A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 14
Pont des Arts


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem com vocês? Algum tributo pirando com o filme que está perto da estréia? Estou quase subindo pelas paredes aqui e_e
Enfim, espero que gostem do capítulo foi feito com muito amor e carinho.
Enjoy!



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No outro trem eles também sentaram lado a lado, porém não tão próximos quanto antes. Ambos passaram o caminho em silêncio, totalmente imersos em seus pensamentos e preocupações.

Ao chegarem à estação, concordaram que antes de tudo procurariam um restaurante e só depois iriam aproveitar o passeio. Como não poderia deixar de ser, comeram espaguete à bolonhesa com uma taça de vinho e enfrentaram olhares maliciosos de ambos os sexos, causando ciúmes pelas duas partes. Não que eles fossem admitir isso, claro.

— Fala sério Atena! Estava muito claro que se pudesse você fulminaria aquela moça com o olhar se ela abrisse mais o decote. – disse rindo ao saírem do restaurante.

— Ah claro. Como se você não fosse esganar aquele homem se ele desse mais um olhar na minha direção. – retrucou em tom de descrença.

— Se ele tivesse poderes tele cinéticos você ficaria despida no mesmo instante que entrou lá minha querida. – explicou-se parando na sua frente. — Não que seja uma visão ruim, mas eu quero que seja exclusivamente minha. – completou dando uma piscadinha e usando um tom sedutor.

— Deixa de ser idiota! – gritou ao mesmo tempo em que socava o braço dele.

— Você fica tão linda corada! – falou fazendo-a corar mais. — Eu estava brincando corujinha. Vamos à torre ou vamos andando até lá passando pelos museus? – perguntou.

— Vamos primeiro ao Jardim de Luxemburgo, de lá pegamos um táxi até o Campo de Marte. – respondeu pegando sua mão e entrelaçando os dedos. — Da torre a gente vai andando até a ponte. Creio que assim poderemos aproveitar bem o dia. – completou em tom um pouco distante.

— Então quer dizer que nosso dia romântico contará com um passeio de 45 minutos da Torre Eiffel até a Pont des Arts? – perguntou perto de seu ouvido e quase perdeu a linha de pensamento com o cheiro inebriante de morango. — Mal posso esperar para andar tanto. – completou sussurrando.

As pernas de Atena ficaram bambas quando o hálito quente de Poseidon bateu em seu pescoço, porém ela apertou um pouco mais a mão dele e devolveu na mesma moeda.

— Peço que não faça isso novamente. – pediu enquanto falava pertinho do ouvido dele. — Ou sua testosterona que vai sofrer as consequências. – como que para provar seu argumento, ela deu uma mordida de leve no lóbulo da orelha de Poseidon, que estremeceu com o toque.

— Seu desejo é uma ordem madame. – respondeu deixando as gracinhas e o flerte de lado.

— Já que estamos resolvidos podemos ir. – declarou enquanto começava a guia-lo rumo ao Jardim de Luxemburgo.

***

Os dois não demoraram muito no jardim, apenas andavam distraidamente pelo lugar enquanto conversavam trivialidades e sorriam bastante. O jeito que os dois andavam e se tratavam era de dar inveja a qualquer casal mortal.

—... então cheguei ao quarto dela e a encontrei de um jeito muito íntimo com seu marido. – disse ele lembrando-se da vez em que entrara no quarto de Afrodite por engano enquanto estava bêbado. — Foi a primeira vez que a vi corada na mesma intensidade que você corujinha. – completou com um sorriso.

— Pelo menos não foi você que encontrou seu pai e sua madrasta fazendo isso na sala dos tronos. – respondeu corando ao lembrar-se da cena. — A senhora Grace foi uma pimenta muito forte para o relacionamento dos dois. – completou com um sorriso meio malicioso meio envergonhado pelo comentário.

— Ah então foi por isso que ficamos dois meses fazendo reuniões em sua biblioteca! – disse olhando para ela com um sorriso afetado. — Hera passou esse tempo todo sem olhar pra você sem corar. É incrível como mesmo você sendo adulta ainda consiga passar por traumas de infância. – riu-se dela.

— Como se pegar a deusa do amor fazendo amor não fosse nada traumático. – retrucou revirando os olhos. — Vamos logo pegar o táxi. – disse sem dar-lhe chance de resposta.

***

Cerca de 15 minutos depois eles já estavam no Campo de Marte, ainda de mãos dadas, caminhando lentamente rumo à torre.

— Achei meio desnecessário você dizer ao taxista que éramos casados. Ele só estava sendo gentil. – disse com tom indiferente por fora, mas com uma estranha ponta de felicidade por dentro.

— Você usou esse argumento ontem no restaurante com aquela garçonete. – retrucou em mesmo tom. — Ela também só estava sendo gentil. – completou com tom impertinente.

— Certo. – disse dando-se por vencida. — Já que você não consegue ver diferença no modo que aquela garçonete estava praticamente tirando a blusa para que você reparasse nela e no modo que o taxista estava conversando comigo sobre como me pareço uma deusa grega faremos o seguinte: quando nossa tarefa for feita fora da nossa casa, seremos casados. Assim evitamos manifestação de ciúmes da sua parte e vergonha alheia da minha. De acordo? – perguntou estendendo a mão.

— Primeiro: eu não reparei na garçonete depois que você chegou; segundo: o taxista estava te cantando; terceiro: não sou só eu o ciumento. Porém estou de acordo. – disse pegando sua mão.

— Não vou repetir que não sinto ciúmes. Vamos logo para a torre, o sol está quase se pondo e quero ver de lá de cima. – arrastou-o pela mão.

— Sim minha senhora. – respondeu em tom brincalhão.

— Deixe de ser idiota, Philip! – retrucou em tom irritado, porém com um sorriso.

Lá de cima da torre a vista do pôr-do-sol era espetacular. Ele a abraçava por trás e apoiava o queixo no ombro dela, a fim de ficar da mesma altura que ela para não ter que falar muito alto.

— Se semana passada alguém viesse até mim e me dissesse que hoje eu estaria fingindo ser seu marido e vendo o pôr-do-sol em Paris com você eu riria da pessoa e a mandaria ir pra um hospício. – disse depois de algum tempo.

— Faço das suas as minhas palavras. – respondeu com um mínimo sorriso. — Só a louca da Afrodite para nos fazer passar por isso.

— Acho que ela acredita que juntar casais impossíveis é a coisa mais legal do mundo. – comentou. — Já que o sol se pôs podemos começar nossa caminhada? – perguntou depois que o céu deixou de ficar alaranjado e as estrelas começaram a surgir.

— Podemos sim. – respondeu se desvencilhando do abraço para iniciarem o passeio.

***

Eles estavam novamente de mãos dadas, andando calmamente até a ponte, que agora se encontrava a apenas dois minutos de caminhada. Ao chegarem lá Poseidon separou suas mãos para conseguir colocar o cadeado, que por alguma brincadeira do destino estava ao lado do de Afrodite e Hefesto.

— Qual o propósito de Afrodite nos mandar prender um cadeado em uma ponte? – questionou antes de jogar as chaves no rio.

— Dizem que esses cadeados representam o amor e a chave jogada no rio representa o compromisso. A única maneira de rompê-lo é achando a chave no rio, mas existem alguns que voltam aqui com alicates. – respondeu dando de ombros.

— Então Afrodite nos forçou a prender um cadeado nessa ponte porque acha que temos um compromisso? – perguntou com um quê de incredulidade na voz.

— Cada louco com suas manias. – disse simplesmente antes de se distrair com a água.

Poseidon a observava atentamente, ela olhava fixamente para a água, mas ao mesmo tempo parecia não vê-la, distraída demais com seus próprios pensamentos. Depois de um tempo ele parou de prestar atenção no que ela fazia e começou a prestar atenção em sua beleza (que não era pouca).

Olhos cinzentos, cabelos loiros, rosto bem definido, pele macia e caracterizada pelo aroma de morango que tanto o inebriava. E os lábios... Poseidon sentia certa curiosidade sobre eles. Será que eram tão macios quanto aparentavam ser? Ele tinha esperanças de descobrir.

Atena parou de olhar a água e virou-se para Poseidon, que também aparentava estar saindo de um transe. Ambos estavam perdidos no olhar do outro e se aproximavam devagar até que num momento seus lábios se tocaram e uma corrente elétrica passou pelo corpo de ambos. Ela arregalou os olhos no início por causa da surpresa, mas logo se entregou ao beijo colocando uma das mãos nos cabelos dele, que com o toque voltou a si e separou seus lábios dos dela.

— Deuses! Desculpe-me Atena, eu não queria faltar o respeito com você, é só que... Eu não sei onde estava com a cabeça quando fiz isso. – desculpou-se histericamente.

— Não se desculpe Poseidon, eu não o afastei de qualquer modo. – disse dando de ombros.

— Seu primeiro beijo não era pra ser dessa forma corujinha. – respondeu ternamente. — Eu estraguei esse momento seu.

— Eu não concordo. – disse solenemente. — Fiquei surpresa no início, mas como pôde perceber em momento algum eu o afastei.

— Vamos fazer o seguinte então... – começou. — Esqueceremos o que aconteceu momentos atrás e tentaremos de novo, dessa vez do jeito certo. De acordo? – perguntou olhando-a nos olhos.

— De acordo. – respondeu devolvendo o olhar.

Então Poseidon colocou uma mão na cintura de Atena e a outra ele usou para acariciar a bochecha dela antes de coloca-la na cintura também. Atena passou o polegar pela bochecha dele e depois pelos lábios e olhou-o nos olhos antes de colocar uma das mãos em seu ombro e se aproximar.

Poseidon colou seus lábios suavemente, sentindo a maciez dos lábios dela e a corrente elétrica novamente, aproveitando o momento. Porém quando ela colocou uma mão nos cabelos dele e puxou-o mais para perto, ele perdeu o pouco controle que ainda tinha e aprofundou o beijo. Atena ofegou com o ato, mas não se opôs. Quando o ar se fez necessário, eles separaram o beijo devagar e ficaram com as testas coladas e os olhos ainda fechados.

— Esse foi um ótimo primeiro beijo. – comentou ela em voz baixa.

— É sempre um prazer ajuda-la milady. – respondeu sorrindo.

— Sinto muito em desapontá-lo com essa quebra de clima, mas precisamos voltar para Londres. – disse olhando-o nos olhos.

— Concordo. Acho que Paris já deu o que tinha de dar. – respondeu com uma piscada.

— Então vamos, nós jantamos em algum restaurante perto da estação. – sugeriu antes de pegar sua mão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ficou bom? (geralmente não gosto das minhas cenas de beijo, portanto peço que me deem sua opinião)
Até o próximo *u*