On the Way escrita por Liz


Capítulo 11
Diga Olá ao Passado


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas finalmente chegou o capítulo depois de dez dias (ou mais)



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Arredores de Mystic Falls, 1860

Lena Gray contemplava os seus vinte e três anos. Ela sempre comemorou com todo o povo que vivia ali com ela, num lugar cheio cabanas e pequenas casas de estruturas ruins, mas tudo parecia correr bem. Poucos quilômetros dali ouviam-se os rumores de que uma nova cidade poderia surgir. O nome era um pouco estranho e Lena não se lembrava muito bem, mas tinha algo a ver com a queda de uma ponte.

Na pequena cabana em que morava, Lena tinha como companhia seus avós maternos e sua mãe. Ela mentiria se dissesse que nunca quis saber quem era seu pai e sempre que tentava arrancar alguma informação de sua mãe, ela se desviava do assunto.

– Quando você vai se casar, minha querida? – sua avó perguntou e fez com que Lena bufasse.

– Por que a senhora e o vovô insistem nesse assunto? – Lena questionou, deitando a cabeça no colo da avó, que estava sentada em uma cadeira de madeira. – Minha mãe nunca se casou e eu não quero isso para mim. Pelo menos, não por agora.

– Meninas da sua idade já se casaram, querida – a avó disse, acariciando aqueles longos cabelos ruivos que nunca perdiam seu brilho. – E sua mãe... Bem, ela tem os seus problemas. Não siga os mesmos caminhos que ela, Lena. Nem ela quer isso para você.

– E por que ela nunca fala sobre isso comigo? – Lena perguntou, se afastando lentamente da avó. – Eu quero saber mais sobre mim.

– Isso não é assunto para agora, Helena. – Sempre que sua mãe a chamava pelo seu nome completo era porque havia algo de errado ou nervoso com a mãe. Agora, Lena apostava na segunda opção. – Não atormente sua avó com isso. Vamos, tem alguém querendo te ver.

– Quem? – Lena se apressou para ir de encontro à mãe.

– O Sr. Coulton, aquele jovem que veio parar aqui alguns dias atrás, pediu para te ver – Barbara falou animadamente. – Se apresse, Lena. Tenho certeza de que ele é um bom homem para você.

– Não acredito que tem mais alguém com essa ideia na cabeça – Lena murmurou.

– Você não vai ser uma velha sem marido e sozinha, Lena – Barbara dizia enquanto a arrastava para fora da cabana. – Quero ver você com uma família antes que eu não pertença mais a esse mundo. Será que vou ter implorar para que você prometa isso antes que eu me vá?

Lena balançou a cabeça em desespero.

– Não fale de sua morte como algo próximo, por favor – ela implorou para a mãe, que suavizou a expressão abatida e nervosa em seu rosto.

Lena e sua mãe caminharam pelas inúmeras casinhas e pelo mato até que finalmente encontraram o belo Sr. Coulton. Ele tinha os cabelos pretos penteados para trás. A pele era tão clara, que parecia que ele nunca havia visto o sol. O tom rosado de seus lábios se expandia toda vez em que ele sorria. Lena nunca entendeu porque era o alvo de um homem tão bonito, quando ela era somente uma selvagem que morava em uma pequena vila no meio do mato.

– Sr. Coulton – Lena cumprimentou em saudação.

– Srta. Gray – Sr. Coulton cumprimentou de volta.

Barbara olhou de um para o outro antes de finalmente dizer:

– Quais são as novidades, Sr. Coulton?

Sr. Coulton olhou para Lena intensamente antes de responder:

– Ainda não me esqueci dos ótimos cumprimentou que as duas me proporcionaram – ele disse, olhando de uma para a outra. – Mas naquele dias, não pude conhecer melhor e agradecer pela estadia. Será que posso fazer agora?

James Coulton vinha de uma família nobre de Londres. Pelo pouco que Lena sabia sobre ele; era um órfão que se deslumbrava com as pequenas cidades e gente que ele poderia achar sem cultura. Mas Lena aprendera o suficiente para não se deixar ser seduzida por nenhum homem, mesmo que ele fosse muito belo.

Acidentalmente, ele havia sofrido um acidente perto da vila e todos se propuseram a ajudá-lo. Todas as outras garotas ficaram eufóricas em vê-lo e abruptamente, queriam ajudá-lo de qualquer forma. Como Barbara era conhecida como a melhor para cuidar de pessoas feridas, o homem belo e jovem parar em sua casa. Deveria fazer dois meses agora e quase que Lena se esquecera dele.

Como sua mãe era uma mulher ocupada na vila, Lena ficou encarregada de cuidar dele. Alguns dias depois que foi encontrado, o homem revelou o seu nome e de onde viera. Lena se lembrou de que eles conversaram por hora e até passearam um pouco, mas nada que esforçasse muito ele.

– Lena adoraria te acompanhar – Barbara respondeu imediatamente.

Lena olhou de soslaio para a mãe, mas não se atreveu a desobedecê-la. Com o braço estendido do Sr. Coulton, Lena entrelaçou seu braço no dele e juntos, caminharam pela imensa trilha que levava a vila.

– Como tem passado, Srta. Gray? – ele perguntou em um tom calmo.

– Prefiro que me chame de Lena – disse ela apressadamente. – Não gosto dessa coisa de muita formalidade.

– Então me chame de James – ele retrucou, colocando um pequeno sorriso no rosto. – E então... Estávamos na minha pergunta, certo?

Lena se sentiu ruborizando e desviou o olhar.

– Eu tenho passado muito bem, obrigada, James – ela disse. – A propósito, ontem comemorei os meus vinte e três anos.

James parou e olhou para ela.

– Vinte e três anos? – Ele não estava acreditando. – Você parece ter, no mínimo, dezessete anos.

– Isso seria um elogio?

– Eu aposto que sim – ele respondeu e continuou a caminhar. – E acho que você é um ano mais velha.

– Você se importa com isso?

– Não mesmo.

Continuaram caminhando pelo caminho, e quando Lena percebeu, eles já dado a volta pela vila algumas vezes e ela estava bem distante de casa. Conversaram sobre tudo no caminho inteiro e pelo escuro se aproximando, Lena decidiu que já era hora para voltar.

– Acho que devemos voltar – Lena falou, parando no caminho.

– Infelizmente, não posso concordar com você, Lena.

Ela tentou se soltar do aperto dele, mas James foi mais forte e a empurrou contra ele, pressionando em um tronco de árvore. Lena sentiu sua respiração acelerar e percebeu o olhar selvagem de James logo abaixo de sua clavícula. Ele desceu os dedos lentamente até o decote de seu vestido e bruscamente, rasgou o tecido fino. Lena tentou gritar, mas ele tampou sua boca com seus lábios violentos. Ele desceu sua boca por todo seu corpo e Lena nunca se lembrou de sentir tanta vontade de chorar.

***

Mystic Falls, 1864

Lena começou a vagar pela pequena cidade escondida de sua mãe. Era noite e a agitação na cidade era evidente. Vários grupos de homens com estacas corriam de um lado para o outro, gritavam nomes e alguns pareciam até sujos de sangue.

A floresta parecia mais aterrorizante do que a vila em que morava. A capa que usava ao seu redor fazia sua pele esquentar, mas Lena não deixaria que isso a atrapalhasse. Parecia tudo tão misterioso e até excitante, e era que isso a impulsionava a continuar.

Barulhos de tiros ecoaram pelos seus ouvidos. Lena se escondeu pelo o que parecia um longo tempo e quando teve certeza que não havia mais ninguém, ela saiu de seu esconderijo e começou a caminhada. O que viu a sua frente foram dois corpos caídos no chão e as camisas com um enorme circulo vermelho no lugar do coração.

Eles estavam mortos.

Lena se abaixou ao lado do primeiro homem. Pelo escuro, ela não podia ver a cor dos cabelos, e apenas percebeu que ele era bonito. O outro homem também era bonito, mas nada disso fez com que Lena diminuísse sua tensão por ver duas pessoas mortas na sua frente.

Logo que ouviu novos passos, Lena se apressou para ir embora, mas foi flagrada por uma mulher em trajes mais pobres e desesperada. Ela ficou em seu lugar, enquanto observava os olhos da mulher nela.

– Quem é você? – ela perguntou suavemente.

– Eu... Hm...

– Não tenha medo – ela disse. – Eu não vou machucar você.

– Helena. Helena Gray – Lena respondeu depois de hesitar. Desviou o olhar da mulher para os corpos ensaguentados caídos no chão. – Você os conhece?

A mulher olhou com ternura para os dois corpos.

– Eles eram especiais para uma mulher que me ajudou – respondeu. – A propósito, me chamo Emily. Emily Bennett.

***

Local Desconhecido, 1920

Lena Gray estava sozinha desde 1866. Mesmo depois de cinquenta e quatro anos ela ainda não conseguia conter sua fúria ao se lembrar de como sua mãe morrera nas mãos de Katherine. Naquela época, quando reencontrou sua mãe, Lena teve esperança de que sua vida teria uma grande mudança, mas isso não durou por muito tempo.

E mesmo que quisesse matar Katherine Pierce, ela não poderia. Sua mãe lhe dissera que quanto mais velho um vampiro era, mais forte ele poderia ser. E de acordo com os seus cálculos, ela teria oitenta e três anos agora e ainda mantinha a aparência de quanto tinha dezenove anos. Ela não mudara muito depois disso. Suspeitava de que fosse naquele ano que suas mudanças corporais tivessem acabado.

Não era comum mulheres irem ao bar sozinhas, mas nos últimos vinte anos, Lena só conhecia pensar em beber, beber e beber. Descobriu que isso diminuía a fome, mesmo que ela tivesse aprendido a se controlar sem muito esforço. Por isso, sempre ia ao bar bem tarde da noite.

O bar estava vazio, exceto por um homem de uma postura bastante elegante. As roupas estavam meio amassadas, mas mesmo assim, de costas, ele parecia ser bonito. Quando ele se virou, Lena afirmou suas teorias. Ele era mesmo muito bonito.

A década de 20 era marcada por muitos vestidos brilhantes e menos longos do que os de 1860 e para alívio de todas as mulheres, nada de espartilhos. Mesmo assim, Lena ainda preferia aqueles vestidos pesados e o esmagador espartilho, que deixava todas as mulheres da época bonitas. Nessa nova moda, cada mulher tinha um defeito muito visível.

Mas os penteados, sem dúvidas, eram adoráveis.

Lena se sentou ao lado do homem e pediu a bebida. No início, o homem recusou por ela parecer uma adolescente segundo aos olhos dele e o que restou foi Lena hipnotizá-lo para trazer-lhe uma bebida.

– Eu poderia reconhecer um vampiro de longe – o homem murmurou.

Lena se virou surpresa para ele, que sorria alegremente. Ela só não sabia se era pela bebida ou pelo o que ele acabara de dizer.

– Então você deve ser um vampiro também. – Foi a primeira resposta que lhe veio a mente.

O homem serviu a bebida e parecia estranhar a conversa que os dois clientes estavam tendo. Novamente, Lena usou seu poder de hipnose.

– Vejo que é cuidadosa com a existência – o homem falou e Lena sorriu para ele. – E tem um sorriso muito belo, se me permite dizer.

– Não pode me fazer elogios sem me dizer o seu nome.

– Eu me chamo Elijah.

***

Barcelona, 1927

O homem loiro a agarrou pela cintura e a pressionou contra a parede do luxuoso bar. Ele estava movimentado e todos ali já estavam mais do que bêbados.

A Europa era um bom lugar para se render a várias tentações. Uma delas era se envolver com um homem por um dia todo e nem sequer imagina o nome dele. O homem não tinha nenhum sinal de embriaguez e parecia estar certo do que queria fazer.

O homem relaxou o apertou e olhou no fundo dos olhos dela. Os olhos dele eram de um tom azul-esverdeado e dependendo do ângulo em que você o observasse, a cada hora era de uma cor diferente. Os olhos do homem pareciam ser mais luminosos do que os seus olhos cinzas quase sem brilho algum.

– Eu tenho uma pergunta para fazer – ele falou com o seu tom de voz sedutor. – Qual é o seu nome, amor?

Lena sorriu.

– Eu esperava que você perguntasse isso – ela retrucou. – Helena Gray. Mas prefiro que me chame de Lena.

– Lena – ele repetiu o nome baixinho. – Helena Gray. É um belo nome.

– E qual é o seu, meu homem sedutor? – ela falou com um sorriso de graça.

– Niklaus Mikaelson – ele respondeu, indo de encontro à boca de Lena. – Mas prefiro que me chame de Klaus, Helena.

Lena agarrou a nuca de Klaus e pressionou bruscamente seus lábios nos de Klaus. Ele voltou a pressioná-la na parede. Lena envolveu as pernas ao redor da cintura dele e mordeu suavemente o lábio inferior de Klaus.

– Olá, minha vampira.

***

Lena ainda se aquietava em sua cela na casa dos Salvatore. Era tão irônico que ela também fosse e não aceitasse isso de jeito algum.

Ter Damon e Stefan como irmãos era tão inútil. Dois irmãos que se puseram a morrer uma vampira de quinhentos anos que nem se importava de verdade com eles e que agora, estão de novo nesse caminho, só que dessa vez, por uma humana com o mesmo rosto de Katherine.

E quando uma coisa levava a outra, Lena se assustou ao se lembrar do dia seguinte ao seu aniversário de vinte e três anos em 1860. Ela havia encontrado um homem muito bonito e atraente que sustentava longos olhares por onde passada. James Coulton havia abusado dela. Nos momentos em que se passaram, ela se sentiu enojada e tão assustada que nem conseguiu comer ou dormir. E então, nos dias seguintes, ela mal se lembrava disso e nem sua a mãe (a única pessoa que sabia disso) parecia se lembrar de nada. James Coulton era um assunto esquecido.

E cada evento do passado parecia se entrelaçar com algo do futuro. O encontro com James Coulton. O encontro com os corpos mortos de Damon e Stefan em 1864. O encontro com Elijah em 1920, logo depois do incêndio que destruiu sua cidade. O encontro com Klaus em 1927. E os anos seguintes, Lena tinha certeza, haviam sido os melhores anos de sua vida.

Para se vingar daqueles três, Lena já tinha seu plano em mente. Para esquecer completamente de James, Lena estaria disposta a ir até o fim do mundo para matá-lo. E Elijah estava incluído em todos os seus planos.

A porta se abriu e Lena já se preparava para uma série de acusações contra os irmãos.

– Você sempre precisa de mim – Alya disse em reprovação.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será que vai acontecer? Será que Lena vai poder contar com uma ajudinha especial de Bonnie e vai mesmo encontrar o Elijah?
Comentem! o/



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