A Sombra e a Escuridão escrita por Cris Turner


Capítulo 7
Capítulo 6




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Capítulo 6

Estiquei os braços, aquecendo-os. Estávamos no ginásio da escola, hoje é segunda-feira o que significa que é dia de educação física.

Eu adoro educação física, principalmente quando tem vôlei. Cortadas no meio do jogo é uma ótima maneira de descontar a raiva, e eu tenho sentido muita raiva ultimamente.  Por que será, não? Um sorriso debochado se formou em meus lábios enquanto eu abaixava para tocar meus pés com as mãos.

 

Mas sempre havia um lado ruim, não é? O dessa aula era a solidão. Bom, não literalmente, mas a falta dos meus amigos. Chad e Brooke estavam na aula de história nesse horário e Luke estava em biologia II. Devia ter uns trinta alunos nesse ginásio comigo toda a segunda, mas só me recordava o nome de quatro deles. Estavam aqui: Mike Newton, que tentava sair comigo desde o primário; Jéssica Stanley e sua amiga Lauren Mallory - as duas maiores fofoqueiras da cidade; e... Edward. Eu sempre evitava contado de qualquer tipo com os três primeiros, agora havia mais um nessa lista.

 O apito do professor soou no instante em que me levantei do chão. Ele deu uns gritos dizendo que quem queria jogar vôlei deveria se dirigir a quadra a direta e os que gostariam de jogar futebol deviam caminhar para a da esquerda. A divisão ficou como sempre: meninas no vôlei e meninos no futebol. Eu até poderia jogar futebol, mas meus colegas são bem violentos.

 Saí no time de um morena-sei-lá-o-nome e, Graças a Deus, não no time de Mallory e Stanley. Dirigi-me ao nosso campo, elas começariam com a bola. Alguém sacou e a morena-sei-lá-o-nome não deixou a bola ir para o chão, uma ruiva fez o papel de levantadora e eu pulei na rede. Minha mão subiu alto e desceu com muita força na bola indo para o  outro campo e direto na cabeça de Lauren.  Quando meus pés voltaram ao solo tive que controlar a gargalhada em minha garganta ao ver a outra garota soltando gritinhos agudos e Jessica tentando acudi-la.

 - Ta tudo bem, Mallory? – o Sr. Smith perguntou com a mão sobre a testa dela.

 - Não – ela resmungou soltando um falso murmúrio de dor.

- Vamos pra enfermaria então. Você consegue andar, né?

- Consigo.

- Eu vou com você pra garantir que chegue lá. Vocês podem continuar ai. – gritou para os meninos que haviam parado de jogar para ver a movimentação – E vocês – agora ele olhava para nós. – também. Menos força agora, Swan. Ou vai acabar arrancando a cabeça de alguém.

- Pode deixar, professor. – respondi sem nenhum traço de arrependimento na voz.

Voltamos as nossas posições no campo e dessa vez eu iria sacar, já que nosso time tinha feito o último ponto. Batia a bola no chão, me preparando para jogar quando aquela voz falha soou:

- Cuidado com a Swan. Ela está na TPM hoje.

Qualquer dia eu ia enfiar a mão naquela cara carregada de maquiagem dela. Levantei a mão pra jogar a bola quando ela se pronunciou mais uma vez.

- Ou será que é porque ela ta sentindo as dores do pé-na-bunda?

Mal percebi que havia deixado a bola cair e me encaminhava pra perto da rede.

- Como é que é? – rugi enquanto me aproximava.

- É isso mesmo que você ouviu. Todo mundo sabe que você anda nervosinha porque os Cullen voltaram. – ela também chegou mais perto da rede - Ah! Mas eu não a culpo! Deve ser bem difícil ver o Edward todo dia e se lembrar todo dia do fora que você levou. – ela soltou uma risadinha sarcástica antes de continuar – Qual é Bella? Você realmente achou que alguém como ele se interessaria de verdade por alguém como você? Acho que você era só o brinquedinho dele.... brinquedinho que acabou perdendo a graça.

Muito bem, esquece essa história de “qualquer dia” eu vou arrebentar essa garota e vai ser agora. Passei por baixo da rede e agarrei aqueles cabelos falsificados, puxando-os pra baixo. Jéssica soltou um grito e abaixou a cabeça, tentando agarrar minha mão. No segundo seguinte eu estava em cima dela acertando cada pedaço que eu conseguia alcançar. Ouvi meus outros colegas gritando, mas não prestei atenção – então não sabia se eles estavam incentivando a briga ou querendo separá-la.

- Repete o que você disse, sua vaca. – gritei ao dar um soco no meio do rosto dela. -Repete!

Jessica tentava se defender como podia, mas não estava tendo muito sucesso. Levantei meu punho cerrado, pronto para acertá-la mais uma vez, mas nunca encontrei meu alvo. Braços fortes estavam me tirando de perto daquela fofoqueira nojenta. Jéssica estava sendo segurada por Mike que tinha certa expressão relutante – como se só estivesse fazendo aquilo por obrigação. Aposto que ela só estava sendo “corajosa”, tentado se soltar para bater em mim, agora que estava longe o suficiente dos meus punhos.

- Me solta. – contorcia-me, tentando escapar daquele abraço de ferro, foi inútil – Stanley quando eu acabar com você nem sua mãe vai lhe reconhecer. – gritei em sua direção – Se você não me soltar agora, também vai acabar com um olho roxo, cara. – mas uma vez minha tentativa de fuga foi estragada por aquele sujeito.

- Calma, amor. – aquela voz aveludada soou muito perto do meu ouvido.

Congelei. Finalmente consegui identificar quem me continha, mas preferia não tê-lo feito. Era Edward. Eu estava muito absorta em minha tentativa de voltar a espancar a outra garota por isso não havia percebido os sinais. A respiração calma, indicando que ele não fazia esforço ao me segurar - apesar de eu estar usando toda minha força para sair dali - e o corpo gelado encostado atrás do meu. Eu deveria ter percebido antes mesmo de sua fala, não poderia ser nenhum outro a não ser o único solteiro da família Cullen.

Perdi-me ao perceber que estava novamente onde costumava ser meu lugar favorito do mundo: os braços de Edward. Parei de pensar, parei de respirar, parei de sentir. Mas segundo depois voltei à realidade com os berros do Sr. Smith.

- O que diabos aconteceu aqui!? – ele estava muito vermelho – Eu deixo vocês sozinho por cinco minutos e isso vira um rinque de luta livre? Newton! O que. Aconteceu. Aqui?

- Eu não vi direito. Mas acho que foi uma briga entre Isabella e Jéssica. – ele passou a mão no cabelo, desconfortável.

- Foi isso mesmo, turma? – agora o mais velho gritava em direção aos outros alunos.

Ouvi “É” e “Acho que foi isso mesmo” de todas as partes. Bom, na verdade eu ataquei Jéssica, mas não ia falar isso, né!? Afinal, ela havia me provocado! E eu não tenho culpa dela ser uma fofoqueira que todo mundo odeia. Quem mandou ser tão desagradável com todos os colegas? Agora recebe o troco! Ri internamente. Tudo bem, eu também não era um poço de simpatia, mas nunca destratei ninguém. Acho que acabamos de descobrir quem é mais popular.

- Como é que é? – berrou Jéssica, completamente indignada – Ela me atacou do nada! – agora ela apontava pra mim.

- Já chega, Srta. Stanley! Não adianta ficar contando historinhas. Você e a Srta. Swan vão pra enfermaria e depois para a direção! – ele diminuiu um pouco a voz, mas ainda gritava. – Newton leve ela a enfermaria II E Cullen, leve Isabella a enfermaria I. O resto pode voltar ao que estava fazendo.

Levei alguns segundos para assimilar o que fora dito. Por isso não pude reclamar, quando percebi Edward já segurava minha mão enquanto andávamos pelo corredor. Ok, ele podia me acompanhar, já que parecia não haver alternativa, mas nada de contato físico! Puxei a mão e não surtiu efeito. Edward limitou-se a segurá-la com mais força, mas sem me machucar.

- Você poderia soltar minha mão? – resmunguei.

- É, poderia. – ele me olhou ao responder, deu seu sorriso de lado e voltou à atenção para o caminho.

- Mas não vai? – perguntei incrédula.

- Acho que não.

Ele havia virado para mim novamente, mas dessa vez consegui desviar atenção de seus lábios perfeitos. Meu olhar pousou no seu e havia alguma coisa ali, um brilho... de satisfação? Não é possível! Por que ele estava satisfeito? A única coisa que havia acontecido foi a briga. Mas ele não estaria feliz por isso, estaria? Aquela pergunta estava na ponta de minha língua quando uma voz feminina me tirou daquele mundo particular.

- Oh! O que aconteceu com você, querida? – a Sra. Carter exclamou.

Foi nesse momento que percebi que estávamos parados na porta da enfermaria I. Eu nem vi o caminho passar! Edward sempre conseguia me fazer perder a noção de tempo e espaço.

- Ela e Jéssica Stanley tiveram uma pequena briga. – a voz musical dele respondeu.

- Oh! – a mais velha parecia ter perdido as palavras. Eu só não sabia se era pela resposta ou pela pessoa que havia respondido. – Bem, entre. Entre!

A enfermaria estava vazia, o que significava que ou Lauren já havia saído – o que eu duvidava porque ela adora matar aula – ou ela estava na outra enfermaria. Isso não me importava realmente, desde que ela estivesse longe de mim a razão era o de menos. Fui empurrada suavemente pela senhora até uma maca, na qual eu fui obrigada a deitar. Depois de dar uma boa olhada nos ferimentos e garantir que não havia nada quebrado a mulher pegou uma gaze e limpou alguns lugares onde, segundo ela, havia arranhões feios. Eu não sentia nada dolorido, acho que era a adrenalina correndo no sangue.

- Você pode se sentar se quiser, querida.

Sentei-me. Agora a enfermeira trazia uma bolsa gelada, segurando-a sobre a minha testa.

- Até que não está tão feio. Só precisa de um pouco de ge...

O telefone tocou, interrompendo as palavras da mulher.

- Hey Edward, poderia segurar isso aqui para mim, por favor? – perguntou olhando para ele que estava encostado na parede em silêncio, observando tudo.

- Sim senhora. – o tom aveludado dele a fez corar.

Revirei os olhos.

- Eu posso segurar.... – protestei, mas Edward já estava em pé na minha frente, e o gelo em minha testa.

A Sra. Carter ouviu a outra pessoa no telefone e depois respondeu um “Já estou indo”. Edward soltou uma risadinha enquanto a mulher se aproximava novamente.

- Queridos, terei que ir à enfermaria II a Tess está precisando de ajuda com a Srta. Stanley. Parece que você fez um belo estrago na garota.

Permaneci em silêncio, não sabia o que responder.

- Você fica com ela, Edward? Mais uns dez minutos e já pode tirar isso. – ela murmurou risonha apontando para a bolsa.

O quê?! De novo não! O que havia de errado com as pessoas com alguma autoridade nessa escola!? Elas estavam sempre me mandando “acompanhar o Edward” ou “Ficar ali com o Edward”. Isso, é claro, sem perguntar para mim. Eu não tenho mais opinião e direito de voto nas decisões que me envolvem!? Achei que vivíamos em um país democrático.

E, mais uma vez, não tive tempo de protestar. A Sra. Carter já havia saído. Desviei minha atenção para Edward, ele olhava para o gelo com o cenho franzido.

- Que foi? Pode me dar a bolsa se quiser. – resmunguei. Não queria que ele se sentisse obrigado a ficar perto de mim.

- Não posso não e não quero. Falei à Sra. Carter que ficaria aqui com você e vou ficar. É só que... eu acho que fica mais fácil se eu fizer isso. – ao terminar de falar ele tirou o gelo e colocou a mão sobre minha testa.

Não, não fica mais fácil! Não, essa não foi uma boa idéia! A mão dele era mais fria que o gelo, mas eu senti o calor se espalhar por todo meu corpo, roubando-me o fôlego. E o pior é que nem poderia mandá-lo tirar a mão dali, sem parecer uma louca com fobia de pessoas. Afinal, ele estava me fazendo um favor. Tinha que pensar em outra coisa - qualquer coisa – para falar antes de fazer uma besteira. Estava prestes a discutir sobre o tempo, por puro desespero, quando me lembrei de outra pergunta.

- Por que você está com esse sorrisinho satisfeito?

- O quê? – ele parecia surpreso. Mas eu desconfiava que não fosse pela pergunta em si, mas por eu ter notado o sorriso.

- Você está com um sorriso de satisfação desde que saímos do ginásio. Por quê? É pela briga?

- O quê? – agora ele estava com raiva – Como pode dizer que fiquei feliz... satisfeito vendo alguma coisa machucar você? Aliais, eu me senti impotente ao ver aquela briga. – seus olhos brilhavam sobre os meus - Mesmo sabendo que quem estava apanhando não era você, eu não poderia tirá-la de lá. Porque se eu fosse muito rápido ou muito forte poderiam perceber. Então tive que me aproximar devagar e gritar para o Newton segurar aquela louca da Jéssica enquanto eu pegava você.

- Então eu não entendi – minha voz saiu meio apagada, e eu odiei isso – Por quê?

- Foi o motivo da pancadaria, Bella. Você partiu para cima da Stanley depois dela dizer algumas mentiras sujas. – a mãos dele fazia um carinho suave em minha fronte.

Eu estava entendendo menos ainda.

- Ainda não entendo.

- Fiquei satisfeito porque percebi que ainda desperto algum sentimento em você. Que você não sente toda aquela apatia sobre mim, apesar de afirmar isso.

O quê? Ele estava completamente errado! Estava prestes a dizer isso quando a porta foi aberta com violência. E uma Brooke Davis desesperada passou por ela, Luke e Chad vinham logo atrás.

- O que diabos você fez? – ela rugiu pra mim – Eu não posso te deixar sozinha por cinco minutos e você se mete em uma briga! Você. Quase. Me. Matou. De. Preocupação – a morena respirava fundo, tomando fôlego para se acalmar. – Nunca mais faça isso. Nunca mais. Entendeu?

- Entendi. – murmurei sem prestar atenção.

Eu queria falar com Edward, mas ele já havia se levantado e se dirigia para a porta. Cullen passou ao lado de Chad, lançou-lhe um olhar que deu medo até em mim, e saiu da enfermaria.

- Você ta legal, amor? – Chad sentou na maca ao meu lado.

Fiz um gesto afirmativo com a cabeça e esbocei um sorriso.

- To sim.

- Eu estou saindo da sala de história quando eu escuto o Newton comentando com o Tyler que você e aquela vaca da Stanley rolaram no chão no meio da aula de educação física! – ela andava de um lado para o outro erguendo as mãos enquanto falava tudo em um fôlego só – Ai eu tropecei nesses dois inúteis enquanto corria pra cá. Eles só sabiam repetir “Amor, ela deve estar bem porque se não já a teriam mandado para o hospital” e “Calma, cunhadinha”. Quase que outra pessoa acabou apanhando. – ela gritou a última frase.

- Broo, respira. – Luke falou, calmo.

- Os homens são tão idiotas! Não entendem nada de nada e... – as frases furiosas foram interrompidas pela boca do namorado.

- Tão típico. – comentei ao ver os dois se beijando.

- É. Eles sempre acabam as brigas assim. Mas e ai, quem apanhou e quem bateu?

- Quem você acha? – arqueei a sobrancelha e contei sobre o telefonema que a Sra. Carter havia recebido.

- E... eu... perdi... essas...cenas – Chad gargalhava alto.

- Isso não é motivo de risadas! – Brooke, que ouviu a metade interessante da história, resmungou e recebeu três olhares descrentes como resposta – Ok. Talvez seja. Ah cara, eu queria tanto ter visto a Stanley apanhar

- Quem não queria? – Luke respondeu.

Caímos na gargalhada. O sinal tocou, anunciando o fim do intervalo.

- Vai lá, gente. Eu tenho que ir à direção mesmo. – revirei os olhos.

- Chad e Luke podem ir pras aulas, eu vou com você. – Brooke comentou enquanto pegava a bolsa no chão – Vou matar as próximas aulas pra você me contar direitinho essa história. E sem discussão! – finalizou quando meu viu abrindo a boca.

______________

- Droga de melhor amiga mandona – resmunguei enquanto caminhávamos pelos corredores da escola em direção ao gabinete do diretor.

- Droga de melhor amiga irresponsável – Broo resmungou em resposta.

Chegamos ao gabinete e a Srta. Jareau mandou eu entrar. Um pouco antes de estrar na sala vi Brooke se acomodar em uma das cadeiras de espera, a expressão apreensiva. O sr. Rossi estava sentando em sua cadeira, as mãos apoiadas na escrivaninha.

- Sente-se srta. Swan.

Fiz o que ele disse.

- Fui informado que a srta Stanley e você protagonisaram uma cena lastimavel durante a aula de educação física! – a voz dele era fria como gelo – Duas moças de família rolando pelo chão como primatas. Isso é uma vergonha! Agressões de qualquer tipo são terminantemente proibidas em minha escola. Vocês duas poderiam ser expulsas, o que seria uma mancha que nenhuma faculdade de respeito toleraria. O castigo de ambas será menor por não terem antecedentes. Duas semanas de detenção, apartir de amanhã. Você está dispensada.

Levantei da cadeira me sentindo muito sortuda. Até que não tinha sido tão mal.

- Muito obrigado, diretor Rossi. Isso nunca mais se repetirá – falei, agradecida.

- Assim espero. Pelo bem do seu futuro, espero que isso não volte a acontecer. – ele respondeu, depois voltou sua atenção ao pilha de papel sobre a escrivaninha.

Ah! Não aconteceria, pelo menos não na escola. Deixa aquela estupida me provocar de novo pra ver se não apanha.

Passei silenciosamente pela porta e dei de cara com o objeto de meus pensamentos. Jéssica Stanley estava horrivel. Os cabelos desgrenhados, o lábio inferiro cortado e segurava um saquinho de gelo sobre o nariz. Será que eu quebrei o nariz dela? Sorri com o pensamento. Lauren estava ao lado da amiga, encarando Brooke com um ódio profundo. Já minha amiga as olhava com um misto de deboche e cinismo.

- Srta. Stanley, o diretor falará com você agora. – Jennifer indicou a porta para ela.

Foi quando as três adolescentes perceberam minha presença. Jéssica e Lauren me lançaram olhares mortais, fazendo-me soltar um sorrisinho irônico. Jéssica se levantou, quando estava passando ao meu lado sussurrei para ela:

- Toma cuidado.

- Eu não tenho medo de você – sussurrou ela em resposta.

- Sugiro que olhe no espelho, aprenderá a ter. – respondi baixo e ameaçador o suficiente para ela arregar os olhos.

Brooke e eu saimos dali sem nem prestar atenção em Lauren, pois estavamos muito ocupadas, rindo da cara de medo de Jéssica.

- Ok. Agora você pode me contar o que aconteceu. – Davis falou enquanto caminhavamos para o estacionamento.

Contei tudo à ela, omitindo apenas as partes envolvendo Edward. Não queria faze-la sofrer junto comigo novamente.

- Tudo bem. Mudei de opinião. Você estava totalmente certa, devia mesmo ter dado uns socos nela. Só acho que você deveria ter escolhido melhor o lugar. No meio do ginásio lotado? Chama um pouco de atenção, não é?!

- Acho que sim. – murmurei pensativa.

- Broo, vou embora. Encarar meu pai. – mordi o lábio inferior -  Droga! Vai ser um sermão daqueles.

- Vai lá amiga. Vou ver se ainda consigo assistir a aula de calculo. – murmurou, risonha – Se você sobreviver, amanhã me conta como foi.

- Pode deixar. – falei enquanto entrava na minha picape – Tchau.

Ela acenou em resposta pouco antes de correr em direção ao prédio.

Pisei no acelerador e manobrei, tirando o carro do estacionamento. Acho que aquele era o momento de pesar as consequências. Eu não havia pensado em Charlie, no castigo paterno, no castigo escolar... não havia pensado em nada enquanto espancava Jéssica. Só pensava em fazé-la retirar o que havia dito, em fazé-la nunca mais repetir meus mais profundos medos em voz alta. Porque eu tinha batido nela não pelas palavras em si, mas por medo delas serem verdade. Verdades que eu não estava pronta para ouvir e muito menos para encarar. Será que eu havia sido o brinquedinho de Edward? Alguma coisa pra passar o tempo? Esses pensamentos me fizeram ofegar. Por sorte eu já estava na rua de casa, então tinha outras coisas para me preocupar naquele momento. Fiquei agradecida por isso.

Estacionei a picape atrás de uma BMW M6 preta, e quase babei em cima dela. Sou apaixonada por carros velozes, então reconhecia facilmente uma máquina maravilhosa como aquela. Todo o resto sumiu de minha mente enquanto dava uma volta completa em volta da BMW, analisando cada detalhe.

Foi então que a ficha caiu. Por que essa BMW estava estacionada em frente a minha casa? A curiosidade explodiu em minha cabeça. Dei uma ultima olhada no carro antes de correr para a porta da frente. Naquele momento não pensei em como seria recebida por meu pai e não estava ligando para os gritos que viriam. Queria saber só uma coisa. Por isso entrei gritando em casa:

- Pai, de quem é aquela BMW estacionada aqui na fre...? – estaquei.

Sentado em um dos sofás, em frente a Charlie, estava um moreno de olhos azuis, feições maravilhosas e um sorriso perfeito dirigido à mim. Levou dez segundos inteiros para eu recuperar minha voz, então sussurrei:

- Jack?

 

 


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Notas finais do capítulo

Hey people õ/ Minhas aulas começaram, mas eu tenho alguns capítulo prontos. O que significa que não demorarei muito para postar =D Queeem será Jack? :O UHAUHAUHAUHA
Que tal uma review?

Obs: Jennifer Jareau & David Rossi são personages de Criminal Minds, série que eu amo (L)