Pov Violet

Hoje era o dia da nossa mudança. Eu estava sentada no banco de trás do carro enquanto meu pai dirigia. O motivo de tudo isso era que minha mãe acreditava que se mudássemos de cidade, meu pai deixaria de ser um tarado. Suspirei e olhei pela janela do carro, enquanto Vanished tocava no meu ipod.

– Estamos chegando. – Disse meu pai, alegremente.

A alguns metros eu vi a nossa nova casa. Meu pai estacionou e eu dei ‘’pause’’ na música e sai do carro. Uma casa estilo vitoriana cor de salmão, tinha três andares e um jardim atrás. Segurei o nosso cachorro enquanto minha mãe procurava as chaves. Ela destrancou a porta e eu entrei.

– Bonita, não? – Comentou minha mãe.

– Eu diria que sim, se não soubesse o que aconteceu aqui.

– Violet... ‘’Oque aconteceu aqui’’ é o motivo de podermos pagar por ela. Tente ver pelo lado bom. E vá escolher seu quarto. – Ela falou.

Larguei Hallie e subi para o andar de cima. Tinha seis quartos, fechei os olhos e comecei a andar até parar na frente da porta do terceiro quarto. Abri a porta e entrei, era perfeito. Tinha um banheiro, um closet e entrava pouca iluminação, mas dava para ver a frente da casa e o jardim pelas janelas.

Desci novamente para falar com minha mãe, mas não a encontrei. Comecei a chamar por toda a casa até que cheguei ao jardim, ela estava conversando com uma mulher velha e ruiva.

– Conseguimos uma empregada. – Minha mãe disse, sorrindo.

– Ela vem de brinde com a casa? – Pensei.

– Legal. E eu já escolhi o meu quarto. – Falei.

– Ok. A mobília já chegou, seu pai está ajudando a descarregar. – Ela disse.

Expliquei qual era o meu quarto para eles e fiquei sentada num balanço do jardim. Da onde eu estava dava para ver a cozinha pela janela.

Coloquei os fones de ouvido escolhi uma música e deixei tocando.

Fiquei entediada e entrei em casa. Ouvi Hallie latindo em algum lugar da casa, comecei a procura-la e vi que ela estava na frente da porta para o porão.

– O que foi? – Perguntei.

Fiz um carinho nela, abri a porta e desci as escadas. O porão era úmido e escuro, mesmo de dia. Continuei andando até ver uma maca de ferro e várias prateleiras com potes de conserva.

Que nojo. Provavelmente um médico maluco trabalhava aqui, antes de nós e havia esquecido todas essas coisas. Subi as escadas e girei a maçaneta da porta para abrir, mas ela não abriu.

Fiquei desesperada e comecei a chamar meus pais. Eu ouvia a madeira rangendo e o ar parecia que estava ficando seco e ficava cada vez mais quente.

– MÃE! – Gritei, com todas as minhas forças.

Meu pai abriu a porta do outro lado.

– Meu deus, o que houve? – Ele perguntou.

Tentei recuperar o folego e contei que sobre a porta e as prateleiras.

– Estranho, mas não se preocupe. Vamos jogar fora aquelas coisas. – Ele disse.

Já haviam terminado de descarregar a mobília. Agora a casa parecia mais aconchegante, menos assustadora.

Subi para o meu quarto e me joguei na minha cama. Procurei uma toalha e enchi a banheira.

Depois de tomar banho, me vesti e olhei pela janela da frente. Já estava de noite. Desci e andei até a cozinha, a empregada, que eu não tinha perguntado o nome estava ajudando minha mãe a preparar o jantar.

O jantar ficou pronto e nós nos sentamo-nos à mesa, na sala de jantar.

– Já consegui um novo paciente. Começamos amanhã. – Disse meu pai.

– Isso é ótimo. E quem é? – Minha mãe perguntou.

– Descrição total sobre os pacientes. – Meu pai a lembrou.

Depois do jantar, li um livro no meu quarto e esperei o sono chegar.