Três gerações três tempos escrita por Laslus


Capítulo 22
Capítulo 21 - A Floresta Negra


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei MUITO, eu sei.
feliz ano novo! (isso é o quanto eu demorei, era ano passado no capítulo 20). Eu tenho uma desculpa fantástica, eu juro. Eu tenho esse pequeno e adorável caderninho com a Sailor Moon na capa. Nele, eu tenho anotado o meu planejamento para cada capítulo, e mais ou menos como a história deveria seguir (uma dica de uma leitora, Dazinha Monteiro, se não me engano). Enfim, fiquei dependente do caderno, o que não seria um problema se eu não tivesse deixado ele no meu sítio no ano novo. Eu só voltei para lá agora, no carnaval (na vdd, voltei hoje para casa), então eu estava segurando por que eu queria saber se eu não tinha só enrolado com o capítulo. Enfim

Como foi o começo do ano? Fizeram algo de especial? Me contem, eu sou curiosa!

Eu estou ainda esperando respostas de alguns vestibulares, mas por enquanto eu já estou matriculada numa federal! Minhas aulas devem começar dia 15. Mil obrigadas para quem me mandou boas sortes.

Aliás, mil obrigadas para todos que comentam apesar do meu atraso em responder. Eu juro que eu li todos os comentários e fiquei toda mole de alegria. Eu sou ridícula assim. Eu só sou muito perdida, eu estou tentando me organizar para responder todos. Até lá, fiquem com meu eterno agradecimento.


Ok, enrolei o bastante, vocês devem estar curiosos com o final do último capítulo (ou, pelomenos, eu espero que vocês estejam!)

Música: Halsey - Haunting



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Nenhum dos garotos reagiu, e Draco repetiu o comando mais alto

—Vocês são surdos? Potter certamente não quero quer ver a mãe morrer de novo, quer? Abaixem as varinhas. Você também, Black.

Harry olhou para Malfoy. Ele nunca sentira tanta raiva do loiro. Não em seu segundo ano, quando o ouvira falar sobre Hermione enquanto disfarçado de Goyle. Não no trem de Hogwarts, meses atrás, quando o garoto quebrara seu nariz com o pé e o deixara sangrando no chão. Seus ouvidos pareciam ter bloqueado a maioria dos sons, palpitando de puro ódio. Um brilho passou nos olhos cinza chumbo que ele não pode identificar, mas ele abaixou a varinha mesmo assim.

—Se você machucar um fio de cabelo dela, Malfoy… — Gritou James, mas abaixou a varinha também. Harry nunca pensara que o mesmo garoto que estivera fascinado pelo seu patrono pudesse parecer tão sinistro, e Draco pareceu pensar o mesmo, por que puxou Lily para mais perto, pressionando a varinha com mais força.

—Draco! — exclamou Dolovoh, surgindo por de trás dos garotos — que agradável surpresa! E você trouxe a outra Potter!

—Alguém tem que ser competente nesse grupo — cuspiu Draco — Sinceramente, perderam a cabeça? Atacar Potter dentro de Hogwarts em uma lua cheia. Vocês não sabiam que eles andam com uma droga de lobisomem? Se ele tiver mordido Amyco, o Lorde vai pessoalmente arrancar a sua pele.

Dolovoh olhou para Draco com um desprezo semelhante ao que os três marotos olhavam para ele, e com um movimento do pulso liberou Alecto de sua parelisia. Ela tossiu com força, antes de correr para seu irmão em desespero, o homem quase desmaiado sobre uma poça do próprio sangue.

—Foi só um arranhão — ela berrou — mas ele está perdendo muito sangue.

Ela murmurou alguns feitiços para o braço do irmão, não se preocupando com os, agora contidos, meninos. Remus rosnou para Draco, se aproximando do grupo e sentando do lado de Sirius.

—Contenham o lobisomem, sim? — Disse Draco — lembrem-se que o Lorde provavelmente não precisa de todos vocês vivos.

Lily tentou morder o braço de Draco, mas ele apenas tencionou o aperto, laçando o pescoço dela com o braço esquerdo e prendendo o pescoço da garota na dobra do braço.

—O que eu disse sobre brincadeiras, Evans? — Murmurou Draco perto de mais de seu ouvido — Você e seu querido Potter são mais que suficiente para o Lorde das Trevas, você não realmente quer ver Black ali morto, que?

Harry estaria genuinamente assustado com o olhar assassino que sua mãe lançou a Draco se ele próprio não estivesse borbulhando de raiva. De todas as pessoas, Malfoy não seria o que lhe entregaria de bandeja seus pais a Voldemort.

—Como vocês entraram, de qualquer maneira? — Perguntou Draco, jogando a cabeça para cima para empurrar o cabelo suado para longe do rosto

Dolohov o olhou desconfiado.

—Por que você quer saber?

—Por que eu quero descobrir como ir para Hogsmead tomar uma cerveja amanteigada. — Respondeu o garoto sarcasticamente — para que você acha? Para sairmos daqui, idiota, nós temos Potter e seus parentes, essas eram as ordens, não eram?

O comensal não pareceu intimidado pelo tom de voz do garoto.

—Você esteve ausente quando o Lorde mandou os planos recentes. Ele não esteve satisfeito.

—Eu estava preso com eles, não exatamente podia sair para ter uma boa conversa com vocês, podia? O que ele planeja fazer com eles?

Dolohov, enfim, pareceu satisfeito com a resposta do garoto, relaxando um pouco e dando de ombros.

—O lorde não disse nada, mas parece bem óbvio, não? Ele vai descobrir como eles chegaram aqui e fazer questão que ele não caia em 1981.

—Então por que nós só não os matamos agora? — Sugeriu Draco com simplicidade — e levamos Potter para Ele.

Dolohov sorriu para Draco, seus dentes amarelados refletindo a luz da lua.

—Bem que eu gostaria, mas as ordens do Lorde foram claras. Bom, temos que ir, você viu Rowle? O idiota desapareceu, acho que ele escutou a ruivinha aqui.

—Não. — Negou Draco, antes de se virar para Lily, que agora decidira olhar com ódio para o outro comensal a sua frente, e sacudir ela violentamente — você viu Rowle?

Ela negou com a cabeça.

—Não. Mas eu gostaria de ter visto. Seria um prazer…

Ela se calou ao sentir Draco apertar com mais força seu braço em torno do pescoço, mas seu olhar ainda permanecia o mesmo.

—Ele deve ter se perdido, brilhante como é, só vieram vocês quatro?

O comensal adulto concordou com a cabeça.

—Deveria ser uma operação pequena, não contávamos que o jovem Potter aqui apareceria. — Dizendo isso, ele arrastou a varinha vagarosamente pelo pescoço de Harry, que mordia toda a raiva do seu corpo.

—Não toque no meu filho seu… — começou James, tremendo, mas a varinha do comensal estava em uma fração de segundos afundada em seu pescoço, pressionando ao lado de sua traqueia.

—Nem. Uma. Palavra. O Lorde não disse nada sobre traze-los inteiros, apenas vivos.

—Vamos Dolohov, Hogwarts não é segura, por onde entraram?

—Para que a pressa, jovem Draco? Tem medo da floresta a noite?

—Não, eu só não aprecio a ideia de sermos encontrados por membros da ordem. Eu não preciso lembrar a você sua última operação, preciso?

Os olhos do adulto faiscaram, mas ele tirou a varinha do pescoço de James, permitindo que o garoto respirasse livremente.

—Não seja insolente, Malfoy. Você pode ter capturado a ruiva, mas essa operação ainda…

—Ainda é sua? Tem certeza? Vejamos o que ele dirá quando você chegar sem Rowle e com Amyco destroçado por um lobisomem.

Por um segundo, Harry tinha certeza que Dolohov iria atacar Draco também, e ele não saberia por quem torcer.

—Nós entramos por uma brecha na segurança, alguns metros daqui. Ela fecha em menos de vinte minutos.

—Ótimo. Agradeço a informação. — Disse Draco, antes de soltar Lily e virar a própria varinha para Dolohov, berrando estupefaça antes que o comensal pudesse processar o que havia acontecido.

Lily não perdeu tempo, girando o corpo com um movimento sutil, a capa revirando atrás de si, sacando a varinha e atacando Amico antes mesmo que a mulher pudesse erguer a mão para se proteger. Sirius foi mais rápido que Harry, varinha já em mãos, pronto para nocautear o comensal que ainda sangrava.

—Alguns diriam que o grande Potter pode lidar com três comensais sozinho. — Disse Draco, abaixando a varinha.

Harry piscou, e olhou para Lily, que passava a mão no pescoço dolorido.

—Você realmente me apertou, sabia? Um pouco de gentileza não mataria.

Draco revirou os olhos.

—Na verdade, mataria. Você viu Dolohov, o filho da puta estava desconfiado.

James piscou algumas vezes.

— O que está acontecendo?

—Evans, você consegue alguém menos retardados que ele. — Disse Draco para a garota, revirando os olhos antes de se virar para James — Eu salvei suas vidas, de nada. 

E despois de dizer isso, começou a caminhar até os corpos desacordados dos gêmeos. Lily inclinou a cabeça para o comentário do loiro, com um sorriso convencido nos lábios.

—Algum de vocês sabe algum feitiço de memória? — Ele perguntou

—Eu sei. — Disse Sirius — por que?

—Por que eu não vou morrer pelas suas vidas. — Draco se abaixou perto de Alecto e murmurando algumas palavras até que um fio branco se estendesse para fora da cabeça da mulher e se quebrasse no ar com um suave pop — Pensem, eles vão voltar para seja lá onde você-sabe-quem esteja, e vão dizer que eu, Malfoy, um comensal, ataquei eles. Eu serei um bruxo morto e meus pais serão bruxos mortos. Eu não salvei vocês para isso.

—Então por que você nos salvou? — Perguntou Harry.

—Por que eu não sei o que está acontecendo — respondeu Draco antes de retirar a memória de Amyco — e eu não sei como nada disso afeta nossa vida agora. Até que eu saiba como essa viagem no tempo louca funciona, eu gosto de manter minhas chances de viver. Felizmente para vocês, minhas chances estão aqui. Agora, Black, você pode apagar a memória de Dolohov para podermos sair dessa maldita floresta?

James ajudou o amigo a se pôr de pé, a perna direita em um ângulo estranho e claramente muito dolorida pelos gemidos mal contidos de dor que o garoto dava a cada passo, apesar que a maior parte de seu peso estava apoiado nos ombros de Pontas. Ele murmurou o feitiço se abaixando o mínimo necessário, e Draco se aproximava novamente do grupo, limpando as calças da terra húmida que ele acabara de ajoelhar em.

—E Rowle? — Perguntou Harry — Dolohov disse que ele…

—Nós já cuidamos dele. — Cortou Draco — Bom, eu distrai, Evans atacou ele. Sinceramente não sei se aquela perna dele vai voltar ao normal. — Ele deu uma pequena pausa, estremecendo — Nunca pensei que diria isso, mas eu realmente quero voltar para a sala precisa.

Lily sorriu para Draco orgulhosamente, girando a varinha entre os dedos.

—Remus ainda está transformado — apontou Harry — não podemos deixar ele aqui a noite inteira sozinho.

—Eu e Remus podemos ir até a casa dos gritos. Ela é segura o suficiente. — sugeriu James, olhando para o lobo enorme que agora rondava o grupo

—E se os comensais…

—Eu duvido que eles enviem mais alguém — respondeu Draco — sem contar que a casa dos gritos é uma das entradas mais bem protegidas externamente de Hogsmead. Acreditem, eu sei. 

—Eu não vou deixar os dois sozinhos — disse Sirius, mas sua voz fraquejou pela dor na perna.

—Não se preocupe, eu não vou roubar seu namorado — brincou James, apesar da voz não carregar nenhum humor — você mal consegue ficar de pé, Harry pode te levar para a enfermaria.

—Minerva vai nos matar — murmurou Sirius, mas pareceu aceitar quando Harry trocou de lugar com seu pai para carrega-lo

—Lily? — Disse James — você tem certeza que está bem?

A garota assentiu.

—Malfoy apareceu antes de Rowle e acho que seu patrono espantou os dementadores — ela respondeu, antes de andar até James e bater com força em seu braço. Ele soltou um grito de surpresa mais do que de dor — Isso é por não me dizer que você é um animago.

—Sirius também é um, por que você não dá um tapa nele? — Perguntou James, massageando o próprio braço.

—Por que a perna dele está quase caindo. Eu não posso bater num aleijado. Mas nós quatro vamos ter uma enorme conversa quando voltarmos para o salão. Sinceramente, essa só não é a coisa mais ridícula da noite por que nós fomos atacados por comensais da morte.

James inclinou a cabeça como em uma concordância relutante.

—O patrono foi de Harry, aliás — ele disse — mas eu estou feliz que você ficou bem

—Oh… Pensei que fosse seu por que… bom, sua forma animaga.

—Sinceramente. — Grunhiu Malfoy batendo os dentes de frio — nós acabamos de ser atacados, vocês podem conversar mais tarde, nós temos que ir.

—Pela primeira vez, eu até concordo com Malfoy — disse Sirius

—Nós já estamos indo. — Decretou Harry, antes de se virar para o pai — se tranque na casa dos gritos, jogue todos os feitiços que vocês conhecem, se esconda de baixo da capa da invisibilidade e só saia de manhã.

O garoto concordou com a cabeça, antes de chamar Remus, sorrir para Lilian e, se transformando em um cervo, sair lado a lado com o lobo em direção a escuridão da floresta.

—Como vocês dois acabaram aqui, afinal? — Perguntou Harry quando começaram a andar

—Eu sabia que vocês iam seguir Remus — disse Lilian — e eu não podia deixar os quatro idiotar irem sozinhos. Malfoy me seguiu com um dos mapas dos marotos.

—Eu sinto que falhamos — murmurou Sirius dramaticamente — um Malfoy, de todas as pessoas, em posse de nosso mapa. Desculpe rabicho, você não está aqui para tentar defender a honra de nosso legado…

—Eu salvei a vida de vocês com esse pergaminho estúpido — grunhiu Draco

—Você salvou a própria pele.

—A intenção não era importante, o ponto é que salvei vocês. De qualquer maneira, qualquer idiota perceberia que esse seria o momento para atacar. Não esqueça que você-sabe-quem tem… informações sobre os marotos. Ele saberia que vocês sairiam.

—E como você sabia que nós sairíamos?

—Por que eu não sou um idiota. Eu sabia que Lupin é um lobisomem, eu sabia que você é a droga de um cachorro, eu fiz as contas.

Harry aceitou a resposta à contragosto, inclinando a cabeça. Sirius, por outro lado, não pareceu satisfeito.

—E você e Lily se encontraram quando…? — Ele perguntou em uma voz fraca pela dor

Lily revirou os olhos.

—Quando nós fomos atacados por dementadores. — Respondeu Lily — deixem o interrogatório para amanhã, sim?

Draco grunhiu em concordância.

—Vocês Grifinórios são ingratos. Eu poderia ter morrido, sabiam?

Harry respirou fundo, usando todo o seu autocontrole para ignorar Malfoy e mudar o assunto.

—Como vocês acham que Voldemort ficou sabendo sobre as viagens no tempo?

—Por que ele as planejou, não? — Respondeu Draco como se fosse obvio

—Mas se o objetivo era nos capturar – o passado de Harry, por que chamar o futuro também?

—Talvez o feitiço que ele usou só funcione com três gerações? Talvez usar todos os filhos do Potter faça parte de um plano maníaco, eu não sei! — Exclamou Malfoy

—Mas por que ele traria tanta gente? A família do Neville, por exemplo? Ou Scorpious?

—Você não disse que Neville seria a segunda opção para ser o escolhido? — Murmurou Sirius — Eu não quero concordar com Malfoy, mas faria sentido. E Scorpious é apenas mais material de chantagem, ou mesmo efeito colateral do plano.

—Acho que o ponto não é se você-sabe-quem teria motivos — disse Lilian — mas sim se ele teria recursos. Um feitiço desses? Nem mesmo Dumbledore sabia que ele existia. Nós temos a ordem inteira procurando por ele, e nenhum de nós foi capaz de achar algo que provoque um rasgo tão brutal na linha do tempo.

Harry concordou com a cabeça.

—E vocês prestaram atenção no que os comensais falaram quando viram que era mesmo Sirius? “Os boatos são verdadeiros”. Eles próprios pareciam surpresos. Acho que, de alguma forma, Voldemort ficou sabendo e agora está tentando usar a seu favor.

—Ah, então temos um espião — disse Sirius, olhando diretamente para Draco — quem de nosso grupo poderia estar trabalhando para você-sabe-quem? Alguém que tem uma marca negra… Você consegue pensar em alguém?

—Vai se foder, Black — grunhiu o sonserino — eu acabei de atacar quatro comensais da morte para salvar a sua bunda.

—Poderia facilmente ser um blefe. — Apontou Sirius

—Ah, sim, faz todo o sentido eu arquitetar um blefe e ajudar vocês a não serem levados. Pense um pouco, Black, se é que consegue.

—Eu não acho que é Malfoy. — Apontou Lily, interrompendo — Ele realmente pareceu estar do nosso lado na floresta, além das fortes evidências que ele vai trocar de lado em pouco tempo, de acordo com as crianças do futuro. Mas isso não faz com que ele não esteja nos primeiros da lista. Sinto muito, mas você é um comensal da morte.

Ele murmurou algo para si mesmo, enraivecido, mas deixou que a ruiva continuasse.

—Severo seria outro suspeito, mas Dumbledore parece ter completa confiança nele. — Ela analisou logicamente — Com exceção dos dois, porém, ninguém teria um bom motivo – a não ser, é claro, que os membros do futuro estejam mentindo sobre algo. O que é sempre uma opção, mas eu prefiro acreditar que não. O que significa que é alguém de fora de nosso círculo – alguém da ordem, provavelmente, ou algum funcionário ou aluno que nos viu na escola.

Harry grunhiu

—Eu quero um ano, só um ano, que Voldemort não esteja, de alguma forma, infiltrado na nossa escola. Não acho que alguém da ordem seja um espião, mas não seria a primeira vez. Quanto a funcionários, a não ser que algum de nossos professores tenham sido raptados e substituídos por um comensal sob efeito de poção polissuco de novo

—O que você quer dizer com de novo? — Perguntou Lilian, olhando assustada para Harry

—Sabe, minha vida seria impossivelmente mais fácil se eu não tivesse idade para estudar com você, Potter — murmurou Malfoy — sinceramente.

Minha vida seria mais fácil se eu não tivesse que aguentar seus comentários desagradáveis todo o dia. Talvez devêssemos trazer seus pais adolescentes para o presente e pedir para que eles demorem mais para ter sexo.

Draco fez uma careta.

—Para que o trabalho? É muito mais fácil convencer a sua a correr o mais longe antes que ela se envolva com o tipo de loucos que você anda.

Lily massageou as têmporas.

—Vocês dois são loucos — ela rugiu assustadoramente, calando ambos os garotos — Está frio, nós acabamos de ser atacados por comensais da morte, eu confirmei que um dos meus melhores amigos é um lobisomem, Sirius está sangrando mais do que deveria e existem altas chances de que uma das pessoas que eu dividi um quarto com nos últimos dias seja um psicopata. Parem de brigar por nada e se foquem no verdadeiro problema, sim?

Harry e Draco assentiram veementemente, e o Grifinório chegou a murmurar um “desculpe, mãe” baixinho. Eles saíram da floresta proibida, e estavam a poucos metros das portas do castelo. Havia começado a nevar com uma certa intensidade e Sirius deixava uma marca de vermelho escarlate sobre a neve branca. Batendo os dentes, Harry puxou a própria capa da invisibilidade do bolso.

—Lily? Você consegue carregar Sirius? — Ele perguntou, parando no meio da neve. Como resposta, ela passou o braço por de baixo do de Sirius e deixou que este apoiasse seu peso nela — Ótimo, usem a capa, teremos menos problemas se eu e Malfoy formos encontrados nos corredores a noite do que vocês dois.

Ele olhou para o loiro, como se esperasse que esse reclamasse, mas ele estava olhando de volta para a floresta que eles haviam acabado de sair, encolhendo os braços para perto de si com frio. Apesar de terem um mapa dos marotos em mãos, o caminho para a enfermaria estava bloqueado por Filch, que caminhava a passadas lentas pelos corredores do primeiro andar.

—Eu distraio ele, vão vocês e achem madame Pomfrey. — Sussurrou Harry para a dupla invisível ao seu lado, entregando o mapa aberto para Lily assim que eles estavam perto o suficiente do zelador — Malfoy, o que acha de termos aquele duelo que você fugiu em nosso primeiro ano?

Malfoy revirou os olhos, mas abriu um sorriso desdenhoso.

—Estou sempre a favor de provar minha superioridade, Potter. — Ele puxou a varinha do bolso de sua capa — Pronto para perder?

Harry copiou seu sorriso, puxando a própria varinha.

—Bem que você gostaria.

E sem aviso, Malfoy atacou, mas Harry foi rápido o suficiente para erguer um protego. Ele podia ouvir os passos de Sirius e Lilian se afastando em direção a enfermaria, mas não prestou atenção. Ele lançou um expeliarmos que Draco habilmente ricocheteou, mas sua próxima maldição acertou de raspão seu braço esquerdo, rasgando os robes da Sonserina com um raio vermelho.

Envoltos no duelo, eles mal ouviram Filch se aproximar correndo, e ambos se olharam, ofegante, antes de tentar escapar das garras do zelador sem muito empenho, correndo para o lado oposto ao da enfermaria. Ele acabou arrastando ambos para sua pequena sala, resmungando o caminho todo, mas quando ele afirmou orgulhosamente que o diretor iria ser avisado, eles perderam qualquer preocupação.

Eles despistaram Filch ao fingir que voltariam para seus dormitórios, e por alguns segundos Harry teve medo que Malfoy fugisse para seu salão comunal. Mas o sonserino apareceu do seu lado em pouco tempo, em direção a sala precisa. Seu braço esquerdo estava visível pelo rasgo, obviamente vermelho e com algumas bolhas de queimadura, fazendo Harry soltar uma risadinha.

—Sua perna não está muito melhor, Potter — grunhiu Malfoy — você obviamente não aprendeu nada sobre duelar.

Harry ergueu uma sobrancelha, ignorando prontamente a perna que ocasionalmente tinha pequenos espasmos.

—Seu braço me diz o oposto.

—Até um completo idiota tem que acertar alguma vez. Sinceramente, não sei como sobreviveu tanto tempo.

Eles entraram na sala precisa lado a lado, tentando não fazer barulho – já passara da meia noite e eles não gostariam de acordar ninguém.

Eles automaticamente foram assediados por um grupo de adolescentes que muito obviamente não haviam dormido. Rony foi o primeiro, exclamando o nome de Harry enquanto levantava em um salto, correndo em sua direção. Ele foi acompanhado pela maioria dos demais – e até mesmo Snape era parte do semi-círculo que havia se formado em torno dos dois garotos.

—Onde está Lilian? — Ele perguntou, mas sua pergunta foi sufocada pelas dezenas de outras.

—Acalmem-se! — Exclamou Harry, e quanto não foi obedecido, subiu seu tom de voz — Quietos!

O grupo se aquietou, mas não se movimentou para dar espaço para a dupla.

—Desculpe. — Disse Gina olhando para Harry — eu consegui cobrir para vocês, mas então Lily e Malfoy também tinham sumido…

—Malfoy fez alguma coisa, não fez? — Interrompeu Rony

—Harry, o que aconteceu com sua perna.

Os cantos da boca de Draco subiram ligeiramente com o comentário,

—Bom, Malfoy… — começou Harry, inclinado a cabeça.

—Ele te atacou? — Exclamou Rony — ora, essa fuinha…

—Vocês querem me deixar falar? — Exclamou o menino que sobreviveu — Nós fomos atacados por comensais da morte.

Exclamações ecoaram por todo o quarto, e o silencio foi quebrado por mais um bombardeio de perguntas.

—Comensais de verdade? — Perguntou Lily Luna assustada

—Vocês estão bem? — Exclamou Hermione em preocupação

—Onde estão os marotos e a Lily? — Era a voz de Alice, carregada de medo

—Se vocês estão assim interessados em ouvirem por respostas, calem a boca! — Berrou Malfoy, antes de massagear as têmporas — quer saber Potter? Isso aqui? Isso é seu problema, eu fiz muito mais do que eu deveria hoje.

E sem esperar nenhuma resposta, ele andou até a sua cama, empurrando com os ombros quem não abrisse espaço. Rony fez menção de segurar ele, abrindo a boca com uma reclamação na ponta da língua, mas Harry o interrompeu.

—Deixe ele, ele nos salvou dos comensais, acho que não está acostumado a fazer algo bom.

—Ele fez isso mesmo? — Perguntou Scorpious esperançoso, mas seu rosto havia se virado para seu pai, que estava deitado na própria cama

—Não me olhe assim, vocês são minha maior chance de sobrevivência. Não pense que não odeie todos vocês.

Mas o sorriso orgulhoso de Scorpious não se desfez com o desdém na voz de Draco, apesar dele se voltar para olhar Harry.

—Comece do começo. — Pediu Hermione

Harry apertou os olhos cansados. A adrenalina que até agora fluía em seu corpo estava começando a baixar, lembrando-o das dores e da falta de energia. Ele suspirou, sentando no chão em frente a porta, antes de contar a história. Ele tentou deixar de fora a parte de Remus ser um lobisomem e seu pai e padrinho serem animagos, mas as únicas pessoas naquela sala que não sabiam eram Alice e Frank, e Harry teve certeza que todos os outros compreenderam bem suas indiretas.

Quatro comensais? — Perguntou Frank aterrorizado

—Menos que ano passado — apontou Gina — e um deles ficou desmaiado antes da batalha.

—Ainda assim não foi exatamente fácil — riu Harry — três deles para três de nós, contando que… Remus havia esquecido sua varinha.

—E onde está Lily? — Perguntou Severo

—Os quatro estão na enfermaria. Lily e James não estavam machucados, mas Remus e Sirius precisavam de ajuda para chegar na enfermaria. Malfoy e eu despistamos Filch.

—Acho que no final foi uma boa Tio Draco ter seguido vocês — disse Alvo

—Detesto admitir, mas foi. — Riu Harry sem nenhum humor — Tio Draco ali foi muito útil.

—Eu já estou me arrependendo, Potter — grunhiu Draco de sua cama, arrancando risadas de todo o grupo — continue assim e eu mesmo te entrego para o Lorde das Trevas.

Harry revirou os olhos para a ameaça, não realmente assustadora quando vinda de um monte de cobertores peludos. Ele bocejou, aperando as mãos contra os olhos.

—Mas nós agora temos certeza do que Voldemort quer. E se eles conseguiram entrar na escola hoje, eles conseguem outros dias. Amanhã a primeira coisa que temos que fazer é achar Dumbledore.

—E descobrir como manda-los de volta é mais prioridade do que nunca — murmurou Neville, olhando triste para seus pais

—Eu sinto muito. — Murmurou Harry

—Como será que Voldemort ficou sabendo que estamos aqui? — Perguntou Rose

Harry grunhiu.

—Sinceramente, eu acabei de ser atacado por uma horda de dementadores e três comensais, e escutei meia hora de um sermão do Filch que eu devo ter ouvido pelo menos outras dez vezes na minha vida. Eu preciso dormir, podemos discutir isso amanhã?

Os demais concordaram com a cabeça, se dividindo em grupos de burburinhos assustados.

—Desculpe, Harry — disse Lily Luna se aproximando — Mas… Nós vamos ficar bem, não é?

Harry olhou para a garota ruiva ao seu lado, apenas um ano mais nova que ele próprio, que o encarava com enormes olhos castanhos. Ela provavelmente nunca estivera sob perigo de vida. Nunca tivera nenhum bruxo atrás dela, quanto mais um conhecido como “Lorde das Trevas”. Ela se parecia demais com Gina, e o olhar assustado o pegou desprevenido – Gina fora possuída aos onze anos, e depois daquilo ele duvidara que qualquer coisa colocasse um medo tão explícito em seu rosto. O que mais o espantou, porém, foi a realização que essa era sua filha, procurando em seu pai uma certeza de segurança.

Ele abriu um sorriso tranquilizador, apoiando uma mão em seu ombro e tentando soar o mais seguro possível.

—Claro que nós vamos. Você ouviu minhas histórias, eu sempre acabo vivendo, não é?

Ela sorriu fraca, e ele pensou que talvez ele não tivesse soado tão seguro – ou talvez ela tivesse lembrado que embora ele sempre sobrevivesse, as pessoas a sua volta não tinham tanta sorte. Mas de qualquer maneira, ela a puxou para um abraço. O abraço o pegou mais de surpresa do que o olhar, mas ele o respondeu com a mesma força, instintivamente deixando um beijo protetor no topo de sua cabeça.

Ela agradeceu, suavemente constrangida, e saiu em direção a sua cama. Harry se virou, encontrando os mesmos olhos castanhos, dessa vez em Gina, sorrindo para ele em um sabor que ele não podia identificar.

—O que? — Ele perguntou confuso

Ela riu pelas narinas, se aproximando dele.

—Você. Você vai ser um ótimo pai. — Ela disse, deixando um selinho em seus lábios

—Eu não fiz nada. — Ele respondeu, ruborizado.

—Eu te amo, sabia? — Gina murmurou, beijando ele mais uma vez.

—Eu também te amo. — Ele respondeu

—Nós vamos conseguir nos livrar de Voldemort, você sabe disso.

Harry riu sem muito humor.

—É o que eles precisam acreditar. É o que eu preciso acreditar. — Ele afundou sua cabeça na curva do pescoço de Gina

—Nós vamos. — Ela prometeu, e ele levantou o rosto para capturar os lábios dela em mais um beijo, antes que ela o interrompesse suavemente — vai dormir, você está com uma cara péssima.

—Você é péssima — retrucou Harry com uma risada, dando um último selinho nela antes de cair na cama, adormecendo antes mesmo que sua cabeça tocasse o travesseiro.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo enorme! E ai, o que acharam? me contem tudo nos comentários!!

Eu não sei se alguém quer ouvir, mas eu estou fazendo a playlist de músicas de todos os capítulos! Alguns tiveram que ser mudados, por problemas de copyright, mas enfim: http://8tracks.com/laslus/three-generations-three-times

Por favor, digam que vocês viram Star Wars. Por que fazem quase três meses que eu vi esse filme e eu ainda não superei o quão fantástico ele é.

Outra recomendação é a série de livros Instrumentos mortais, da Cassandra Clare, por que lançou um seriado que (apesar de seus problemas) está sendo adorável, chamado Shadowhunters. Tem no netflix, estão lançando um ep por semana e ele vale a pena!

Bom, vou parar de encher o saco de vocês! Prometo voltar mais rápido dessa vez, o próximo capítulo só precisa de alguns ajustes devido a um problema (Meu computador apagou 1500 palavras do capítulo. Eu sei. Eu quase tive um ataque, mas eu consigo reescrever.)

Bom, espero que tenham gostado!

Beijos,

Laslus