On the Way escrita por Liz


Capítulo 8
Horas Proibidas


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouco para sair, mas esse está em um tamanho bom!



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Lugar Desconhecido, Dois meses atrás

A boate estranha em que entrou parecia ser a ‘’boate dos bêbados’’. Para todo lugar em que olhava, Lena podia ver homens cambaleando e lançando cantadas péssimas e antigas para cima de mulheres que estavam prontas para ficarem bêbadas. Ela não sabia exatamente o que queria fazer ali, mas pelo menos, Alya não estava dentro de sua vista. Como aquela garota gostava de ser insuportável!

E novamente, se tratava de Klaus. Novamente, ela queria a maldita vingança que nunca teria. Se Lena soubesse que seria assim, teria matado Alya antes mesmo de Klaus.

Uma imagem bem fora do comum daquele lugar captou o seu olhar. Um garoto, talvez da mesma idade do que ela, ele estava apoiado no bar, mas não estava bebendo. Assim como ela, estava observando cada um dos bêbados prontos para caírem no chão. Lena não podia deixar de notar que ele era muito bonito. De algum jeito, não conseguiu desviar o olhar dele e quando seus olhares se encontraram, não deixaram que a conexão caísse.

Lena pensou em se aproximar, mas poderia parecer que ela era fácil e estava muito interessada. Não que ela não gostasse de tomar iniciativa, mas seus últimos relacionamentos haviam sido bastante conturbados e rápidos. Tudo porque ela tinha tomado a iniciativa.

O garoto de cabelos pretos levantou o copo em sua direção. Então agora ele estava bebendo? Ou ele estava lhe oferecendo uma bebida?

Lena apenas sorriu. Logo que deu um passo para trás, sentiu uma mão em sua cintura. Ela se virou.

– Você? – ela tentou parecer surpresa, mas tudo foi frustrado.

– Eu – o garoto respondeu e um sorriso surgiu nos seus lábios. – Uma bebida? – Ele levantou o copo novamente. – Posso dizer que sou uma ótima companhia.

– O que te faz pensar que eu vou aceitar se eu nem sei o seu nome?

– Não seja por isso – ele sorriu novamente. – Meu nome é James. James Coulton.

***

Lena acordou sonolenta. Damon podia vê-la tonta e se não fosse pelas algemas da cadeira de ferro em que a prendeu, ela poderia facilmente ter caído de cara no chão. Quando estava pronto para drenar o sangue dela, Damon ficou espantado com a quantidade de verbena. Como um vampiro podia agüentar tanta verbena em seu sangue?

Pronto para enchê-la de perguntas, Damon abriu a boca para falar, mas Lena começou a murmurar algumas palavras.

– James, James – ela dizia. – Não, não, não! Se afaste! Não...

Damon franziu o cenho.

– Quem é James?

– O garoto do copo... – Lena soltou um grito. – Isso dói! Damon, por favor! Me tira daqui e chame a Alya!

Damon cruzou os braços, estarrecido.

– O que te faz pensar que eu faria isso, maninha? – perguntou. – Não quer participar do nosso dia juntos? Me magoou agora.

Lena estava de cabeça abaixada. Quando a levantou, Damon só não gritou porque não fazia isso quando se assustada. Os olhos de Lena estavam negros. Do branco para o negro. Ou melhor, do cinza. Quem era aquela garota?

– Seus olhos...

Lena desviou o olhar.

– Eu disse para me tirar daqui – ela murmurou. – O que pretende? Me interrogar até a morte? Vá em frente, maninho. Depois não diga que eu avisei.

– Ameaças... – disse Damon. – Somente ameaças. O que pode acontecer? Você vai voltar dos mortos e me matar? Olha que eu posso ter medo.

– Não seja idiota.

Damon abriu a boca para retrucar algo, mas os passos ecoando pelo lugar o fez fechá-la novamente. Ele sabia quem era. Não concordava muito, mas toda ajuda era bem-vinda. Afinal, ele não era o único interessado.

– Olá, Lena – Klaus cumprimentou. – Essa é a melhor imagem que eu tenho de você desde que a conheci.

– Não seja ríspido, Klaus – Stefan repreendeu. – Lena merece toda a nossa atenção e hospitalidade.

Lena estreitou os olhos.

– Eu pensei que se odiassem.

– Até certo ponto, amor – falou Klaus. – Você não é nenhuma flor que se cheire. É um veneno. Eu sei quem é você, Lena Gray. Mas quero saber mais.

– Fique querendo.

Klaus avançou para frente, fixando seu olhar em Lena.

– Eu odeio brincadeiras – ele avisou. – Espero que se lembre disso.

– E eu espero que você morra odiando-as.

***

– Lena – ela estendeu a mão e James a pegou. – Lena Gray.

James a guiou até o lugar em que estava sentado. Lena ficou impressionada com a quantidade de assunto que o garoto tinha. Falaram sobre tudo: comidas, cidades, países, crises econômicas, as épocas em que a moda era tão horrível – nesse ponto, Lena desconfiou que ele fosse um vampiro, mas ela conseguiu ouvir o coração dele batendo –, sobre o cara bêbado ao lado, a boate que parecia um funeral de tão morta, famílias e companhias desagradáveis que já tiveram que encontrar. Ela contou sobre como conheceu Katherine, mas não disse a data, sobre os irmãos que nunca gostaria de encontrar na sua vida, sobre como a mãe foi morta e jurou se vingar de James, que parecia entusiasmado com cada palavra que ela dizia e ela ainda duvidava se ele estava acreditando e prestando atenção ou se estava querendo outra coisa.

Garotos sempre querem mais de uma coisa. Com James não seria diferente. E nem que ela queria que fosse diferente. James era um garoto bonito. As maças do rosto delicadas, a pele clara sendo irradiada pela pequena luz lançada sobre ela, os cabelos pretos arrumados em um topete bagunçado para o lado, os olhos azuis escuros que ás vezes brilhavam, os movimentos que fazia com a mão quando falava, o sorriso que mostrava os dentes brancos e impecáveis, até a forma como os seus olhos ficavam quando ele fazia uma expressão engraçada fazia Lena se perguntar o que eles estavam fazendo ali e não lá fora, em outro lugar. Talvez mais confortável.

– Eu sou tímido, Lena! – James disse, enquanto ria. – Para com isso ou vou ficar igual um tomate.

– Bom, você ainda não está gordo – ela retrucou.

– Acho que tem um restaurante aqui perto – ele apontou para a porta. – Vamos?

– Não seja bobo.

– É o meu charme.

Ela tinha certeza de que aquilo era uma cantada. Mas também tinha certeza de que fora a pior que ouvira em... cinquenta anos.

– Vou te chamar de bobão, então – disse ela, por fim. – É perfeito e combina com você.

– Tudo bem – ele concordou. – Vou te chamar de gostosa. Porque é perfeito e combina com você.

– Tudo bem – ela concordou. – Vou te chamar de safado. Porque é horrível e combina com você.

– Tudo bem – ele concordou. – Vou te chamar de linda. Porque é comum, as mulheres adoram e eu sempre ganho um beijo quando falo isso. O que me diz?

– Ah, eu te digo que você ainda vai ter que fazer muito.

– Minha casa é aqui perto – James falou, se levantando.

– Garanto que meu carro é mais perto.

***

– Eles pegaram a Lena? – Bonnie questionou.

Bonnie, Elena e Caroline estavam juntas no Grill, logo depois de Damon ‘’raptar’’ Lena e levá-la para as celas embaixo da casa dele. Mesmo com a estranha sensação de algo daria errado, Bonnie tentou parecer que tudo estava bem. E talvez estivesse e só ela não queria aceitar.

– Sim – Caroline comemorou. – Agora vamos descobrir o que ela quer.

– Se conhece a Katherine – Elena comentou – boa coisa não é. O jeito que ela tratou o Damon e o jeito que a Alya ficou furiosa com ela. Tem alguma coisa estranha.

– Mais estranho do que Stefan, Klaus e Damon em um mesmo lugar sem mortes, não é – Caroline lembrou. – Ou talvez seja.

– Klaus? – Bonnie indagou. – Quando ele começou a fazer parte do plano?

– Desde quando ele seguiu o Stefan e eles fizeram um pacto contra Lena – Elena respondeu. – Desde que ele não mate mais ninguém, eu até posso gostar disso.

– Só que depois que acabarmos com a Lena, teremos que enfrentar ele de novo – Caroline disse. – Stefan já pensou no que vai fazer sobre isso?

– Talvez a Lena tenha a resposta para isso – Bonnie falou. – Ou até a amiga dela. Lena não é qualquer garota. Eu consegui sentir uma coisa nela. Uma coisa estranha. E tenho que descobrir o que é.

– Deve ser coisa de bruxas – disse Caroline, parecendo indiferente. – Acho que o seu santo não bateu com o dela.

– Não é, eu sei disso – Bonnie tentou argumentar. Se virou para Elena. – Elena, me ajude. Sabe que eu estou falando a verdade.

– Vamos descobrir isso mais tarde, Bonnie – disse Elena. – Mais tarde, tudo vai se resolver. Tudo vai ficar bem.

A porta do Grill se abriu. Alaric Saltzman passou pela porta, nervoso. Elena logo se moveu para falar com o professor de história e Bonnie e Caroline foram atrás.

– Rick? – Elena chamou. – O que está fazendo aqui?

– Acredita que eu acabei de perder o meu emprego? – Alaric falou com desdém. – Um garoto novo na cidade acabou de me roubá-los. Quem ele pensa que é?

– De quem está falando? – Bonnie perguntou.

– James. James Coulton! É só um garoto. Não podem me despedir assim.

Bonnie conseguiu vislumbrar um momento de amor entre uma garota ruiva e um garoto moreno. Eles riam e gritavam toda hora, diziam coisas malucas um para o outro e estavam envoltos por uma coberta de veludo vermelho escuro. Em outro momento, Lena sangrava pelo nariz e chorava, lamentando por algo inacreditável de acontecer. Estava de joelhos sobre um túmulo e nele, Bonnie conseguiu ler o nome. Dizia: ‘’Barbara Gray, 1815 – 1866’’.

***

A casa de James era arrumada e bastante detalhada. Porém, Lena não conseguiu e nem queria reparar em nenhum detalhe a não ser na boca dele. Ele apertava o corpo dela contra si e toda vez que ela pensava em se desviar dele, James conseguia trazê-la de volta.

– A gente acabou de transar no meu carro! – Lena disparou. – Ei, sossega!

– Foi desconfortável – ele murmurou. – Mas foi bom.

– O que você...

Lena caiu na cama de James. Estava coberta por um cobertor de veludo vermelho escuro e parecia ser quente. Enquanto passava a mão pelo tecido macio do cobertor, Lena podia sentir James tirando suas roupas com a maior facilidade e jogando-as para longe; longe do alcance de vista de Lena. Agora, James estava subindo pela cama, beijando a barriga descoberta, passando pelos seios, a clavícula, o pescoço, a mandíbula e por último, a boca. Lena agarrou a camisa de botões do garoto e em um impulso, rasgou-a sem nenhuma cerimônia. Sem demonstrar nada, James apenas continuou a tirar as poucas peças de roupas que ainda faltavam em Lena.

Todas as peças de roupas estavam espalhadas pelo quarto e algumas passaram pelo cômodo sem nem serem notadas. James prendeu-a em todas as partes de sua casa, das paredes para as janelas, na cama para o chão, no piso frio do banheiro, no sofá da sala – que há essa hora, estava virado de cabeça para baixo –, na cozinha, principalmente em cima do fogão e com a porta da geladeira aberta.

– Pelas minhas contas – Lena sussurrou – foram onze até agora.

– Ainda tem na piscina – James lembrou, a mão descendo pela pele nua de Lena, recostando-a a no quadril dela. – E eu quero mais no quarto.

– Aqui tem piscina? – Lena perguntou, dando mais atenção a boca de James em seu pescoço. – Eu não vi nada.

– É na casa do vizinho – ele explicou, a mão subindo pelas costas de Lena, até que ele pegou bruscamente no cabelo dela e o puxou para trás. – Vamos lá, você aguenta.

– A minha preocupação não é comigo – disse ela, empurrando-o pela parede ao lado da geladeira. – É com você.

– Eu estou bem – James retrucou, sorrindo para ela pelo ato. – Damos distância de quinze minutos. Isso é o suficiente. A piscina não é muito longe.

– Eu prefiro na sua cama.

Lena tirou os braços de James ao redor de sua cintura e o pegou pela mão, arrastando-o até o quarto dele. Ela se jogou na cama e assim também fez James. Ela não sabia o quanto estava exausta e quando olhou no relógio ao lado da cama, percebeu o quanto tempo passara de pressa e ela não percebeu que já estava de manhã. O relógio marcava 06h45min e Lena lembrou que chegara a casa de James pouco mais da meia-noite.

– Você é ótima – disse ele e as palavras saíram como um sussurro. – Eu nunca fiz tanto sexo na minha vida.

Lena segurou a risada.

– Frouxo.

James se apoiou na cama pelo seu cotovelo e olhou para Lena.

– E você é uma safada.

– Eu tive os meus momentos – falou ela, se aproximando dele. – Não me julgue, por favor.

– Nunca faria isso.

Ele passou os dedos levemente pela bochecha dela e um sorriso malicioso surgiu na sua boca. Lena mordeu o lábio inferior, como se isso o provocasse e provocasse ela mesma. James abaixou a cabeça e foi de encontro à boca de Lena. Ela passou a mão pelos cabelos dele e desceu pelas costas nuas dele, puxando-o para cima dela. Provavelmente, seriam doze vezes.

– Quem é você, Lena Gray? – ele sussurrou.

– Quem é você, James Coulton? – ela sussurrou de volta.

– Quem é você...

E enterrou o rosto no pescoço dela, sussurrando e gritando o nome de Lena várias vezes, assim como ela, que sussurrou o nome dele a cada vez que ele explorava seu corpo de várias formas diferentes.

Ela não queria saber quem ele era. E provavelmente, nem ele queria saber quem ela era. A única coisa que ambos queriam eram passar todo o tempo com os corpos colados e falando bobagens, gritando o nome de cada um como um pedido. Rolaram pela cama e não pararam de se beijarem. Não pararam de se arranharem e nem James se importou quando Lena o mordeu. Muito menos ela se importou quando ele a mordeu de volta e arranhou todo o seu corpo, borbulhando sangue a cada arranhão novo.

No final do dia, James e Lena ainda estavam envoltos pela coberta de veludo vermelho escuro, misturada com o sangue de cada um dos dois. No final do dia, James e Lena estavam dormindo juntos; o braço dele envolto na barriga dela, o peito dele nas costas dela. E no dia seguinte, eles não conseguiam se lembrar do nome um do outro e nem que passaram tantas horas juntos. Nos dias que se passaram, eles nem se lembravam de que algum dia se conheceram.


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Notas finais do capítulo

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