Last Chance - One Shot escrita por Biahh


Capítulo 1
Capítulo 1 - Despedida


Notas iniciais do capítulo

Sabe quando te da aqueles cinco minutos, e você se vê obrigado a escrever aquilo que te vem a mente antes que fuja tudo, mas que sabe que não vai ter futuro nenhum? Pois é, foi mais ou menos assim :)Espero que gostem e não me odeiem... beijos..



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PDV. CHARLIE

Vinte e cinco anos passaram-se desde que ela se foi e me deixou sozinho, mais uma vez eu via o inverno rigoroso de Forks através da janela, eu observava pais com seus filhos fazendo guerras de bola de neve, pequenos bonecos de neve, e até mesmo as crianças se divertindo fazendo vários formatos de anjos deitados pelos grandes tapetes brancos feitos de gelo. 

Mais um dia se passava eu apenas observava tudo ao meu redor sem de fato ter vontade de existir, e de estar ali. Eu não passava um dia sequer sem deixar de me culpar por Isabella ter me deixado, todos os dias me recordo da noite em que a liberei de seu castigo depois de ter sumido por vários dias. 

Ah se eu pudesse voltar no tempo... Tudo seria diferente, eu jamais permitiria que o relacionamento dela com aquele garoto fosse para frente, eu jamais deixaria que ele levasse minha pequena para longe de mim. 

Eu havia perdido ela uma vez para sua mãe, e tive a chance de tê-la para mim novamente, mas parece que o destino não nos quer como pai e filha, ou sequer que eu tenha algum contato com ela. 

Renée já não ligava mais para saber como eu estava desde o dia em que a informei que Isabella havia partido, ouvi durante horas o seu choro e seus gritos, ela ameaçou me processar, mas sabia que já não tinha mais o que se fazer, pois foi ela quem havia feito sua escolha. 

Minha filha escolheu seu destino, escolheu seu caminho, se ela queria ter sua família longe de nós, o que eu poderia fazer? Se não aceitar e respeitar sua decisão. Mas ela havia prometido que voltaria, e ela o fez nos três anos que se seguiram, entretanto aparentemente não era o que ela queria. 

O único motivo para que de fato eu tivesse alguma vontade de seguir minha vida era ter Sue ao meu lado, mas eu via a tristeza estampada em seus olhos não só por mim, mas por ela também, pois eu via que algo não andava bem, ela não me contava, absolutamente nada, talvez tentando me proteger de algo, mas ela não conseguia me esconder às coisas. Para piorar mais ainda, Leah estava em uma cadeira de rodas, e não tinha previsão se conseguiria ou não voltar a andar, pois se machucara em uma última luta que teve com alguns vampiros que apareceram e estava somente ela e Jacob. 

Como ninguém sabia da existência de lobos, não tínhamos como levar ela até um médico, no dia em que se machucou pois poderia ser pior. Sam tentou quebrar os ossos para fazê-lo se concertar novamente, mas talvez isso não tenha ajudado muito, até porque ela mesma se recusava a tentar andar, não tinha nem sequer vontade de tentar se transformar em loba, infelizmente ela não se recuperara do luto por Jacob. 

Sim existiam vampiros, isso era loucura, mas descobri em uma noite de fogueira que fui com Sue, ouvi todas as lendas e me interessei por elas, o que me deixava curioso sempre por mais. 

Há um mês Billy teve um ataque cardíaco ao descobrir que seu filho se machucou feio nessa mesma luta com os vampiros e acabou falecendo quando tentou defender Leah, com quem estava namorando. Meu amigo infelizmente acabou falecendo também, sim as tragédias estavam acontecendo uma atrás da outra, e isso não ajudou em nada na recuperação da filha de minha companheira. 

Estava perdido em pensamentos quando ouvi a campainha tocando, Sue estava no banho, e Seth em uma ronda, Leah não podia se levantava sozinha então fui atender. 

— Chefe Swan? – Um homem de pele pálida e olhos escuros me questionara, assim que abri a porta e o encarei, ele era estranhamente familiar. Era estranho me chamarem assim já que me aposentei há alguns anos, mas eu ainda gostava. 

— Pois não? 

— Pediram que lhe entregassem! – Ele estendeu-me um envelope, e eu fitei aquele papel por alguns segundos pensando no que poderia ser. Quando fui agradecê-lo, o garoto já não estava mais lá. Olhei ao redor por um tempo, mas não o achei, e entrei de volta. 

Fui direto para o andar de cima onde eu estava antes e olhei para o envelope novamente, respirei fundo e o abri. Assim que li as primeiras palavras meus olhos já arderam com as conhecidas lagrimas, e meu peito ardeu de saudades. 

Querido pai... 

Caso esteja lendo essa carta, quero informar-lhe que já não pertenço mais a esse mundo, e que um grande amigo meu, foi quem fez o favor de lhe entrega-la. Tive uma vida maravilhosa ao lado da família que construí, mas infelizmente não pude deixar que você estivesse tão presente em nossas vidas, para mantê-lo seguro. 

Jamais me esqueci de você, e mesmo que de longe eu sempre estive próximo ao senhor, sempre velei pela sua segurança e por sua vida, e foi por isso que tivemos que partir. 

Fiquei sabendo da morte de Jacob e não sabe o quão triste eu fiquei, peça para que Seth e o restante do bando cuidem de você por mim, pois minha família e eu já não podemos mais. 

Peça para Leah não desistir da vida, pois sei que viver dependendo dos outros não deve ser tão agradável, e que a compreendo perfeitamente, mas Jake não iria querer vê-la assim. 

Eu gostaria de poder me despedir do senhor com um beijo e um abraço como sempre fazia quando morávamos juntos, mas infelizmente o destino não está muito a meu favor. Espero que um dia possa me perdoar papai, eu te amo demais. 

Não quero que culpe os Cullens também, pois de fato tenho certeza que a muito tempo também já não pertencem mais a esse mudo, pois somente Edward, Alice, Jasper e eu, estamos a muito custo tentando sobreviver o máximo que conseguimos dia após dia, não sabe como está sendo difícil papai. 

Espero que um dia possamos nos encontrar de novo, em circunstâncias favoráveis é claro, ou até mesmo após a morte. 

Dentro desse envelope também tem o número da conta dos Cullens, acho que isso vai ajudar muito a vida de vocês, pagar um tratamento para Leah, e a comprar uma perna mecânica para Paul, sim eu também fiquei sabendo do que aconteceu com ele. 

Acho que de fato dá para que vocês sobrevivam com uma vida bem melhor. 

Ligue para Renée e diga a ela sobre a carta, e peça para que ela vá até minha primeira casa na arvore, pois a dela estará lá, não quero que ela fique brava com você, pois nada do que aconteceu foi culpa sua ou minha, nem de ninguém, não era o que planejávamos, nunca foi. Apenas foi o destino agindo, e nos mostrando o que de fato tem que ser. 

Eu te amo pai, até algum dia. 

Com amor, Bella ♥. 

Eu não podia acreditar no que tinha acabado de ler, as lágrimas já escorriam involuntariamente, e isso machucava demais, queria que ela entrasse por aquela porta dizendo que era mentira, e que tudo não passava de uma brincadeira, ou que outra pessoa fizesse isso, mas não, eu pude reconhecer sua caligrafia tremida. 

Não demorou muito e logo meu telefone tocou, mal o coloquei em meus ouvidos e pude ouvir a voz fraca de Renée. 

— Charlie? – Sim ela estava chorando, e se a carta era verdadeira, ela deveria ter achado dela agora mesmo. 

— É verdade Renée, acabei de ler. – Falei tentando conter minhas lagrimas também, o que era impossível. A dor era abrasadora, e machucava demais, minha filha havia partido desse mundo, e eu nem sequer pude vê-la uma última vez. Ó Deus, porque isso? 

Não conseguia mais responder o telefone, senti uma dor em meu peito, minhas mãos imediatamente foram parar lá, e o ar me faltou, pensar em minha filha morta doeu ainda mais. A escuridão tomou conta de meu corpo e senti o chão em minhas costas, a dor foi terrível, mas minha cabeça girava e eu já não tinha mais forças para me levantar. 

Por um só segundo a dor parou, e pude soltar o ar, mas de repente ela aumentou ainda mais e um gemido escapou de meus lábios, meu coração disparou, e logo o senti perdendo as forças, e inconsciência foi me tomando, minha visão ficou turva novamente, e tudo escureceu, a dor e o desespero cessaram, e eu já não sentia mais nada. 

PDV. BELLA

Estávamos devastados, o silêncio predominava durante horas, Alice corria concentrada, assim como Edward, Jasper que sempre fora o mais estratégico, já não tinha mais aquela garra estampada em seus olhos, e eu estava perdida. 

Desde o dia em que conheci Edward, as coisas nunca foram fáceis para nós, mas pensávamos que quando eu me tornasse uma imortal, talvez os riscos diminuíssem, e poderíamos passar a eternidade juntos como uma família feliz. 

Mas como sempre o destino gosta de nos surpreender, jogando em sobre nós o peso de nossas escolhas. Hoje já não tínhamos mais a família completa e feliz que éramos, há algumas semanas fomos atacados na casa onde morávamos com os DenÁlis, e perdemos a maior parte da família, somente nós nos salvamos, pois estávamos caçando na hora do ocorrido. 

Alice não conseguiu prever o ataque, pois alguém que estava envolvido sabia sobre seu dom, mas não conseguiu esconder as mentes de Edward, e por isso conseguimos fugir a tempo. Desde então não temos mais sossego e mal nos alimentamos, mantemos nossas vidas fugindo desses malditos. 

Percebi todos parando de correr aos pouco, e assim o fiz também, eu já estava quase protestando, pois tínhamos que continuar, quando Alice me interrompeu. 

— Bella está na hora. – Edward respirou pesadamente, mas Jasper a olhou tão confuso quanto eu. 

— Do que está falando Alice? Temos que continuar vamos. – Mas ela me olhava tristemente. 

— Acabou Bella, acabou já não dá mais, eles nos cercaram. – E só então entendi do que ela falava, e o desespero me assolou, eu não estava pronta para deixar a vida agora, eu pretendia continuar lutando pelo que conquistei, eu queria viver a eternidade. 

— Alice temos que continuar não podemos desistir, tem Charlie e... – Ela me olhou como quem se desculpando, e só então entendi. – Charlie também? – Perguntei e ela assentiu. 

As coisas também não estavam indo bem em Forks, Jacob morreu há um tempo atrás, e isso acabou comigo pois não pude ir ao seu enterro, e nem ao menos me despedir de meu amigo. Leah e ele estavam namorando, mas agora ela estava de cadeira de rodas, e recusa-se a se tratar, o pobre Seth estava se desdobrando para cuidar dela. Billy também havia falecido quando soube da morte de Jake, e eu tinha certeza que Charlie não estava nada bem. 

Mesmo não podendo falar com eles, e antes disso tudo acontecer eu sempre corria nas redondezas de Forks e acabava descobrindo o que estava acontecendo, o que me machucava ainda mais, Edward sempre teimava que isso só piorava, mas eu não podia simplesmente deixá-los. 

Fui tirada de meus devaneios pelo abraço de Edward, me estendendo um papel velho que estava dobrado em seu bolso. 

— Escreva algo para ele. – Ele disse compreendendo meus pensamentos. 

— Não dá mais tempo. – Comecei ouvir bem ao longe barulhos de vozes e passos. 

— Sim dá, deixe embaixo daquele tronco, Fred vai encontrar e vai entregar, lhe garanto. – Alice avisou com pesar. 

Eu sabia que eu devia isso a ele, ele precisava de ao menos um adeus, e assim eu o fiz, eu esperava poder encontra-lo para onde quer que nós fossemos e abraça-lo, e em menos de trinte segundos a carta estava pronta, peguei outro pedaço de papel, e escrevi para Renée também, como os dinheiros dos Cullens estavam em duas contas, deixamos cada um deles com uma, aquilo seria suficiente, para o resto da vida deles, e até para seus descendentes. 

Assim que terminei de escrever, deixei no local indicado por Alice, e me aproximei de Edward, os barulhos estavam mais próximos, e eu pude sentir a tensão que fora estabelecida. 

— Desafiamos o destino. – Ele comentou. 

— Sim desafiamos, mas pelo jeito ele não estava ao nosso favor. – Fitei o horizonte, onde o barulho estava ainda mais alto. 

— E nem a eternidade. – Ele suspirou tristemente. 

— Nossa vida vai acabar aqui, hoje, mas eu não me arrependo de nada. – Falei uma última vez recostando em seu peito, e ele me abraçou. 

— Eu também não, sempre vou te amar, não importa para onde vamos, e nem o que vai ser de nós, você sempre será minha vida. – Ele depositou um beijo em minha testa. 

— Eu também te amo Edward, obrigado por proporcionar os melhores anos ao meu lado. – Agradeci, e voltei ao seu abraço, ele nada disse, ficamos ali observando, e aguardando, talvez ela fosse doer, ou talvez não, mas só queria ter a certeza, de que existiria vida após a morte, e que lá eu tivesse minha família de volta, e ser feliz na eternidade. 

Talvez fosse isso que deveria acontecer de fato desde o início, ou talvez o destino nos pregou uma peça, e por conta de uma única decisão, hoje estávamos sofrendo as consequências. Edward puxou meu rosto para si e me beijou, um beijo calmo e lento, um beijo de despedido, mostrando-me todo seu amor e devoção. Correspondi da mesma forma intensa, eu não queria que fosse assim, mas se é para ser mesmo, não tinha o ser feito, entretanto, eu só tinha a agradecer, por estar morrendo ao lado de quem me amou até nosso último dia juntos. 


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Notas finais do capítulo

Oii gente.. Bem diferente de tudo que eu escrevo né? Mas achei interessante escreve-la pois praticamente ressuscitei minha primeira fic, e como sabia que ela não tinha futuro, fiz essa one :)Eu espero que tenham gostado, pois mesmo que a ideia seja de cinco minutos, demorei um certo tempo para conseguir finaliza-la, até porque foi minha primeira one.Mereço Reviews? Beijos, e até a próxima..



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