On the Way escrita por Liz


Capítulo 14
Meu Passado, Seu Futuro


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo novinho !



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Bonnie Bennett andava mais uma vez pela mansão em ruínas. Visitar a família de Klaus presa nos caixões agora parecia uma rotina. Com a chegada de Lena, tudo teve uma reviravolta. A atenção de Klaus agora nem estava mais voltada para a família e sim, para Lena. E se alguém tão poderoso quanto ele estava tentando descobrir tudo sobre a presa, era melhor se preocupar também.

Ao todo, eram quatro caixões. Três destrancados. Um que não podia ser aberto. O que de tão precioso estava escondido ali?

Bonnie sabia que tinha que descobrir o mais rápido possível. Se seus sonhos a levaram ali e se Stefan confiou nela para ajudar, tinha algo de importante.

– Isso parece um mausoléu.

A bruxa se virou lentamente. Ela sabia quem era, reconhecia aquela voz. Helena Gray agora estava em sua frente. Os cabelos ruivos presos para trás, o rosto sério, sem nenhuma expressão ou emoção. Ela usava um casado preto por cima de uma blusa branca de renda, junto com uma calça jeans e um sapato de salto alto de amarrar. Parecia pronta para matar.

– Você me seguiu – Bonnie concluiu.

Lena cruzou os braços.

– Isso não é um pouco óbvio? – a ruiva ironizou.

– Não pode tirá-los daqui – afirmou Bonnie. – Nem você e nem Klaus.

– É que eu só quero um único Original – Lena encolheu os ombros. – Você poderia me ajudar com isso.

– Não vou libertá-los.

Lena desviou o olhar de Bonnie para os caixões. Ou para o lugar que estariam os caixões. Novamente, os espíritos das bruxas mortas fizeram o seu trabalho.

– E se fizermos um acordo? – ela propôs. – Tenho algo que vai te interessar muito.

– Não estou interessada em acordos – Bonnie disparou.

– Tem certeza? – Lena provocou. – Nem quando um grimório poderoso está em jogo?

Bonnie mudou o peso de um pé para o outro. As palavras de Lena realmente a atacaram e a fizeram pensar. Oferecer um grimório para uma bruxa era como o oferecer sangue para um vampiro.

– Do que está falando?

Lena deu alguns passos em direção a Bonnie. Ela podia jurar que estava sendo cheirada.

– Eu vou contar uma história – disse ela. – Era uma vez um bruxo. Muito louco que odiava o que era, mas não suportava ser outra coisa. Ele sentiu que a própria morte estava chegando e antes disso, fez um feitiço que matou um vilarejo, uma cidade, um continente inteiro. Pode imaginar o quanto ele era poderoso e sábio, não? – Bonnie assentiu e Lena continuou: – Supostamente, esse bruxo morreu sem descendentes. Porém, alguns bruxos descenderam indiretamente dele, dando início a uma nova linhagem de bruxos. Gray – Lena cuspiu o próprio nome. – Minha mãe demorou vinte e sete anos para me dizer alguma coisa. Vinte e sete anos! Sabe por quê? Por causa de uma profecia idiota!

– Profecia? – Foi a única palavra que Bonnie conseguiu dizer.

– Sim – Lena respondeu casualmente. – Não é importante. Apenas conversinha de bruxos malucos. Continuando, existiram rumores de que os grimórios desse bruxo teriam ‘’morridos’’ com ele, mas é claro que os descendentes indiretos os encontrariam. Um deles era o da minha mãe.

Bonnie se lembrava de que Damon dissera para ela e Elena que a mãe de Lena era uma bruxa. Klaus sabia e contou e achava que Lena não sabia. O quão longe a mulher a sua frente sabia?

– É claro que pelo ponto de vista do Klaus e da Katherine, o grimório está queimado – Lena acrescentou, olhando para as próprias unhas. – Mas uma coisa tão poderosa não morreria tão fácil, certo?

– O que tem de tão importante nele?

– Algumas páginas eu tive que arrancar – ela confessou. – É conhecimento demais. Se der tudo certo, no final das contas, posso te dar o resto. Mas só se fazer o que eu quero.

Aquela proposta era tentadora, mas muito ruim para aceitar. Poderia ser apenas mentiras da vampira, mas por que Lena mentiria? Ela não podia usar suas habilidades como bruxa. E por que dá-los a ela? Somente por causa de um Vampiro Original? Por que tantos segredos?

– Eu conheci uma ancestral sua – Lena disse. – Emily. Foi a primeira vez que eu vi o Damon e o Stefan. Mortos. Eu tentei ajudá-los, mas ela disse que era melhor eu me manter afastada. Uma pena que as palavras dela não foram o suficiente.

– Você os conheceu antes?

– Sim. Um ano depois conheci a Katherine e todo o meu inferno começou.

– Você não parecia odiar isso – Bonnie indagou, e viu um olhar pensativo de Lena.

– Eu não odeio tudo – respondeu ela, indiferente. – Apenas odeio o fato de ter irmãos, ter conhecido a Katherine, minha mãe ser uma bruxa, ter me apaixonado por um monstro, ter... Bem, é isso. Tem coisas que não dá para mudar. Você deve saber disso.

– Mas eu não posso fazer isso! – Bonnie gritou. – Não posso liberar mais um Original no mundo! O Klaus já causa problemas demais e não posso te ajudar nos seus planos contra o mundo.

– Mas Elijah só vai me ajudar contra o Klaus! – Lena insistiu. – Eu poderia ir pelo modo mais difícil, mas não! Eu vim pedir a sua ajuda para algo que só o Elijah pode ajudar. Quem mais pode armar contra o Klaus do que o próprio irmão, do que o próprio Elijah? De toda essa família, ele ainda é o que mais se pode confiar.

– Ele pode se aliar ao Klaus.

Lena bufou e fitou Bonnie intensamente. Ela podia ver fúria nos olhos cinzentos sem vida, que outrora invadiam seus sonhos. Porém, algumas vezes, Bonnie podia ver em seus sonhos olhos cinzentos com emoção e felicidade. Por que tão diferentes agora?

– Só não reclama quando eu resolver usá-lo – disse ela e jogou o grimório no chão, aos pés de Bonnie. – Olhe e veja. Uma coisa muito legal é que ele sempre volta para o seu dono. Bruscamente.

Lena desapareceu da sua frente em questão de segundos.

Bonnie abaixou e pegou o grimório. Abriu-o e se espantou com o que viu. Vários desenhos de colares e anéis, cada uma para uma utilidade obscura. O primeiro colar que viu tinha o formato de uma estrela. Segundo as anotações, o colar era uma fonte de magia negra obscura, obtida apenas com sacrifícios. Bonnie rapidamente desviou o olhar para o anel da próxima. Anel Lua, dizia ali. A pessoa que o usasse era controlada, segundo as fases da lua. Bonnie demorou a entender que a cada lua escolhida, a pessoa com o anel se tornava uma escrava. A pergunta era: por que alguém o usaria?

Nada mais estava escrito ali.

E antes que pudesse folheá-lo mais em busca de algo mais, o grimório queimou em sua mão e Bonnie o soltou rapidamente. Em um piscar de olhos, o grimório sumiu da sua frente, como se fosse um pequeno vislumbre ou até mesmo, uma alucinação.

Aquilo era poderoso, Bonnie tinha certeza.

***

– Você acha que ela caiu no truque?

– Claro. Ninguém resiste aos famosos Anéis da Lua. Afinal, as pessoas nem percebem que estão usando-os até que o efeito acaba.

– Que truque sujo.

– Seria se eu tivesse colocado no grimório todo.

***

A escuridão tomou posse da visão dele.

Como poderia sumir se tudo o que o rodeava era apenas escuridão? Sombras, sombras e sombras. Ainda tinha o vermelho do sangue, em que raramente sumia. Tinha também ela.

Fugir do destino era mais complicado do que ele pensava. Tentar esconder o passado é mais difícil do que mudar o futuro. E ás vezes, era tão difícil mudar o futuro que tudo formava uma coisa ruim e só. Nada mais.

Muitas vezes no dia ele se perguntava se tudo fosse diferente. Mas se fosse diferente, seria porque não existiria. Por que fazer parte daquilo, daquela família, daquele sangue, daquele poder? Por que se esquecer sempre de coisas importantes quando deveria se lembrar delas?

Ele queria respostas, só não sabia como tê-las.

A campainha tocou.

O susto percorreu seu rosto quando ele percebeu quem era. Do jeito que ele se lembrava, sempre. Nada de diferente, nem a postura rígida e o olhar cheio de planos maliciosos e que poderia massacrar o mundo.

Nem aqueles olhos gélidos de que ele se lembrava. Talvez perderam alguma emoção que só a humanidade sincera poderia oferecer. Mas ainda continham um brilho oculto, de certeza e inteligência.

– Oi, amor – cumprimentou em tom casual. – Nós precisamos conversar. Um assunto sério e muito lindo, cheio de sangue e sexo. Na verdade, eu não sabia que essas palavras combinam até conhecer você.


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Notas finais do capítulo

Então, o que têm a dizer sobre isso ? *o*



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