On the Way escrita por Liz


Capítulo 3
Tudo de Ruim




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– Bonnie! – Elena Gilbert gritou.

As duas estavam na casa de Elena, pois todos acharam melhor que a garota ficasse segura. Bonnie Bennett ficou encarregada de proteger a garota de Klaus. Não se tinham notícias dele desde que Stefan roubara os caixões do híbrido e os escondera. Aquela não parecia a melhor ideia que Stefan já tivera.

– Estou bem, Elena. Eu só...

Bonnie caiu de novo no chão do quarto de Elena. Há duas horas, as mesmas imagens não paravam de ir e vir na sua cabeça. Giravam, giravam e giravam, fazendo com que Bonnie se perguntasse se aquilo realmente seria normal por causa de ser bruxa ou seria algo mais sério. Um sinal, talvez.

– Não, Bonnie – Elena discordou – você não está bem.

Elena praticamente obrigou Bonnie a deitar em sua cama. Claro que era besteira. Ou deveria. Por que ela estaria tendo sonhos, mas precisamente pesadelos, com uma garota sem rosto, mas com os olhos tão marcantes e um cara que ela nem conseguia saber como poderia ser? Ele era estranho e o que mais incomodava Bonnie era que os dois não pareciam ter nenhuma ligação, mas ao mesmo tempo, sim.

A cada dia que passava, tudo ficava maior. Bonnie não descansaria até descobrir quem era a garota e o garoto, a ligação dos dois e a quantidade de sangue que ela via sem explicação nenhuma. A única marca da garota eram os olhos e o garoto parecia uma sombra. Tudo nele era negro.

– Elena – Bonnie chamou. – Elena, eu preciso te contar uma coisa.

– O quê? – Elena se aproximou mais de Bonnie.

– Eu estou tendo sonhos – Bonnie explicou. – Ao mesmo tempo em que parecem reais, não parecem. Eles têm uma ligação, eu sei disso. É estranho. Eu nunca senti isso antes. Preciso saber o que está acontecendo.

– Que tipo de sonhos?

– Faz alguns dias – Bonnie respondeu – que eu sonho com uma garota e um garoto. Eu nunca os vi. Tem sangue também. Muito sangue. Só que há algumas horas, isso tem ficado insuportável.

– Deve ser essa coisa de bruxa – Elena opinou.

– Pode ser. Ou talvez não. Eu acredito que não, Elena. Alguma coisa vai acontecer hoje, eu sei.

***

– IRMÃ? – Damon gritou. – Ficou maluca? Não temos irmã, ruiva!

Lena não se intimidou.

– Não vou mentir para vocês que eu soube disso há muito tempo – ela falou – mas resolvi procurá-los agora porque quero uma família. Uma família linda e feliz. Quer mais do que três irmãos contra os perigos dessa cidade podre? Eu soube de algumas coisas, mas não muito.

– Lena – Stefan falou o mais gentilmente possivelmente. Ela se lembrou de algumas palavras de Katherine. Ela dizia que eles eram parecidos e desleixados, que acabavam com tudo a sua volta, mas que um era mais gentil que o outro. Katherine havia falado com tanto sarcasmo que Lena achara que era mentira. Estava claro que Damon não era o gentil. Seria Stefan, então? – Não tem por que nos procurar. Damon e eu não concordamos em nada. Com mais uma Salvatore, isso vai ficar impossível.

– Eu não sou uma Salvatore, Stefan – Lena retrucou, ignorando as caretas de Damon. – Vocês dois são. Eu não. Meu nome é Helena Gray. Gray! Nada de Salvatore.

– Eu posso adivinhar que existe um motivo maior para que você nos procure – Damon opinou e a expressão de seu rosto ficou mais séria. – Eu aposto em duas coisas: solidão ou mais problemas. Se for o segundo, dispenso.

Damon era mais esperto do que aparentava. A primeira impressão que Lena teve foi um vampiro bêbado sem sorte no amor. Para ter amado Katherine, ele realmente era muito azarado. Assim como Stefan, mas este parecia ter uma situação melhor.

– Nem um, nem outro. – Ela sorriu para Damon. – Não posso querer conhecer os meus adoráveis irmãozinhos?

– Você vai ficar aqui? – Stefan perguntou.

Ela se espantou com a pergunta. Nem havia passado pela sua cabeça ficar na mansão Salvatore. Não se passava na sua cabeça ficar mais tempo que o previsto na cidade. Mas agora, conhecendo os irmãos, desde a primeira impressão até a reação ao saber que tinham uma irmã, seria mais complicado do que ela esperava. Seria mais complicado entender o que estava acontecendo, entender porque ela tinha sido a escolhida e entender quem poderia estar tão envolvido nisso quanto ela.

– Não sei – Lena respondeu automaticamente.

– Eu poderia proibir – disse Damon – mas, se você é mesmo uma Salvatore, deve ficar. Não que eu me importe com a sua presença.

– Como podemos saber se você é mesmo nossa irmã? – perguntou Stefan, franzindo o cenho.

– Bom, se uma pessoa descobriu, vocês também podem. Não é como se um passarinho tivesse pousado no meu ombro e me contado que o meu pai não era realmente o meu pai e que eu tinha dois irmãos mais novos que moravam em uma cidade cheia de Seres Sobrenaturais e que eram vampiros.

– E quem descobriu isso? – Damon questionou.

– A sua amada Katherine Pierce – sussurrou Lena para o vampiro.

***

Klaus Mikaelson derrubava tudo o que estava em sua frente. Stefan Salvatore ter roubado seus caixões foi a gota d’água para Klaus perder o mínimo que restava de sua paciência. De um jeito ou de outro, ele teria sua família de volta. Ele não perderia mais nada.

Depois de bater a cabeça na parede mais vezes do que ele poderia contar, Klaus caiu no chão, desesperado. Ele nunca mostrava desespero a ninguém. Nunca demonstrava sua parte que sentia, ou que poderia sentir. Foram poucas ás vezes que alguém o via como um menino que ele era mil anos atrás. Mas tinha acabado tudo tão mal, tão horrível, que fazia até mal se lembrar.

Fazia mal se lembrar e admitir que ele fora o culpado. É claro que ela se mataria, é claro que ela acabaria com tudo, claro que jogaria tudo em cima dele.

Klaus tinha que afirmar para si mesmo que aquele fora um de seus melhores tempos. Ele se sentiu tão vivo e amado. Klaus Mikaelson se sentiu amado por alguém que não tinha a menor ideia quanto eram profundos os sentimentos dele! Ele se sentiu amado e com vontade de proteger aquela coisinha tão delicada, que poderia desmoronar apenas ao toque. Sentir os lábios dela nos seus, apenas tê-la nos seus braços...

Não! Ele tinha que esquecer. Era melhor esquecer, por que aquilo nunca voltaria.

Entretanto, esquecer não estava na sua lista de coisas que ele deveria fazer. Perto de um espelho quebrado e um sofá revirado, um pedaço de papel. Klaus se aproximou dele por impulso. Atrás, uma legenda tão memorável, quanto à mulher da foto:

Encontro de corações, de almas perdidas e do doce amor hoje revelado.

Do meu amado Klaus, a quem nunca esquecerei.

Se outro alguém visse isso, poderia apostar que era uma despedida. Esse era o jeito dela. Sentia as coisas de um modo mais profundo do que todos. Fazia do jeito que ninguém poderia fazer. Todo dia, logo após acordar com a mulher ao seu lado, Klaus acariciava seus cabelos e a observava dormir tão tranquilamente como só ela sabia. Do meu amado Klaus, a quem nunca esquecerei.

As lembranças fugiram ao ouvir passos. De salto alto. Klaus não se lembrava de querer receber visita alguma. E nesse momento tão perturbador, a pessoa que se atrevesse a cruzar aquela porta para encontrá-lo estava oficialmente morta.

Mais perturbador do que isso, só a mulher na sua frente. A estatura média, cabelos escuros na altura do ombro, a mandíbula definida e a postura de coragem. A expressão em seu rosto estava séria, mas um sorriso perverso se instalava em seus lábios na medida em que seu olhar alcançava seus olhos assustados.

– Alya?

***

– Sr. Coulton – a menina chamou – preciso saber de mais detalhes!

James sorriu.

– James, por favor – ele pediu. – Querida, estou atrasado. Sem mais detalhes.

A menina a sua frente fez um carranca. Fez beicinho do jeito que ela sempre fazia quando queria algo, mas nunca conseguia, e possivelmente, acreditava conseguir algum dia.

James dispensou a menina que o chamara de Sr. Coulton. A universidade era o seu ponto de partida para uma vida normal. O problema era que ninguém poderia acreditar que um garoto de vinte anos era realmente um professor de História. Tinha que sair dali o mais rápido possível. James se esqueceria da menina a sua frente, se esqueceria de todos ‘’Sr. Coulton’’ que já ouvira e tomaria mais um novo rumo na sua vida.

Tudo de ruim poderia acontecer. Porém, pior do que isso, não.

James entrou em seu carro. Deixaria a universidade e seguiria para Falls Church. Seu instinto lhe dizia para seguir o caminho que ele menos desejava seguir. O caminho pelo qual temia. O caminho no qual encontraria o mal e viraria o mal. James não podia fugir disso.

Deveria estar em Mystic Falls até tarde da noite. Lá, descobriria o que realmente seus sonhos querem dizer. Lá, encontraria a resposta para tudo.


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Notas finais do capítulo

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