Finding Love escrita por Alice Prince


Capítulo 15
Capítulo Bônus: Severo


Notas iniciais do capítulo

Ai meu senhor jesus, me dê forças para correr.
Okay, a demora foi desnecessária, eu sei, porem eu não sabia como fazer um Pov do Severo, sinceramente. Eu fiquei maluca, escrevia, lia e apagava, e depois o mesmo processo novamente.
Também teve o fato de que as aulas estão voltando e eu estou correndo para aproveitar os poucos dias que restam das férias, e um ultimo fator que nem é tãão importante assim, é que eu estou ficando velha gente, isso mesmo, meu aniversário é na segunda-feira agora, e os preparativos para a pequena festa que ocorrerá estão tomando meu tempo também.
Não que importe, mas estou completando 17 anos okay?! euheu
Vamos ao capítulo,- que escolhi fazer do Severo por que foi o personagem que mais sugeriram nos comentários.
Boa leitura!
PS: Estamos de capa e sinopse novas, deem uma olhada e me digam o que acharam okay, quero muito a opinião de vocês.



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– S E V E R O S N A P E -

As chamas da lareira a minha frente se apagavam lentamente, não me importei com tal fato, a penumbra em que a sala se encontrava me agradava. Deixei que o exemplar de O Profeta Diário deslizasse de minhas mãos e fosse de encontro ao chão.

Instintivamente meus olhos se voltaram para a poltrona vazia ao meu lado, com sua almofada de retalhos atirada do mesmo jeito que Alice deixara da ultima vez que a vi.

A solidão e o silencio sempre foram meus aliados em todos os dias, era a forma que me agrava passar as horas, mas, por mais que fosse difícil de admitir até para mim mesmo; eu sentia falta das risadas debochadas de Alice, podia ver o quanto ela mudava meus dias sombrios e solitários.

Mas Alice tinha herdado de mim a audácia e o orgulho, e sabíamos que nenhum de nós cederia a tais sentimentos. Ela me ignorava e fingia não me ver, mas por mais de uma vez a peguei vasculhando com o olhar pelo salão principal, sabia que era mim que ela procurava, eu me mantenho sempre o mesmo, fechado para o mundo.

Alice desde muito pequena já fazia enormes mudanças em quem eu era, as coisas no inicio não foram fáceis, não que agora fosse, mas aprendemos com nossos erros.

Quando a segurei nos braços pela primeira vez eu sabia que aquela pequena vida precisaria de mim, precisaria de alguém que a ensinasse e que a protegesse. Acredito que sem a ajuda e os conselhos de Alvo eu teria desistido. Eu não era um homem preparado para lhe dar com uma criança, não tive uma infância que vale a pena ser lembrada, e não queria que para Alice fosse igual.

Em muitas noites eu me pegava pensando que o melhor para ela seria ser adotada por uma família de verdade, que pudesse lhe dar amor e tudo que uma garotinha precisava, mas quanto mais tempo eu passava com ela mais eu me afeiçoava. Seus olhos verdes sempre brilhavam a me ver, e eles me faziam lembrar Lily, um fato que nunca superei, mas que aprendi a conviver.

Alice cresceu como uma garotinha solitária, não passava o seu tempo com crianças de sua idade, ela sempre fora reservada, e eu me culpava por isso, estava fazendo dela uma verdadeira Prince, mas ela era pura e diferente de mim. Ela tinha sonhos e esperanças que eu queria que se realizassem.

E foi quando ela fez onze anos que eu notei que teria que dar um mal final a um de seus maiores sonhos; Hogwarts. Por anos ela leu sobre a escola e sonhou com o dia em que receberia a carta, e quando o dia tão esperado chegou eu fui forçado a destruí-lo.

Aguardei a chegada da coruja que traria a carta convidando-a para ingressar na escola, escondi a carta e tive que assistir Alice sentar-se na cadeira da mesa da cozinha com os olhos grudados na janela, ainda na esperança de que a coruja chagasse.

Odiei-me por ter que fazer aquilo, mas eu sabia que Harry Potter estaria começando seu ano letivo em Hogwarts também, e eu não estava pronto para contar a Alice a verdade, passei todos aqueles anos escondendo e omitindo qualquer noticia sobre o Menino que Sobreviveu, para que ela nunca o conhecesse antes do tempo. E quando o dia realmente chegou eu acabei sendo um covarde, tirei de minha filha sua esperança e a mandei para longe de mim.

Lembro-me do olhar vazio que tomou conta de sua face quando as palavras saíram de minha boca.

— Alice, a carta de Hogwarts não chegara... Creio que não foi chamada para a escola, eu sinto muito, querida— as lagrimas começaram a cair lentamente pela face pálida dela quando acabei a frase, ela ainda possuía vestígios de seu olhar sonhador voltado para a janela, porem agora banhado por suas lágrimas.

— Mas, talvez a coruja tenha se perdido, pai, moramos em um lugar estranho, podemos aguardar um pouco mais— ela disse com sua vozinha fina, levantou-se e caminhou até a janela, os olhos analisavam o céu a procura da ave.

Destruir as esperanças dela foi algo difícil, mas que era preciso, eu sentia que ela ainda não estava pronta para lidar com a verdade, Alice ainda era jovem para descobrir que eu mentira sobre sua mãe, e que desde sempre omiti o fato de que ela tinha um irmão. Por mais que Alvo e Minerva insistissem que o quanto antes ela soubesse seria melhor eu mantive firme a minha decisão.

Minha carta para Madame Maxime já havia sido enviada a pelo menos uma semana, e sua resposta chegara à noite passada, trazida por uma bela coruja cinzenta. Alice iria para Beauxbatons, as coisas estavam decididas e eu não poderia voltar atrás. Era quase impossível acreditar que eu seria capaz de afasta-la de mim.

Fui tirado de meus devaneios quando ouvi algumas batidas irregulares na porta, sem muita pressa levantei e me dirigi até a mesma, antes que pudesse por a mão na maçaneta pude ouvir uma voz resmungar baixo do outro lado.

— Abre logo. Estou me arrependendo de ter vindo!— ao reconhecer a dona de tal voz tratei de abrir a porta no mesmo momento, eu não poderia perder aquela oportunidade.

Alice estava parada com os braços cruzados, ela vestia um roupão de um tom vinho e tinha os cabelos presos de modo desajeitado. Em seu rosto eu pude observar que ela estava ansiosa e tentava a todo custo fixar seu olhar em qualquer coisa que não fosse o meu.

— Existem apenas duas explicações para que estar aqui a essa hora; ou eu enlouqueci de vez, ou sou uma completa covarde que deixou o sentimento vencer do orgulho— disse ela com a voz sonolenta, ela brincava com um dos cordões do roupão que envolviam sua cintura— É claro que eu deixei o fato de estar com sono de fora, não seria valido.

Ergui uma de minhas sobrancelhas e pigarreei esperando que ela olhasse em meus olhos, Alice suspirou descontentada e me encarou com seus olhos verdes.

— Podemos escolher o fato do sono, se preferir, pode ser um modo de esganarmos o nosso orgulho— falei usando o tom que costumava usar com todos com quem falava.

Pude ver que ela tentava esconder um sorriso que se formara em seus lábios, afastei-me rapidamente da porta quando ela começou a entrar sem ao menos avisar, do modo como sempre fizera. Aquilo serviu para mostrar que ela ainda era a mesma Alice.

Assim que fechei a porta me encaminhei para a poltrona em frente à lareira onde o fogo já havia se apagado há certo tempo, Alice já estava acomodada em seu lugar, com a velha almofada sobre o colo.

— Devo dizer que você me surpreendeu, pai, mesmo diante das minhas provocações, o senhor manteve o controle— ela disse de modo formal se endireitando na poltrona.

— O autocontrole é algo que se deve praticar, pois as leis sobre atacar um aluno ainda não mudaram— eu respondi com sarcasmo, porem nós dois sabíamos que minha frase estava carregada de verdade.

Ver minha filha com o corvino foi uma coisa insuportável, saber que o motivo para o belo sorriso dela era aquele rapaz sem qualidade alguma me irritava. Mas eu sabia que tudo aquilo não passava de uma provocação, quer dizer, eu estava ciente de que Alice nutria pelo Stroud um sentindo que ultrapassava a amizade, porem eu tentava não pensar a respeito.

— Eu cansei de brigar— começou Alice com a voz baixa, ela suspirou e logo depois continuou— onde isso nos levara?

— Eu não sei, Alice— respondi com simplicidade, era verdade, eu desconhecia o caminho que seguiríamos se continuássemos brigando. E ele não me era nada agradável.

Ela levantou-se e caminhou em direção a lareira, seus olhos estavam fixos na fotografia que havia em cima da mesma, aquela era a nossa preferida, ela sorriu ao pegar o objeto, e eu não pude deixar de fazer o mesmo.

— Podemos fazer um acordo, pai? — ela indagou, eu que ainda estava sentado apenas assenti, curioso— Estou cansada dessas brigas por com conta de segredos não revelados. Então façamos o seguinte: omita de mim tudo o que desejar. Mas terá que prometer uma única coisa, não importa quando será, o senhor deve me contar, pode ser daqui semanas, meses, até mesmo anos, só deve prometer que me contara um dia.

O modo como seus olhos verdes me encaravam me fascina, o olhar de Alice se diferenciava do meu em vários quesitos, nele podia-se observar felicidade— que em mim só havia quando ela estava por perto—, podia-se ver bondade e esperança. Coisas das coisas eu acredita ter, porem estas coisas deveriam estar perdidas em um poço profundo dentro de meu ser, que eu compreendo que quando chegar a hora de serem encontradas eu não terei mais tempo para aproveita-las.

— Eu prometo, Alice. Contarei tudo a você quando for chegada a hora— assim que eu terminei a frase o sorriso no rosto de minha filha se amplificou mais, aquilo me acalorou.

Minha relação com Alice se assemelhavas as fases de uma bela arvore durante o ano; suas folhas estão lindas, verdes e belas, mas, em certa época elas simplesmente caem e são levadas pelo vento. Porem com a chegada da primavera elas renascem, mais fortes, e mais belas do da ultima vez, e é assim ao longo de todos os anos. Era assim comigo e com minha filha, sempre que as coisas entre nós melhorava nossa relação estava se fortalecia.


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Notas finais do capítulo

Severo filosofou no fim gente, palmas para ele 'rsrs
Então, o que acharam do ponto de vista do nosso morcegão? Espero que tenham gostado.
Espero que ainda estejam ai, queridas leitoras, sempre que demoro demais sinto um aperto no coração, tenho medo de perdê-las, de verdade :c
Bom, então é isso, acho que fico mais produtiva em época de aula do que férias, eu notei isso 'rsrs
Beijinhooss e até o próximo capítulo!