A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 20
Rosa Azul


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem com vocês? Já estão fazendo as decorações de natal? Eu ia montar minha árvore com meus livros, mas aí lembrei que meu irmão faz cosplay de Travis Stoll então desisti :/
Espero que gostem do capítulo.
Enjoy!



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Quando Poseidon aprofundou o beijo, Atena teve a sensação de que seus ossos eram feitos de gelatina e que seu cérebro iria dar curto. Ele colou seus corpos e ela ofegou.

A temperatura da biblioteca estava aumentando e o ar estava começando a ficar rarefeito. Poseidon lembrou que Atena não era nenhuma de suas ficantes então decidiu ir mais devagar. Puxou o lábio inferior dela uma última vez e terminou o beijo.

— Isso foi... – começou ela.

— Intenso – completou.

— Eu diria inesperado, mas intenso também serve – disse ao sentar-se na poltrona que tinha ali perto.

— A seção de terror nunca mais será a mesma – comentou passando os dedos nas lombadas dos livros. — Considere-se punida Lady Atena – disse com uma piscada.

Atena jogou uma almofada nele depois de revirar os olhos.

— Vou fingir que não sei que esse seu revirar de olhos na verdade foi uma forma de dizer que adorou corujinha – cruzou os braços e encostou na estante.

— Ah claro. É obvio que uma deusa casta gosta de ser agarrada numa biblioteca – revirou os olhos de novo.

— Quanto a Ártemis e Héstia eu não sei, mas não senti você fazer nenhuma objeção quando “te agarrei” – retrucou fazendo aspas no ar e com um sorriso torto estampado.

— Você é insuportável – disse jogando mais uma almofada.

— E você é linda – retrucou com um sorriso. — Principalmente corada.

— Com licença – disse tentando controlar seu rubor, saindo da biblioteca em seguida.

Pode ter sido só impressão, mas Poseidon viu um mínimo sorriso aparecer no rosto de Atena antes dela cruzar a porta. Deu um longo suspiro, passou a mão nos cabelos e foi para a sala de jogos.

***

Atena deu uma passada rápida no quarto para ver se seu caderno de desenho ainda estava guardado na gaveta do criado mudo. Por sorte ela o encontrou no mesmo lugar, pegou o caderno e o estojo e rumou para o gramado.

Como sempre, fez esboços de coisas aleatórias antes de conseguir se concentrar para desenhar algo que fizesse sentido. Depois de cinco minutos aquecendo, ela começou a desenhar a vista que tinha da lua quando ia às ruínas do templo de Poseidon. Por ironia do destino era lá que ela ficava mais bonita.

Após muitas paisagens prontas, ela deixou que sua mente vagasse até terminar o desenho. Ela olhava para o papel mas não necessariamente estava vendo o que fazia, seu cérebro mandava e ela apenas reproduzia. Alguns minutos depois o desenho enfim estava feito e ela teve uma surpresa quando viu o que era.

— Isso é uma rosa de água? – perguntou Poseidon sentando-se ao seu lado.

— Aparentemente sim – respondeu ainda olhando para o papel.

— Bem realista – comentou.

— Acho que fazer projetos 3D ajuda um pouco – deu de ombros.

— Você ainda consegue pegá-las? – perguntou olhando para ela.

— Não sei. Não tento desde que começamos a brigar – respondeu com um sorriso sem graça.

— E não conseguiria se tentasse. Ela só vem quando nós dois não brigamos, eu tentei – explicou dando de ombros.

— Vamos testar então. Consegue trazer a água até aqui? – deixou o caderno no gramado e se virou para ele.

— Posso tentar. Não sei o quanto meus poderes foram diminuídos – respondeu puxando a água em seguida. — Pronto – disse depois de juntar uma boa quantidade entre suas mãos.

— Certo. Vamos ver se consigo – disse colocando a mão na água e puxando de lá uma rosa liquida.

— Agora assopra – disse enquanto “guardava” a água.

— Essa é a parte mais legal – assoprou e a rosa que antes era liquida, virou uma rosa azul.

— Tive que conversar com Perséfone para conseguir fazer isso – explicou.

— Ela me disse – respondeu guardando a rosa dentro do caderno. — Você faz o almoço – afirmou, indo para a cozinha logo em seguida.

— Por que eu que tenho que fazer o almoço? – perguntou indignado.

— Porque você é um cavalheiro e vai deixar sua incrível colega de quarto jogar videogame enquanto você cozinha – respondeu dando-lhe um beijo na bochecha antes de subir.

— Se aproveita da minha nobreza – resmungou enquanto pegava os ingredientes.

***

Depois que Atena leu a coleção de Assassin’s Creed o enredo dos jogos tinham ficado bastante previsíveis, mas ainda assim era divertido para ela ficar bolando estratégias para cumprir as missões sem entrar em conflitos desnecessários com os guardas. Na opinião dela, quanto mais guardas melhor.

Estava quase completando a primeira memória do personagem quando Poseidon entrou no cômodo.

— O almoço está pronto, incrível colega de quarto – avisou assim que abriu a porta.

— Muito obrigada colega de quarto.

— Cadê o incrível? – perguntou fazendo um biquinho fofo.

— Eu morreria asfixiada com seu ego se te chamasse de incrível – respondeu dando pause no jogo.

— Deuses não morrem corujinha – respondeu revirando os olhos. A convivência realmente estava afetando seus costumes.

— Seu ego é tão grande que isso se tornaria possível peixinho – retrucou.

— Quando uma pessoa tem teto de vidro, não deve ficar jogando pedras no dos outros corujinha – filosofou dando uma piscada em seguida.

— Aristóteles ficaria orgulhoso – brincou, dando-lhe outro beijo na bochecha. — Vamos almoçar.

— Percebe como sou incrível? – perguntou quando desciam as escadas. — Eu sou lindo, um dos três grandes, tenho um sex appeal gigante, sei tocar vários instrumentos e agora descobri que sou filósofo. Deuses! Eu casaria comigo mesmo se fosse possível – disse se abraçando.

— Acrescente humilde a essa lista peixinho, você merece – sugeriu enquanto lavava as mãos.

— Muito obrigado corujinha.

— Não foi nada – respondeu. — O que temos para o almoço?

— Strogonoff.

— Vamos ver se fiz bem em te deixar assumir a cozinha – disse se servindo.

— Você me obrigou – se serviu também.

— Não. Eu usei um argumento seu contra você mesmo, é diferente – respondeu sorrindo travessamente.

— Só prova e me diz o que achou – pediu impaciente.

— Tem certeza que não sabe cozinhar? – perguntou depois de provar.

— Mary cozinhava para mim quando eu estava deprimido – respondeu dando de ombros. — Ela ficava conversando comigo enquanto fazia as coisas, acho que foi assim que aprendi – completou depois de trazer a jarra de suco.

— Agradeça a ela por mim depois, isso aqui está realmente muito bom – disse com os olhos fechados.

— Eu não. O ego dela vai ficar lá nas alturas – respondeu.

— Qual é mesmo a filosofia dos tetos de vidro? – fez uma retórica.

— Direi a ela – exasperou-se. — Mas o mérito deveria ser meu, afinal fui eu que cozinhei – fez o biquinho fofo novamente.

— Ok pescador. A comida que você fez está maravilhosa, parabéns.

— Muito obrigado corujinha – agradeceu em tom modesto.

— Eu lavo a louça desta vez, depois a gente pode passar o resto da tarde jogando ou assistindo filme, sei lá – sugeriu enquanto o ajudava a tirar a mesa.

— Eu acho melhor a gente assistir CSI.

— Que seja então – deu de ombros.

***

Atena protestou quando Poseidon sugeriu que assistissem o CSI Las Vegas. Ele aguentou firme e não gargalhou quando ela percebeu que ele estava zombando dela. Escolheram então o de NY e passaram o resto da tarde no sofá assistindo a primeira temporada.

Na metade do décimo episódio, mais ou menos oito e meia da noite, um bilhetinho rosa apareceu. Abriram e leram a única frase que tinha ali.

“Hora do jantar”.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Vou fazer o possível para revelar o segredo de Atena no próximo capítulo *u*
Até mais!