Riverside escrita por Ephemeral


Capítulo 1
Que o Inferno Comece!


Notas iniciais do capítulo

❁ CAPÍTULO EDITADO/REESCRITO❁

Agradeço o review de:
❁ Uma Escritora Qualquer
❁ Reet
❁ hurricane
❁ Frozen
❁ Lena

Hey pessoas! Então, aqui estamos, no início da nossa jornada, minha e da Julis. Vamos a leitura...

* Capítulo betado pela Queen Bitch (/u/76294/).
*Capítulo betado por Ganimedes (/u/181998/).

Enjoy!



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Observei as gotículas de água unindo-se umas as outras, formando gotas maiores até que finalmente escorriam pelo vidro. Toda vez que o processo chegava ao fim, me concentrava em outra, e em outra, formando assim um circulo vicioso e obsessivo. Só desviei o olhar da janela quando a melodia reproduzida pelos fones já não era mais agradável aos ouvidos. Selecionei outra e tornei a olhar para a janela do carro. Desta vez, através dela. Avistei ao longe um prédio que identifiquei como sendo o Empire State Building. O topo coberto por nuvens cinzentas. Nuvens essas que bombardeavam a lataria do velho Cobalt com pingos violentos de água.

O dia frio e cinzento não era adequado para mudanças, mas é claro que meus avós não concordavam. Carregaram o carro e me puseram dentro. Estavam determinados a se livrar de mim, independente da tempestade prevista. Eu não podia culpá-los, conviver comigo não era uma tarefa fácil. Não que eu concordasse com uma medida tão drasticamente radical, mas a minha opinião sobre aquele assunto havia sido descartada.

O carro parou em frente a um prédio de quatro andares feitos de tijolos marrons na E 82nd St. Park Avenue, 957. Ficava a duas quadras do Museu Metropolitano de Arte. O edifício aparentava ser antigo, não era grande coisa. Meu pai aguardava sentado nos degraus cobertos em frente à entrada. Ele estava curvado apoiando os cotovelos nas pernas, parecia ansioso. Levantou-se quando as portas do carro se abriram. A essa altura a chuva já tinha dado uma trégua. Meus avós saíram e cumprimentaram-no. Logo era a minha vez de fazer o mesmo. Respirei fundo e preparei-me para abrir a porta, mas hesitei. Por fim, sai do carro.

Ele abraçou-me firme. Não retribui a demonstração de afeto. Apenas me mantive de pé e permiti que me sufocasse em meio aos seus braços. Digamos que não sei lidar muito bem com assuntos sentimentais. Quando ele me libertou, minha pele já deveria ter assumido uma coloração azulada. Enchi meus pulmões, encenando uma cena de asfixia.

— Julis, não seja tão dramática! — disse meu pai.

— Que culpa tenho eu, se é a sociedade quem roga por drama? — respondi.

— Eu disse! — exclamou ele. — Já deu, né?

Revirei os olhos. Virei-me e fui até o carro. Abri o porta-malas e os encarei, esperando que viessem me ajudar. Como eles não mexeram um músculo sequer, chamei-os com a mão. Meu pai pegou uma caixa e em seguida quase a derrubou.

— Livros — comentou minha avó.

O senhor meu pai, também conhecido por Jack, franziu a sobrancelha e bufou. Ele balançou a cabeça e entrou no prédio. Dei de ombros e peguei uma mochila e assim como Jack quase deixei cair no chão.

— O que tem aqui? Uma bigorna?!

— São suas coisas, se tiver uma bigorna é provável que ela esteja aí dentro ­— zombou meu avô.

O bom humor dele devia ser justificado pela minha mudança, considerando que quem propôs a ideia foi ele. Nossa relação era conturbada. Levando em consideração os acontecimentos do ano anterior era de se entender a pressa que tinha de livrar-se de mim.

Coloquei a mochila nas costas e adentrei o prédio. Ao passar pela portaria, cumprimentei o porteiro. Era melhor não arrumar problemas com alguém que poderia me dedurar caso eu resolvesse fugir no meio da noite para o México. Entrei no elevador e pressionei o botão do segundo andar. Depois de alguns segundos as portas do elevador se abriram para um corredor não muito longo. Havia quatro portas vermelhas numeradas. A porta número 6 foi aberta e dela saiu Jack.

Ele passou por mim e desceu pela escada. Dei de ombros e entrei no apartamento. Fui em direção ao cômodo que costumava ser o escritório e que passaria a ser meu covil. As paredes haviam sido pintadas de roxo escuro. Bem, pelo menos não era rosa. Havia uma cama de casal, um armário e um criado mudo. O antigo conjunto de escritório — mesa, cadeira e estante — haviam mudado de lugar.

Joguei a mochila no chão de madeira escura e atirei-me na cama. A cabeceira era feita de arabescos escuros de ferro. O móvel tinha aparência antiga, porém o colchão era macio e confortável. Encarei o teto e murmurei:

— Que o inferno comece!

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