– Q-Quem são vocês?! O-Oque fazem aqui?! E-eu conheço-vos??

– Se acalme, Sinjeru. Você não conhece três de nós, mas aquela moça ali você deve lembrar dela, não? -disse Tatsuo apontando para mim (não se deve apontar à pessoas ).

– Você é a... Menina da enfermaria! E-eu lembro de você!

– Olá... - disse levantando-me e aproximando-me da cama onde o garoto estava -, eu estou aqui com meus amigos pois precisamos saber de uma coisa muito importante.

– E sobre o que seria? - disse se ajeitando na cama.

– Lembra quando você disse à mim do seu sonho? Você citou que seus sonhos tornavam-se verdade. E no dia em que eu estava lá, você descreveu uma cena muito chocante. Poderia dizer mais detalhado, por favor? - pedi.

– Érr... Eu não me lembro muito bem. Mas lembro-me que uma mulher, não muito velha, nem muito nova, atacou-me com uma faca de cozinha. E ela tinha uma cara assustadora!

– Sabe dizer se quem presencia seus sonhos são familiares, ou amigos...? - perguntou Hayato.

– Não... Infelizmente. Pode acontecer até mesmo com pessoas que nunca ouvi falar na minha vida até pessoas de outro lado do mundo. É muito complicado...

– Você não tem alguma ideia de como era a moça? Dissestes que pode ser qualquer pessoa do mundo, tem suas características físicas, não? - disse Naomi.

– Eu não sei exatamente - pensou um pouco. - Estava escuro, mas vi que seus olhos estavam arregalados e vermelhos. Seu rosto, era delicado e fino; sua boca, fina mas com sangue saindo dela. Seus olhos, mesmo arregalados, pareciam ser de território asiático.

Ficamos em um silêncio por um tempo. Quando o Hayato cortou o silêncio fazendo uma pergunta não muito boa para nosso caso.

– O que você está fazendo internado aqui?

– Ahh... Essa até eu queria saber. Eu acho que posso ter algum probleminha no sangue. Mas já estou acostumado. Quando pequeno, eu sempre acabava desmaiando e parando no Pronto Socorro - disse com uma voz doce.

Agora, já sabemos que, além do seu problema no sangue, o sonho do Sinjeru pode acontecer com qualquer um. Então teremos que tomar muito cuidado com qualquer pessoa na rua.

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Voltei para a casa com a segurança de Tatsuo. Tínhamos pegado um trem para ir mais rápido.

– Muito obrigada por acompanhar-me até em casa.

– Que isso... Imagina. Meu dever como homem – disse sorrindo.

Agora dessa vez eu que corei. Senti uma arritmia muito forte. Achei que naquele momento meu coração iria fazer uma balada com meus pulmões. Quando fui perceber, Tatsuo estava com sua mão direita na lateral do meu maxilar, com os olhos fechados e estávamos prestes a nos beijarmos! Senti minhas bochechas pegarem fogo, quando nossos lábios quase se encontram, levamos um susto por causa de um velho da residência espantando um gato de sua casa.

– Érr... B-Boa noite! Vemo-nos amanhã? – disse Tatsuo se afastando olhando para o lado. Estava escuro, mas com a iluminação da rua deu para perceber que estava corado.

– Ah, c-claro! – disse também olhando para o lado posto.

Desejei boa noite a ele e entrei em casa. Fechei a porta e fiquei pensando no que tinha acontecido a alguns segundos atrás com a lateral da mão na boca. Depois olho para o lado e vejo algo atrás da cortina. Como se alguém tivesse empilhado um monte de almofadas. Aproximo-me da cortina e rapidamente abro. Quem encontro lá? Minha mãe!

– Ayumi, querida! Chegastes bem?

–O que você está fazendo aí? – disse eu. Mas eu já tinha certeza da resposta.

– Ué... Eu... Eu estou... Limpando o vidro! Não estás a enxergar?

– Cadê o pano?

Parecia que eu tinha pegado ela em flagrante, como se estivesse roubando algo.

– Meu arroz! – disse e saiu correndo em direção à cozinha.

Olhei para a cozinha e não vi nenhuma panela de arroz. Ela simplesmente fugiu. Que seja... Subi para tomar um banho e depois desci novamente para comer a janta. Como ela havia mentido, tive que esperar ela preparar a comida. Sentei na mesa e fiquei brincando com os hashis.

– Querida, não brinque com os hashis! Isso é falta de respeito!

Obedeci mamãe e fiz uma pergunta à ela relacionado ao casamento.

– Mãe, onde você irá casar-se?

– Estávamos pensando não em uma igreja, mas sim em algum parque arborizado. Para dar mais privacidade, sabe?

Privacidade? Se ela quer privacidade, melhor escolher a igreja em vez de um parque!

– E quando será?

– Ah, como já resolvemos a parte do casamento em geral, será daqui à cinco semanas.

JÁ????? CINCO SEMANAS?! Mas se fomos ver no calendário, será mês que vem.

– Então, o que falta?

– Os convites.

Ainda falta o meu vestido. Será que mamãe escolheu outra pessoa para ser sua dama?! Não que eu queira, mas será muita ofensa ela escolher outra pessoa para entrar com as alianças!

– Quem será sua dama?

– Você; esqueceu? Sobre o vestido: se quiser, não precisa usar - disse mamãe com um sorriso no rosto sem mostrar seus dentes.

Aposto que mamãe fez isso só para eu ir com o vestido.

– Querida, depois que jantarmos, poderia ajudar-me a colocar os nomes dos convidados?

Assenti e fomos jantar. Depois de terminarmos a refeição, começamos a listar os convidados. Mamãe já tinha uma lista enorme, com seus amigos e com a família. Perguntou-me se era bom convidar os pais do papai. Mesmo sendo casamento de outro homem, os pais do papai nunca deixarão de ser meus avós paternos! Então disse que sim. Mamãe disse para eu também fazer uma lista de quem quero convidar. Peguei um lápis e um papel e escrevi: Tatsuo Nagashima, Naomi Shon e Hayato Kazumi.

– Só esses, querida?

– Sim.

Mamãe não discutiu comigo e acrescentou nem sua lista. Acho que tinha mais ou menos umas cinquenta pessoas. Como a família do sr. Jonson estava distante, não poderíamos convidá-los. Mas mamãe disse que gravará e mandará um CD à eles. Assim que terminamos a lista, fomos dormir.

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No dia seguinte, ao levantar, vi mamãe correndo para a sala colocando um envelope em cima da mesa e abrindo.

– Bom dia. O que é isso?

– Bom dia, querida! São os convites de casamento. Mandei ontem mesmo para fazerem.

Mamãe é uma ninja, só pode. Como ela mandou ontem? De madrugada? '-' Assim que ela abriu, havia um tipo de outro papel protegendo os cartões. Peguei uma tesoura para mamãe e abrimos. Eles realmente estavam lindos! Era um envelope branco com a lateral esquerda detalhada com algumas flores pretas. No canto inferior do lado direito tinha as iniciais da mamãe, “M” e do sr. Jonson, “C”. O papel da carta parecia ser de tecido. Passei até a mão para ter certeza se não era aveludado. E para fechar o convite tinha uma faixa larga branca com uma menor em cima preta. E havia também um papel com as seguintes palavras: “Viemos comunicar que… Nem parece verdade, mas desencalhamos! Para compactuar com nossa maluquice, viemos te convidar a festejar conosco e nos ver solteiros pela última vez! - M.C. Jonson”

– Mãe, essa frase do cartão não poderia ser melhor não? Muito clichê.

– Nossa, que facada acabei de levar agora - disse mamãe colocando a mão no peito. - Eu gostei bastante. Mas será muito trabalho devolver. Então ficará assim.

Depois ela entregou-me três cartas, onde era dos meus amigos. Disse para entregar pelo menos hoje (quanto antes melhor). Tomei café, arrumei minhas coisas, coloquei meu uniforme, e lá fui eu: entregar a carta de casamento aos meus amigos...