Três gerações três tempos escrita por Laslus


Capítulo 16
Capítulo 15 - Tempos de História


Notas iniciais do capítulo

.... Laslus demora para postar as coisas? Laslus também está se referindo a ela mesma em terceira pessoa.

eu sinto muito... mesmo, mas hey, esse capítulo é grandinho e todo dramático e eu espero que vocês gostem. Se tudo der certo, terão capítulos novos logo no começo das férias. Estou postando agora - duas da manhã de uma sexta - por que todo o meu tempo será ocupado pela semana de provas a partir de amanhã (pelo menos, se depender da minha mãe).

Como foi o final de maio/junho para vocês? A escola/faculdade/trabalho está dificultando tudo e jogando pilhas de trabalho por que é quase férias? O que vocês tem feito?

Bom, enfim, me respondam nos comentários, espero que gostem do capítulo:

Música: Oh, Ms Believer - Twenty One Pilots



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—Voldemort “morreu” pela primeira vez dia 31 de outubro de 1981, em Godric Hallow. O dia também é… Também é o dia que vocês dois morreram. — Completou Harry com a voz embaçada, olhando para James e Lilian como se pedisse desculpas.

James e Lilian se entreolharam, o mesmo olhar pesado no rosto. Lilian hesitou levemente, mas alcançou a mão de James, apertando ela com força, como uma força de assegurar tanto ele quanto ela mesma. Ele apertou de volta. Sirius murmurou a data para si mesmo, fechando os olhos como se estivesse gravando o Dia das Bruxas de 1981 em brasa na mente.

—Isso quer dizer que nós tivemos algo a ver com a morte de você-sabe-quem? — perguntou James, surpreso que a própria voz não falhou.

Harry riu pelas narinas sem nenhum senso de humor.

—De certa forma, vocês foram os que mataram ele.

—Bom — disse Lilian arqueando as sobrancelhas — se for para eu morrer jovem, fico feliz que levarei Hitler dos Bruxos comigo.

Dessa vez a risada de Harry foi mais humorada.

—Voldermort ouviu uma profecia — ele continuou — que afirmava que uma pessoa nascida em certas especificações seria a pessoa que mataria ele. Ele decidiu que essa pessoa seria eu, e vocês, sabendo do perigo, se esconderam comigo por quase um ano. Voldemort descobriu, vocês morreram tentando me proteger. Como vocês se sacrificaram para me salvar vocês criaram algo como uma proteção contra a magia dele, quando ele tentou me matar, o feitiço ricocheteou.

O silêncio só foi quebrado por James, após um silêncio que pareceu interminável se alastrou pela sala.

—Você sobreviveu à maldição da morte.

Não era uma pergunta, então Harry só levantou a franja para mostrar a cicatriz em forma de raio na testa.

—Essa foi a única marca que o feitiço deixou em mim. Bom, isso e a conexão mental com Voldemort.

Ele quis fazer a frase com um tom de piada, mas ninguém deu risada, ao invés disso, Gina piscou várias vezes ao seu lado.

—O que os jornais estão falando é verdade então — disse a garota — você é O escolhido.

Foi Hermione que respondeu.

—Profecias não necessariamente devem ser lidas ao pé da letra. Dumbledore acredita que a profecia não teria qualquer sentido se Voldemort não tivesse ouvido ela. Foi o próprio que fez Harry ser o garoto da profecia, tentando mata-lo.

—Você poderia ter me contato — resmungou a ruiva, mesmo que ela não parecesse estar brava quando pegou a mão dele para entrelaçar na sua.

—Dumbledore pediu para eu reduzir o número de pessoas que soubessem para apenas o Rony e a Hermione. Sinto muito.

Ela sorriu melancólica para ele, e Harry pensou que nunca ele estivera em uma sala com um clima mais pesado do que aquela. Nem mesmo quando ele contou para Hermione e Rony da profecia. Nem mesmo quando ele avisou que Arthur Weasley havia sido atacado. Nem mesmo quando a morte de Sirius era mencionada. Ele se conteve para não mudar de assunto, e ele sabia que pelo menos Rony estaria fazendo o mesmo, tentando não fazer uma piada para quebrar a tensão palpável.

—Havia outra pessoa que poderia ter sido escolhida por Voldermort, de acordo com a profecia — murmurou Harry quebrando o silêncio — Ele não sabe disso, claramente. O ponto é que, como a Hermione disse, Voldemort completou a profecia por tentar me matar, mas tecnicamente… Tecnicamente Neville poderia ser o garoto da profecia.

Neville empalideceu, encarando Harry em puro pânico.

—Eu?

—É por isso que nós morremos? — Perguntou Alice num murmúrio — Por que Voldemort queria impedir a profecia?

Harry abriu e fechou a boca algumas vezes, mas foi Neville que respondeu.

—Vocês não… não morreram. Depois da queda de Voldemort alguns comensais continuaram na ativa. Bellatrix… Bellatrix queria alguma informação de vocês. Vocês foram… — a voz dele falou — vocês estão no St. Munggles há anos.

Alice e Frank olharam horrorizados para Neville, como se esperassem algo mais, como se a expectativa de morrerem em poucos anos era menos aterrorizante que terminar como terminaram.

—Nós… Nós reconhecemos você? — perguntou Frank, a voz embaçada

Neville negou com a cabeça.

—Ás vezes eu acho que… mas em geral, não.

O silêncio só não foi absoluto pelo som do casal tentando segurar as lágrimas. Lilian se virou para abraçar a amiga (e depois o amigo) com força, como se, talvez, se ela abraçasse forte o suficiente nada daquilo aconteceria.

—Qual… — murmurou Remus, como se hesitasse de quebrar o silêncio — O que definia o escolhido da profecia?

Harry tossiu.

—Deveria ser alguém filho de dois pais que haviam desafiado Voldemort três vezes, nascido no final de Julho 1980.

Lilian se desvencilhou do abraço, voltando ao seu lugar ao lado de James. James conseguiu abrir um sorriso leve, soltando uma risada sem humor pelo nariz.

—Nós vamos enfrentar Voldemort três vezes? Nós quatro?

—Bom, meus pais foram aurores, e vocês todos fundaram a ordem da fênix — explicou Neville — eu suponho que todos vocês vão em algum momento, encontrar ele.

Lily encolheu os ombros.

—Bom, além de morrer e levar Você-sabe-quem comigo, eu encarei ele outras três vezes antes… Parece que serão 5 anos interessantes que temos a nossa frente.

—Alguma outra notícia adorável sobre nosso futuro? — Perguntou Sirius sarcasticamente.

Harry pigarreou.

—Na verdade, sim. O ministério acreditou que você, Sirius, foi a pessoa que delatou para Voldemort aonde meus pais estavam se escondendo. Quando o ministério foi te buscar, um… um ajudante de Voldemort forjou para parecer que você matara o próprio ajudante e outros 13 trouxas com um único feitiço.

Sirius encarou Harry assustado.

—Eu… o que?

Harry encolheu os ombros.

—Você não teve julgamento, e foi condenado com prisão perpétua em Askaban por se aliar a Voldemort e assassinar 14 pessoas.

Sirius mordeu as bochechas.

—Eu não… Eu não realmente fiz essas coisas, fiz?

Harry olhou para ele espantado, mas foi James que respondeu.

—Claro que não, almofadinhas, não seja bobo, você preferiria morrer a se unir a você-sabe-quem.

Sirius olhou para Harry em confirmação, mas este o olhou com um sorriso tranquilizante.

—Sirius, você cometeu alguns crimes durante sua vida, o pior deles provavelmente sendo fugir da prisão que você foi aprisionado injustamente para me salvar de um assassino.

Sirius pareceu relaxar, e Harry pode ver que a mão de Remus que segurava a mão de Sirius relaxou também. O rosto do animago lentamente se tornou uma surpresa alegre.

—Eu fugi da prisão mais bem guardada do mundo bruxo?

Harry, junto com os demais, deu risada com a animação do garoto.

—Foi o primeiro que conseguiu, e o único até agora que fugiu sem ajuda. Você demorou 12 anos, apesar disso.

O sorriso não ficou muito no rosto de ninguém.

—12 anos? Ninguém pensou em me tirar dali?

Remus corou e olhou para Sirius como ele quisesse poder responder, mas não tinha o que dizer.

—Bom — disse James — eu adoraria poder ajudar, mas eu estava 6 palmos abaixo da terra.

Sirius olhou horrorizado para o amigo, fazendo um não com a cabeça.

—James, quando eu acho que a piada foi cedo demais, é por que você ultrapassou a linha por quilômetros.

James riu seco.

—Minha morte cara, poucas pessoas tem o privilégio de fazer piadas tão precisas sobre a própria morte.

Harry riu com as narinas antes de olhar novamente para Sirius.

—Você era, supostamente, a única pessoa que sabia aonde meus pais estavam. Nem mesmo Remus sabia que não era você que tinha esse segredo… Quando eles foram mortos, todos acharam que você era a única pessoa que poderia ter contado.

Remus olhou indignado para Harry, se pronunciado pela primeira vez de muito tempo.

Eu achei que Sirius tinha mesmo se unido a Você-sabe-quem?

Harry encolheu os ombros, sem conseguir responder enquanto Sirius evitava olhar para Remus.

—Era a única resposta que você tinha — murmurou Hermione — Só ele sabia aonde os Potter estavam, e ele foi encontrado rindo numa cena de 14 assassinatos.

—Rindo? — murmurou Sirius perturbado

—Você devia ter perdido, cara — respondeu Rony — seus melhores amigos haviam sido mortos e você, incriminado.

—Você também foi o primeiro a acreditar em Sirius depois que ele fugiu — completou Hermione olhando para o futuro professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — você se segurou na primeira pista que teve que indicava que ele havia sido incriminado. E você explicou a situação quando ele raptou a gente para dentro da casa dos gritos nunca tentativa de nos salvar.

Lilian olhou com uma mistura de confusão e descrença para o garoto.

—Sirius! Quando você quer explicar que você não é um psicopata, você não começa raptando três crianças para uma casa assombrada.

Sirius sorriu amarelo e levantou os ombros, mas acabou não dizendo nada por que Remus olhou para ele com olhos desesperados.

—Eu vou passar doze anos achando que você matou James. — ele murmurou negando com a cabeça.

Sirius olhou para ele, os olhos pretos grandes como os de um cachorro.

—Remus, você não tinha no que mais acreditar.

James apoiou a mão no ombro de Remus.

—Remus, não vai ser sua culpa.

O lobisomem não disse nada, mas assentiu com a cabeça e aceitou o abraço que Sirius tentava dar. Harry mordeu o canto da boca, olhando a cena sem conseguir dizer uma palavra. Hermione colocou a mão no ombro dele, sorrindo de lado, e Gina apertou a mão que ela segurava. Rony não estava perto o suficiente, mas Ele sorriu tranquilizadoramente para o amigo, assentindo com a cabeça.

—Comovente — disse uma voz saindo da porta do banheiro — Eu queria saber se era verdade que você era o escolhido, Potter, obrigada por facilitar.

A mão de Harry que não estava segurando a de Gina cerrou-se num punho apertado, mas quem falou foi Hermione.

—Malfoy, nunca te disseram que era muito rude escutar conversar alheias?

Rony bufou.

—Hermione, ele é o Malfoy, nunca ensinaram para ele nada que mereça ser repetido em voz alta.

Draco claramente cerrou os dentes por alguns segundos antes de responder.

—Eu não estava escutando, eu estava tentando tomar um banho em paz, as paredes são finas. E se vocês querem saber, não tem um comensal que não já tem uma ideia que isso é verdade, não depois do incidente no ministério, de qualquer maneira.

Malfoy atravessou o quarto e se jogou na sua cama, se afundando como se quisesse esquecer que ele estava ali. Era estranho ver Malfoy assim, pensou Harry. Ele não usava os robes da escola, seu cabelo geralmente penteado estava ainda molhado e bagunçado, mas, principalmente, ele parecia quase sem forças para fazer qualquer coisa.

—Acho que foi o bastante por hoje — disse Harry, se levantando da roda

Sirius olhou para ele perturbado.

—Tem mais?!

Hermione, Rony, Gina e Neville deram risada.

—Ele nem falou sobre o cão de três cabeças. — disse Rony — ou a maldita aranha gigante.

—Ou a cobra gigante — continuou Gina — Harry tem muitas coisas, mas uma vida entediante não é uma delas.

Harry deu risada.

—É, eu nem cheguei no meu primeiro ano ainda, acalmem-se, tem muita história pela frente.

—Isso significa que a gente pode sair do banheiro sem interromper algo? — perguntou uma voz que Harry identificou como a de Lilian Luna

James riu com o nariz e balançou a cabeça.

—Podem.

—Graças a deus! — exclamou a garota, saindo do banheiro e sendo seguida por Rose e Alice — Eu não enrolo tanto num banho desde as últimas férias, quando eu e James Sirius estávamos dividindo um banheiro, e eu queria testar o quão longe a paciência dele até ele aprender como arrombar portas da maneira trouxa. Ele demorou duas semanas para conseguir, e então ficou de castigo por não me deixar tomar banho. Teria sido perfeito se minha mãe tivesse acreditado que eu não estava fazendo isso de propósito para irritar meu irmão.

James Sirius saiu da porta do banheiro masculino com o rosto vermelho.

—Você é impossível, Lily! — ele exclamou — eu passei dias tendo que acordar de madrugada para poder tomar banho antes de você e ter tempo para sair. Tio Jorge gastou muito tempo me ensinando a abrir fechaduras no estilo trouxa.

Sirius deu risada.

Isso é algo incrivelmente útil de se saber.

Harry sorriu e negou com a cabeça para os dois irmãos.

—Eu estou começando a me perguntar como nós vamos manter a casa de pé com esses dois. — ele murmurou olhando para Gina.

Ela deu risada.

—Da mesma maneira que minha mãe manteve a casa de pé com sete de nós, acho… Bom eu vou tomar um banho.

Ela se levantou do chão e seguiu até o banheiro, Alice e Lilian seguiram ela, sendo Gina ainda tinha a blusa suada por culpa do quadribol. Harry seguiu o exemplo das meninas, e foi seguido por Rony e Frank, os três garotos haviam jogado e eles realmente precisavam de um banho. Hermione se levantou para conversar com Rose e Lilian Luna, que estavam deitadas na cama de uma das duas. Os meninos do futuro se agruparam perto demais Draco para este ficar confortável. Os três marotos permaneceram sentados no chão da sala.

Remus olhou para os amigos do lado dele, abrindo e fechando a boca várias vezes sem conseguir articular alguma coisa. No final, foi James o primeiro a falar passando a mão no cabelo e sorrindo de maneira tranquilizadora.

—Parece que temos alguns anos interessantes pela frente, não é?

Sirius deu uma risada.

—Acho que pode se dizer assim.

Remus olhou para Sirius ainda dando, risada, e não resistiu em rir junto. Apesar da risada, ele sabia que nem ele nem o animago estavam sentindo um pingo de alegria.

—Nós vamos mudar isso, não é? — perguntou Remus quando ele recuperou o folego — Você não vai morrer e você não vai ser preso por isso.

James encolheu os ombros.

—Vou dizer que morrer não está no meu top 10 de coisas para se fazer nos próximos 5 anos. No momento eu estou pensando no Harry, quero dizer, o garoto é o único capaz de matar você-sabe quem.

Sirius ia abrir a boca, mas qualquer que seja o que ele disse fora ocultado por um baque surdo que ecoou dentro das paredes de pedra. Todos se viraram, Hermione e Draco tinham as varinhas já firmes nas mãos antes mesmo de verem o que causara o barulho. Por fracções de um segundo a sala ficou em completo silencio antes que ruídos de confusão e barulho de capas se movendo ocupassem a sala. James, Sirius e Remus também tinham empunhado suas varinhas.

Havia uma pessoa caída no chão.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Curiosos para descobrirem o que vai acontecer no próximo capítulo? Eu resolvi adiantar essa cena - por que faltava um pouco de ação e barraco (eu adoro um barraco em histórias).

Críticas? Repúdios? Paixões? Traumas? Me contem tudo nos comentários

Eu estou recomendando que vocês leiam (além da minha fanfic 'Maldição Black') a HQ da Marvel "Young Avengers" e o webComic "Homestuck", esse último exige mais paciencia, por que o começo dele é chatinho, mas vale MUITO apena.

Além disso eu recomendo que quem curte jogos visite o site da "Steam" (coloca no google) por que ela tem promoções absurdamente maravilhosas nessa época de julho (eu comprei Portal 1 e 2 por 11 reais OS DOIS, sendo que só o 2 costuma custar tipo 40 reais ?) (eu comprei também um jogo de 24 reais por 78 centavos. sério é nesse nível de promoção).

Eu quero agradecer a todos os comentários LINDOS que eu vou responder amanhã - por que são duas e meia da manhã e eu sou fraca.

Bom, é isso. Ah, sim, qual o plano de vocês para Julho?

Beijos,

Laslus