Beauty and the beast escrita por SundaeCaramelo


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpem a demora, mas aí está o novo cap. Espero q gostem ;)



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POV bela

Ficamos tão próximos que meu coração disparou. Permanecemos "congelados", naquela posição, apenas nos encarando. Resolvi observa-lo com mais atenção.

Realmente, ele era um monstro. Uma fera. Dessas que assombram os pesadelos, matam os camponeses na floresta e seriam capazes de cometer todo tipo de atrocidade. Era isso o que qualquer um pensaria que ele era ou faria, talvez até eu, assim que o visse.

Mas, quando meus olhos encontraram os seus, não vi nenhuma maldade neles. Apenas tristeza, esperança, receio e talvez até... admiração? Ele me admirava? Por que eu deveria ser admirada? Bom, tudo bem para mim, desde que essa admiração não fosse apenas por causa da minha aparência.

De repente, enquanto decifrava seu olhar, percebi algo: Ele tinha olhos azuis. Não de um azul qualquer. De um azul escuro, penetrante. Nicholas era o tipo de pessoa - ou monstro ou seja lá o que fosse - que tem o olhar capaz de te hipnotizar. Você se perde no azul daqueles olhos, tão tristes, porém tão belos...

Quando saí do "transe", caímos em si e finalmente nos afastamos e decidimos voltar para dentro do castelo, pois estava recomeçando a nevar. Mas antes de chegar à porta, não pude deixar de olhar a rosa. AQUELA rosa. A rosa que tinha começado tudo. E notei que ela estava diferente. Inexplicavelmente diferente.

Então me lembrei do que ele havia dito quando eu tentei pega-la: " Essa rosa não." Afinal, o que ela tinha de diferente?

Assim que chegamos, voltamos para a sala de jantar para o almoço, que foi silencioso, como geralmente era. Depois, eu voltei para meu quarto, Nicholas voltou para o seu e os criados voltaram para suas tarefas, ainda animados com o que havia acontecido.

Fiquei feliz de saber que eles estavam felizes. Eu também estava. Nicholas eu não sei, mas provavelmente sim. Só que as coisas estavam estranhas entre nós, devido ao ocorrido.

Quando cheguei no quarto, troquei de roupa e coloquei um vestido mais quente. Decidi arranjar algo para fazer até a hora do jantar. Comecei a procurar nas gavetas dos armários, mas não havia nada de interessante lá. Se ao menos eu tivesse um livro...

Estava pensando no que fazer, quando ouvi alguém me chamar. Era a voz de Harry. Fui abrir a porta sorridente e lá estava ele, segurando um pouco de lenha. Provavelmente para acender a lareira. Eu já esperava que ele viesse fazer isso, o que eu não esperava era que Nicholas viria junto.

Ele estava lá, ao lado de Harry, olhando para mim. Cumprimentei os dois e Harry foi entrando e enquanto ele alimentava o fogo, sorri timidamente para Nicholas, que retribuiu.

Quando Harry terminou o trabalho, eu o agradeci, sentei-me perto da lareira e chamei Nicholas para que ele se sentasse ao meu lado. Ele obedeceu e Harry se retirou.

Ficamos um tempo só observando o fogo dançar na lareira, até que ele resolveu perguntar:

– Gostou de hoje?

– Sim. - respondi distraidamente. - E você? - resolvi perguntar.

– Ah sim, gostei. - disse ele, provavelmente sendo pego de surpresa.

– Você também fazia essas coisas quando criança? - quis continuar.

– Eu? Não. Eu quase nunca vou ao jardim, apenas para checar a ros... - ele parou repentinamente, depois de perceber que estava falando demais. Levantei a sobrancelha. Eu poderia ter deixado aquilo para lá e fingido que nunca havia acontecido, mas eu sou curiosa. E queria muito descobrir o mistério da rosa.

– Você ia dizer rosa. - afirmei, e ele confirmou. - Nicholas, afinal, o que tem a rosa?

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POV fera

Não acreditava que ela estava me perguntando aquilo. Tudo bem ela ser curiosa. Mas o que eu ia responder? Eu não podia lhe contar a verdade, porque temia que se ela descobrisse que eu estava enfeitiçado, iria ficar comigo - caso isso acontecesse - pelo dinheiro e não pelo amor. E eu preferia nunca ter a chance de amar, que ter um amor falso.

Porém, eu não queria mentir para ela. Então, inventei uma história que estava bem próxima da realidade ( pelo menos em minha opnião) e respondi:

– Bela, a rosa é meu destino. Quando eu nasci, a rosa surgiu no jardim e agora suas pétalas caem a cada ano. Assim que as pétalas acabarem, ou eu morrerei ou isso significa que eu cumpri com o meu destino. Entendeu?

Talvez a história esteja um pouco mentirosa. Mas, eu realmente não queria dizer à ela. Agora, eis aqui a verdadeira história da rosa:

Quando o feitiço foi lançado, a rosa de fato surgiu no jardim, com um bilhete escrito em uma das pétalas, que dizia: " As estações passarão e ao longo do tempo as pétalas cairão. E quanto mais rápido isso ocorrer, mais perto estará de um dos desfechos acontecer. Quando esse ciclo, finalmente terminar ou a morte o menino levará, ou seu destino acaba de se concretizar." A escritura sumiu assim que minha mãe terminou de lê-la. Levemente sinistro? Sim, mas minha vida é sinistra. E solitária. E mais estranho é que isso realmente aconteceu. As pétalas iam caindo, conforme o passar dos anos.

– E qual o seu destino? - perguntou Bela, trazendo-me de volta à realidade. O meu destino? Outra coisa que tinha medo de lhe contar qual era. E que me assustava também, tanto quanto aquelas malditas pétalas que viviam caindo. Porque quanto menos pétalas a rosa tinha, mais perto eu estava da morte, já que cumprir o meu destino, que era fazer com que alguém verdadeiramente me amasse ( ou seja, conseguir que alguém amasse um monstro), estava fora de cogitação. Por isso, limitei-me em responder apenas:

– Conseguir com que alguém faça algo impossível.

Bela ficou me olhando, tentando processar tudo. Ela ia perguntar mais alguma coisa, mas deve ter percebido que aquilo era o máximo que eu iria falar e se calou.

Permanecemos calado depois disso, o que me fez pensar que a conversa havia terminado, mas ela me perguntou, surpreendendo-me:

– Nicholas, você gosta de ler?

Ah não. Por que justo essa pergunta! Não que eu tivesse algo contra livros, pelo contrário mas é que...

– Senhores. - chamou Harry. "Salvo pelo gongo". - O jantar.

– Sim, já vamos. - ela se levantou e eu me levantei logo em seguida. Fomos juntos até a porta, mas assim que chegamos ao corredor, Harry me deteve.

Bela e eu o encaramos, querendo saber o porquê disso. Mas acabei entendendo que ele queria falar comigo a sós e falei para Bela descer.

Assim que ela saiu, Harry começou:

– Nicholas, preciso lhe contar algo.

– Conte- me então. - disse impaciente.

– No jardim, quando você e Bela se agarraram...

– NÃO NOS AGARRAMOS! - fiz questão de corrigir. - Ela escorregou, eu a segurei, eu a levantei e ficamos próximos.

– Que seja. - ele fez pouco caso. - Enfim, quando isso aconteceu eu deu uma olhada na rosa. Ela estava brilhando.

– Brilhando? - perguntei e ele confirmou. Como assim brilhando? Isso nunca tinha acontecido antes. - Não era a luz do Sol refletida na flor?

– Não! - Harry insistiu, dando um tapinha na testa como se fosse mais do que óbvio que aquilo era tudo verdade. - Era um brilho diferente. E estranho. E mais uma pétala caiu. - abaixei os olhos quando ele disse isso. Eu tinha pouco tempo. Ele finalizou:

– E eu suspeito que isso tudo tenha acontecido... Por causa dela.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo cap! E pf, comentem !



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