Ao chegar em sua residência, toquei a campainha e esperei alguém me atender. Quem me recebeu na porta foi uma moça muito bonita. Não era tão velha mas também não tão nova. Será que era sua irmã? Mas ele não me avisou que tinha irmãos...

– Pois não? - perguntou a moça.

– A-ah! Boa tarde! Eu sou Yang Ayumi. Sou colega do Nagashima Tatsuo... aqui é a residência Nagashima?

Em seguida, antes que a moça pudesse responder, o Tatsuo apareceu atrás dela.

– Oi Ayumi! Mãe, essa é a Ayumi. Convidei-a para vir hoje aqui pois quem sempre é convidado para jogar algum jogo sou eu...

Então aquela moça era sua mãe?! Uou... Devo admitir que ela é bem nova... Acho que irei pedir para ela que creme facial ela usa. Parece até um pequeno pêssego delicado.

– Ah, Ayumi-chan! Entre, por favor! - disse sua mãe.

Ao entrarmos ela disse para nós esperarmos na sala de estar pois iria fazer um chá. Sentamo-nos na mesa baixa que havia no centro da sala e aquele clima e silêncio tenso rodeou-nos. Depois de um determinado tempo, sua mãe apareceu com o chá. Enquanto nos servia ela só fazia Tatsuo passar vergonha em minha presença.

– Ayumi, você é bem mais bonita pessoalmente... quando Tatsuo disse de você, não achei que fosse tão bonita assim...

– MÃE! A senhora não tem alguma coisa para fazer longe daqui não??? - disse muito corado de vergonha.

– Meu Deus! Que filho mais rude criei! - disse rindo para mim - Bom, e tenho coisa mesmo para fazer. Se me derem licensa... Ayumi, qualquer coisa é só me chamar. Estarei lá em cima. A TV e a sala é toda de vocês.

Eu olhei para o Tatsuo e quando ele olhou para mim ficou mais corado ainda, virou a cabeça para outro lado e colocou a lateral da mão esquerda tampando sua boca.

– Então... Quer jogar o quê? - perguntou-me assim que sua mãe saiu da sala.

– Não sei... para mim qualquer coisa está bom. Além do mais, o game e a casa são sua.

– Hmmm... já que vai ser assim, que tal... CALL OF DUTY? - disse fazendo uma cara provocativa.

– Demorou - disse eu tentando imitá-lo com a mesma expressão.

– V-você vai querer mesmo jogar esse jogo?! - disse agora um pouco espantado.

– Ué, qual o problema? Uma menina não pode jogar um jogo de guerra... de luta... de violência... com sangue... - disse contando nos dedos as probabilidades de uma garota não jogar tal jogo.

– Então beleza. Depois não venha bater-me por ter perdido - disse brincando.

Ele colocou o jogo para rodar e então começamos. Aquela era minha terceira vez jogando Call of Duty depois de dois anos. Pedi para que o Tatsuo relembrasse-me os controles básicos e ele assentiu. Estávamos em times diferentes, onde foi que começou a guerra.

– TÁ NA HORA DO PAU! - gritou Tatsuo com uma cara confiante.

Quando ele gritou não sabia se ria ou se me afastava... esses jogos mexem com a mente do menino. No final, acabou sobrando eu e mais uns quatro homens. No time do Tatsuo estava ele e dois homens. Depois à uns nove metros de distâncias um time do outro começou a chover bala para tudo quanto é lado. Acabei atingindo um homem do time adversário, sobrando ele e mais um. Um homem meu acabou atirando e derrubando mais um, mas quando fui dar conta, três estavam mortos e Tatsuo deu um "Head Shot" no meu parceiro. Agora estávamos só eu e ele. Ele se virou para mim e disse:

– Desiste?

– Mas claro que não! - respondi.

– Okay... você ganhou. Pode atirar em mim, vai.

– Não, cara... jogo limpo, anda. Vamos fazer assim: andamos de costas um para o outro. Contamos até dez e depois viramos e atiramos.

Ele concordou e fizemos isso. Eu na verdade estava morrendo de medo de levar um tiro. Então me foquei no jogo. Quando chegou no dez eu só virei e me abaixei rapidamente. Em seguida, atirei em sua cabeça.

– HÁ! Ganhei! - disse comemorando com o punho fechado.

– M-mas c-como????? - disse Tatsuo ainda segurando o controle nas mãos.

– Ué, nunca me subestime - dei uma piscadinha para ele.

– Você é boa...

Escutei meu celular tocar e atendi. Era mamãe e queria saber onde eu me metera. Disse que estava jogando com o Tatsuo.

– Vocês são muito viciados nesses jogos... Ay, precisamos de você aqui.

– Ué, por quê?

– Porque vamos ver vestidos de noiva e um de Dama de Honra para você.

Ah, que legal... agora eu sou a Dama de Honra do casamento da mamãe? Não quis discutir com mamãe e disse que estaria voltando para casa. Deliguei o celular e falei par ao Tatsuo que tinha que ir. Ele concordou e chamou a mãe dele. Ela veio correndo descendo as escadas. Eu me curvei diante dela e agradeci por ter me recebido muito bem. Ela agradeceu por eu ter visitado-os e novamente fez o Tatsuo passar vergonha quando estava saindo.

– Ela é muito educada! Fez bem você gostar de alguém assim.

– MÃE! Ela ainda está na porta. Acho que você vai deixar o arroz queimar...

– Mas eu não fiz arroz.

– VAI VER A PANELA DE ARROZ, POR FAVOR? - disse olhando para o chão.

A mãe dele deu um soco fraco em seu braço e saiu. Novamente, ele corado. Acho que esse Mundo ama vê-lo corado hahaha.

– Agradeço por ter aceitado o convite, Ayumi.

– Imagina! Eu que agradeço. Diverti-me muito com você essa tarde.

– Bom, certeza que não quer ficar mais um tempinho? - disse desviando o olhar.

– Ah, não... desculpe. Mamãe irá visitar a loja de vestidos de casamento e quer que eu vá para ver o meu vestido - fiz uma cara de tédio.

– Que legal! Sua mãe irá casar?

– Sim, não contei? Com meu vizinho ainda por cima... o sr. Jonson.

– Ahh o inglês. Estou sabendo - disse sorrindo.

– Depois que tudo estiver pronto, mando o convite à você.

Ele agradeceu e voltei para casa, mas dessa vez não subi na bicicleta, fui caminhando com ela ao meu lado guiando-a pelo guidão. Não estava com nenhuma vontade de ir na loja de vestidos -.-

Ao chegar em casa, mamãe já estava pronta para sair, assim como o sr. Jonson. Apenas larguei a bicicleta em casa e entrei no carro. Dessa vez foi no carro do sr. Jonson. Era grande, espaçoso e confortável, mas mesmo assim eu não me sentia à vontade. Durante o trajeto inteiro fui escutando música que tinha no meu celular. Isso realmente vai acontecer? Mamãe realmente quer se casar?