A Sombra e a Escuridão escrita por Cris Turner


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a NCullen =D Fiquei extremamente contente com a sua indicação Muito obrigada.



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Capítulo 14

 

 Com os olhos arregalados de pura descrença, assisti Alice Cullen caminhar calmamente pela sala. Ela sentou-se na fileira ao lado da minha, exatamente na minha reta. Estávamos a, no máximo, um metro de distancia. Sem nem ao menos tentar disfarçar, virei meu corpo na direção da vampira  e esfreguei os olhos, tentando dissipar aquela visão.

 

 Por que era uma visão, certo?! Por que Alice Cullen estaria na sala de detenção?!

 

 Quando levantei as pálpebras, nada havia mudado. A baixinha continuava sentada no mesmo lugar, olhando para frente com um sorriso discreto nos lábios.

 

- O que diabos você está fazendo aqui?! – sussurrei de forma ríspida.

 

- Cheguei atrasada na aula de Inglês. – Alice sussurrou, parecendo muito feliz.

 

- Você chegou atrasada na aula!?

 

 Reprimi uma gargalhada histérica. Será que Alice me achava tão estúpida assim!? Ok. Quão ridícula poderia ser aquela situação?! Nunca um ser com velocidade sobrenatural chegaria atrasado a um lugar.

 

- Incrível, não!? - seu sorriso parecia aumentar a cada segundo.

 

- Inacreditável seria uma palavra melhor, não acha? – sorri falsamente.

 

- Talvez seja mesmo.

 

- Fala sério, Alice. O que você veio fazer aqui? – senti Brooke, que até então estava quieta, me cutucar insistentemente. Sem olhá-la, sacudi o ombro para que ela parasse com isso

 

- Já disse que cheguei atrasada na aula de Inglês! – franziu o cenho.

 

- Claro! E o inferno é apenas um lugar quentinho onde as pessoas curtem um churrasco! – apenas quando terminei de falar percebi que havia me esquecido de manter a voz baixa.

 

- Senhoritas Swan e Cullen, eu vejo que tem coisas muito mais importantes para fazer do que cumprirem o castigo em silêncio. – me endireitei devagar na carteira, encontrando o senhor Jorges a poucos passos de nós. – E já que vocês gostam tanto de conversar uma com a outra, vão adorar saber disso! – sorriu, irônico – As senhoritas terão que me entregar esse trabalho na próxima segunda – estendeu-me várias folhas.

 

 Revirei os olhos ao aceitar o bloco de folhas. Odeio ironias de professor. Por que não fala logo o que tem que fazer ao invés de ficar enrolando?!

 

- Desculpe, professor. Isso não acontecerá novamente. – falei, tentando não parecer muito petulante.

 

 Ele sacudiu a cabeça, parecendo nem um pouco convencido.

 

- Senhor Jorges, e o meu trabalho? – Alice perguntou.

 

- Você e a senhorita Swan deverão fazer o trabalho em dupla. –sacudiu os ombros.

 

- O QUÊ? – berrei.

 

- Swan, controle-se antes que você piore sua própria situação! – cuspiu Jorges.

 

- Ok. Ok. Desculpe de novo – rangi os dentes – Mas por que o trabalho é em dupla?! Eu prefiro fazer individualmente.

 

- Não sei por que você está reclamando, já que, minutos atrás parecia bem envolvida na conversa com a Cullen. E eu já disse que é em dupla para ver se assim vocês falam tudo o que precisam falar enquanto fazem o trabalho, parando de bagunçar minha classe! – voltou a sua mesa.

 

- Mas professor... –comecei.

 

- Não vou mudar de idéia, Swan. – falou, completamente sério.

 

 Bufei, tentando controlar meu temperamento explosivo. O silêncio pesava na sala. Nem mesmo Brooke tentou se comunicar comigo outra vez. Depois de contar até cem várias vezes me acalmei o suficiente para virar para Alice e analisar sua reação. Ela olhava o quadro e sua expressão estava vazia. Cuidadosamente vazia.

 

 Longos minutos se passaram até que Jorges avisou que o horário havia acabado. Juntei minhas coisas de maneira brusca e levantei.  Parando em frente a mesa do professor, esperei – não tão pacientemente – que ele me notasse. Jorges suspirou, fechou o livro com as duas mãos e, vagarosamente, levantou a cabeça.

 

- Sim, Swan?! – falou, pingando tédio.

 

- Senhor Jorges, ao invés de fazer esse trabalho eu não poderia pegar outra semana de detenção? – praticamente implorei.

 

- Infelizmente não será possível.

 

- Por quê? – estava ficando desesperada.

 

- Porque me parece que nem você e nem a Cullen estão aprendendo com a detenção. Então tentaremos outros modos.

 

- E se eu não fizer o trabalho? – inclinei a cabeça para o lado.

 

- Eu serei obrigado a pedir ao diretor Rossi que lhe suspenda das aulas.

 

 Fiquei em silêncio durante alguns segundos, considerando a “proposta”. Sentia-me com se estivesse naqueles filmes de Velho Oeste onde o tique-taque corre contra mim e os prós e contras quase se igualam, tudo levando a uma decisão repentina que pode estragar algo muito importante. Quando abri a boca para aceitar aquela conseqüência, senti uma mão se fechar ao redor de meu pulso. Então a voz de Brooke chegou ate nós:

 

- O trabalho será entregue na segunda-feira, professor. Com licença.

 

Fiquei tão surpresa com aquela atitude que não reagi ao ser puxada pelo braço até o corredor externo. Virei de frente para ela, joguei minha mochila no chão e rugi:

 

- Que droga foi essa?

 

 Deus! Como eu odeio quão maleável eu fico depois de ser surpreendida! E o pior de tudo é que sempre se aproveitam dessa ocasião para moverem de lugar.

 

- Isso foi a sua melhor amiga lhe impedindo de cometer uma imensa burrice! – gritou também, gesticulando em direção à porta.

 

- Que burrice o que, Davis!? Eu estava quase conseguindo me livrar do maldito trabalho! – continuei com o tom elevado e pude perceber que minhas mãos tremiam, fechadas em punho, pendendo ao lado de meu corpo.

 

- Você estava quase conseguindo a porcaria de uma suspensão! 

 

 Brooke estava tão nervosa quanto eu, seus olhos mandavam dardos de raiva diretamente para os meus.

 

- Imagina o que Charlie faria se, além da detenção, você ainda pegasse uma suspensão!? Você ficaria sem seu porshe e sem sua vida social pelos próximos dois meses, no mínimo. E tudo por que!? Por Alice Cullen! Você realmente quer deixar ela interferir na sua vida desse jeito!? Quer deixar ela lhe prejudicar, mesmo que indiretamente?! - Cada silaba foi berrada.

 

 Meus pulsos tremeram violentamente durante os dez segundos que se sucederam aquelas raivosas palavras de minha melhor amiga. Senti minhas costas ficar ereta, meus pulmões flamejarem, então, meus joelhos cederam e eu cai sentada. Apoiando as costas na parede, cheguei meus joelhos até meu peito e cruzei os braços sobre esse. Respirando fundo, afundei meu rosto em meus braços. Vencida.

 

Cada célula de meu corpo gritava de exaustão psicológica. Graças às surpresas do dia e à minha discussão completamente sem sentido com Brooke. Um bolo se formou em minha garganta e lágrimas de raiva se acumulavam em meus olhos.

 

 Pelos sons, pude perceber que Brooke havia se acomodado ao meu lado.

 

- Ah! Bella. Não fica assim – Davis sussurrou, passando o braço sobre meus ombros e me puxando para um abraço.

 

- Oh! Brooke. Desculpe... eu n-não queria ter falado daquele... jeito – gaguejei. – Eu não queria ter falado... nada.

 

- Está tudo bem. Tudo bem, amiga – agora mexia de leve em meus cabelos, tentando me acalmar. – Talvez eu também não devesse ter gritado.

 

 Brooke voltou a sua posição inicial.

 

- Não. É sério. Eu estava fora da realidade. – finalmente levantei a cabeça e esfreguei a mão sobre a ponta do nariz – Acho que ainda estou. Droga! Como eu vou fazer o trabalho com a Alice?! – virei para frente, encarando a parede branca e insossa a poucos metros – Como diabos isso foi acontecer?! Ainda dói saber que ela me apunhalou pelas costas indo embora sem dizer nada, entende? Eu confiava nela. – as lágrimas aumentaram.

 

- Eu bem que tentei avisar que o Jorges estava ao lado de vocês, mas você não me deu atenção! – Brooke deu de ombros, ela também encarava a tinta branca com desinteresse. – E quanto ao que Alice fez, você sabe o que eu penso. A Cullen fez uma puta sacanagem com você, mas não merece que você fique chorando assim. Ninguém merece suas lágrimas, Bella. Ninguém.

 

- Eu não vou conseguir. – suspirei, passando a mão no cabelo.

 

- Claro que vai! – a voz dela era firme e não continha nenhuma sombra de dúvida. -  Você é Isabella Swan! A pessoa mais forte que eu conheço! Bella, você já  superou tanta coisa. Não vai ser uma baixinha de meio metro de altura que vai te derrubar. Certo? – com o ombro, me empurrou de leve.

 

 Tentei engolir o bolo maciço, parando de chorar.

 

- Certo.

 

- Ótimo! – levantou-se e estendeu a mão para mim.

 

 Segurando em sua mão, tomei impulso para levantar também. Recolhemos nossas mochilas.

 

- Agora vamos pensar em como evitar a situação desagradável. – Brooke resmungou enquanto caminhávamos para o estacionamento – Você pode pedir pra ela fazer uma parte e você fazer a outra. Ou, no pior dos casos, você faz tudo e coloca o nome dela!

 

- Hey! Você sabe que eu odeio parasita!

 

- Mas... dos males, o menor! – falou profundamente – Não concorda?

 

- Odeio quando você tem razão. – torci a boca de leve.

 

- Eu sempre tenho razão! – ergueu o queixo, brincando.

 

- Vai nessa... – sacudi a cabeça.

 

 Chegamos ao local onde nossos carros estavam. Abri a porta do meu porshe e, com uma perna já dentro do veículo, vire para direita a fim de encarar minha melhor amiga, a qual já estava sentada no banco do motorista de sua Mercedes a uns dez metros de distância.

 

- Hey Broo!

 

 Ela se virou para mim.

 

- Obrigada. – sorri de leve.

 

- Sempre que precisar, Bella. Melhores amigas são para isso! – sorriu também antes de acelerar o carro e deixar o estacionamento.

 

 Soltei uma risadinha e entrei no carro. Durante todo caminho até minha casa a única coisa que pude fazer foi agradecer mentalmente por ter Brooke Davis. Porque, tão certo quanto o céu era azul, aquela morena era a melhor amiga que alguém poderia querer.

 

xxx

 

 Batia ritmicamente as mãos no volante. Eu estava sentada dentro do porshe, o aquecedor ligado enquanto esperava o carro dos Cullen aparecer no estacionamento escolar. Hoje estava especialmente frio, o que me fazia considerar seriamente se o clima estava se identificando com meu humor.

 

 Ontem, quando cheguei a minha casa, tive que ficar algum tempo parada do lado de fora para me recompor completamente. Já que, apesar de meus familiares serem homens – o que os tornava completamente desatentos a detalhes – não eram cegos. Passei o dia quase que mecanicamente, evitando pensar em qualquer coisa que não fosse os estúpidos programas de auditório, os quais pareciam ser a única coisa que os canais transmitiam à tarde. Porém é praticamente impossível se distrair, deitada na cama à noite, esperando o sono chegar. E naquela hora, encolhida embaixo das cobertas, percebi que já não me interessava saber o porquê de Alice ter ido para a detenção. Isso não mudaria nada mesmo. E também decidi que era melhor encarar toda a situação de uma vez. Prolongar o inevitável é inútil e estúpido. E foi isso que me trouxe para exatamente onde eu estava agora.

 

  Não movi um músculo sequer quando o volvo prata entrou em meu campo de visão, apenas acompanhei-o com o olhar. Observei todos os Cullen saltarem graciosamente do carro. Emmett e sua esposa seguiram em direção à escola, Jasper falou alguma coisa para Alice, mas esta apenas balançou a cabeça,  virada em minha direção e olhando fixamente para meu carro.

 

 Alice sabia que eu havia decidido falar com ela. Respirei fundo e abri a porta. Caminhei a passos calmos, mas senti meu coração disparar quando Edward parou de caminhar para o prédio e girou o corpo em minha direção, abrindo um imenso sorriso. Repuxei os lábios em um meio sorriso, respondendo o cumprimento, então voltei minha total atenção à irmã dele. Ela continuava no mesmo lugar. Dei mais alguns passos até estar a apenas poucos metros dela.

 

- Alice, será que podemos conversar sobre o trabalho? – mantive minha voz controlada.

 

- Claro. – parecia animada.

 

- Bom, eu acho que seria melhor, para nós duas, se dividíssemos o trabalho e depois juntássemos a duas partes. – falei, satisfeita com essa solução.

 

- Sinto muito, Bella. Mas ontem, depois que vi você vindo falar comigo sobre isso comigo, eu tive outra visão. Eu não sei exatamente o porquê, porém, se fizermos como você sugeriu, o senhor Jorges não aceitará o trabalho e nos suspenderá.

 

 Ela parecia tão sincera que não tive alternativa senão aceitar a verdade naquelas palavras. Afinal, o senhor Jorges não era nenhum idiota e todas as perguntas daquele trabalho eram referentes a opinião de todo “grupo”.

 

 Resmunguei baixinho e abri a boca para propor que eu fizesse todo o trabalho. Contudo, fui interrompida antes que pudesse formar a primeira sílaba.

 

- Isso também não vai funcionar. – ela arrastou o pé de leve no chão. – Também tive uma visão sobre essa possibilidade.

 

 Franzi o cenho. Não tanto pelas suas palavras, mas pelo momento em que elas foram ditas. Eu realmente odiava quando Alice antecipava as respostas para os meus comentários ou perguntas graças às visões dela. Essa mania que ela tem é detestável!

 

 - Oh! Desculpe! – falou, espalmando a mão de leve sobre os próprios lábios  - Foi automático.

 

 Então ela se lembrava?

 

 Sim, quando éramos amigas, eu havia falado inúmeras vezes o quanto aquilo me irritava. Mas fazia tempo que Alice havia decidido deixar nossa amizade para trás. Memória forte essa dos vampiros, não?!

 

 Verdadeiramente surpreendente!

 

- Tudo bem. – dei de ombros – Acho que não nos resta outra coisa a fazer senão fazer juntas o trabalho. – suspirei.

 

- Concordo. – Alice voltou a seu jeito hiperativo, falando bem depressa – Podemos nos reunir hoje, não!? Que horas? Na sua casa ou na minha?

 

 Prestei bastante atenção, tentando acompanhar seu raciocínio.

 

- É. Hoje. Às cinco? Pode ser na sua casa?

 

 Ela concordou repetidas vezes com a cabeça, parecendo bastante satisfeita.

 

- Ótimo! – resmunguei. – Até depois. – acenei com a cabeça e fui em direção ao prédio escolar, tentando manter meus passos em um ritmo normal.

 

 Passei por Edward, que permanecia no mesmo lugar, só que com um sorriso ainda maior, abri um pequeno sorriso e continuei meu caminho. O corredor começava a se encher de alunos, mas passei por todos eles sem realmente identificá-los. Minha mente estava assombrada por outros pensamentos.

 

 Não que eu estivesse arrependida do combinado com Alice. Afinal, como sempre digo, não é inteligente adiar o inevitável. Mas o que me incomodava profundamente era ter que voltar à casa dos Cullen. Lá existem tantas lembranças de uma época feliz. Lembranças que vindo à tona agora, só poderão me machucar. Porém havia me recordado as palavras de Brooke quando decidi que faríamos o trabalho na casa de Alice. “Dos males o menor”. Melhor ir à casa dos Cullen e sofre um pouco do que ficar em minha casa e acrescentar ao meu imenso arquivo mais uma lembrança deles dentro de minha residência. E, com certeza, quando eu estivesse ociosa, esse novo possível fragmento puxaria outros milhares. O que resultaria em mais um buraco em meu minado coração.

 

- Absolutamente lindo, não? – ironizei sozinha.

 

 E foi naquele instante que percebi que minhas pernas me levaram, de maneira automática, ao meu armário. Sacudi a cabeça, tentando esvaziar a mente. Não deu certo. Tanto que, depois de errar três vezes a combinação do cadeado, estava me sentindo tão frustrada que levantei a mão para dar um murro na droga do armário. Quem sabe isso me deixasse um pouco mais contente.

 

 Levei a mão cerrada para trás, tomando impulso para chocá-la contra o  metal. Fui impedida de completar a ação. Já que uma mão segurou meu braço e outra passou por minha cintura, puxando-me de encontro a um peito quente e aconchegante.

 

- O que você estava pensando em fazer? – o tom divertido veio de algum lugar um pouco acima da minha cabeça. – Tentar dar uma lição no armário?

 

 Reconheci-o imediatamente. Então nem levantei a cabeça de seu tórax forte, ao responder:

 

- Na verdade, eu ia quebrar o armário com apenas um murro e depois iria lhe mostrar para provar que o mais inteligente que você faz é me obedecer. – murmurei risonha, passando os braços por sua cintura.

 

- De novo essa história, Bella? – fingiu braveza.

 

- Não há história nenhuma, Chad. – me afastei um pouquinho para olhá-lo – Há apenas o fato de que sou eu quem manda na nossa relação!

 

- Ahan. Sei. –resmungou.

 

 Arqueei minhas costas para olhar nos olhos dele.

 

- Ah. Bebê! – levantei as mãos e apertei suas bochechas. – Eu amo você.

 

- Ah. Sai Bella! – sacudi a cabeça a fim de eu o soltasse.

 

Gargalhei. Chad me faz tão bem. Só estar perto dele já

fazia meus problemas serem chutados para segundo plano.

 

- Não tem graça nenhuma! – Chad resmungou mais uma vez, fazendo uma careta.

 

 Ri ainda mais.

 

- Acho que o casal ternura está tendo uma DR. – ouvi Luke comentar nem um pouco discretamente.

 

- Também acho. – a namorada respondeu.

 

- Nós não estamos tendo uma DR, corações. – pisquei para eles – Estamos apenas assinalando alguns pontos, né amor?

 

- Você não tem jeito mesmo,  não é, Bella?

 

 Limite-me a dar de ombros, feliz. Chad sorriu.

 

- Vamos pra sala. O sinal já tocou.

 

 Chad passou o braço sobre meus ombros e eu o abracei pela cintura. Luke e Brooke caminhavam ao nosso lado, as mãos-dadas.

 

xxx

 

Como hoje não tinha nenhuma aula em comum com Brooke, a oportunidade de lhe contar o que eu faria hoje à tarde só surgiu na hora do intervalo. Estávamos sentadas na mesa de sempre, Lucas e Chad haviam acabado de sair para comprar mais sanduíches.

 

- Hoje eu vou à casa dos Cullen fazer o trabalho da detenção. – falei calmamente.

 

- Você vai o quê? – questionou em um tom mais elevado.

 

- Você não precisa anunciar para a escola inteira, sabe? – ironizei, antes de tomar um gole de Coca.

 

 A morena revirou os olhos, mas quando voltou a falar, seu tom estava mais baixo e sério:

 

- E toda aquela conversa sobre não suportar eles?

 

- Não foi uma “conversa”. – também revirei os olhos – E não é como se eu estivesse indo para uma festa. – resmunguei – A questão é que Alice e eu conversamos e chegamos à conclusão de que as outras possibilidades de realização desse trabalho nos trariam conseqüências muito desagradáveis.

 

- O que? Como assim? – Davis fazia gestos exagerados com as mãos.

 

 Eu não podia criticá-la. Afinal, essa história não faz sentido a um observador externo. Talvez não faça sentido nem para mim...

 

- Você confia em mim? – respirei fundo.

 

 Minha melhor amiga apenas acenou em concordância.

 

- Vai dar tudo certo. Ok?

 

- Ok. – ainda parecia receosa.

 

- Eu te ligo para contar como foi quando que chegar em casa.

 

- Certo.

 

- Ah! Não quero que os meninos saibam sobre tudo isso. – completei ao vê-los se aproximarem.

 

 Brooke balançou a cabeça mais uma vez.

 

- Espero que você saiba o que está fazendo, Isabella. – murmurou segundos antes dos irmãos Scott se sentarem junto com a gente.

 

 Bebi mais um pouco de Coca enquanto fingia prestar atenção na anedota contada por Lucas. Na verdade, estava ponderando sobre as ultimas palavras de Brooke. E desejando ter essa certeza que ela queria que eu tivesse.

 

xxx

 

 O resto do dia passou rápido, incluindo a detenção, na qual fiz questão de, silenciosamente, fixar meus olhos sobre a carteira e não levantá-los até o final daquele castigo. Porque agora o senhor Jorges me amava tanto que era capaz de me mandar fazer um trabalho com a Rosalie – mesmo ela não tendo levado nenhuma detenção – só por eu estar respirando.

 

 Eu não saberia dizer que viveria para contar a história se realmente tivesse que fazer algum trabalho com Rosalie. Nós duas somos parecidas demais, com a personalidade forte demais, para convivermos pacificamente.

 

 Fiz o almoço para papai e Jack, ajeitei algumas coisas na casa. Às 16:45 avisei que sairia para fazer um trabalho. Charlie apenas falou um “tchau”, absorto demais em seu trabalho no computador.

 

 Dirigi por aquele caminho que já sabia tão bem. Não demorou muito e estava estacionando em frente aquela imensa casa. Puxei minha bolsa e caminhei até a entrada. Minha mão se chocara apenas uma vez contra porta de madeira quando Alice, sorrindo de orelha a orelha, apareceu. Agradeci mentalmente por ela ter esperado eu bater na porta. Porque, apesar de saber que ela já tinha me ouvido a quilômetros de distância, fazia a situação parecer um pouco menos anormal.

 

- Entre. – falou, abrindo a porta e dando um passo para trás.

 

 Então eu o vi. Encostado na parede oposta da sala, com as mãos no bolso da calça escura e um sorriso torto, Edward me encarava.

 

- Bella? – Alice falou, parecendo divertida com a minha falta de ação.

 

 Desviando o olhar de Edward para Alice, respirei fundo. Então dei o passo que me colocaria dentro daquela casa e que – de alguma maneira – poderia mudar a minha vida.

 

 


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Notas finais do capítulo

MEUUUS AMORES

não me matem, por favor. z Eu demorei esse século para postar porque tive um bilhão de coisas para fazer na escola. Sério mesmo. Desculpem z

O capítulo seria bem mais, sabe? Mas seria grande demais para um capítulo então eu escreverei o próximo capítulo sobre os acontecimentos na casa dos Cullen =D


Mas o que vocês acharam do capítulo? Estou ansiosa para saber =D


—-> LEMBRETE EXTREMAMENTE IMPORTANTE:

DR = Discutir Relação. O que significa, pelo menos ao meu ver, que é QUALQUER relação. Não apenas relação de namoro.
Então, por favor, não criem a certeza de um envolvimento romantico entre Bella e Chad.
Maaaaas, essa "DR" dos dois pode ser tbm a DR mais famosa. Sim, a de namorados/ficantes.


Então, qual será a relação que eles estavam discutindo!? :O sim, eu sou malvada. UAHHAUAHUAHUAHUAHU

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Certa vez me perguntaram quem eram Brooke, Lucas e Chad. Então, para aqueles que quiserem ver exatamente como são os personagens do jeito que eu os imagino - não que vc não possa imaginá-los de seu próprio jeito - é só clicar nos entrar no link das fotos:

Chad:

http://images.allmoviephoto.com/2004_A_Cinderella_Story/2004_a_cinderella_story_027.jpg

Brooke e Lucas:

http://www.aolcdn.com/red_galleries/sophia-bush-chad-400ds0710.jpg



Love you all ;*