The Other Side of War [HIATUS] escrita por Whis


Capítulo 2
Destruição Imperialista - O Estopim


Notas iniciais do capítulo

Nota Primária: Este capítulo é introdutivo à história central e retrata a Primeira Grande Guerra.



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Um som de uivo tão longo quanto tenso. Toda a cidade estremeceu irremediavelmente. Doloroso e fatal. Terríveis coisas aconteceriam neste dia com uma história imensurável, incorruptível. É a mais pura dor… Solta e dilacerante, grandiosa, talvez, devastadora. Um, no entanto, pequeno ato, iria ser causador de duas coisas tão grandes, que toda a humanidade sentiria seus efeitos. O caos havia sido iniciado por uma vingança. O ato de assassinado fora feito sem intenção de causar uma revolução global. Mas, muito embora, foi o que houve. No mesmo dia, após o uivo doído de um cão, no Império Austro-húngaro, numa cidadezinha tosca e esquecida ao relento, chamada Sarajevo, iniciou-se a maior crise mundial que já foi vista. Longe da América, as Potências Ocidentais apenas observavam e viam os ultrajes ocorridos dentro da Europa.

O estouro da bomba e o gatilho sendo puxado, deslacrando a bala da arma de fogo, acordou os animais adormecidos da rua. O ato brutal fora feito em plena luz do dia. Na manhã de vinte e oito de junho de mil novecentos e quatorze, Francisco Ferdinando e sua comitiva partiram de trem de Ilida para Sarajevo, onde foi recebido pelo governador Oskar Potiorek - toda a cerimonia foi feita com grande luxúria, dinheiro fora gasto de forma exacerbada, tudo com dinheiro do povo. Seis carros foram colocados à disposição da comitiva, mas por engano, três agentes da polícia local embarcaram no primeiro carro com o chefe de segurança especial, enquanto os oficiais a seu serviço foram deixados para trás. O segundo carro levava o prefeito e o chefe de polícia de Sarajevo. O terceiro carro era um Gräf & Stift, um veículo esportivo, onde Francisco Ferdinando, Sofia - sua esposa -, o governador Potiorek e o tenente-coronel, o grande conde Franz von Harrach embarcaram - era o carro mais belo, e se destacava, seu visual esportivo era inovador na época. Segundo o programa oficial da visita, a primeira parada da comitiva seria num quartel, para uma rápida inspeção. Às dez horas da manhã, e alguns minutos quebrados, o grupo seguiu para a câmara municipal da cidade, que em breve iria entrar para a história global.

A comitiva passou pelo primeiro terrorista, Mehmedbašić, que havia sido posicionado por Ilić - um outro membro da infame Mão Negra–, em frente ao jardim do Café Mostar. Entretanto, ele não conseguiu atirar sua bomba sobre o carro do arquiduque, pois seu campo de visão estava sendo alterado - visto que uma enorme multidão posicionava-se à sua frente. Vasê Čubrilović, que estava ao seu lado com uma pistola e uma bomba, também não conseguiu agir, a massa o espremia, e seu pensamento estava longe. Refletia sobre o que estava fazendo, pensava se estava certo, ou se o que fazia era um absurdo total. O próximo terrorista por quem a comitiva passaria era Nedéljkò Čabrinović, armado com uma bomba no lado oposto da rua que ia em segmento ao rio Miljacka.

Às dez horas e onze da manhã, o carro de Francisco Ferdinando se aproximou e Čabrinović atirou sua bomba. Entretanto, o artefato bateu na capota aberta do veículo e caiu na rua, explodindo sob o carro seguinte da comitiva. A explosão abriu no chão um buraco de trinta centímetros de diâmetro e feriu um total de vinte pessoas, que caíram gemendo de dor. Os berros foram tão altos que toda a multidão começou a entrar em crise histérica.

Após o ataque, Čabrinović engoliu a cápsula de cianureto - um tipo de veneno, que destrói as células do sangue, causa parada respiratória e debilita o sistema nervoso central, brevemente, se tornaria popular na Alemanha - e pulou no rio Miljacka. Porém, a tentativa de suicídio fracassou, pois o terrorista vomitou o veneno e o rio tinha apenas cerca de doze centímetros de profundidade, o que tornaria um afogamento impossível. Detido pela polícia, Čabrinović foi agredido pela multidão - que estava em crise, chutando e agredindo tudo que via pela frente - antes de ser levado em custódia.

A comitiva partiu em disparada em direção à câmara municipal, deixando o carro danificado para trás. Cvjetko Popović, Gavrilo Princip e Trifun Grabe não conseguiram efetuar nenhum ataque contra o grupo, devido à velocidade com que se deslocavam. Então, simplesmente viram a comitiva correr e ficaram parados, sem levantar nem mesmo um dedo. Porém, tudo isso não iria acabar por aí. Gavrilo não iria desistir, e tentaria novamente, de uma forma grotesca e evidente demais - poderia ter esperado momento mais oportuno, mas sua consciência não permitiu tal fato - e nunca haveria de permitir.

Trinta minutos após, chegando perto da Câmara, um atentado a queima roupa tirou a vida do arquiduque, dando início à imensuráveis conflitos diplomáticos. O Império começava um conflito com a Sérvia. Um mês após os ultimatos diplomáticos, reivindicando direitos e outras medidas governamentais, o rei Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia - que começou uma bagunça interna. Todo o país começou a ficar conturbado, temiam perder a guerra, e consequentemente, perder a Soberania na qual estava. Mal eles sabiam, que essa guerra não iria danificar só o território sérvio, mas iria definir a hegemonia mundial.

Após a declaração de guerra, o mundo ficou separado em dois grupos vigentes, que queriam, junto à guerra, aproveitar-se da situação e expandir seus territórios, findando o imperialismo dominante da época. De um lado, apoiando a Sérvia, estavam França, Grã-Bretanha e Rússia e se chamavam Tríplice Entente. Ao império Austro-Húngaro se aliaram a Alemanha e a Itália, nomenclaturadas Tríplice Aliança, eram as potências centrais. Assim sucedeu a Primeira Guerra Mundial. Aconteceu por um ato um tanto falho, considerado "inocente" e "errôneo", tudo, duas guerras, foram causadas por um ato medíocre e baixo. Toda uma história foi contada, por causa de uma vingança fatal.

Tudo ocorreu por conta de um tiro certeiro.


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