Beauty and the beast escrita por SundaeCaramelo


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

O gente, desculpem ter demorado tanto, mas vcs tb n comentam... Enfim, desculpem a demora e gasparzinhos, pfvr, apareçam! Espero q gostem;)



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POV fera

Quando finalmente paramos de dançar, fomos para a varanda e nos sentamos na borda. Eu fiquei encarando-a brincar timidamente com a saia do vestido, pensando no que fazer agora.

Eu com toda a certeza a amava. Mas e agora? O que eu devia fazer? Dizer a ela? E se eu fizesse papel de idiota, e se ela não correspondesse ( o que era bem possível) e se...? Mas a noite estava tão boa e tudo estava correndo tão bem, que decidi. Eu iria sim dizer a ela.

Olhei para o céu. Nunca tinha visto uma lua e estrelas tão brilhantes em toda a minha vida. O brilho branco das estrelas se destacava na escuridão daquela noite.

– Que noite linda. - comentei, só para puxar assunto. Ela se virou e sorriu.

– É, a noite está mesmo linda... Olha! - ela exclamou apontando para um ponto brilhante que passava correndo no céu. - Uma estrela cadente. Faça um pedido.

Ri com sua animação enquanto ela fechou os olhos. Provavelmente estava desejando alguma coisa. Resolvi desejar também, mesmo não acreditando muito no fato de que talvez uma mísera estrelinha fosse capaz de resolver a minha vida. Desejei a coisa que eu mais queria naquele momento: Que Bela me amasse de volta.

– Talvez seja por isso que eles tenham dito que a noite seria especial... - ela finalmente disse, assim que abriu os olhos.

– É, talvez... - concordei. Olhei para ela e segurei suas mãos. Era agora. Eu iria me declarar. Dizer o quanto a amava. Dizer o quanto ela era importante para mim. Mas eu não conseguia. A todo instante, me fugiam as palavras. e quando finalmente arranjei coragem e estava me preparando para falar, ela encarou o horizonte por um instante. E de repente, o sorriso lindo que enfeitava seu rosto desapareceu.

– O que foi? - perguntei preocupado.

– Nada... - respondeu ela, sem tirar os olhos do horizonte.

"Nada". É claro que não era nada. Com certeza havia algo. Eu a conheci. Insisti:

– Bela, , o que houve, diga. Farei o que for preciso para ve-la feliz.

Ela se voltou para mim e respondeu, calmamente, mas com uma expressão muito estranha. Não devia ser coisa boa..

– Nicholas... - começou ela, com voz um pouco vacilante. - Eu... eu preciso voltar para casa.

Paralisei. Aquelas palavras soaram como um balde d'água fria sobre mim. Eu sabia que isso iria acontecer. Eu sabia que um dia ela sentiria falta do pai e decidiria voltar. Ou que um dia a guerra finalmente terminaria. Ou, que talvez um dia ela decidisse parar de ficar ali vivendo com um monstro. Mas eu não achava que quando isso acontecesse, doeria tanto ter que deixa-la partir. Como eu aguentaria viver sem ela? Sem suas palavras doces? Sem sua adorável loucura? Sem seu sorriso maravilhoso? Ela já havia se tornado o meu tudo. E o meu mundo sem ela era o nada.

– Não é por sua causa. Eu juro. - Bela tentou consertar as coisas, notando o meu abalo. - Eu sinto muita falta de meu pai e já é quase Natal. Eu não aguentaria passar sem ele Nicholas. Mas... - ela pareceu pensar. - Você e os outros podem ir também!

O QUE???

– Não posso Bela.

– Ah, a aldeia fica tão linda no Natal. Eu não deixarei que nada aconteça. Eu prometo. Por fav...

– NEM TODOS SÃO COMO VOCÊ BELA! - explodi, assustando-a. Será que ela não entendia o quanto aquilo era difícil para mim. Eu faria tudo para ficar mais tempo com ela. Mas isso eu não podia fazer. simplesmente não podia. Se eu não tivesse esse rosto, esse aspecto repulsivo... Mas eu tinha, e Bela era a única, além dos criados, capaz de ficar ao meu lado mesmo assim. Porém, era Bela. E ela era diferente de todos naquela aldeia. Imagine o que fariam se me vissem? O destino definitivamente me odiava.

– Nicholas... - ela se aproximou, instantes depois do susto e colocou a mão em meu ombro. E por mais que doesse em mim, e afastei. Eu já tinha que me acostumar com sua falta.

– Vá. - disse, com um fio de voz, num tom tão baixo que nem eu consegui ouvir direito e olhando fixamente para o chão. Eu não conseguia nem encara-la.

– O que?

– Vá. - tentei soar mais firme. Ela tentou se aproximar de novo, e novamente, eu me afastei. Continuei encarando o chão. Então, depois de um silêncio relativamente longo, Bela se levantou e anunciou, antes de sair andando em direção à porta da varanda:

– Parto amanhã.

– Você parte hoje. - corrigi. Eu sei que parece ridículo, mas eu pensava que se ela fosse na escuridão da noite, talvez os soldados não a notassem. E quanto aos animas, bem, há ao menos alguma vantagem em se ter a minha aparência e eu não deixaria que nada, nem ninguém a fizesse algum mal.

Ela me encarou com expressão amargurada e voltou a caminhar para a porta. Mas então, antes que ela saísse, tive que dizer algo, mesmo sabendo que talvez ela nem fosse se importar com o que eu estava prestes a praticamente implorar:

– Bela, por favor, não demore a voltar. Porque eu não suportaria a dor de perde-la.

Ela parou. Enxugou uma lágrima. E antes de bater a porta e sair do local, deixando-me sozinho com minha tristeza, ela respondeu:

– E nem eu a de ve-lo sofrer.

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POV bela

Eu no queria magoa-lo. Juro que não queria. A noite estava maravilhosa. Mas quando olhei para o horizonte eu lembrei de meu pai. E fui invadida por uma saudade inesperada. Eu simplesmente precisava voltar.

Mas isso não impediu que Nicholas ficasse muito triste. E o pior foi que eu sugeri que ele voltasse comigo. Só depois me toquei do fato de que ele não podia. Eu havia me acostumado com ele e agora sua aparência já não me parecia mais tão ruim. Porém, as outras pessoas não eram assim.

Me senti tão culpada por aquilo tudo e tentei me aproximar, mas ele se afastou. E aquilo doeu em mim. E depois ele disse aquilo, que não suportaria a dor de me perder e tudo o que consegui responder foi que eu também não aguentaria ve-lo sofrer, antes de me debulhar em lágrimas enquanto corria pelo corredor em direção ao quarto.

No caminho, encontrei Charlotte. Ela olhou preocupada, notando que eu havia chorado, e perguntou o que havia acontecido, mas tudo o que fiz foi abraça-la e chorar em seu ombro por mais alguns instantes.

Assim que entrei no quarto, fui direto para o guarda roupa. Havia tantos vestido lindos, mas eu não quis nenhum, apenas peguei o vestido com que eu estava no dia em que apareci no castelo e fechei-o. Depois, peguei ainda o meu livro e guardei tudo numa velha bolsa, que também estava comigo naquele dia. Estava prestes a sair do quarto com a lamparina na mão, quando decidi que precisava fazer alguma coisa a mais ali.

Então, abri a gaveta, peguei papel e caneta tinteiro, mergulhei a caneta na tinta e comecei a escrever uma carta.

Quando terminei, deixei-a bem em cima da cama. Se Nicholas entrasse no quarto algum dia, ele a veria. E, novamente, peguei a lamparina, coloquei a capa azul marinho e finalmente fechei a porta do quarto.

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POV fera

Depois que Bela saiu, fiquei mais um tempo na varanda, refletindo. Quando finalmente saí, me deparei com os olhares curiosos dos três criados.

– O que aconteceu? Bela saiu daí chorando, coitadinha... - perguntou Charlotte.

– É, o que houve? - indagaram juntos Paul e Harry.

– Eu... eu... deixei-a ir. Harry, arranje um cavalo. - disse, me retirando logo em seguida deixando assim os três completamente boquiabertos.

Entrei na primeira sala que vi e fiquei me perguntando se eu devia ou não me despedir. Eu nunca gostei muito de despedidas. E da última vez que havia me despedido de alguém, no caso meus pais, ele não voltaram daquela viagem. E eu me tornei órfão aos oito anos. Agora eu tinha dezoito. Mas considerando a minha sorte, era capaz de mesmo dez anos depois eu ter o mesmo azar que tive na infância. e despedir de alguém que eu amava e esse alguém não voltar... Nunca mais.

Mas apesar disso tudo, achei que Bela merecia aquilo. Ela merecia tudo o que eu pudesse lhe dar. Por isso, saí da sala e fui para o jardim.

Ela estava abraçando Harry quando cheguei. O cavalo que eu havia pedido para ele arranjar estava atrás deles. Eles se soltaram quando eu cheguei. Bela e eu ficamos nos encarando por algum tempo. Nenhum de nós queria dizer adeus.

– Nicholas...

– Bela...

Foi o que conseguimos dizer um para o outro. Continuamos nos encarando por mais um tempo. E eu sentia que faltava algo a mais. Que eu não podia deixa-la ir assim. Então, tive uma ideia idiota. Peguei a rosa, a rosa que tinha começado aquilo tudo e a entreguei, dizendo:

– Você a queria... Agora a tem. - Sinceramente não sei o que foi mais idiota, meu gesto ou minha frase. Mas eu só queria que ela tivesse algo que pudesse fazê-la se lembrar de mim. E talvez isso pudesse convence-la a voltar um dia...

– Nicholas, não posso aceitar! - ela disse aflita, enquanto tentava e devolvê-la. - É seu bem mais precioso!

– Não Bela. - recoloquei a rosa em suas mãos. - Você é meu bem mais precioso. Fique com ela. Para... lembrar de mim.

Ela passou a mão pelo meu rosto e olhou para mim com aqueles olhos verdes tão amáveis. Segurei a mão. Não podia deixar que ela fosse! Mas eu precisava...

– Você precisa ir. - tive que dizer. Então ela obedeceu e se afastou. Subiu no cavalo, com a ajuda de Harry e Paul e saiu. E eu fiquei lá parado na porta do jardim, observando-a sr engolida pela escuridão enquanto pensava em como iria sobreviver... sem Bela.


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Notas finais do capítulo

Capítulo :( Comentem! bjs e até o próximo cap