Solemnia Verba escrita por Blitzkrieg


Capítulo 23
Capítulo 22: O Exército de Hecate Chronus.


Notas iniciais do capítulo

O Krypsimo havia finalmente chegado a seu destino. Estava disposto a enfrentar Chronus se necessário. Seu novo aliado ainda despertava desconfiança, mas não havia tempo para tanta análise. Enquanto isto, o último Chernobog refletia sobre todos os eventos de caráter incerto que aconteciam. Em uma memória do passado reconheceu aquela devatã que poderia ser de importante ajuda naquele momento. Não poderia se esquecer que em breve assumiria uma responsabilidade intrigante. O garoto Hiro desejava a todo custo se tornar um devatã. O contrato poderia ser feito, porém será que o rapaz possuía uma mente forte para isto? Se tornar um imperitus poderia afetar a percepção da realidade para sempre. O devatã de cabelos prateados e olhos rubros que carregavam o legado da família deveria fazer uma escolha importante.



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O barulho de gritos se misturava com os sons do choque de espadas e explosões que aconteciam em todo o lugar. Os soldados treinavam, cantios eram pronunciados em voz alta com ferocidade. Os arqueiros evocavam os poderes de seus aliquids, conjurando a energia ao redor de suas flechas. Com um tiro certeiro, os bonecos de palha escolhidos como alvos congelavam, pulverizavam-se, explodiam. Em uma das torres do castelo principal, a princesa daquele império fitava seriamente pequenas ondas se formarem na superfície do chá em sua xícara. Um suspiro escapou.

– Se desejar, princesa, encarregarei de silenciar os soldados que treinam lá fora. – comentou Gordon, observando a face serena de Hecate.



– Não é preciso, muito obrigada. Estou apenas refletindo sobre os últimos acontecimentos. – respondeu a Chronus.



– Será que não estamos sendo precipitados em supor que ocorrerá uma invasão? Talvez o Krypsimo procure outro meio de adquirir o que deseja, ao invés de atacar de frente esta fortaleza. – comentou Shoal, reconfortando-se na cadeira luxuosa.



– Seria muito bom se isto acontecesse, mas creio que o Krypsimo virá até mim certamente. Não existe outro meio de ele chegar até Vlad se não pelo uso de minhas habilidades. – disse a Chronus, suspirando em seguida.



– Se ao menos os anciões tivessem se importado com a nossa situação atual agora estaríamos despreocupados. – comentou o general.



– Eles não virão. – disse o Shoal, com um tom melancólico. – Definitivamente não podemos contar com a ajuda deles.



– Até entendo a situação, parece que aconteceu algo muito grave. – disse Hecate, repousando a xícara na mesinha posta a sua frente, logo depois de se reconfortar na cadeira tomou a palavra mais uma vez. – Pois bem, vamos discutir as estratégias de batalha neste momento. Não podemos esperar o major.



Permaneceram durante um longo tempo discutindo. Era preciso se apressar, pois Hiero logo estaria ali para invadir o local. A organização era necessária, porém havia tão pouco tempo para se decidir tudo. Tudo era questão de paciência e controle, palavras com significados que muitas vezes eram incompatíveis. Não seria naquele momento, pelo menos nisto Hecate Chronus se esforçava em acreditar. A preocupação com seu major era evidente, o general de seu exército e o seu fiel companheiro Shoal notavam os pequenos deslizes que a jovem cometia devido a perda de concentração durante os debates. Qualquer anomalia era facilmente associada ao Krypsimo. Foi quando com um sobressalto da Chronus, as vozes se silenciaram naquela sala. O vestígio, impuro, distorcido e maligno de aliquid emergia á milhas de distância. Shoal foi o primeiro a tentar comentar algo sobre a sensação, mas calou-se, quando notou a expressão séria que sua mestra acabou tomando.



– Ele chegou – sussurrou Hecate. – Precisamos nos preparar, logo ele estará aqui. – disse, erguendo-se de sua poltrona, seus subordinados acompanharam a atitude.



– E não está sozinho. – completou o Shoal, direcionando o olhar á janela.



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Um vasto campo coberto por gramíneas. O tapete verde parecia não haver fim. O sol do entardecer reluzia no céu. Tocando as nuvens com sua coloração mista alaranjada e vermelha. Ao redor não se podia avistar nada, além disto. Parecia um universo inabitável. Porém, a tranqüilidade daquele ambiente sofreria uma interferência em breve. Uma ameaça estava chegando. Um sussurro mental foi o suficiente para lançar uma perturbação frenética naquele lugar.



Abyssus infinitum



O peso de uma energia sombria tomou parte da serenidade. Uma projeção negra em formato de abertura tomou forma. Uma linha quebrada e enrugada se dissipou na horizontal em uma região avulsa. Como se rasgasse o espaço ameaçou se abrir. Assemelhava-se a um olho que ao despertar procurava a visão instintivamente. A fenda se abriu com dificuldade, despregando suas extremidades de forma violenta e ansiosa. Subitamente o grande olho se abriu completamente. Em seu interior algumas cores de tonalidade escura piscavam como se revelassem outro mundo de características assustadoras. Um devatã prosseguiu, atravessou o outro lado, logo atrás seus aliados o seguiram. A fenda se fechou bruscamente, como um frágil olho que havia encarado o sol por muito tempo.



– Finalmente. – balbuciou o Krypsimo, agachando-se. – Este é o território de Chronus. – Com uma de suas mãos cavou o chão com um único movimento retirando algumas gramíneas. – Interessante.



Ao seu redor, Zero, Sorrow, Godard e Margery corriam os olhos pelo vasto mundo.



– Que lugar, sem graça. Esperava algo mais desafiador. – comentou Margery, correndo os olhos pelo campo.



– Não é possível ver qualquer sinal de vida. – disse Gordard, direcionando o olhar para seu mestre como se esperasse uma resposta satisfatória, porém o mesmo apenas encarava o misto de terra e grama em uma de suas mãos.



– Devemos nos apressar. – disse Sorrow, caminhando para a frente de todos.



– Espere. – ordenou o Krypsimo. – Não consigo sentir qualquer vestígio de aliquid em lugar algum, a fortaleza realmente está protegida por uma barreira. – completou, direcionando o olhar a Sorrow. – Como chegaremos á fortaleza se você não consegue acessar a memória do Leviathan capturado integralmente?



– Não duvide de minha capacidade, Krypsimo. Eu sei onde esta fortaleza se encontra. Procurar informações na memória deste corpo é o mesmo que fazer uma cirurgia. Precisa remexer órgãos e todo pedaço de carne dentro deste receptáculo. É mais ou menos a mesma coisa. – contou Alastor.



– Hum..entendo. O Leviathan é mantido vivo justamente para esta extração. Sua “alma”, ou seja lá o que for isto vive em algum lugar. Algo como uma dimensão paralela. Não é mesmo? – indagou Hiero.



– Quase isto.



– Estas suas meias respostas me irritam. – comentou Hiero, soltando a terra com grama de sua mão. – Devemos seguir adiante.



– Sim, vamos. – concordou Sorrow, começando a caminhar, logo os outros o seguiram.



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Era como se uma forte tempestade tomasse conta de seu coração. Seu inimigo estava olhando-o perplexo, havia retomado a consciência. O medo nos olhos, a surpresa, tudo aquilo parecia intensificar mais ainda os sentimentos confusos que o dominavam. O que o havia interrompido? Iria cometer mais um assassinato. Porém, parece que havia sentido medo naquele momento, por alguma razão havia sentido realmente medo. Era preciso se recompor, aquilo tudo já estava ficando no passado. A voz, aquela voz em sua mente lhe parecia familiar. Teria sido ela? Somente ela o faria parar. Agora tudo estava começando a fazer sentido, o motivo de ter sido enviado àquela época, para aquele lugar. Hecate com certeza não havia tomado tal decisão sem um plano pré - concebido.



– O que é você? – indagou Gin, olhando o devatã de cabelos prateados perplexamente.



Heliot se aproximava silenciosamente dos dois.



– Um acidente. – balbuciou Vlad, direcionando o olhar ao outro devatã que se aproximava logo á frente.



– Precisamos ir, Gin. Nossa mestra nos chama. – disse o devatã da areia, olhando seriamente para seu aliado que começava a se levantar.



– E o que faremos com ele? – disse Gin, apontando com um movimento de rosto o Chernobog.



– Deixe-o, por enquanto. – respondeu.

– Espere! – gritou o Chernobog, mas já era tarde, ambos haviam desaparecido por uma rajada de areia, deixando-o só dentro da dimensão criada pelo cantio animus violandi.



O Chernobog refletia, gostaria muito de saber se realmente havia sido Lilith que o impedira. Agora estava se recordando, a cúmplice de Hiero havia sido enviada ao mesmo local em que se encontrava e também a mesma era. Será que poderia contar com ela? Hecate era muito amiga dela, antes de a mesma se apaixonar pelo criminoso. Foi a Chronus que a salvou do julgamento dos anciões quando foi finalmente capturada, conseguindo convencê-los de enviá-la para o futuro. Sabia pouco sobre o caso, tentou convencer sua amiga de que Lilith havia sido dominada por algum cantio de Hiero, uma vez que seus poderes eram de grande serventia para suas ambições. Foi uma das raras vezes que o Chernobog discutiu com a Chronus. Nunca mais haviam tocado neste assunto novamente. Lembrou-se de ter encontrado e conversado apenas duas vezes com a cúmplice de seu inimigo. A primeira vez antes de se tornar uma criminosa e a segunda quando a mesma já se encontrava presa por Charles. Aparentava ser uma mulher de opinião forte, assim como Hecate, porém não pôde deixar de notar a tristeza que havia em seus olhos na segunda vez que a viu.



Logicamente, a causa poderia ser a mais óbvia possível, de se encontrar presa e com um futuro incerto motivando tal sentimento. Porém, parecia haver algo mais. O Chernobog se lembrava da última conversa com a jovem amante de seu maior inimigo:



“ – Por que razão você decidiu se aliar a um devatã como ele? Eu definitivamente não consigo entender isto. – indagou Vlad, com um olhar sério, fitando os olhos castanhos da principal representante da família Lilith.



– Nos encontramos novamente, último Chernobog. – respondeu.



A elegância de outrora havia se esvaído, Vlad se recordava muito bem das roupas que ela usava antigamente, sempre acentuando o tom de dourado e vermelho nos tecidos nobres. Agora usava roupas simples de uma camponesa qualquer, dentro de uma cela suja. As grades tinham linhas estranhas, tracejadas, e brilhavam com um azul muito forte, o Chernobog sabia que elas eram muito resistentes para evitar a fuga. Charles, o avô de Hecate, costumava cuidar da prisão dos criminosos, pois seu aliquid era conhecido também por possuir a capacidade de gerar a defesa absoluta.

– Por que abandonar sua família? Por que jogar seu nome na lama desta forma? Ele é um assassino impiedoso, um criminoso.

– Um assassino? – indagou Lilith, direcionando um olhar sem brilho para o Chernobog. – Olhe para dentro de si mesmo Vladimir e verá o poço negro das almas que você ceifou, assim como o da sua família de mercenários.



– É diferente, recebíamos ordens, o sangue não sujava nossas mãos.



– Sempre há o direito de escolha. Vocês escolheram obedecer, seguir uma vida mercenária, qual a diferença entre o que vocês faziam e Hiero faz?



– Está me dizendo que ele recebe ordens?



– Você não sabe de nada. – respondeu Lilith, desviando o olhar.



– Me diga o motivo de ele desejar me matar.



– Ele deseja matar seu nome. Você é o seu nome, a esta altura já deveria ter percebido isto.



– Então ele deseja matar o meu nome assim como matou o seu?



Lilith sorriu, aproximou-se da grade.



– Isto está além da sua compreensão. Vocês dois são os últimos de suas linhagens. Existe um jogo por trás disto tudo. Você enxerga, mas não vê. O Krypsimo tem muito em comum com você Vladimir. Ele não é apenas um criminoso, ele é a peça de um jogo muito maior que todos nós.



– Quem está por trás disto tudo? Quem está jogando?

– O senhor, o pai de todos. Ele está agindo, o próprio Hiero não acreditava em mim. Eu o avisei de que isto não é apenas uma simples disputa para ver quem alcança a imortalidade capturando o Yggdrasil, isto não é apenas uma guerrinha entre famílias de nomes poderosos. – dizia a criminosa, com as mãos apertando firmemente as grades.



– O Deus dos devatãs não existe. Ele é uma lenda. – disse Vlad, retirando as mãos do bolso e cruzando os braços enquanto se aproximava.



Lilith riu por alguns segundos.



– Vocês têm mesmo muito em comum, são tolos igualmente. Hiero poderia ser tão grande se enxergasse a realidade. Como você pode dizer que ele não existe se o nome de sua família está diretamente ligado a ele? Os Chernobogs não eram conhecidos por servir até mesmo o senhor nosso Deus?



– Pura fantasia. Isto não passava de uma lenda para encobrir ganâncias maiores, servíamos os lordes e senhores de famílias poderosas que descarregavam seus desejos egoístas e tolos em nós. Eu creio na trindade, no escrivão e as demais autoridades, eles são reais. Suas leis agem no mundo regulando nossa convivência conflituosa, eles são a ordem.



– Está bem. Você é responsável pelas suas escolhas, se você escolhe seguir este caminho, continue agindo como mais uma peça alienada. Não me importo. Charles Chronus, você confia nele? Confia realmente na trindade? Não lhe incomoda o fato de que aqueles anciões lhe escondem fatos extremamente importantes?



– A lei não é perfeita, mas é preciso haver alguma, se existe esse Deus realmente então por que razão ele não se revela? Por que se esconde? Eu não sei da origem dos aliquids, dos cantios, da solemnia verba, não acredito no que está escrito nos livros. Eu prefiro confiar na trindade a crer em um ser que só é descrito em livros antigos.



– Vlad – sussurrou uma voz familiar, enquanto sons de passos ecoavam.




– Hecate. – sussurrou Lilith, afastando-se um pouco, enquanto um sorriso se formava em seus lábios.



– Minha querida, o que foi que aconteceu? – a Chronus se aproximou das grades, estendendo a mão.



– Muita coisa, amiga. – respondeu Lilith, esticando sua mão para a neta de Charles.



– Vlad, por favor, nos deixe, precisamos conversar. – pediu a Chronus



Os olhos rubros fitaram a criminosa por alguns momentos, logo em seguida decidiu partir. As palavras ditas ainda martelavam em sua mente, pôde ouvir as palavras de Hecate perdendo a sonoridade aos poucos.



– ....precisamos fazer algo em relação a isto..cuidarei para que você não o perca... “



O cantio de batalha foi cancelado. O último Chernobog encontrava-se no mesmo local de outrora, podia ouvir o canto dos pássaros, o parque estava vazio, como se nada houvesse acontecido. Correu os olhos pelo local e se surpreendeu com o que viu.



– Olá. Eu consegui encontrar você. – disse Hiro, se aproximando do devatã de cabelos prateados.



– O que faz aqui garoto? Como conseguiu me encontrar? – indagou Vlad, surpreso.



– Não sei explicar muito bem. Senti algo estranho, uma sensação que me fez lembrar você, aí de repente sumiu, só que eu consegui localizar mais ou menos onde era.



“ Rastreamento de aliquid? “



– Entendo. Então, o que deseja? – indagou o Chernobog.




– Desejo me tornar um devatã.





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Os arqueiros tomavam suas posições no alto das muralhas. Soldados vestindo cota de malha, meio elmos erguendo suas espadas, lanças e maças preparavam-se para a batalha assumindo suas posições nas filas que apontavam para um general com uma voz forte logo á frente dirigindo orientações precisas. O clima de ansiedade se arrastava por todo o lugar. Yami Shoal assistia tudo da janela dos aposentos de sua mestra. Refletia se teria que lutar contra o Krypsimo mais cedo ou mais tarde, era bastante provável que sim. Isto não era problema, pois estava disposto a morrer defendendo aquela que o salvou da pobreza extrema e de todo o sofrimento proporcionado pelo preconceito que seu nome sempre parecia alimentar em todos os devatãs.



– Irei para a sacada agora mesmo, Yami. – disse Hecate, se aproximando.



– Muito bem, princesa.



O Shoal abriu a porta de vidro que dava acesso à sacada do castelo, logo em sequida a neta de Charles Chronus prosseguiu calmamente. Por alguns instantes, admirou a grandeza de seu exército. Sabia que boa parte consistia de jovens devatãs de classes inferiores a C. Apenas quatro invasores estavam á caminho de sua fortaleza. Será que não era demais para conter apenas quatro criminosos? Não podia subestimar o inimigo, com certeza o Krypsimo tinha total ciência do que enfrentaria, portanto já vinha preparado.



“ Muitos desses rapazes verdes irão morrer hoje. “



– Vocês todos juraram me proteger! Juraram proteger o nome de minha família! Enfrentaremos hoje um inimigo que não é uma ameaça apenas a vocês, mas sim a todos os devatãs que carregam nomes de aliquids. Os imperitus que estão presentes aqui hoje também serão alvo deste devatã que deseja causar o caos em nosso mundo. – disse Hecate, pôde sentir seu fiel subordinado se aproximando. – Não vou iludi-los dizendo que será fácil esta batalha. A verdade é que muitos morrerão inevitavelmente hoje. Porém, lhes prometo que serão honrados pelos seus atos. Hoje, poremos fim a todo o caos que este último Krypsimo causou. Hoje evitarão muitas mortes futuras com nossos atos. Hoje decidiremos o futuro, são raras as chances que podemos ter controle de algo tão grandioso. Muitos provavelmente perderam parentes próximos ou distantes por causa dos atos cruéis deste louco. Hoje nos vingaremos e eliminaremos o mal que nos ameaça. Com todos vocês, para hoje decidirmos o futuro de vidas incontáveis! – a Chronus ergueu sua mão em direção ao seu exército. – Que nosso pai abençoe todos hoje e que me dê forças para protegê-los em suas batalhas. Tatăl nostru ne binecuvânteze ! ¹ – gritou.



Tatăl nostru ne binecuvânteze! – respondeu em coro os soldados.



O grande portão se abriu, e uma fileira de soldados prosseguiu, iria ser o primeiro grupo a enfrentar o Krypsimo. Como combinado, avançariam na busca do inimigo que se encontrava ainda distante. O general havia dito que esta poderia ser uma ótima maneira de analisar as oscilações de energia e assim medir o poder do adversário para que fosse possível preparar um contra ataque a altura.



“ Tantos sacrifícios para tão pouco. “



Todos sabiam que aquele grupo não retornaria vivo, este fato não deixava de incomodar a Chronus que assistia com pesar os devatãs atravessarem o portão em direção a morte. Porém, não havia outra maneira de confrontar Hiero e analisar suas atitudes, não se sabia quase nada do Krypsimo. Os anciões haviam oferecido informações importantes, mas nenhuma ajudaria nesta invasão. Era preciso manter a barreira ao redor da fortaleza, uma vez que uma das habilidades do inimigo consistia em algum tipo de teletransporte. Talvez o fato de não cederem informações sobre a quantidade dos aliquids e intensidade que se acumulava dentro da fortaleza poderia ser uma vantagem. Com sorte, Hiero poderia cometer o erro de utilizar bastante energia eliminando este grupo de devatãs. A próxima estratégia, de certa forma, já revelaria boa parte do futuro de todos estes acontecimentos.




Preview:...



A sensação de incerteza pairava no ar, o barulho do vento parecia dizer que algo não estava certo. Não era possível sentir nenhum vestígio de aliquid. O líquido esverdeado havia deixado de emanar qualquer energia. Ele havia escapado isto era certeza, mas quem havia feito tamanho disparate? Como haviam conseguido destruir a barreira que havia construído naquele local? A defesa era absoluta tinha certeza que a barreira era intransponível. A fúria começava a emergir. Charles Chronus não podia acreditar no que estava acontecendo.



– William, seu tolo. Me fez prometer manter este louco vivo e aprisionado. Não creio na sua morte, mas seja lá onde estiver espero que tenha tomado conhecimento de tal fato e agora esteja sentindo remorso. – os punhos estavam serrados, os dedos eram pressionados fortemente contra a palma da mão. – Sinto muito, mas desta vez irei destruí-lo com minhas próprias mãos. – o juiz sussurrou para o vento que respondia ruidosamente.



“ Desta vez fiquei mesmo muito irritado. “



Charles ergueu uma de suas mãos abrindo-a como se fosse cravar seus dedos em alguma presa invisível.



Dezintegrare adâncime² – disse o Chronus, uma irradiação de energia azul começou a ser emanada de seu corpo. O chão logo abaixo rachou, como se algo muito pesado estivesse sobre ele. Em seguida, tudo se silenciou. De longe era possível avistar a floresta de árvores com folhas vermelhas, o céu continuava escuro, com fortes trovoadas. De repente, um filete de energia azul emergiu de algum ponto da floresta. O filete de energia acumulou em um ponto distante, de repente explodiu em uma violenta expansão que pareceu engolir tudo que tocava. O estrondo, a violenta pressão, tudo era tomado e se desmanchava com uma ferocidade tenebrosa. O rio de plasma esverdeado, o chão, a floresta, tudo foi dizimado em questão de segundos, o céu mergulhou numa redoma espectral azulada e tudo foi tragado.



Próximo Capítulo: O Rubro que Trás Poder.


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Notas finais do capítulo

1 - Pai, nos abençoe!2 - Desintegração profundaMil perdões pela extensa demora em postar este capítulo, eu havia perdido os capítulos posteriores e havia ficado desmotivado por isto. Agora estou voltando aos poucos, logo voltarei a postar capítulos regularmente. Quem ainda acompanha a fic agradeço muito pela fidelidade.



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