Beauty and the beast escrita por SundaeCaramelo


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! É, eu estou realmente inspirada hehe. Como vocês demoraram a escolher o nome, decidi colocar Nicholas mesmo, porque Adam é o nome verdadeiro da fera e eu quero inovar. Bjs e como sempre, espero que gostem ;)



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POV bela

Depois de chorar por algum tempo, comecei a pensar sobre o que tinha acontecido.

Ele era realmente horrível. Era assustador. Um monstro. Isso qualquer um podia perceber. Isso também fazia qualquer um correr no momento em que o visse, fazia ele ser temido e odiado pelo mundo.

Mas, isso não fazia com que eu o odiasse. Isso só fazia com que eu me sentisse ainda mais culpada por ter dito que o odiava. E com que eu finalmente encontrasse as respostas para as minhas perguntas. A explicação para a sobriedade, para o isolamento, para o fato de eu quase nunca o ver estava em sua aparência.

De repente, fui invadida pela compaixão, por mais que eu soubesse que a única coisa que o que ele era não explicava era sua estúpida arrogância.

Fiquei pensando durante um tempo, no que o pessoal da aldeia faria se estivesse na minha situação. Com certeza a maioria enxergaria nele uma ameaça e ou o mataria, ou simplesmente partiria dali o mais rápido possível e espalharia a lenda de que vivia uma fera nas profundezas da floresta, ao invés de pensar no lado dele também, como eu estava fazendo.

Ele era excluído pelo mundo. Vivia num dos lugares mais secretos e sombrios da floresta. Ele devia sofrer um pouco com isso. De se olhar no espelho e temer o próprio reflexo, e ter a consciência de que teria que viver solitário até o final de sua vida, apenas na companhia de seus três amáveis criados porque caso o vissem ele teria que lidar com a dor de ouvir centenas de ameças. E de saber que ninguém nunca iria querer conhece-lo e saber quem ele era de verdade. Porque as pessoas não se importam com o caráter e saem julgando sem ao menos conhecer... Exatamente como eu havia feito.

Foi a partir desse momento que decidi que iria começar de novo e fazer algo que provavelmente ninguém nunca tinha tentado fazer com ele: Descobrir se por trás de um rosto terrível, não havia um coração de ouro. Ele podia ser um monstro arrogante, chato, sombrio demais... Mas ele havia salvado a minha vida. A destruído um pouquinho também, mas apesar de tudo, ele merecia uma chance de que ele podia ser um monstro por fora, mas não por dentro.

Então, estava decidido, eu iria falar com ele no dia seguinte, pedir desculpas por tudo o que tinha acontecido e finalmente arranjar um jeito de conhece-lo.

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No dia seguinte, acordei um pouco mais cedo. Assim que saí da cama, corri para a janela, para poder observar o jardim no último dia de inverno do ano.

A maioria das folhas estava amontoada no chão, mas algumas poucas ainda estavam presas nas árvores. Estas eram arrancadas em poucos segundos pelo vento furioso. Olhando as folhas ali, sendo levadas pela corrente de ar, me lembrei de meu pai. Sentia muita falta dele. E desejava de todo o coração poder vê-lo de novo. Mas eu tinha de ficar ali. Por ele e pelo monstro.

Assim que saí de perto da janela, coloquei um vestido azul, uma das minhas cores favoritas, para me dar sorte e fiquei esperando Charlotte me chamar para o café da manhã.

O tempo passou voando e de repente, me vi parada em frente a porta da sala de jantar. " É agora" pensei, enquanto abria a porta.

Ao vê-lo, não pude evitar um calafrio. Sentei-me na ponta da mesa, enquanto ele sentou-se na outra ponta. Enquanto eu repassava em minha mente tudo o que iria falar, ele me encarava. Também parecia estar pensando no que dizer.

Mas, assim que Charlotte pôs uma xícara de chá em minha frente, ele foi rápido e começou a falar:

– Bela, me desculpe. Por ter sido grosso com você, por estar te fazendo ficar aqui, por eu ter que te fazer olhar para mim todos os dias, por ser horrível desse jeito e ter te assustado por causa disso, por...

– Não precisa pedir desculpa por ser quem você é. - interrompi.

– Mas eu sei que você tem medo de mim. Eu sei. Você saiu correndo assim que me viu, apesar de que eu não a culpo por isso, já que eu também sabia que era isso o que você ou qualquer pessoa faria na sua situação. E foi por saber disso, que eu não te disse porque eu realmente quero que você aqui: Para te proteger Bela. Eu sei que mal te conhecia e não a conheço até agora, mas eu simplesmente não quis nem pensar na possibilidade de você morrer. Só que, se eu te contasse, pelo jeito como você me tratou no jardim, achei que não acreditaria em nada, diria que sabia se defender ou algo do tipo. Por isso, preferi dar uma desculpa qualquer para te fazer ficar. Desculpe por ter mentido para você. Mas não tinha outra forma de fazê-la ficar aqui, porque eu temia que quando você me visse sentiria medo, horror, ou qualquer coisa ruim que alguém possa sentir ao me ver e talvez você fugisse e piorasse tudo.

– Eu nunca sentiria isso de você. - apressei-me em dizer. Estava chocada com tudo aquilo. Então ele estava realmente tentando me proteger. E eu tinha sido tão má, achando que ele era também, mas não, ele só estava tentando me ajudar.

– Nunca? Só pode ser brincadeira. - ele debochou. - Bela, olhe para mim!

– Não sinto medo. Não tenho horror. Não sinto qualquer coisa pior que isso. Quando olho para você, tudo bem, não vou mentir, é assustador. Mas agora que sei de tudo, eu não me importo tanto assim com isso. E você não deveria se importar pois você é bonito po...

– Bonito? NÃO HÁ BELEZA EM UM MONSTRO COMO EU!

– Bonito por dentro. - falei. - Há sim beleza em você. Há em todas as coisas, as pessoas que prestam atenção nos lugares errados. Você pode não ser muito belo por fora, mas por dentro você é lindo! Você está me ajudando! Ajudando uma desconhecida, que quase roubou uma rosa que parece ser muito importante para você, que disse que te odiava... Mas você nem se importou com isso, você continuou me ajudando. Eu é que me desculpo, por ter agido daquele jeito. E por ter dito que te odiava. Por tudo. E sinceramente, não se preocupe com isso de aparência. Não é tão importante assim. Você tem um coração bom e é isso o que realmente importa.

Ele me encarava perplexo, absorvendo tudo o que eu havia dito. Então ele sorriu. Sorri também. E começamos a comer.

O café foi silencioso. Na verdade extremamente silencioso, o que me deixou meio preocupada. Ele ficou quieto o tempo todo. Tudo bem que eu havia usado umas palavras fortes, mas era tudo verdade e eu realmente não esperava essa reação. Já estava quase pensando em perguntar se estava tudo bem, quando ele terminou, e se preparou para sair da sala. Mas antes, ele chegou perto de mim e disse, com o mais radiante dos sorrisos:

– Obrigado Bela. Apenas obrigado. Por ser quem você é.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo pessoal! Caso queriam saber, o ano em que se passa a história é 1740, porque foi nesse ano que foi escrito o conto original. Mas, vcs já devem ter percebido que é só um ano mesmo, porque o jeito e a linguagem dos personagens é mais atual do que era naquela época. Mas continuo amando o século XVIII *-* Enfim, espero que tenham gostado, vejo vocês no próximo cap



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