao reconhecer a figura como sendo seu próprio parceiro estirado no chão e uma flecha cravada em suas costas, bem na região do coração. Sem dúvidas, a essa hora o corpo já estava sem vida.

— Quem está aí?! – Gritou, retirando a espada da bainha, e prontificando-a na sua frente.

— É triste saber que o Conselho já pratica trabalhos sujos como esse. – A voz feminina lamentou-se, e sem nem dar tempo do soldado contemplar o rosto da desconhecida, o som da flecha cortando o ar e penetrando o peito do homem em uma mira milimetricamente perfeita foi ouvido. No mesmo instante, caiu duro no chão, desvencilhando-se da pequena Wendy que prendeu a respiração assustada, como se o simples expirar pudesse alarmar uma bomba. Deu um passo para trás, ameaçando sair correndo dali.

Não conseguia enxergar muito bem, mas era possível ver uma sombra feminina de estrutura baixa que se aproximava lentamente da adolescente. Ao notar a tensão da azulada e que a qualquer momento poderia fugir, tratou de falar suavemente.

— Não tenha medo. Eu apenas te livrei daqueles detestáveis. Eles já aprontaram muito. Desculpe-me se a assustei com essa cena.

A sacerdotisa não ousou pronunciar um único dizer, fazendo-a outra suspirar.

— Como prova de que não lhe farei mal algum, estou entregando essa gatinha que encontrei no caminho pra cá... Acredito que é sua. – A mulher estendeu os braços, e Wendy pode ver a sombra da gata. Pegou-a rapidamente, dando um abraço apertado.

— Obrigada... Achei que nunca mais a veria de novo. – Soluçou com os olhos marejados, amenizando seu medo, com a felicidade de encontrar Charlie.

— Não precisa agradecer, você deve ter passado por um momento terrível. – A mais velha pegou a lanterna presa na cintura. – Odeio escuridão, e isso só me deixa suspeita, não é? – Wendy concordou baixinho e logo sua salvadora deu uma risadinha e ligou o instrumento, deixando possível a identificação de seu rosto jovem, tal como seus cabelos azuis repicados e ondulados nas pontas. – Meu nome é Levy, prazer em conhecê-la. – Sorriu.


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Notas finais do capítulo

Bianca: Senhor!! A Levy está viva!! o/
Isa-chan: Claro, né? Ou vocês acharam que o Gajeel era de enfeite lá, ou ficaria pra titio? Então, queridas fãs de Gale, sim, teremos Gale! o/
Bianca: Mas e o NaLu, autora? Ou você esqueceu? ¬¬
Isa-chan: AKCDNJSDHU *Convulsão* Como eu posso esquecer do NaLu, filha? Está doida? É o casal principal!
Bianca: Então junte-os logo caramba!!
Isa-chan: Pense comigo, se estamos no capítulo 10 e ainda não rolou praticamente nada, isso significa que a história é bem grande. Muita coisa vai acontecer, e eu quero que vocês anseiem bastante pelo beijo deles... Assim, vai ficar mais emocionante *-*
Bianca: Pra mim é porque você é simplesmente maléfica e-e
Isa-chan: Que é isso, moça? Vou até por shipp nas notas para ajudar na espera...
Bianca: Falando nisso, quanto está a votação?
Isa-chan: NaLu está bem na frente com 7 votos no SS e 4 no Nyah! resultando 11 até agora. Faltam apenas quatro pessoinhas ;]
Bianca: Vamos lá pessoas, ajudem aqui! :D
Isa-chan: E depois do shipp, eu entrarei com um quadro de perguntas, no qual vocês, leitores, poderão fazer qualquer pergunta sobre a história e também sobre os personagens das notas que eu responderei!
Bianca: Responderá perguntas sobre a história mesmo se envolver spoilers?
Isa-chan: Não direi nenhum spoiler, apenas dicas bem implícitas, aí vai dá interpretação de cada um...
Bianca: Humm... Interessante hehe
Isa-chan: Eu disse "leitores", nada de "Bianca". Você não poderá fazer as perguntas u-u
Bianca: HEIN? º-º
Isa-chan: É isso aí!
Bianca: Então diga adeus aos seus pães de queijo!! Muahahahaha! *Bianca corre com uma forma de pães de queijo em mãos*
Isa-chan: Não se atreva a encostar nesses pães de queijo!!!! Volte aqui!!! *Persegue Bianca*
Bianca: ATÉ PARECE QUE ESQUECEU QUE EU SOU BR HUEHEUHEUHEUHEUHEU
—--------------------------------------
Como não houve recomendação, e nem música durante a história, eu posto um link aqui mesmo -.-'

Link: https://www.youtube.com/watch?v=4BnsrAHK91s

Espero que estejam gostando e muita obrigada a cada um de vocês leitores que acompanham (mesmo os fantasminhas), mas principalmente a aqueles que sempre mostram seu carinho comentando! Valeu!! *-*
E se tiverem qualquer dica para melhorar alguma coisa, por favor digam! E desculpe qualquer erro na escrita, não tive paciência de betar 4.000 palavras hehe
Até mais, pessoal! o



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