Say Something! escrita por Izzy


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, eu como a pessoa ansiosa que sou já estou postando um novo capítulo, espero que gostem.



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Karina POV

Cinco horas da manhã de um domingo e eu aqui acordada, ninguém merece.

_Ai que horas que eles vão chegar em? Quero dormir. – digo, estamos na frente de casa esperando o ônibus vir pegar a Bianca e mais algumas pessoas aqui do bairro que vão para SP, eu não devia estar aqui, minha cama está me esperando, mas meu pai me obrigou a descer para me despedir de Bianca. Eu já tinha feito isso ontem, mas quando seu Gael mete uma coisa na cabeça...

_Para de reclamar Karina. Sua irmã vai ficar longe por 15 dias o mínimo que você pode fazer é se despedir dela.

_Aff pai.

_Calada.

Meu pai sabe ser muito irritante quando quer, eu já não estava no meu melhor humor quando avistei o idiota do Pedro se aproximando, tudo bem, eu sabia que ele ia estar lá, até por que ele ia viajar com o grupo, mas eu não estava com paciência para aguentar suas provocações logo pela manhã.

_Bom dia galera. – Ele diz, e todos – menos eu- dizem de volta.

_É uma pena você não poder ir com a gente Pedro. – diz Bianca.

Perai, ele não vai? Então por que ele está aqui? Ah espera, eu não me importo.

_É mesmo, mas espero que vocês se divirtam, vim aqui pra me despedir de vocês.

_O ônibus chegooooou! – Gritou um garoto que não me lembro do nome.

_Hey, sem gritar, quer acordar o bairro todo? – meu pai diz.

_Desculpa ai Gael.

Depois disso, foi àquela chatice, um abraça daqui, outro chora dali, pais dando recomendações a filhos, e blablabla...

Quando o ônibus se foi, todos foram de cabeça baixa pra casa, nossa parecia até que alguém tinha morrido.

_Nossa isso aqui ta parecendo um velório, fui. – eu digo, e vou pra casa.

Pedro POV

Não viajar me deixou deprimido, então fui tentar compor alguma coisa. Se já não conseguia compor antes, agora então... minha mente estava em branco, eu realmente precisava de uma musa inspiradora.

_Pedro, seu pai e eu vamos sair, sua irmã irá dormir na casa de uma amiga, não sabemos quando vamos voltar então se comporte.

_A claro, até por que tenho dez anos de idade e vou colocar fogo na casa se ficar sozinho.

_Pedro! – minha mãe fez uma cara de horrorizada.

_Estou brincando mãe.

_Sei. Bom, estamos indo, vê se arruma algo pra fazer, não quero te ver ai todo deprimido quando eu voltar.

Ela me deu um abraço e saiu.

Domingo já é um dia chato e entediante, mas um domingo sozinho é ainda pior. Ainda eram duas horas da tarde e eu já tinha limpado o meu quarto (o que eu nunca havia feito na vida) jogado videogame ( chato, não sei como o João fica nisso o dia todo) tocado umas trinta músicas, assistido um filme e tentado compor. Não aguentava mais ficar em casa.

Karina POV

Okay, eu não sei o que fazer, não é que eu esteja sentindo falta da Bianca, ainda não chegou a tanto, mas é que eu nunca imaginei que ser filha única podia ser tão chato, meu pai mal sai do quarto dele, então não tenho com quem conversar. Não aguento mais ouvir música, nunca pensei que diria isso, mas é a mais pura verdade, nenhuma de minhas músicas esta me tirando do tédio no momento.

Aaargh, porque eu não fui nessa maldita viagem? Assim ao menos teria com o que me preocupar, além de sair do tédio.

_Pai, to saindo! – gritei e sai sem nem esperar por resposta.

Encontrei com Cobra na esquina de casa e quase morri de susto.

_Quer me matar de susto cara?

_Foi mal ai gatinha. – disse ele, rindo.

_Foi mal o ca...

_Olha a boca.

_Vai se ferrar. O que você fazendo parado ai feito um poste?

_E o que te faz pensar que eu te diria?

_Tanto faz cara, só tenta não matar alguém.

_hahaha, valeu pela dica. Vaza.

Mostrei o dedo do meio, o Cobra é um imbecil, mas de alguma forma eu me identifico com ele, age por impulso e está sempre com raiva do mundo. Mas nunca conseguiria ser amiga dele, porque somos iguais demais, se um de nós é difícil, imagina dois.

Como estava morrendo de calor, fui até a sorveteria, quase dei meia volta quando vi Pedro lá dentro, mas como eu estava entediada, pensei que uma provocaçãozinha não faria mal nenhum, pelo menos um pouco de emoção num dia de merda.

Quando fiz meu pedido ele ainda não tinha me visto, e eu não estava afim de puxar um assunto, simplesmente porque não saberia o que dizer, nunca conversamos, só nos implicamos, e mesmo assim era sempre ele quem começava, quando já estava de saída, achei que ele não me notaria, mas quando cheguei na porta ele disse, ou melhor gritou.

_Ei esquentadinha, não vai nem dizer um oi?

Todos que estavam na sorveteria olharam para mim, eu corei, mas por dentro até senti um leve alívio, finalmente ele tinha me visto, e graças a Deus ele não resolveu me ignorar. Ai meu Deus, o que o tédio fez comigo? Eu estava mesmo esperando esse babaca falar comigo? Estava mesmo ansiosa por isso? Estou ferrada. Mas como não queria dar o braço a torcer, comecei agir como agiria normalmente.

_Achei que não me veria, acho que não estou com sorte.

_Ah, fala sério esquentadinha, você tava esperando eu falar com você, admite.

_Haha, colocaram alguma coisa no seu sorvete ou o que?

_Eu não tinha pensado nisso, mas acho que colocaram sim por que eu estava a ponto de te fazer um convite que talvez não fizesse antes.

Convite?

_Que convite? – pergunto.

_Nada de mais, só te convidar a se juntar a mim, estou tão entediado que estou falando com meu sorvete.

Eu ri por dentro, mas como não queria deixar ele saber que achei graça de sua piada, dei uma mordida no meu sorvete, gelou meu cérebro mais pelo menos ele não me viu rir, eu acho, espero.

_E então? – ele pergunta.

_Então o que?

_Vai se sentar ou não?

Sento ou não me sento? Eis a questão. Por um lado ele me irrita tanto que as vezes gostaria de arrastar a cara dele no asfalto pra tirar aquele sorrisinho pretensioso dele, mas por outro lado estou tão entediada que eu também estaria falando com meu sorvete logo logo.

Dei de ombros e sentei, percebo que o peguei de surpresa, ele arqueou as sobrancelhas mas logo se recuperou, pois aquele sorrisinho irritante voltou a aparecer.

_O que foi? Também estou entediada.

_Por que você não foi para SP com sua irmã?

_Por que achei que iria ficar entediada.

_A ironia...

_Pois é, mas e você porque não foi?

_Porque eu sabia que você não iria e quis te fazer companhia.

Arregalei os olhos.

_Calma esquentadinha, eu to só brincando. Não fui porque meu pai não quis liberar a verba.

_Ah..

_Ah... Ei, estamos tendo uma conversa civilizada! Isso é novidade. – diz ele, e levanta a mão.

_O que foi? – digo confusa.

_Bate aqui.

_Ãhn?

Ele pega minha mão, e bate na dele.

_Sério isso? – Pergunto.

_Nunca deixe alguém no vácuo esquentadinha, isso é falta de educação.

_Você é tão idiota.

_E começou...

E para minha surpresa, nós dois rimos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Beijos.



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