Três gerações três tempos escrita por Laslus


Capítulo 25
Capítulo 24 - Armada de Dumbledore


Notas iniciais do capítulo

Eu sumi, de novo.
Em minha defesa, eu estou fazendo física na faculdade. Sinceramente, esse é o curso mais cruel do planeta. Eu estou adorando? Sim, mas eu também estou morrendo, então é.

MAS não se preocupem, eu ainda escrevo - e leio todos os comentários lindos!

Esse capítulo foi... peculiar. Espero que vocês gostem dele, não era isso que eu esperava escrever, na verdade, acho que mais da matade dele definitivamente não estava nos meus planos.

Música: MIKA - Good Guys

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/537422/chapter/25

—Espera, deixa eu ver se eu entendi — disse Sirius, gesticulando, olhado para Harry e seus amigos — vocês formaram um grupo de rebeldes contra o ministério da magia aos 15 anos, onde Harry ensinava matéria de defesa contra as artes das trevas em níveis de NIEMs (apesar de nem ter feito seus NOMs) para um grupo de alunos de várias casas e vários anos?

—Sim. E depois nós cinco mais Luna invadimos o ministério da magia e entramos no departamento de mistério e lutamos contra um grupo de comensais. — Concluiu Gina com um sorriso, antes de inclinar a cabeça — Bom, teríamos morrido se não fosse pela ordem, mas nós aguentamos muito tempo.

—James, seu filho oficialmente bateu nosso legado.

James assentiu com a cabeça.

—Quero dizer, nós fizemos coisas bem impossíveis com nossos quinze anos.

—Algumas ilegais. — Apontou Remus, de braços cruzados, inclinando a cabeça para James.

—A maioria ilegais. — Corrigiu Sirius

Mas nós nunca criamos um grupo de rebelião de menores de idade contra nosso governo. — Continuou James, como se ele não tivesse sido interrompido.

Harry corou suavemente, encolhendo os ombros.

—Eu não dei nenhum feitiço muito difícil.

—Harry, ano passado você ensinou como fazer um patrono corporal para um grupo de adolescentes — comentou Hermione — você era um ótimo professor.

—Eu não acredito que vamos fazer parte da Armada de Dumbledore — Exclamou Lily Luna em um tom agudo.

Harry deu risada da animação da garota.

—Soa tão legal assim?

—Você está brincando? — Disse Hugo igualmente feliz— Um grupo secreto sobre o nariz da Umbrigde? Soa fantástico.

—Não consigo pensar em um natal melhor — grunhiu Draco, jogando a cabeça para trás irritado.

—É verdade! — Exclamou Sirius animadamente — É natal depois de amanhã! Nós temos que fazer algo para celebrar.

—Sirius, nós não podemos sair dessa sala. — apontou Lily, cruzando os braços

—E? Nós podemos pedir para os elfos domésticos trazerem as coisas.

James assentiu com a cabeça, claramente alegre com a ideia.

—Harry é amigo daquele elfo… Qual o nome dele, Lily?

—Dobby? — ela sugeriu, descruzando os braços.

—Como vocês conhecem Dobby? — perguntou Harry confuso, ao mesmo tempo que Draco dizia

—Dobby, o meu elfo doméstico?

—Malfoy, ele deixou de ser seu elfo à uns quatro anos. — Disse Hermione

—O que está acontecendo? — perguntou Neville, obviamente perdido no assunto.

—Nada. — Disse Sirius — eu, James, Remus e Lily vamos planejar uma surpresa de natal. Harry vai nos ensinar a derrotar o Lorde das Trevas como bebês.

—Eu? — exclamou Lily — quando eu fui incluída nesse plano?

—Bom, se você vai se casar com James você tem que começar a ser incluída no grupo — apontou Sirius, fazendo ambos Pontas e Lily corarem fortemente

—Sem contar — acrescentou Remus rapidamente, antes que Lily pudesse rebater — que nós não temos Rabicho aqui. Precisamos de uma quarta pessoa.

—Eu sou a substituta do Pedro?

—Eu sinceramente espero que não — Riu James, passando a mão no cabelo — Mas você vai nos ajudar a planejar a festa.

Ela bufou, revirando os olhos, mas não negou, arrancando um sorriso satisfeito de James, que inclinou-se em sua direção.

—Bom — disse Harry, respirando fundo — Acho que podemos começar as aulas agora. Quero dizer, não temos muito tempo.

Enquanto ele falava, as camas do quarto desapareciam uma a uma, dando espaço para a sala aberta que ele associava a Armada de Dumbledore. Involuntárimente, ele sorriu, imerso em memórias. Gina estava ao seu lado, seus olhos castanhos olhavam para a sala se esvaziando com tanto orgulho nos olhos quanto ele. Gina fora, sem dúvidas, uma de suas melhores alunas durante a AD, e ele se arrependia de ter passado tanto tempo olhando Cho enquanto ele podia ter passado tempo com ela.

—Ah, não. Não façam isso comigo, não. — Murmurou Malfoy, se levantando de supetão enquanto sua cama desaparecia sob ele mesmo — Potter, eu te odeio.

Harry gargalhou em alto e bom som, junto com seus amigos, para a grande irritação de Draco, que olhava indignado para o espaço onde sua cama estivera.

—Vamos começar! —Exclamou Sirius animado, puxando a varinha do bolso antes mesmo da sala se esvaziar por completo — O que vamos aprender? Algum feitiço de defesa de Nível de NIEMs? Ou uma maldição que ainda não foi inventada no meu tempo? Isso seria tão…

Harry deu risada, negando com a cabeça.

—Eu acho importante começar com Expeliarmus… —Ele podia ver o rosto indignado de James e Sirius — E antes que vocês digam algo, eu…

—Esse é literalmente o feitiço que ele vai usar para matar Voldemort — disse Lily Luna

Harry se virou para a garota, impressionado.

—É mesmo? Eu ia dizer que me manteve vivo no quarto ano. Como eu matei alguém com ele?

—Longa história — disse Alvo descartando a pergunta com um aceno de mão — Envolve posse de varinhas e uma briga física que tio Draco e meu pai tiveram no meio de uma fuga, por que eles são ridículos.

Os marotos se entreolharam, como se ponderando a situação, mas foi Frank que falou em bom tom.

—Me convenceram com o Expeliarmos.

O grupo pareceu concordar em quase unanimidade – Draco e Severus pareciam perfeitamente satisfeitos em encostar em uma parede e olhar para toda a situação com um olhar de desprezo que deveria ser ensaiado. O restante dos dezenove adolescentes se dividiu em duplas ou trios, com Harry coordenando os grupos enquanto eles se desarmavam.

Não demorou muito tempo antes que ele pedisse para que trocassem as duplas. Apesar do progresso na integração que acontecera nos últimos dias, os grupos haviam sido feitos entre os tempos (James e Sirius, Alice e Lily e assim por diante). No instante em que eles começaram a se desarmar novamente, Harry percebeu que isso fora a melhor de suas ideias.

Apesar de obviamente mais animados do que qualquer outro grupo, os membros do futuro tinham uma defasagem enorme. Suas poses eram muito duras, fixas, como se em um formal duelo bruxo. James Sirius mal abrira a boca antes que Gina o desarmasse com uma fluidez do movimento, Lily Luna estava até caída no chão pela força de um feitiço de Sirius.

—Vocês estão muito tensos. Isso não é um duelo bruxo, é uma batalha. Na batalha, não temos tempo para ver se nossos pés estão alinhados ou o movimento de nosso pulso está correto. Um dízimo de segundo pode ser o que nos separa de sair de lá com vida.

A sala ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para o garoto, e ele se perguntou se a frase não tivera o efeito desejado.

—Muito otimista, Harry — brincou Franek, enquanto Hermione usava accio para devolver sua varinha a ele

—O que eu quero dizer é que vocês têm que confiar em seus instintos. É simples, a magia é parte de vocês, está no seu âmago. Tudo que vocês precisam é que deixar ela fluir, confiar que você sabe que feitiço lançar e quando.

Ele só respirou novamente quando todos voltaram a atacar, obviamente se esforçando para relaxar o corpo. Ele percorria o grupo com cuidado, mais do que uma vez erguendo um protego nos segundos antes de ser acertado por um feitiço errante. Eles trocaram de dupla mais uma vez, explorando novas fraquezas e novas vantagens, mas para o quarto turno ele mudou o feitiço, sugerindo uma pausa de alguns minutos antes que eles passassem para protego.

—Quantas vezes você acha que Harry já esteve me batalha? — Perguntou Lily para James, ambos envoltos em conversas altas o suficiente para esconder suas palavras.

James virou um copo de água – que casualmente aparecera junto com uma pequena mesa – antes de responder.

—Eu não sei dizer. Mais vezes do que eu gostaria.

Ela concordou com a cabeça, passando a mão na testa para secar o suor, aproveitando para arrumar seu rabo de cavalo.

—Ele só… você viu como ele desviava dos feitiços. Ele mal prestava atenção no feitiço que ele levantava.

James virou sua atenção para Harry, que conversava animadamente, o braço casualmente jogado sobre os ombros de Gina. De costas, com seu cabelo preso em um rabo alto, ela lembrava muito Lily.

—Vamos treinar protego. É simples e não vai te proteger de uma maldição imperdoável, mas se bem feito aguenta a maioria dos ataques que podem jogar em vocês. Formem duplas de novo, um lança qualquer feitiço, o outro defende. Fiquem revezando, deixem fluído, como uma batalha. Tentem pegar o outro desprevenido… E por Merlin, não se machuquem de verdade, já tivemos enfermos o suficiente.

Sirius deu risada, sua perna ainda enfaixada apesar dele não estar prestando a menor atenção nela.

—Vou demonstrar com alguém… Deixa eu ver… Malfoy, você não está fazendo nada de útil, venha, tenha sua revanche de ontem.

O loiro grunhiu, encostado na parede a distância ao lado de Severo

—Para ser uma revanche eu precisaria ter perdido, Potter. E não, obrigado, eu estou bem aqui.

—Com medo, Malfoy?

Os olhos de Draco brilharam, um sorriso malicioso correndo pelos seus lábios enquanto ele se afastava da parede, puxando a varinha e berrando estupefaça no mesmo instante.

Harry sorriu, desviando do feitiço sem nenhum problema, atacando ele de volta. Draco repeliu o feitiço com um aceno da varinha, lançando outras duas maldições, uma seguidas da outra, que não fizeram nenhum efeito em Harry.

—É tudo que você tem, Malfoy?

Ele não demorou para responder, atirando mais dois feitiços não verbais, que reverberaram no escudo que Harry lançou no último momento, o desequilibrando e jogando ele alguns metros para trás.

—Depende, eu posso jogar sujo?

Os olhos verdes de Harry brilharam em entendimento.

—Deve.

Imperius.

A sala inteira caiu em um silêncio pesado, enquanto Harry parava no lugar, ou pelo menos era isso que ele escutava. Tudo era um eco enorme, um eco calmo, relaxante, familiar. Draco mexeu a varinha, e tudo que retumbou no espaço foram as palavras “dance, Potter”.

—Não. — Ele respondeu, sem a menor dificuldade, voltando para a realidade com um sorriso.

Draco abaixou a varinha, e aquele silêncio que Harry tinha escutado era obviamente uma ilusão, por que a sala era um caos de vozes.

—Como você fez isso? — Perguntou Lily espantada

—Malfoy, você é um homem morto. — A voz de Sirius era baixa, quieta, e possivelmente uma das mais ameaçadoras que já saíram da boca do grifinório.

—Foi muito previsível, Malfoy — disse Harry tranquilamente

—Claro que foi, você pediu para eu jogar sujo, mas não esperava que eu te torturasse no meio da sala.

—Eu não acho que você conseguiria. — Disse Harry, e seu tom deixava claro que não era algo ruim

—Ele usou uma maldição imperdoável — Disse Lily Luna assustada

—Uma que todos sabem que Potter é praticamente imune a.

Harry revirou os olhos.

—Eu não sou imune, Malfoy, mas Bartô Crouch Jr. era um melhor psicopata que você. Voldemort também. Mas sim, não demonstrava realmente um perigo para mim, e você me mandou dançar, sinceramente.

—Eu estou muito confuso. — apontou James, a varinha ainda em mãos

—Nós tivemos um professor que tentou nos ensinar a nos livrar de um Imperius. — Explicou Rony — E antes que vocês perguntem, ele era um comensal disfarçado. De novo. Então sim, ele era completamente louco.

—Eu me preocupo muito com a vida de vocês — murmurou Lily olhando assustada para os garotos. No fundo, James e Remus concordavam veementemente com a cabeça

—Eu também. — Declarou Harry, antes de dar de ombros e se voltar para Draco — Você precisa treinar um pouco seus ataques, eles ficam previsíveis depois de prestar um pouco de atenção nos seus movimentos.

—Se você se acha tão bem, por que não duela? — Grunhiu Draco — Com medo, Potter?

Os olhos de Harry faiscaram com o desafio.

—Medo? Por favor, Malfoy. Segure até depois do almoço, tenho uma aula para continuar— Ele se virou para o restante da sala — dividam-se em duplas, façam duelos, mas se foquem em bloqueios e maldições leves.

O grupo se dividiu, seguindo as instruções e Draco irritado voltou para seu canto na sala. O próprio Harry precisou levantas alguns feitiços de proteção para não ser acertado por feitiços errantes, mas valia a pena, nem que fosse para ver Neville sorrindo pasmo ao derrubar seu pai com um estupefaça especialmente fantástico.

—Relaxe seus ombros — ele ouviu Gina dizer — Pense que é um jogo de Quadribol, você não pode ficar tensa.

—Mais fácil falar do que fazer — grunhiu Rose, sacudindo os ombros — Nós só aprendemos Duelos Formais na escola.

—Você já está roubando meu papel como capitão de Quadribol, vai roubar o de professor da AD também? — Riu Harry, beijando de leve a bochecha da namorada

—Na verdade — riu Rose — ela vai. Ela, Neville e Luna.

Os dois viraram confusos para a garota, mas antes que Gina pudesse perguntar algo um raio azul veio em sua direção. Seus instintos foram mais rápidos, erguendo o escudo antes de responder com um ridiculous particularmente irritado. Harry se afastou um pouco da batalha, sem a menor vontade de ser pego no fogo cruzado daquelas duas.

Eles pararam apenas para comer quase três horas da tarde, cansados, mas extremamente animados. Harry sorriu, sentado entre Gina e James, que conversavam animadamente.

—Sabe, Harry, você nunca terminou de contar sua história — disse James de repente — Quero dizer, nós morremos, Sirius foi para cadeia, você é a única pessoa que pode matar você-sabe-quem… Mas e ai? Conte o resto.

A sala ficou em silêncio, a maioria dos adolescentes olhavam com expectativa para Harry.

—Não acho que temos tempo para tanta coisa. Nada aconteceu até eu ir para Hogwarts.

—Mas no nosso primeiro ano nós resolvemos que seria fantástico se enfiar por uma porta sob um cachorro de três cabeças. — Riu Rony

—Eu juro que eu queria matar vocês no nosso primeiro ano — disse Hermione, apesar do sorriso em seu rosto.

—E agora você sugere organizações rebeldes ilegais e invasões ao ministério. — disse Rony — Nós temos muito orgulho de você.

E com isso ele passou as mãos no cabelo cheio de Hermione, fazendo os cachos balançarem, como se ela fosse muito pequena. Ela corou de leve, afastando a mão dele com uma gargalhada.

—Vocês nunca contaram a história inteira. — disse Neville — e vocês me atacaram aquela noite.

Os três se olharam com caretas.

—Nós descobrimos que Dumbledore estava guardando a pedra filosofal no castelo para Nicolau Flamel. — Começou Harry — e por culpa de uma série de eventos que incluiu encontrar uma parte de Voldemort tomando sangue de unicórnio na floresta negra, nós decidimos que ele estava atrás dela.

—O que era verdade. — Apontou Hermione

—Mas nós achávamos que Snape era a pessoa que estava tentando roubar ela para Voldemort. — Completou Rony, apontando para o adolescente com a mão — Por que ele estava lançando um feitiço em Harry enquanto a vassoura dele estava tentando derruba-lo e por que ele obviamente detestava Harry. Aconteceu que ele na verdade estava salvando Harry de cair e que ele é só uma pessoa verdadeiramente desagradável.

Os marotos deram risada, fazendo Severo grunhir algo no seu canto em torno da toalha.

—Eu não posso culpar vocês. Snape parece que saiu de um vilão de filme. — riu Lily, dando a língua para o garoto que revirava os olhos no fundo da sala

—Bom, nós tentamos avisar Dumbledore, mas ele não quis acreditar. — Continuou Harry — então nós três entramos no alçapão que estava sob um cão de três cabeças…

—Ou “Fofo”, como diria Hagrid — Riu Rony

—…E outros seis desafios. Bom, cinco, Voldemort tinha cuidado do Trasgo por nós. Muito útil, realmente não queria enfrentar outro trasgo das masmorras.

Outro? — Perguntou Lily exasperada — e espera, isso tudo foi no seu primeiro ano?

—Ah, nosso primeiro ano foi bem agitado — riu Rony — depois a gente até se acostumou. “Ah, o que foi hoje? Harry tem um assassino louco tentando esfaquear ele a noite e errou a cama? Poxa que saco, queria dormir”.

Harry deu risada.

—Isso foi Sirius, nem era um assassino de verdade.

—Mas meu medo foi de verdade, cara! — Exclamou Rony — Eu fui perseguido aquele ano.

Sirius abriu e fechou a boca algumas vezes, trocando olhares com Remus e James.

—Em que contexto eu invadi seu quarto com uma faca?

—Você queria só matar o rato, sinceramente não… — Rony respondeu sem pensar, antes de fechar a boca com o olhar de Harry e Hermione — Não foi nada.

—Um rato, por que eu estaria atrás de um…

—Pedro. — Respondeu Remus em um sussurro — você estava atrás de Pedro.

—De Pedro? — Exclamou Sirius, virando para seu namorado a tempo de não ver a expressão dos demais alunos — Por que eu estaria atrás de Pedro com uma faca?

—Vocês disseram que Sirius foi preso por que acreditaram que ele delatou onde James e Lily estavam. — Murmurou Remus, seu rosto mais pálido do que antes (considerando que noite passada fora lua cheia, era um branco quase papel). Ele olhava fixamente para um ponto no chão.

—Mas não era Sirius então não… — Disse Hermione tentando levar o assunto para longe

—Não foi Sirius. Mas eu achei que fosse. Eu. Como eu poderia… Por que só ele sabia… Mas não era ele que…

—Aluado, querido, você não está fazendo sentido — disse Sirius preocupado, colocando uma mão no ombro do namorado

James, porém, empalideceu ao seu lado.

—Não… Você não… Não Pedro, ele não faria isso.

Sirius finalmente entendeu, se voltando para seu melhor amigo com tanta força que seu pescoço estralou. Atrás de James, Lily arregalava os olhos.

—Vocês não podem achar que Pedro… Ele jamais…

—Eu não acredito. — Disse James, elevando um pouco a voz — Eu prefiro…

—Onde está Pedro? — Perguntou Remus, finalmente levantando o rosto. Seus olhos geralmente calmos estavam duros, olhando diretamente para Harry.

O garoto se inclinou para trás, surpreso, mas sustentou o olhar em silêncio.

—Harry… — pediu James.

Seus olhos eram o oposto dos de Remus. Onde os de Remus eram duros, os de James estavam caídos, perdidos. Era a mesma dor refletida de formas opostas. Harry se manteve em silêncio.

—A última vez que eu o vi, ele estava na minha mansão — respondeu uma voz. Todos se voltaram para Draco, de pé e de braços cruzados, como se não tivesse prestando atenção. —Ele está em todas as reuniões.

—Eu não acredito em você. — Exclamou James — Eu conheço Pedro. Nós conhecemos ele, ele mal consegue criar uma peça sozinho, quanto mais…

—Ele matou vocês! — Exclamou Harry, a voz tremendo — Vocês dois e outras treze pessoas. Ele incriminou Sirius por seus crimes e pela própria morte e passou doze anos se escondendo como o rato de estimação do Rony. Quando vocês vieram atrás dele, ele alegou ter sido torturado, e escapou por entre nossos dedos. Ele encontrou Voldemort e é por culpa dele que ele está de volta. Rabicho…

Ele parou de falar, cerrando os dentes e virando o rosto. Ele não precisava olhar para seus pais e amigos para saber a expressão de traição e horror que se instalava em seus rostos. Sua mão tremia, junto com o que lhe parecia o resto do seu corpo, e ele fechou-a e um punho em uma tentativa vã de deixa-las estáveis.

—Pedro ele… Não. — James conseguiu dizer, antes de literalmente ceder, seu corpo inteiro em pânico. Lily andou até seu lado, se abaixando a mão cobrindo a boca.

—Aquele… Aquele rato — murmurou Sirius, a voz carregada de ódio apesar das óbvias lágrimas se formando em torno de seus olhos

—O que aconteceu para ele ficar assim? — Perguntou Remus.

Toda a pose que o futuro professor havia adquirido para perguntar a Harry sobre Rabicho tinha morrido. Ele agora estava cansado, exausto, mais do que deveria, apesar da recente noite de lua cheia. Seus olhos estavam cheios e escuros, embaçados, enquanto ele se apoiava de leve no ombro de Sirius antes de escorregar e sentar no chão também

—Como nós não vimos isso. Como nós não notamos que… que nosso melhor amigo era…

—Ele é um covarde — latiu Sirius, antes de levantar o olhara para o trio a sua frente. Harry ainda mantinha o olhar em qualquer lugar menos para eles, mas Rony e Hermione olhavam para eles com desespero nos olhos — quando eu invadi seu quarto com uma faca, eu estava tentando matar Pedro, não estava?

James levantou o olhar para o amigo, mas esse olhava diretamente para Rony, que apenas confirmou com a cabeça.

—Ótimo. — A resposta de Sirius foi seca, satisfeita.

—Sirius! — Exclamou Remus, levantando em um salto

—Ele matou James e Lily.

—Mas como você pode dizer uma coisa dessas, ele é nosso…

—Por que eu não quero que eles morram, Aluado! — Estourou Sirius, a voz ecoando pelo quarto, manchando as paredes com desespero — Por que eles dois vão ser idiotas apaixonados e eles mal vão ter tempo. Eles não vão fazer um aniversário de cinco anos de namoro. Eles não vão ver Harry. Eu quero que eles vejam o filho deles crescer. Eu quero ver meu afilhado crescer. Eu não quero ir para Askaban por Doze anos. Doze anos. Você sabe o que é isso, Remus? É mais tempo que eu vou ter em Hogwarts. É mais tempo do que eu vou ter com James ou qualquer um de vocês. É mais tempo do que eu vou ter com… E você. Você vai passar doze anos achando que eu matei nossos melhores amigos. Doze anos, Aluado, doze anos sozinho, achando que seu namorado assassinou todas as pessoas com quem você se importava. E eu não… Eu não…

Sua voz começou a falhar, seus berros diminuindo até que tudo que sobrara eram soluços. Ele caiu no chão como James, secando com violência as lágrimas que teimavam de sair. Remus se ajoelhou ao seu lado, tentando tocar em seu ombro, mas seu toque foi espantado, enquanto o garoto se encolhia mais sobre si mesmo.

—Almofadinhas…— disse James, a voz fraca — Sirius.

—Black, olha para mim — disse Lily, a voz mais forte do que ela achava que tinha naquele momento, forte o suficiente para que ele levantasse o rosto assustado, os olhos avermelhados olhando para os olhos verdes da garota — Nós não vamos morrer. Nós não vamos. Você nunca vai para Askaban e nós. Não. Vamos. Morrer.

Sirius hesitou por alguns instantes, olhando diretamente para a ruiva como se seu tom forte estivesse descendo lentamente pelo seu sistema. Apesar disso, ele murmurou:

—Você não sabe disso.

—Nem você. Nenhum de nós sabe. — Respondeu James em resposta. — Sirius, você é meu irmão, você é família, nós não vamos deixar nada ruim acontecer um com o outro, lembra?

—Os marotos deveriam ser assim. Mas rabicho…

—Rabicho não é meu irmão, ok? Ele não é um Potter. Você é.

—E Remus? — Perguntou Sirius, um toque de humor na sua voz.

James sorriu suavemente.

—Remus te namora, ele é um Potter por associação.

—Remus Potter não exatamente soa como o nome que eu gostaria de ter — Ele comentou com humor — Se não se importam eu fico como um primo distante da família. Quem sabe um tio excêntrico.

—Um tio com um problema peludo? — Riu James, e Sirius gargalhou uma risada afogada

—Eu não gosto desse título, não posso estar namorando o tio excêntrico com um problema peludo.

Remus riu abertamente, apesar dos olhos ainda nebulosos, passando uma mão carinhosa pelos cabelos cacheados de Sirius.

—Primo distante? Soa como o primo bonito e estrangeiro que suas amigas dão em cima quando ele aparece no verão.

—Hun… Melhor, eu aceito primo distante — Sorriu Sirius por de cima das lágrimas, franzindo o nariz suavemente quando Remus o puxou para beijar o topo da sua cabeça.

James puxou os dois para um abraço, e eles ficaram ali, em silêncio, de joelhos com o topo das cabeças encostadas por um tempo indeterminado. Sirius, sem se afastar, esticou o braço até segurar em Lily, a puxando para o abraço junto. Ela soltou uma pequena exclamação, sendo atirada com um pouco de força para o trio, que a recebeu com uma risada enquanto Sirius e James jogavam os braços em volta dela também.

—Você é muito sortuda, ruiva — disse Sirius, a voz rouca — por que agora você oficialmente vai andar com o grupo mais fantástico que Hogwarts teve ou vai ter.

—Eu não tenho certeza se eu chamaria isso de sorte — ela respondeu, mas seu abraço ficou mais forte em torno dos meninos. — E eu não vou virar um animago ilegalmente.

James deu risada, afastando do abraço sem tirar os braços em torno de Remus e Lily.

—Você iria adorar, você iria se tornar uma corsa, como seu patrono!

Ela piscou algumas vezes, olhando para ele.

—Meu patrono é uma corsa?! — Ela exclamou animada, antes de olhar para o garoto a sua frente — Ah, seu é um cervo não é?

Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, piscando inocentemente.

—Sim.

—Nós temos patronos… — ela bufou, mas um pequeno sorriso brotou em seus lábios — Eu te odeio, Potter.

Em resposta ele levantou uma sobrancelha, o sorriso ainda em seu rosto. Ela revirou os olhos, soltando do abraço para empurrar ele de leve. Lentamente, os quatro levantaram do chão, passando as mãos nos olhos em uma tentativa de se recompor.

—Desculpem… Harry, você pode continuar se você quiser. — disse Sirius, antes de fungar suavemente.

—Vocês não têm que pedir desculpas. E… talvez tenha sido o suficiente por hoje, vamos tentar relaxar um pouco.

Sirius deu de ombros, sorrindo animadamente para o trio ao seu lado. O sorriso cortava seu rosto inchado de lágrimas.

—Bom, nós temos uma festa de natal para planejar e dois dias para faze-la.

Remus bufou.

—Vai ser exatamente que nem aquela peça com Mcgonnagal que vocês me convenceram a fazer ano passado.

James franziu o cenho.

—Aluado, a ideia foi sua.

—Eu ainda não sei como vocês me convenceram. — Ele suspirou, ignorando James.

—Literalmente você surgiu com a ideia na véspera, Remus.

—Péssimas influencias, Lily — continuou Remus suavemente mais alto — Se eu fosse você, fugia enquanto tinha tempo.

Ela deu risada, passando os olhos pela dupla.

—Eu acho que eu não tenho muita escolha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu posso ou não ter quase chorado escrevendo a cena do Sirius ok. não me culpem. Como eu disse, isso não foi planejado, era para ser um capítulo animado sobre a armada de dumbledore e união. desculpem.
Eu tenho muitos sentimentos sobre os marotos, é um problema.

Espero que tenham gostado! Me contem seus pensamentos nos comentários! E eu resolvi que eu vou responder os comentários de trás para frente (ou seja, responder primeiro os do capítulo passado) e andar até os do capítulo 18 (?) que eu ainda não respondi, para dar atenção a todos comentando agora. Por que eu não fazia isso antes? oras por que eu sou meio idiota.

Enfim

Espero que tenham gostado! Não esqueçam de comentar! Me digam como a vida de vocês está, contem algo legal que aconteceu, sou curiosa haha.

Beijos,

Laslus