Três gerações três tempos escrita por Laslus


Capítulo 18
Capítulo 17 - Uma abundância de Snape


Notas iniciais do capítulo

Eu não quero comentar na minha demora, por que a esse ponto ela já é comum, i guess. Eu estou no último semestre do último ano do ensino médio e eu procrastino de mais, desculpem mesmo. Além do mais eu posso ou não ter começado tipo 123728 outras fanfics e completamente travado no final do capítulo 18 - mas eu juro que já já destravo

E ai, como foram as férias e a volta as aulas de vocês? Animados para o fim do ano? Já se inscreveram para os vestibulares (Vou prestar Física galera, acho que eu sou louca)

Bom, aproveitem o capítulo! Espero que continuem animados com essa fanfic!

A música para esse capítulo foi especialmente difícil, mas vamos com: I'm Ready - ARJ

P.S. o título foi uma paródia com o titulo do livro do John Green "An Abudance of Katherine" ("teorema de Katherine", em portugues) que eu, aliás, não li ainda.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/537422/chapter/18

Ambos Snapes se encararam por alguns segundos, como se processando lentamente tudo que estava acontecendo. O olhar do jovem Severo percorria o mais velho, tentando montar um quebra-cabeça com peças faltando. O professor olhava para o menino como quem olhava para uma foto antiga, um olhar carregado de melancolia.

—Você… sou eu? — O garoto murmurou estático.

—Obviamente. — Ele respondeu lentamente, antes de se virar para Harry — isso não deveria ter acontecido. Leve ele para o diretor. Agora. Senhorita Granger, venha junto, anote todos os livros que professor Dumbledore recomendar, traga-os para aqueles que se dispuseram a ajudar na pesquisa. O restante… evitem gerarem mais possíveis paradoxos, sim? Ou isso é muito difícil?

—Eu sou um professor? — perguntou o pequeno Severo, não prestando atenção no que seu eu-futuro havia dito.

—Infelizmente — grunhiu Rony para si mesmo, esperando que o professor não escutasse.

O professor virou as costas e fez sinal para que os quatro que ele havia nomeado seguissem ele. Severo-adolescente andou mais cautelosamente do que os demais, demasiado desconfiado de tudo que estava acontecendo. Apesar disso, assim que a porta se fechou e desapareceu por de trás deles, ele apressou os passos para andar lado a lado com sua versão adulta.

O homem não era muito mais alto que ele, e claramente ainda não havia sequer chego em seus quarenta. Seus olhos, porém, eram de quem havia feito e visto mais coisas do que gostaria de falar sobre.

—O que aconteceu? — Ele perguntou a si mesmo — nós não íamos virar comensais da morte?

Snape encrespou os lábios, e não se virou ou desacelerou os passos.

—Nós viramos — ele respondeu depois de alguns segundos.

Severo olhou para sua versão mais velha, como esperando por uma continuação da resposta que não veio.

—Então por que estamos aqui, trabalhando para Dumbledore, de todas as pessoas?

—Por que nós cometemos o maior erro de nossas vidas. — murmurou Snape em resposta.

Sua versão adolescente tomou aquela resposta apenas como uma forma de aumentar sua curiosidade.

—O que?

Snape bufou.

—Eu não era assim tão insuportável, era? Ou você só tomou a liberdade de ser curioso por que sou eu quem vai te dar as respostas?

O professor nunca havia se visto ofendido cara a cara, mas claramente havia uma primeira vez para tudo.

—Eu apareci anos no futuro, onde aparentemente Lily e Potter tiveram um filho, que teve netos. Aliás, um dos netos tem meu nome, o que foi possivelmente a coisa mais sinistra que eu já vi na minha vida.

O adulto riu com as narinas.

—Sim, é extremamente peculiar. Se eu pudesse te contar, eu te contaria, mas eu posso destruir o universo inteiro fazendo isso.

—Ok, perguntas são ruins. Eu só gostaria de saber por que não estamos servindo o lorde das trevas.

—Lado errado da guerra. — ele murmurou, antes de parar em silêncio, frente à estátua de águia que levava à sala do diretor, esperando Hermione e Harry os alcançarem — Varinha de Alcaçuz.

A sala de Dumbledore não era muito diferente da sala que o Jovem-Severo tinha na memória. A sala que ele visitara mais vezes do que ele gostaria, graças a Potter e seus amigos Marotos. Os olhos do diretor brilharam sobre ele antes de observar calmamente os demais membros do pequeno grupo que entravam.

—Ah, Severo — cumprimentou Dumbledore, olhando novamente para o jovem — É sempre um prazer tê-lo em minha sala. Infelizmente, sinto lhe dizer que sua presença dificulta muito a situação.

—E qual, exatamente, é a situação?

—Snape — disse Remus, cruzando os braços — nós viajamos vinte anos no futuro. Vinte. Anos.

Snape-adolescente revirou os olhos.

—Sim, Lupin, eu não sou um idiota. Mas por que?

—Se nós soubéssemos, não estaríamos mais aqui — disse Rose, andando alguns passos — isso nunca deveria ter acontecido, a não ser que nossos pais guardaram as sete chaves isso de todo o mundo bruxo. E acredite, meu pai me conta coisas de mais, ele teria dito algo.

—O que a senhorita Weasley e Remus querem dizer — interveio Dumbledore — é que nós não temos muito material sobre o que aconteceu na noite passada. Sua vinda é claramente uma pista importante, provavelmente seja lá o que abriu uma brecha no tempo não a fechou.

—Foi o que Gina pensou, mas isso é bom, não é, senhor? — Indagou Hermione — quero dizer, uma porta funciona para os dois lados.

—É uma teoria, senhorita Granger, mas talvez seja algo que só possa ser ativado por alguém do outro lado… Severo, onde você foi encontrado?

Snape-Adulto franziu o cenho por alguns segundos antes de perceber que a pergunta não era direcionado a ele.

—Na sala precisa. — respondeu Hermione, atropelando o garoto

—O que é estranho, por que todos nós aparecemos no salão da Grifinória — apontou Rose — E todos nós estávamos nela, em diferentes pontos tempo, antes de sermos trazidos para cá. Mas Snape diz que estava no salão dele.

Dumbledore olhou para os alunos com um olhar distante, coçando a própria barba.

—É certamente peculiar e, definitivamente, algo que nós devemos pesquisar. Uma coisa é certa, nós não podemos demorar muito para conseguir a resposta, se Severo conseguiu atravessar significa que outras pessoas também podem.

Remus virou para o jovem-Snape.

—Hogwarts já percebeu que nós desaparecemos? — Ele perguntou —quanto tempo se passo desde a última vez que você viu um de nós?

—Ontem à noite, no jantar? — respondeu Snape, sem nenhuma certeza — olha, eu não sei nada sobre vocês desaparecerem. Literalmente, não era nem hora do almoço quando eu apareci aqui, não é anormal alunos perderem o café da manhã, especialmente nas férias.

—Então o tempo está passando — murmurou Hermione — se vocês voltarem, vocês não voltaram para o mesmo instante que desapareçam. Perigoso, para dizer o mínimo.

—Tudo isso é perigoso — Disse Rose, se pronunciado pela primeira vez — Estamos no ápice da Guerra contra Voldemort.

—É, mas isso é basicamente padrão para nós. Bem vinda a nossas vidas — suspirou Hermione.

—A senhorita Weasley tem um ponto — Disse Snape — se o Lorde das trevas já está sabendo… O garoto Potter já tinha pontos fracos de mais…

—Severo, eu preciso que você descubra se ele tem uma mão por de trás disso e quais são seus projetos.

Snape riu pelas narinas sem humor nenhum.

—Alvo, você sabe muito bem que se ele não contou de seus planos agora ele…

—Ele deve ter contado para alguém. Severo, eu não preciso te lembrar do que está em risco aqui.

Os olhos do diretor brilharam, e o professor fez uma expressão de desgosto profundo, retornando o olhar com a mesma intensidade.

—Eu vou fazer o possível. — Ele disse, antes de dar as costas e sair, a capa esvoaçando atrás de si com as asas de um grande, enorme morcego.

O diretor esperou a porta se fechar atrás do mestre de defesa contra as artes das trevas para se virar para os quatro alunos a sua frente.

—Senhor, com todo o respeito, mas precisamos começar a fazer alguma coisa — disse Remus, dando alguns passos à frente — quanto mais tempo ficarmos aqui, mais claro vai ficar nosso desaparecimento nos devidos tempos, o que vai levar a perguntas e pesquisas. Nós não podemos permitir que mais pessoas encontrem seja lá o que for a porta que nos trouxe aqui.

Dumbledore, cansado, tirou os óculos meia lua num suspiro, apertando os olhos.

—Remus, você tem toda a razão. Precisamos de toda a pesquisa que conseguirmos, e toda a segurança. De preferência, antes da semana que vem.

—O que…

—Lua cheia. — Sussurrou Hermione — a lua cheia é em cinco dias. Senhor, nós não podemos deixar ele sozinho na casa dos gritos! Ela é fora da área de proteção da escola, qualquer um poderia entrar depois da transformação e…

—Você sabe? — exclamou Remus surpreso

Hermione corou levemente.

—No ano que você foi nosso professor, Snape nos fez estudar tudo sobre lobisomens, na esperança que alguém descobrisse.

Snape deu uma risadinha discreta, tentando conter o sorriso.

—Isso — continuou a garota — e o fato de… por causa de alguns incidentes, parcialmente culpa do Snape e do Sirius, para falar a verdade… você se transformou na nossa frente?

Remus empalideceu, abrindo a boca algumas vezes tentando formular alguma coisa. Dumbledore, porém, gentilmente interrompeu.

—Remus, eu te asseguro que ninguém se machucou. Eu preciso de todos vocês pesquisando sobre viagens no tempo. Elfos domésticos podem buscar os livros da minha coleção particular, e eu estou liberando acesso na seção reservada da biblioteca para os alunos do presente. Espero que esse acesso não seja abusado — ele completou, os olhos brilhando para Hermione.

Ela corou levemente.

—Eu nunca… — Ela gaguejou uma mentira, ficando em silêncio ao ver o olhar risonho nos olhos do diretor. — Ele será usado para a pesquisa apenas, senhor.

Ele soltou uma risadinha.

—Ótimo. Eu vou convocar a ordem da fênix, está mais do que na hora que todos saibam o que está acontecendo. Qualquer descoberta ou anomalia, por favor, não hesitem em me chamar. Quero lembra-los de permanecerem dentro da sala precisa, não podemos ter muito alarde sobre a localização de nenhum de vocês.

Remus pigarreou.

—Senhor? Seria importante dizer que… que todos do meu tempo já estão cientes das suas situações atuais. Nós deduzimos.

Os olhos do professor se tornaram um cinza sem brilho, e Remus podia ver os sentimentos transparente enquanto ele o olhava com pesar.

—Ah, Remus. Eu sinto tanto. Ninguém deveria saber dos horrores do futuro, especialmente se alguém teve uma vida tão conturbada como tantos de nós.

—Nós vamos muda-lo. — afirmou o garoto, com mais firmeza na voz do que ele jamais teve, a postura ereta e rígida

O olhar do diretor amoleceu, e ele sorriu melancolicamente.

—Eu, mais do que ninguém, espero que vocês consigam.

Remus assentiu, relaxando um pouco o corpo antes de virar para a saída, sendo seguido pelo outros três, um a um deixando a sala do diretor. Remus esperou no final da escadaria para acompanhar Hermione lado a lado no caminho de volta. Ele ficou em silencio alguns segundos, hesitando começar a falar.

—O que aconteceu? Para eu me transformar.

Hermione sorriu melancolicamente para o futuro professor.

—Sirius raptou Rony, Harry e eu para a casa dos gritos, — ela começou, e Remus grunhiu, revirando os olhos — Eu sei, ele é um pouco dramático. Enfim, você já havia deduzido que Sirius não tinha sido o culpado pela morte dos pais do Harry, então quando você viu ele entrando nos terrenos de Hogwarts pela passagem secreta do salgueiro lutador, e saindo com nós três, você nos seguiu.

“Basicamente” ela continuou “você foi lá para rever Sirius e ajuda-lo a explicar a situação – e pegar o verdadeiro culpado pelo crime. Snape viu você desaparecendo e deduziu que você estivesse ajudando Sirius a tentar matar Harry, por que ele detesta vocês”

Snape, ouvindo a conversa alguns passos atrás, inclinou a cabeça.

—Nós passamos muito tempo naquela casa, tivemos alguns problemas, incluindo o fato que Harry nocauteou Snape. E você só… esqueceu de tomar sua poção. Foi um acidente. Sirius te tirou de lá na forma animagus dele, e Snape tentou nos proteger. Eu voltei no tempo, longa história, mas eu te enganei com um chamado para dentro da floresta negra, e você perseguiu a mim e ao Harry, mas bicuço, um hipogrifo, salvou a gente e… basicamente, foi um acidente.

Remus piscou alguma vezes, tentando processar todas as informações que ele havia recebido. Incluía um garoto de 13 anos nocauteando um Snape-adulto, apesar dele no final proteger os alunos; Hermione conseguindo imitar um chamado de lobisomem; viagem no tempo; um hipogrifo, por algum motivo e…

—Que poção? — ele perguntou de repente — que poção que eu esqueci de tomar?

Hermione olhou para ele com um sorriso leve.

—Existe uma poção, uma impossivelmente difícil, que precisa ser tomada semanalmente, onde qualquer mínimo erro pode causar uma morte não especialmente agradável. Mas quando ela é feita com perfeição – como, por exemplo, quando o mestre de poções de Hogwarts realiza ela – ela inibe alguns dos piores de sintoma da licantropia. Ela permite que se permaneça com a consciência na transformação.

Os olhos de Remus brilharam de uma maneira que Hermione jamais vira no rosto de alguém, e pela primeira vez desde que chegara ali, ele parecia ter esperança.

—Isso existe? Eu posso… Eu posso…

—Você ainda se transforma, e ainda sente toda a dor, mas na maioria das vezes o lobisomem só… dorme. É uma poção volátil, mas você pode agir como um humano no…

Remus abraçou ela com força. A garota não sabia como reagir, pega de surpresa. Ele se separou um pouco afobado, corando um pouco sem perder o sorriso.

—Desculpe. Isso só foi… Foi a melhor notícia que eu tive em muito tempo.

Ela sorriu para ele, colocando a mão no braço dele.

—Não precisa se desculpar. Eu só assustei. Você foi meu professor, sabe?

Ele deu risada.

—Um bem ruim, aparentemente.

—Já falamos, você foi o melhor.

—Ele atacou vocês em forma de lobisomem, por Merlin! — exclamou Snape — O quão ruim eram seus outros professores?

Hermione fez uma careta.

—Bom, o primeiro tinha Voldemort saindo da nuca.

Snape olhou assustado para a menina, mas ela apenas deu uma risada sem graça, e assentiu.

—Bem vindo ao nosso ano. — ela murmurou sarcasticamente

—Sinceramente, — disse Rose — Hogwarts de vocês foi tão diferente da minha Hogwarts. A coisa mais estranha que aconteceu antes dessa viagem no tempo foi, tipo, o Alvo bêbado no baile de inverno. Aquilo foi, aliás, hilário.

—Eu, sinceramente, duvido — riu Hermione — acho que não é possível ter um ano normal em Hogwarts. Mas eu fico feliz que suas anormalidades não incluíam genocidas.

—É o sonho de toda a mãe — concluiu Rose, rindo junto, apesar de não negar o que Hermione havia dito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey! Ok, acho que foi isso, o que acharam? Me contem TUDO nos comentários.

Eu estou com um vício assassino na MARVEL ultimamente, então eu estou recomendando a série "Agents of SHIELD" e "Agent Carter" por que são duas séries perfeitas cheias de aventuras, plot twists, personagens muito bons, mulheres fortes, espionagem e uma pitada de capitão america, o que é, tipo assim, tudo que eu quero na vida.

Estou vianjando para a amazonia com a escola essa semana, só volto semana que vem, então eu vou demorar um pouco para responder os comentários. O que não quer dizer que eu não li todos e não amei todos eles.

Vejo vocês em uma semana!

Beijos,

Laslus