Três gerações três tempos escrita por Laslus


Capítulo 23
Capítulo 22 - Enfermaria


Notas iniciais do capítulo

Em minha defesa, eu escrevi 95 páginas de outra fanfic de Harry Potter que eu pretendo postar quando essa acabar e eu já estou trabalhando no capítulo 24, então eu juro que eu estou escrevendo apesar das minhas demorar para postar. Eu sou só muito perdida.

Eu vou postar esse capítulo para comemorar algo: Eu passei em -mais uma- universidade, a Unicamp, que era a faculdade que eu queria mais ir em primeiro lugar, então lá vou eu mudar para campinas e estudar Física! Eu estou muito animada!

Eu estou respondendo os comentários (do capítulo 19 pq eu sou atrasada) agora. Desculpem de novo que eu demoro para responder, mas eu juro que eu leio todos eles e amo absolutamente todos.

Espero que curtam o capítulo!

Música: The Schuyer Sisters - Hamilton OU Absolutely Still - Better Than Ezra



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O grupo acordou confuso e assustado, como se a noite de sono não tivesse feito a menor diferença. Harry afundou a cabeça no próprio travesseiro, grunhiu e pensou seriamente em voltar a dormir. Ele sabia que teria que organizar o grupo, sair para conversar com Dumbledore e encontrar seus pais na enfermaria.

Com outro grunhido, ele se sentou, abrindo a cortina em torno da sua cama, para encontrar um grupo considerável de adolescentes acordados, obviamente conversando sob o feitiço de silencio. Rose estava deitada com a cabeça em Scorpious, ambos conversando com Alice e Gina. Rony – milagrosamente acordado - estava conversando com Neville, Frank e Teddy. Hermione lia casualmente, sentada perto do grupo. Harry sorriu suavemente com a cena, jogando o peso para se colocar de pé.

—Bom dia! — Disse Rose, colocando ele no alcance do feitiço com um aceno de pulso

—Bom dia. — ele murmurou de volta, ainda sonolento

—Quais são os planos para hoje? — Perguntou Rony, inclinando a cabeça suavemente

—Temos que achar Dumbledore e verificar se James, Lily, Sirius e Remus estão bem.

—Nós deveríamos também analisar o lugar onde vocês foram atacados ontem — disse Hermione suavemente, abaixando o livro — Sabe, entender como eles entraram.

—Uma das poucas coisas sensatas que eu ouvi você dizer, Granger — Respondeu Draco, saindo do banheiro com os cantos do rosto ainda molhados

Harry grunhiu, apertando os olhos com a base das mãos por de baixo dos óculos.

—Eu vou me arrumar. Hermione e Ron, nós vamos sair para a floresta.

—Eu vou também. — Declarou Malfoy com veemência — eu sei chegar onde estivemos ontem e eu sou a melhor chance de vocês de encontrarem qualquer coisa relacionadas aos comensais.

Rony abriu a boca para argumentar, mas Hermione bufou, falando mais rápido.

—Ele tem razão. Detesto falar isso.

Draco sorriu de lado, um sorriso gelado e convencido, mas ninguém se importou. Harry apenas bufou mais uma vez, concordando e indo para o banheiro ficar minimamente acordado para o dia. Ele esperava que mais alguém se pronunciasse, que declarasse com certeza que iria com eles, mas nem mesmo Gina protestou. Ele reconhecia o olhar nas pessoas na sala, eles estavam defensivos, preparados para o pior.

A parte fácil de sair da sala precisa e ir em direção a floresta negra era que os quatro eram do presente. Ninguém tinha que ficar sob a capa da invisibilidade ou contornar alunos e professores com o Mapa do Maroto. Draco podia manter uma distância do trio como se ele não estivesse andando com eles, e (rezando para não encontrar algum sonserino que deveria estar deveria estar confuso com o desaparecimento do garoto) eles podiam conversar nos corredores de Hogwarts como se nada tivesse acontecendo.

A decoração de natal já pintava as paredes de pedra, e até mesmo alguns quadros usavam chapéus vermelhos natalinos. Era estranho imaginar que em dois dias (dois dias seria natal). Harry de repente sentiu todo o peito inflar com calor. Ele passaria o feriado com seus pais. Seus pais vinte anos mais novos, mas seus pais mesmo assim.

Eles se arrastaram pela neve, satisfeitos ao notar que a trilha de sangue que eles deveriam ter deixado ao correr apavorados para o castelo havia sido coberta por outra grande camada de gelo. Entrar na floresta foi fácil – havia poucos alunos fora do castelo numa manhã de recesso. Aliás, haviam poucos alunos no castelo durante essas duas semanas.

Draco estava esperando um pouco depois da orla da floresta, e ambos ele e Harry tomaram a dianteira, distraídos apenas por pequenas e irritadas discussões sobre o caminho a se tomar para encontrar a área onde foram atacados. Alguns passos atrás, Hermione e Rony se envolviam melhor em seus cachecóis da Grifinória, ignorando os tons de voz elevados e tomando cuidado para não escorregar ou tropeçar no caminho que estavam sendo guiados.

—Foi aqui. — Harry murmurou, parando automaticamente no lugar.

Draco trombou nele, xingando baixinho algo sobre grifinórios e como eles não conseguem nem andar direito. Sua voz foi morrendo, porém, enquanto ele olhava a área ao seu redor. Era uma pequena cena de guerra: nenhum dos dois percebera o quão eles haviam destruído a área. Havia marcas de queimado nas árvores, galhos inteiros arrancados e jogados no chão.

As árvores impediram a neve da madrugada cobrir o chão da floresta, e o gelo batido e sujo de terra tinha manchas grandes de vermelho, como se ainda escorrendo.  Hermione arregalou os olhos e Rony automaticamente procurou sua mão, entrelaçando seus dedos.

—Dolovoh disse algo sobre a entrada ser por aqui — disse Draco, tirando seus olhos da destruição e virando para a direção da noite anterior. Suas passadas eram largas e firmes, mas sua mão estava fechada como se evitando tremer.

O trio acompanhou o garoto, observando qualquer sinal que os comensais haviam seguido noite passada.

—Bom, pelo menos os comensais não ficaram nos esperando lá. — Murmurou Rony com um toque de humor.

—Eles falaram algo sobre andar rápido antes que a entrada fechasse. — Respondeu Harry.

—É aqui. — Sussurrou Draco, abaixando em frente a uma grande árvore.

A neve a sua volta tinha manchas de vermelho que haviam sido abandonadas sobre o branco. Draco murmurou algo para si mesmo, analisando cuidadosamente a área sem toca-la. Sem nenhum floreio, ele sacou a varinha do bolso dos robes e murmurou algumas palavras, franzindo o cenho antes de levantar e se voltar para o trio, que o observava atentamente.

—Estranho. — Ele murmurou — Eu achei que eles haviam aberto uma passagem pela floresta.

—Mas…? — Perguntou Hermione

—Mas não há sinais algum de força. Não houve nenhuma magia que desativou o escudo, ele só… caiu sozinho.

Hermione revirou os olhos, andando em direção as raízes e abaixando-se para analisa-las melhor.

—Impossível Malfoy, os escudos de Hogwarts não são baixados desde a primeira guerra bruxa. — Ela indicou, a voz firme, antes de murmurar alguns feitiços ela mesma.

Draco esperou pacientemente a garota terminar e levantar, o mesmo olhar confuso no rosto

—Mas… não faz o menor sentido.

—Eu disse, Granger. — Respondeu Malfoy, uma certa satisfação em sua voz — O escudo de Hogwarts não simplesmente desativaria assim. E foi em um ponto tão específico… — ele encolheu os ombros. — Bom, agora que sabemos isso, podemos falar com o diretor. Vamos, eu não planejo congelar nessa floresta.

Com isso, ele tomou a dianteira mais uma vez. O trio discutia em tom baixo atrás dele, mas o acompanhou para fora da floresta.

—Malfoy. — Disse Harry em um tom hesitante, parando na orla.

Ele parou no lugar, apenas alguns passos para sair das árvores, mas não virou para encarar Harry.

—Você conhece algum feitiço que possa desativar os escudos de Hogwarts dessa maneira? Ou alguma…

—Eu só conheço uma forma clandestina de entrar no castelo, Potter. — Ele respondeu seco —E essa forma está atualmente interditada. Se eu soubesse como eles tinham entrado eu não teria arrastado nenhum de nós para esse frio infernal, teria Potter?

—Eu não estou te acusando de… —tentou Harry, notando o tom defensivo na voz de Malfoy, mas esse voltou a caminhar, saindo da floresta.

O menino revirou os olhos e se voltou para seus amigos, murmurando:

— Idiota — antes de seguirem ele, mais uma vez, em direção ao castelo.

Eles foram diretamente para a sala da diretoria, apesar do desejo de Harry de parar na enfermaria para ter certeza que Sirius, Remus, James e Lily estavam seguros. Harry, não surpreendentemente, foi o que falou com Dumbledore. Sua história não foi interrompida, nem mesmo quando ele narrou com certo acanho a suas quebras de regas, saindo para a floresta negra. De certa forma, os olhos azuis de Dumbledore brilhando por cima de seus óculos de meia-lua eram piores que um sermão sobre responsabilidade.

—Harry, isso é de extrema urgência. — Disse Dumbledore, se levantando da própria cadeira — Os senhores deveriam ter me procurado no instante em que entraram na escola. Os escudos de Hogwarts estão de pé desde antes de eu ser professor.

E com isso, ele fez um floreio com a varinha. Uma fênix prateada saiu da ponta de sua varinha, parada a sua frente obedientemente, esperando o diretor murmurar algumas palavras antes de desaparecer entre as paredes.

—Eu devo pedir para que não saiam da sala precisa novamente. — Seus olhos brilharam com um certo divertimento — quem sabe agora os senhores não escutem o pedido de um velho. Agora vão, eu sei que devem querer ver seus amigos na enfermaria.

Os alunos assentiram, e Harry sorriu suavemente para o diretor antes de se virarem em direção a porta.

—Sr. Malfoy, se o senhor não se importa uma palavra.

Draco travou no meio do caminho, ainda encarando a porta que Harry havia acabado de abrir. Ele demorou uma fração de segundo para dar meia volta e caminhar até a mesa do diretor. A última coisa que o trio viu antes de fechar a porta atrás de si foi o garoto parar aos lados da cadeira, sem sentar.

Quando Draco desceu as escadarias, Harry Ron e Hermione estavam esperando por ele, conversando baixinho, encostados na parede ao lado da estátua de fênix.

—Eu não preciso de uma escolta. — Grunhiu o loiro quando os três o olharam curiosamente — eu sei o caminho para a Enfermaria.

Hermione o olhou surpresa.

—Eu e Ron vamos voltar para a sala precisa. — Ela apontou

—Eu acredito que deva fazer algum sentido na sua cabeça me avisar isso. Tentem não gerar um daqueles seus ruivos no caminho. — E com isso, ele girou os calcanhares e começou a andarem direção a enfermaria.

Pelo canto do olho, ele podia ver os três trocarem expressões confusas, até que Harry deu de ombros e se virou para seguir o mesmo caminho que ele, enquanto os outros dois, corados, ainda se entreolhavam estáticos.

—Por que você está indo para a enfermaria Malfoy? — Perguntou Harry, correndo um pouco para alcançá-lo

—Por que passar muito tempo com vocês está me dando dor de cabeça — respondeu o loiro seco.

Harry revirou os olhos e repetiu a pergunta, mas Malfoy apenas grunhiu e apressou o passo. Eles caminharam o resto do percurso em silêncio, alguns metros separando os dois como se eles não estivessem indo juntos para o mesmo lugar. Draco chegou na porta primeiro, mas hesitou, deixando que Harry abrisse a porta e entrasse na frente na enfermaria.

Ela estava completamente vazia senão por cinco pessoas. Sirius, Remus e James estavam deitados lado a lado em camas diferentes, Lily dormia em uma cadeira, a cabeça apoiada na cama de James e um corvinal que parecia do segundo ano, afastado do grupo.

—Sr. Potter! — Exclamou uma voz vindo do fundo da enfermaria — Exatamente a pessoa que eu queria ver. Talvez o senhor possa prover respostas mais úteis que a dos quatro ali.

Madame Pomfrey apareceu em passos apressados, atravessando a enfermaria e parando em frente aos meninos.

—Madame Pomfrey! — Disse Harry, sentindo o rosto esquentar — Eu posso explicar…

Ela levantou a mão, pedindo para que ele parasse.

—Merlin sabe que eu não peço explicações para os casos que acontecem aqui. Vocês seriam muito capazes de se envenenar com poções antes de buscar minha ajuda se tudo que acontecesse aqui fosse parar aos ouvidos dos professores. Eu conheço muito bem aqueles meninos para saber o tipo de coisas que eles podem ter aprontado. O que eu quero saber, Sr. Potter, é por que eu tenho os marotos de volta a minha ala.

Harry sorriu gentilmente para a enfermeira. Ela certamente tivera as mais estranhas ocorrências desde que começara a trabalhar em Hogwarts (e Harry sabia muito bem que ele e seus amigos foram culpados de muitos casos). Ela não exigiria perguntas que ele não teria paciência de responder agora.

—Sinceramente, eu não sei. — Respondeu Harry, desviando os olhos para o quarteto — Aconteceu um incidente com viagem no tempo, digamos assim. Eles não são a única surpresa que temos.

Ela revirou os olhos e jogou as mãos para cima.

—Merlin! — E então seu olhar caiu em Malfoy, que ainda estava parado desconfortável atrás de Harry — e o Sr. Malfoy? Alguma situação que eu deveria saber?

—Ele veio comigo — Interveio Harry antes que Malfoy pudesse dizer alguma coisa — ele está envolvido nessa situação toda.

Ela assentiu com a cabeça, seu olhar se estreitando.

—Eu vejo que sim. Essas bolhas no seu braço foi feito por um feitiço?

Draco olhou surpreso para a enfermeira, e então para seu braço, como se tivesse esquecido das mangas rasgadas dos robes e do machucado feito por Harry, ainda sujo de sangue seco.

—Sim, mas…

Ela bufou e Harry ao seu lado segurou uma risada.

—Isso vai inflamar se não for tratado. Conversem com seus amigos, eu voltarei já.

E com isso ela virou e saindo andando de volta a seu escritório. Harry deixou a risada sair fraca, e foi recebido por um olhar duro de Malfoy.

—Vai embora, Potter. Você ainda está mancando.

—Não deixe Papoula ouvir isso — disse uma voz fraca vindo das camas — Ela vai provavelmente querer imobilizar sua perna.

Os garotos se viraram para Sirius, deitado e sorrindo para os dois. Seu sorriso era sonolento, mas seus olhos brilhavam em alerta. Com sua fala, ele apontou para a própria perna, enrolada em gaze branca. Harry abriu um sorriso enorme e correu para a cama do padrinho.

—Achei que Remus era o primeiro a acordar entre vocês — riu Harry, se sentando ao seu lado.

O olhar de Sirius passou direto por Harry e caiu no em Aluado, dormindo tranquilamente apesar de novas cicatrizes recém-abertas.

—Ele toma uma poção para dormir depois da transformação. — Murmurou Sirius, seu sorriso adocicado — Ele e James chegaram a poucas horas. Lily mal dormiu até os dois chegarem aqui… olha aqueles dois, são tão fofos que chega a doer — ele disse com humor, apontando para a cama do outro lado da de Lupin, onde Lily e James dormiam, as mãos se tocando suavemente.

Harry acompanhou o olhar do padrinho e sorriu.

—Como vai sua perna? — Perguntou Harry, voltando a olhar para ele

 —Infelizmente não vou amputar e colocar daquelas pernas de metal que os trouxas inventaram. — Ele disse cabisbaixo, mexendo o pé — Mas eu ainda tenho vinte anos pela frente para perde-la. Diga-me, Harry, eu ganho uma perna de metal?

Harry riu, negando com a cabeça.

—Infelizmente não. Mas você ganha uma moto voadora e um hipogrifo.

Os olhos do garoto se iluminaram.

—Uma moto voadora, sério?! Eu quero uma moto há anos. Eu tinha até um pôster na minha parede quando eu ainda morava na casa dos Black, mais para irritar meus pais do que qualquer coisa, mas o ponto continua.

—Você já se mudou para a casa do meu pai? — Perguntou Harry, curioso

Sirius sorriu orgulhoso, os olhos brilhando enquanto ele respondia:

—Sim, já sou Sirius Potter honorário. São ótimas pessoas, seus avós.

O sorriso de Harry fraquejou um pouco, mas antes que ele pensasse em algo para responder, o barulho de lençóis se movendo distraiu ambos da conversa. James parou de súbito no meio do movimento de sentar na cama, olhando em transe para Lilian, que ainda dormia tranquilamente, como se com medo que qualquer outro movimento a acordasse.

Seus esforços foram inúteis, já que a ruiva abriu os olhos tranquilamente, abrindo um sorriso sonolento para James enquanto se espreguiçava.

—Bom dia, James. — Ela bocejou com um sorriso e olhos brilhantes — melhor?

Ele abriu um sorriso de lado.

—Com essa vista ao acordar? Perfeito.

Ela revirou os olhos, mas o sorriso não saiu de seu rosto nem quando ela empurrou ele suavemente.

—Não seja idiota. Você chegou aqui sangrando.

Harry franziu o cenho, se aproximando do casal hesitantemente.

—Como assim sangrando? — Ele perguntou, um pouco culpado de interromper os dois.

Eles, por outro lado, não pareceram se importar pela aparição de Harry. Se qualquer coisa, ambos pareciam surpresos.

—Harry? — Exclamou James confuso — Eu não te vi aqui. Bom dia.

—Estamos todos vendo a cena excruciante de vocês dois corando como primeiranistas. — Riu Sirius do outro lado — acho que Malfoy estava cogitando pular da janela.

—Meus pensamentos estavam mais direcionados em jogar eles da janela, — corrigiu o sonserino, um toque de humor em sua voz — mas perto o suficiente, Black.

—Podemos voltar para o fato de você estar sangrando? — Pediu Harry exasperado.

James terminou de sentar na sua cama, um suave gemido de dor escapando pelos seus lábios

 —Parece que a casa dos gritos não era tão segura quanto Malfoy ali previu. Um comensal estava marcando guarda. A nossa sorte foi que pegamos ele de surpresa, mas ele ainda conseguiu fazer um estrago. — Ele sacudiu seu braço em uma tipoia e apontou para as bandagens que enrolavam suas costelas. —Eu vou sobreviver. Estou quase ficando mestre nessa coisa de atacar comensais da morte.

James deu um sorriso orgulhoso, mas Harry não estava prestando atenção, virando automaticamente para Malfoy, seus olhos arregalados em raiva

 —Você disse que a casa dos gritos era um lugar seguro! — Ele rugiu.

Draco negou com a cabeça, parecendo surpreso.

—Deveria ser. Os escudos podem ter abaixado ali também. Provavelmente depois que os Amico e os demais atravessaram, por isso eles não sabiam de um quinto comensal.

—E por que eu deveria confiar nisso? Até onde nós sabemos, poderia ser um plano para que Voldemort conseguisse raptar Remus e James!

Draco revirou os olhos, dando alguns passos em direção a Harry.

—Potter, use sua mente por alguns segundos! Será que você é capaz dessa proeza, seu…

—Harry — cortou Lilian, em uma voz calma — Se for Draco, nós o teremos o tempo todo sob vigia no nosso quarto. Mas sinceramente eu gosto de pensar que não temos um espião entre nós.

—Lá vai você de novo, Evans, defendendo os sonserinos — grunhiu Sirius irritado — Você já fez isso com Snape e olha como terminou. O Seboso te chamando de… de você-sabe-o-que enquanto você tentava ajuda-lo.

Lily olhou para Sirius com fogo nos olhos verdes.

—Eu sei muito melhor do que você o que Snape fez, Black. E eu também sei que ele vai acabar no nome de meu neto um dia. Eu só estou tentando fazer nenhum de nós ser acusado antes de provas.

—Nós temos provas — interferiu James, em um tom hesitante. Ela redirecionou o olhar para ele, e no mesmo instante Pontas desejou ter se mantido quieto.

— Não, Potter, vocês têm especulações e preconceitos. — Ela respirou fundo, sua voz ainda soando suavemente dissimulada — Vamos colocar fatos na mesa, certo? Malfoy é um comensal da morte. Fato. Malfoy vai mudar de lado, de acordo com seu futuro filho, que, é importante lembrar, é filho de uma mestiça e namora uma Weasley meio-sangue.

Malfoy grunhiu algo em baixa voz, e ela se virou para ele com o mesmo fogo em seus olhos.

—Se você tem algo a reclamar enquanto eu tento evitar que você seja linchado, por favor, sinta-se à vontade.

Draco fechou a boca instantemente, e ela continuou em uma bufada satisfeita.

—Ele salvou nossas vidas na floresta. Fato. Ele tem motivos que garantem que a segurança dele está conosco. Ele apontou que a casa dos gritos deveria estar segura, enquanto não estava. Malfoy, os escudos de Hogwarts nunca foram abaixados desde Grindelwald no meu tempo, eles são agora?

Draco cruzou os braços.

—Não, nunca, mas hoje nós achamos evidencias que eles haviam sido desativados em uma das áreas da floresta negra.

—Isso é verdade. — Grunhiu Harry, também cruzando os braços sobre o peito. — Eu suponho que seja possível que tenha acontecido em outros pontos.

Lily fez um movimento com a mão, satisfeita.

—Logo não temos nenhuma prova que ele mentiu. Agora, vocês três, parem de acusar as pessoas. E Malfoy, tente ser um pouco mais simpático, não ofender as pessoas já é um grande passo. Um “obrigada” seria apreciado.

Malfoy revirou os olhos, mas para a surpresa de Harry, ele se virou para Lily e soltou um grande suspiro antes de dizer, em um tom insatisfeito:

—Obrigado, Evans.

A garota sorriu para ele, não parecendo nem de longe tão surpresa quando o restante do grupo.

—De nada. Agora nós…

—Agora eu vou remendar o braço do jovem Malfoy aqui e expulsar todos que não estão incapacitados para voltar para seja lá onde vocês estão se escondendo.  — Interveio Madame Pomfrey, carregando nas mãos dois frascos de poções e uma gaze.

Draco fez menção de reclamar, mas ela entregou o primeiro frasco para ele com veemência, e ele se viu bebendo o conteúdo antes de poder pensar duas vezes. Ele fez uma careta, mas não soltou nenhum grunhido de dor quando a enfermeira passava a segunda poção em seu machucado e prendia com força a gaze. Por alguns segundos Harry lembrou do garoto de treze anos fazendo escândalos dramáticos na enfermaria sobre a dor em seu braço arranhado. Definitivamente, eles não pareciam a mesma pessoa.

—Vai doer por alguns dias. Quem quer que tenha te acertado, fez um bom serviço.

Harry sorriu para Malfoy por de trás da enfermeira, o rosto zombeteiro e orgulhoso. Draco fechou o rosto antes de levantar uma sobrancelha.

—Potter está mancando, Madame. — Ele apontou — Acho que o machucaram ontem também.

Harry olhou para ele ultrajado, abrindo a boca quase teatralmente, antes de mudar de expressão para exasperado assim que Pomfrey se voltou para ele. Draco sorria convencido por de cima dos ombros dela.

—O senhor também? Sinceramente…

—Está tudo bem, eu juro, foi só um arranhão.

Só um arranhão. Foi isso que seu pai me disse no terceiro ano dele, antes de contrair uma infeção e ter penas no braço esquerdo por duas semanas inteiras.

Sirius soltou uma gargalhada alta, acompanhado por Lilian, enquanto James sorria culpado enquanto seu rosto corava. Draco segurou um sorriso, ainda olhando vitorioso enquanto Harry suspirava rendido e subia as vestes para mostrar a perna com um hematoma esverdeado.

A enfermeira se conteve em comentários, apenas bufando e jogando as mãos para cima enquanto voltava para seu escritório nos fundos.

—É bom você estar aí quando eu voltar, Sr. Potter. — Ela exclamou antes de fechar a porta atrás de si.

—Eu te odeio, Malfoy. — Declarou Harry.

Malfoy apenas sorriu maliciosamente mais uma vez.

—Olho por olho, Potter. Olho por olho.

Harry, Malfoy, James e Lilian saíram da enfermaria alguns minutos depois, a garota sendo a única que não tinha gazes nos membros ou o gosto ruim de poções de cura na boca. Eles entraram na sala precisa relaxados, com Harry contando as poucas palavras de Dumbledore em reação a história.

Todos na sala precisa estavam reunidos em um único ponto, em torno de alguns adolescentes que o quarteto não podia identificar. Até mesmo o jovem Snape estava por perto, claramente tentando não parecer tão interessando quanto ele realmente estava.

—Harry! — Exclamou Hermione, sua cabeça surgindo no centro do círculo — Acho que nós descobrimos por que o escudo de Hogwarts estava desativado!

Os quatro se entreolharam antes de avanças para a círculo a passos rápidos. Prestando atenção, o grupo parecia estar mais em pânico do que animado pela (primeira) descoberta.

—Os nossos tempos estão se fundindo em um. — Disse Rose em tom baixo.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Estamos entrando nas retas finais (não se preocupem, ainda temos, no mínimo, 9 capítulos pela frente), acho que todos os capítulos agora vão terminar com alguma revelação ou emoção.

Me contem como foi março para vocês! Março é meu mês favorito, é o mês de meu aniversário - fiz 18 anos, vocês acreditam? Sou legalmente uma adulta, acho isso bizarro. Me contem sonhos e sobre o que acharam do capítulo! O que eu posso melhorar?

Me contem tudo nos comentários!

Recomendo ver Demolidos no Netflix, por que a segunda temporada lançou e DEUS ela é fantástica.

De novo, mil obrigada a todos os meus leitores e seus comentários apaixonantes!

Beijos,

Laslus