Tudo que ele não tem escrita por , Lis


Capítulo 5
Quatro - Matheus


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui estou eu novamente!
Pessoas que gostaram da Helô se manifestem porque tem muito dela nesse capítulo ♥
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538186/chapter/5

C H A N T A G E M

{s.f. Pressão exercida por alguém para obter algum favor mediante ameaças}


Antes de falar para Anna todo o meu plano, sorrio para seu olhar desconfiado e recordo-me da conversa que tive com Gustavo naquela mesma manhã.

Ele me olhava com uma sobrancelha arqueada.

Eu o conhecia desde os oito anos e tinha acompanhado a sua evolução de menino magrelo e bronzeado para o craque do futebol que competia comigo no quesito 'fazer as meninas suspirarem', ou pelo menos ele competia até admitir ter um penhasco por minha prima e passar a ser um bobão apaixonado nas horas vagas.

Não. Ele não ficou escrevendo coraçõezinhos no caderno e poemas água com açúcar, ele simplesmente virou um retardado quando se trata de pegar uma garota ou ter qualquer gesto que implique com isso. Ele é meio que gamado por Leah, só faltava babar quando ela está por perto. Coisa de melhor amigo. Tem que atura-lo, mesmo que ele esteja irritando como um chiclete grudado no tênis. E é por essas e outras que entendo o que ele quer dizer com essa expressão. Iria falar algo que iria me irritar.

Suspiro.

— Diga logo.

— Conversei com a Anna hoje - ergo as sobrancelhas e espero que ele não tenha feito uma besteira - Pedi desculpas pra ela. Sabe, pelo que aconteceu no nono ano.

Revirei os olhos e dei mais uma mordida no meu sanduíche.

— Por que tu fez essa burrada? Com certeza ela não gostou.

Ele franze a testa.

— Como sabe que ela não gostou?

Rio.

— Porque aquela menina é doida, Gus. E com certeza ela espera que eu vá até ela com flores e cavalo branco para pedir desculpas por tudo que aprontei. Eu não sou santo e ela sabe disso.

Ele ri também e tamborila os dedos na mesa da lanchonete.

— Não acho que ela espere isso tudo não, Matt. Além disso, pare de mostrar essa armadura falsa de durão, nós dois sabemos que você ainda se culpa por isso - responde - Eu concordo com o que Leah disse. Eu até entendi esses seus momentos de "garoto revoltado" quando você estava de luto, mas desse jeito você vai ser expulso do colégio, cara.

Maldita hora aquela que eu fui contar para ele a bronca que eu tinha levado da minha prima. Além de ouvir a hesitação de Gus no telefone - porque ele estava em dúvida se defendia a garota que gostava ou o melhor amigo - ainda teria que aturar isso.

O mundo se reuniu para te passar um sermão, Matheus! Siga o caminho, volte a ser o garoto bonzinho! Tenha um objetivo em mente!Parecia que eu estava recebendo um processo de 'reabilitação' gratuita.

— Gus...

— Estou falando sério - me interrompe - Acho que já está meio óbvio que acho sua prima maravilhosa.

— Controle a emoção - murmuro.

— E que fico meio lerdo quando estou perto dela - continua - E...

Faço uma careta.

— Olha, não precisa declarar sua paixão por Leah pra mim, ?

Ele enterrou o rosto nas mãos.

— Estou querendo dizer que não é por tudo isso, por causa dessa coisa toda que eu sinto, que ela tem razão. Te aturo desde a infância, conheço você.

— Esse papo meio broxante. - começo, mas ele me interrompe com um olhar sério.Faz tempo que ele não me lança olhares assim.

— Falei com a Anna porque acho que ela pode te ajudar.

Paro um instante para encará-lo perguntando-me se Gustavo fumou alguma coisa antes de me encontrar para almoçarmos

— Ficou maluco?

— É só unir o útil ao agradável, Matt. É simples. - sorri pra mim.

Sua comida continua intocada. Eu disse que ele tinha virado um bobão apaixonado, mas ainda tinha seus momentos de consciência, e eu também conhecia esse sorriso. Ele iria aprontar alguma, ou estava planejando alguma coisa para eu aprontar. Provavelmente era a segunda opção.

— Eu devo perguntar o que isso significa? - indago.

— Anna Clara Bennet - fala e se reconsta na cadeira - Ela pode ser uma nerd raivosa na maioria das vezes, mas acho que você consegue. Além de que ela é bem legal e eu ainda não entendo porque você fez aquela burrada com ela no nono ano, mas...

Franzi a testa.

— Espera... Você quer que eu tente alguma coisa com a Anna?

Tentei me controlar para não gargalhar ou fazer uma careta. Pro inferno que eu ia me envolver com mais coisas relacionadas aquela menina.

— O quê? - ele demora um minuto para entender - Claro que não, Matheus!

Revira os olhos para complementar:

— Você e sua mente poluída.

Ri e passei as mãos pelo cabelo, impaciente.

— Ok, Anna Clara - repeti - O que eu posso pretender fazer com ela além de pensamentos sujos? Porque aquela garota é mais irritante que Dora, Aventureira.

— Não é óbvio, Matt? - fala como se eu fosse retardado - Estudar!

Engasgo e não consigo controlar a risada. Rio tanto que meu corpo se dobra pra frente. Era como se ele estivesse acabado de inventar uma piada. Estudar? Com a Bennet? Hilário!

— Você não pode está falando sério.

Ele continuava sério.

— Só pense sobre isso, é um ótimo momento para aproveitar a oportunidade. - conclui - E também um ótimo momento para você deixar de ser tão idiota.

***

Olho o relógio por um momento e observo Anna e sua expressão quieta.

— Que tipo de acordo? - pergunta por fim.

Observo que hoje ela está diferente do habitual. As calças folgadas demais para seu peso foram trocadas pelo uniforme do colégio, casaco e por um All-Star vermelho. Os cabelos estavam presos em um coque, deixando a franja solta e melhorando a visão do seu rosto que quase sempre está parcialmente escondido pelos cachos. Quando ela ergue o olhar, notadamente curioso, posso ver as pequenas sardas em suas bochechas e pergunto-me porque nenhum outro garoto nunca deu a devida atenção a ela. Jesus, essa menina torna-se mais esquisita a cada dia.

— Você já deve ter ouvido falar que minhas notas nem sempre são as melhores - começo.

— Se com isso você quer dizer que são péssimas, sim - responde - Não é novidade.

Ignoro o comentário.

— O negócio é o seguinte: Estou ferrado, Anna.

Ela franze a testa.

— E daí?

— E daí que eu preciso de ajuda. E você é a melhor opção que eu vejo, então eu preciso...

— Que eu te ensine? - ouço um engasgo e a fito para ver sua gargalhada estrondosa.Ela ri tanto que eu penso que está tendo uma crise de asma. Seus olhos brilham de lágrimas não caídas e suas bochechas ficam vermelhas.

Cruzo os braços e a encaro bravamente.

— Acabou?

— De onde você tirou uma ideia doida dessas? Eu não vejo porque eu iria aceitar essa proposta ridícula, Matheus.

Suspiro.

— Anna, eu sei que não é da minha conta, mas eu soube quando a sua mãe morreu há dois anos e eu sinto muito, de verdade. - falo e seu sorriso desaparece - Eu conheci você antes disso acontecer e você nunca foi tão fechada para o mundo. Você mudou.

— Como quer que eu acredite nas suas palavras depois de tudo que aconteceu? - murmura e ela faz uma careta - Cansei de mentiras, Matheus.

— Não estou mentindo. Mas, eu preciso da sua ajuda e em troca deixe-me ensiná-la a dançar, assim irei saber se sou bom o suficiente para propor algo ao Dr. Lucas. Para ensinar aos dependentes tudo que sei. - respondo - E eu sei que isso fará bem para você.

Ela parece ultrajada.

— Está me usando para propor a reforma do local? Caramba, eu mesma posso fazer isso sozinha, sabe?! Eu posso conversar com ele!

Ela sai marchando para a saída, mas eu a seguro pelo braço e a puxo para mim.

— Você sabe que sou eu que preciso enfrentar as consequências dos meus atos e fazer isso.

Ela revira os olhos e eu seguro sua cintura.

— Por que tem tanto medo de dançar comigo?

Toco seu queixo e o levanto para que eu possa olhar em seus olhos.

— Eu não tenho medo.

— Então me ajude! - exclamo.

— Mas aonde 'dançar' se encaixa na equação? Porque eu não me lembro de estar interessada nisso!

— Só quero te mostrar que você pode se soltar, ser mais divertida.

— Ah, claro - ironiza - Então você quer me ensinar seus dotes?

Não posso controlar o sorriso malicioso que se forma na minha boca após essa frase.

— Em troca de sua ajuda, posso fazer esse sacrifício.

— Não posso ser sua professora particular. Não posso te ensinar tudo que aprendemos durante todo o ano letivo, Matheus!

— Você só precisa me ajudar com as últimas provas.

Ela pondera e retira minhas mãos da sua cintura.

— Preciso pensar sobre isso.

Sorrio e solto-a totalmente. Indo até a porta junto com ela e a trancando com a chave que eu achei guardada em uma das gavetas do meu quarto.

— Anna? - chamo quando ela já está voltando e ela paralisa no corredor.

— Diga.

Sorrio.

— Obrigado.

Ela me olha com a sobrancelha arqueada como se não esperasse o agradecimento e volta a caminhar em direção ao nosso trabalho.

O cronograma de hoje dizia que iríamos ajudar na limpeza dos quartos junto com os outros funcionários, além de ajudar na recreação e conversar com os dependentes do grupo terapêutico que participamos ontem. Doutor Lucas achou melhor nos deixar em contato principal com quatro pacientes que já estão mais estáveis da abstinência e que não precisam de tanto cuidado quanto outros que ainda estão em um momento difícil da reabilitação.

Depois de algumas horas ajudando uma senhorinha a varrer e arrumar as camas, encontro Anna sentada na mesa de xadrez com Yago. Helô sorri pra mim ao me ver e acena para eu me sentar ao seu lado no sofá marrom em frente à televisão. Assim que chego perto, sou puxado e ela ergue a cabeça para aproximar seus lábios do meu ouvido:

— Por que a menininha ali é tão tímida?

Rio.

— O que você quer dela, Helô?

— Eu só queria dar um beijo nela, oras! - respondeu como se fosse simples - Mas ela foi jogar xadrez com aquele chato do Yago.

Sorrio e me afasto um pouco para que não pensem que está rolando algo.

— Desculpe, Helô - falo - Mas não acho que vai rolar nada entre você e a Anna não.

Aff! — responde - Esse povo hétero que não se abre aos prazeres do mundo.

Gargalho com sua reação.

— Sinto muito por você. Além de que não podemos interagir dessa forma com vocês, aí sim estaríamos ferrados.

Ela dá de ombros e algumas mechas de seu cabelo roxo se soltam do rabo de cavalo. Está usando shorts e uma camiseta preta, noto também uma grande tatuagem gravada no seu tornozelo, uma fênix.Seu olhar acompanha o meu e ela sorri deslizando os dedos pelas grandes asas do pássaro na sua perna direita.

— Não ficou tão boa quanto o meu desenho, mas o Ramon fez o seu melhor.

Surpreendo-me.

— Você desenha?

Ela solta uma risada.

— Digamos que eu tenho uns rabiscos legais, riquinho. Mas, desenhar não tira ninguém da favela então deixei esse hobbie de lado.

Olho novamente para a fênix e recordo-me de Fawkes, a fênix de Dumbledore do universo de Harry Potter. Obviamente o desenho não estava igual, mas a tinta vermelha da tatuagem fazia semelhança com o animal fictício.

— Está incrível, Helô. - elogio e ergo o olhar para seu rosto surpreso - E pare de me chamar de riquinho.

— Quer que eu te chame de gostoso? - ela passa a língua no lábio inferior e eu rio.

— Matt está ótimo.

— Que sem graça, riquinho - responde e sorri voltando a olhar para Anna e seu xadrez - O que você e a Anna foram fazer naquele prédio velho? Eu vi vocês passando pelo meu quarto.

Também observo os movimentos da garota que acaba de derrotar Yago. O cara xinga baixinho e depois cumprimenta a parceira de jogo.

— Só fui mostrar a ela algo lá dentro. Discutimos um pouco.

— Ah, vamos lá - ela sorri e volta a se aproximar de mim - Conte-me mais, vocês são os voluntários mais divertidos que chegaram aqui. Dá pra perceber que ela está meio distraída com algo e você está com um novo brilho no olhar.

— Brilho no olhar? - rio.

Ela deita a cabeça em meu ombro.

— Ainda não é paixão e eu nem gosto dessas porras. Mas, tem algo rolando.

— Helô... - tento afastar sua cabeça e ela ri de novo quando se senta direito e cruza as pernas.

— Vou te contar uma coisa que ainda não contei para a Dra. Angela - murmura e sorri olhando para o chão - Eu fugi há um mês porque alguém ligou pra mim e disse que a situação tava feia lá, sabe? Eu não ligo de contar as bostas que aconteceram na minha vida, mas meu pai bate muito na minha mãe, sabe? Ele desce o cacete nela e pega todo o salário dela pra comprar todo tipo de droga. Convivi com isso a minha vida inteira e tenho um irmão que conseguiu sair da favela e tá na faculdade, eu viciei na maconha, mas ele me trouxe pra cá. Eu só fugi porque me disseram que minha mãe tinha levado uma surra que foi parar na emergência e eu tinha que ver ela.

Não sei o que falar por alguns minutos e ergo as sobrancelhas para o sorriso que ainda permanece em seus lábios após o relato

— Eu não fui forte o suficiente para não pegar um e fumar depois de ver ela. Mas eu ainda tenho esperança, pode está tudo uma desgraça, mas ainda tenho esperança de ficar sóbria e ajudar meu irmão a tirar ela de casa. - ela começa a rir e me olha realmente surpresa - É tão massa, sabe? É a primeira vez que eu acredito que tenho esperança nisso.

Ela ri ainda mais. Gargalha tanto que Anna e Yago, que estão se aproximando da gente, riem também como se tudo fosse uma grande piada. É tão esquisito e legal que eu me sinto estranho, como se não risse assim há muito tempo. Depois de nos acalmarmos, Anna se senta em uma poltrona ao meu lado enquanto Yago senta-se no tapete felpudo aos nossos pés.

— O que foi tudo isso? - pergunta - Helô e mais uma loucura dela?

Helô ainda tenta controlar o riso.

— Com certeza. A maior de todas, Yago. Pena que tu perdeu.

Ele sorri.

— Realmente uma pena - noto o tom de flerte dele como se ele apreciasse o riso da menina e quisesse saber o motivo.

— E aí? Tem mais alguma coisa que vocês queiram fazer? - Anna olha pro relógio - Ainda estamos no horário de recreação.

— Eu queria transar - comenta Helô com um dar de ombros - Pena que isso não pode.

Rimos.

— Eu queria jogar no meu PS4 agora - fala Yago - Seria incrível!

— Você prefere jogar em um PS4 a transar? Caramba, garoto!

— Eu queria hm... Pular de paraquedas ou voar de asa-delta - comenta Anna e ergo as sobrancelhas.

— Essa seria a maior das suas loucuras?

— Você ainda está curioso com isso? - ela ri e balança a cabeça - E bom, seria uma delas.

Respiro fundo.

— Concordo com a Helô, transar agora seria incrível.

Heloísa faz uma casa de desapontamento e aponta pra Anna.

— Eu só queria que a crush dissesse isso. Seria pedir demais?

Rimos novamente e Anna sorri.

— Nunca fui crush de ninguém.

— Sério? - pergunto.

— Anna deixa de sacanagem. Tu é tão gostosa que tenho certeza que já teve milhões dessa parada de crush.

Branca ri.

— É mais fácil o Matheus ter tido, eu nunca liguei muito pra isso. - comenta e suas bochechas ficam rubras.

Helô se levanta e vai até a poltrona, puxando Anna para que ambas ficassem de pé.

— Tira o casaco - ordena.

Anna ergue as sobrancelhas.

— Mas porque eu iria...

Helô a olha como se fosse uma rainha e aquela era sua ordem, Anna retira o casaco cinza - grande demais para o seu tamanho - que cai pesadamente na poltrona. Ao contrário do que eu pensava, ela não usava uniforme e sim uma regata vermelha justa e bem delineada em seu corpo.

— Jesus Cristo, garota! - exclama Heloísa - exatamente o que eu precisava!

Helô passa para trás dela e desfaz o coque, bagunçando o cabelo preto da menina e deixando-o revoltado, natural. Tira do bolso do short um batom.

— De onde você tirou isso? - pergunta Anna que antes que possa negar já tem seus lábios capturados pelo tubinho de batom vermelho.

— Segredos, querida - responde.

— Ela roubou da Angela - comenta Yago que ri de toda a transformação.

— Quieto, garoto do PS4! - Helô rosna e sorri ao finalizar seu trabalho - Foi para um bem maior.

Ela pega a mão de Anna e a leva para a nossa frente. Tento não me demorar em seu busto e na camisa grudada no corpo, mas paraliso em seus olhos raivosos ao notar para onde estou olhando. Caralho.

Uau.

— Maravilhosa - é o elogio de Yago que lança uma piscadela.

— Maravilhosa? - responde Helô quando se joga no sofá e sorri como se tivesse ganhado um prêmio - Essa garota é uma beldade, Yago! Aprenda a apreciar belezas!

— Tenho que concordar - sussurro baixo e todos os olhares recaem sobre mim.

Helô é a mais abismada, ela parece está vendo uma obra prima e eu sorrio com a sua reação.

— Isso é bem desnecessário, sabe? - é o que Anna diz, agora com as bochechas da cor de sua regata.

— Eu te desenharia agora - fala Helô - Se eu tivesse um papel, um lápis e alguma coisa que pinte em vermelho, eu te desenharia na hora.

Anna sorri para a garota e corre para pegar o casaco.

— Agradeço, Helô. Ficaria honrada.

Encaro o relógio e faço uma careta quando me levanto e digo:

— Acabou o tempo, pessoal. Temos que ir.

— Uma pena - fala Yago e se senta no meu lugar do sofá, ao lado de Helô - Foi um bom dia com vocês dois.

— Você vai ficar me devendo uma história, riquinho - Heloísa comenta.

— Até amanhã! - fala Anna e Helô ainda a olha como há alguns minutos atrás.

— Até amanhã, deusa da minha vida!

Rindo, nós vamos até a sala de funcionários para pegarmos nossas coisas. Estou pensando seriamente sobre tudo que aconteceu durante o dia, quando alguém me cutuca.Anna me encara e vejo o batom borrado na tentativa dela de retirá-lo.

— Eu aceito - é o que ela fala.

Ergo a mão para limpar o canto do lábio borrado e ela paralisa.

— Aceita?

Demoro um pouco para afastar a mão, mas ela me dá um tapa no braço.

— Chegue o mais cedo que puder amanhã, Stahelin. - vira-se e sai da sala.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não sei se vocês notaram, mas acho que o personagem que mais mudou de uma versão para a outra foi o Matheus. Ele não perdeu sua essência, claro, mas acho que o tornei um pouco mais do que eu queria, um personagem mais decente e menos machista (tinha certas situações que ele era bem machista na primeira versão com alguns comentários) então espero que tenham gostado da mudança, pois eu a achei bastante necessária.
Bom, o que acharam? Queria perguntar para vocês se não estão achando os sentimentos do Matt pela Anna rápidos demais? Como antes de começar novamente a história eu parei no capítulo 17, acho que a paixão dele para ela vem pra mim naturalmente e eu fico com medo de está colocando sentimento já nos primeiros capítulos. Essa é uma parte da transição bem complicada pra mim, pois na minha mente os personagens já estão juntos hahaha.
Obrigada a todos que comentaram e leram o capítulo passado, e sejam bem vindos os leitores novos que estão começando a aparecer. Sou louca mesmo, mas dá pra se acostumar.
PS: Como sempre, agradeço as pessoas que comentaram o capítulo 4 na primeira versão: Narelly Fell,Lari, Karine Gonçalves, Liv, Fanfics Sagas, Blue, Daughter of the Sun e Duda ♥