Academia de Vampiros - Escuridão do Espirito escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 58
Capitulo


Notas iniciais do capítulo

Eba! Trouxe mais um para vocês! Acabei de escrever, espero que gostem amores... nos vemos só daqui uma semana. beijos.
Boa leitura!!!



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Não fazíamos à menor ideia de como exatamente as coisas ficariam a partir daquele ponto em específico, quer dizer quem era realmente maluco o suficiente para tentar conversar com uma Strigoi sem sentimentos ou alma? Ao que parecia nós éramos esse tipo de pessoas, tudo bem, estava na hora de agirmos.

Saímos do carro e então seguindo lado a lado nós nos esgueiramos pela lateral da pequena casa com muito cuidado, os muros de concreto eram bem altos, deviam ter pelo menos três ou quatro metros de altura no mínimo, nenhuma abertura convencional, nem mesmo um portão de entrada, nada. Droga, ela era uma Strigoi muito mais esperta do que eu estava esperando, havia construído uma verdadeira fortaleza envolta de si mesma. Droga! Porcaria! Maldição!

Tínhamos que montar algum tipo de plano eficiente o suficiente para que conseguíssemos permanecer vivos ao final do dia seguinte, a primeira parte se resumia em reconhecimento de território e então Dimitri subiu numa pedra grande que havia numa das laterais da casa e me segurando firme pela cintura me ergueu para cima o suficiente para que eu conseguisse me erguer e olhar por sobre o muro e então vinha a outra parte.

– Estamos completamente ferrados agora, não tem forma de pularmos para o lado de dentro sem algumas lesões por ser alto demais, por outro lado pelo que pude perceber vidros de portas e janelas são bem escuros, não dá para olhar por dentro da casa, mas aposto meu titulo como Guardiã que ela também não conseguira nos ver entrando no jardim dela, além disso, a parte de trás tem grama alta o que amortece a queda mais fácil e depois não é como se ela realmente estivesse esperando o nosso ataque a qualquer momento mesmo que consiga nos sentir, se irmos por trás vamos ganhar uns segundos a mais de vantagem que podem garantir o nosso lado. –Reportei quando ele me fez descer com leveza me apoiando em seu peito. – Precisamos da terceira parte do plano agora, ideias?

Tintamos um plano meio ariscado para executar, deixamos Sidney na frente de uma abertura que encontramos e contornamos até a lateral que estávamos antes, novamente Dimitri me ergueu e pediu que esperasse e então pulou caindo num baque surdo sobre o chão de terra e logo em seguida se colocou em pé erguendo os braços para que eu pulasse em seu peito e foi o que fiz.

– Peguei você, está na hora de agir! Tome muito cuidado não temos ideia de onde Karp pode estar e assim a vantagem é totalmente dela e não nossa. Você é muito boa no que faz, mas ela pode te machucar. E muito. –Dimitri me colocou no chão e o mais silenciosos que era possível nós dois corremos para a lateral da casa.

– Vidros e janelas quase pretos pela proteção extra contra os raios solares e qualquer outro tipo de claridade mais forte que uma lâmpada, eu sabia que tinha razão! Agora temos que ser rápidos, ela já deve ter nos sentido e obviamente vai tentar nos matar assim que invadirmos a parte de dentro. –Falei com um sorriso e então senti uma náusea me atingir.

Merda, estávamos ficando perigosamente sem tempo para agir, Karp estava em algum lugar dentro da casa.

– Rose, tudo bem? –Dimitri me encarou atrás dele com a expressão preocupada.

Apontei para dentro da casa de forma desesperada torcendo para dar tempo.

– Karp está ai dentro em algum lugar camarada, eu senti. –Falei lutando contra a dor de cabeça e a náusea que sentia perto de Strigois. – Está na hora de agir.

Dimitri pegou uma pá que havia no quintal e bateu umas duas vezes contra uma das janelas mais baixas e nada aconteceu e então ele se irritou e foi para a porta de vidro temperado e repetiu o mesmo processo e então a primeira rachadura se formou juntamente com um sorrio e um carinho de mão ajudou no restante do processo e então ele enrolou a mão num pedaço de pano que estava no chão e terminou de socar o vidro para poder destravar a porta. Entramos e ganhamos o silencio como resposta. Virei o corpo a fim de perguntar para Dimitri o que faríamos quando senti alguém me arremessar longe pelo cômodo, ouvi um som não muito comum e senti uma dor aguda me atingir a parte de trás da cabeça, minha vista ficou preta e então a voz de um anjo chamando meu nome começou a cortar a escuridão dizendo meu nome e algo mais, parecia me puxar de volta.

– Rose levanta! Droga, Rose preciso que pegue a corrente no carro com Sidney no carro, rápido! –O anjo dizia com urgência desesperada em busca de socorro.

Alguma parte menos danificada de meus sentidos me fizeram ficar em pé e então ainda meio tonta consegui de alguma forma correr para fora e pegar as correntes de aço reforçado com Sidney na esperança de que isso fosse o bastante para segurar a fúria de minha professora com sua nova condição de Strigoi assassina.

De volta para sala de visitas da casa encontrei Dimitri tentando com muito esforço manter Karp presa entre seu corpo e o chão de concreto. Rapidamente com todos os meus instintos de guardiã ativados eu ajudei a imobilizá-la e após mais uns 20 minutos de resistência finalmente conseguimos prende-la numa poltrona no meio da sala. Estava na hora de começar com as perguntas.

– Rose, o que é isso na sua... Ah meu Deus! Ei isso ai é o que estou pensando? Ei você está mesmo sangrando, tem um ferimento na cabeça. –Disse Dimitri num tom de preocupação apontando para minha testa.

Toquei o local que ele apontou fazendo uma careta de confusão e depois de espanto ao constatar que realmente estava sangrando, alem disso o local estava dolorido e meio pegajoso, me recusei a verificar se havia muito mais sangue, me limitando a passar a mão na regata escura e dar de ombros.

– Devia se deitar um pouco, mas nada de dormir pelo perigo de poder ter uma concussão ainda dormindo. –Disse Dimitri me encarando como se estivesse analisando minhas reações ao ferimento na cabeça. –Não acredito que não percebi quando você bateu a cabeça, que droga.

O encarei sem dar a mínima importância para as suas palavras e então voltei meus olhos para Sonia Karp que por sua vez nos observava com atenção por aqueles olhos com coroas vermelhas envolta do marrom claro dos olhos como se estivesse esperando por alguma falha para poder tentar escapar de nós dois ou então conseguir nos matar. Ou as duas coisas, tipo nos matar e então fugir.

– Eu estou bem camarada, isso não é nada. Além disso, é obvio que eu não vou deixar você aqui sozinho. Karp pode até ter sido minha melhor professora no passado, mas agora ela não é mais confiável. Sem chances. –Falei apontando para Karp a nossa frente sem me importar em esconder algo dela.

– Olha só, está na cara que não vamos conseguir arrancar nada que seja útil dela agora, então vá para um dos quartos, descanse um pouco até termos certeza de que isso não vai evoluir para uma concussão e assim vai poder me ajudar com ela mais tarde. –Explicou Dimitri apontando um corredor cheio de portas de forma autoritária, porem com a voz que ele usa perante qualquer Guardião. –Sidney, você poderia fazer a gentileza ficar com ela? Rose não pode dormir.

– Tudo bem Belikov, vou ficar de olho nela. Anda Rose, você sabe que não tem muita escolha agora. –Sidney contornou Dimitri por trás e sem esperar que eu fosse reagir me puxou pela cintura até o corredor.

Sidney me ajudou a tirar minha regata já ensopada de sangue, com a mesma em mão foi até o pequeno banheiro que havia ao lado e molhou uma parte do tecido, usando o pano molhado para limpar os vestígios de sangue e então pegou uma blusa no guarda-roupa e sem falar nada me entregou. Vesti a mesma em silencio e me deitei com cuidado, sentindo-me realmente meio zonza.

– Não quero parecer indelicada, eu sei que nos conhecemos só a dois meses e meio, não temos tanta intimidade, mas é que... –Comecei a falar meio sem saber como agir, mas eu tinha que obter algumas informações. –Porque raios você trabalha para alguém como Abe Mazur? O que liga vocês de verdade?

– Tem razão, realmente não somos intimas para poder falar desse tipo de coisa sobre mim. –Respondeu Sidney mantendo os olhos fixos na porta do quarto.

E tem hora que eu podia passar sem ouvir algumas coisas das pessoas, Sidney era realmente muito evasiva quando queria esconder algo. O que será que Adrian sabia dela, além do que todos nós já sabíamos? Não, sem chance. Seria traição ficar especulando a vida dela através de outra pessoa.

– Porém, somos quase amigas. Então eu acho que posso confiar em você para contar algumas coisas sobre minha vida não tão perfeita, afinal vocês Dhampiros provaram que não são exatamente perigosos, não de um jeito ruim pelo menos. –Disse Sidney voltando os olhos para os meus e sorrindo levemente. –Como já deve ter ouvido falar, nós alquimistas estamos cada vez mais raros e meio que vivemos sob um código onde protegemos o mundo sobrenatural do mundo humano, nós tentamos evitar que ambos se misturem e com isso se destruíam por alguma razão ruim. Quando eu tinha 14 anos o Instituto de Aprendizado onde cresci e aprendi boa parte do que sei hoje foi destruído pelos humanos e então todos deram um jeito em suas vidas, menos eu. Por um ano inteiro eu vivi no inferno, e então numa noite conheci Abe numa boate. Ele por ironia do destino ele estava a procura de um Alquimista de confiança pois precisava de ajuda para localizar você e então eu aceitei, desde então ele vem me protegendo, me deu um apartamento lindo em Los Angeles, outros trabalhos para fazer para ele que estou proibida de divulgar e me deu uma vida de novo.

Ouvi toda a narração de Sidney com atenção e então entendi porque ele vivia sob uma regra de proteção própria exagerada. No fim das contas ela só tinha medo, problemas em confiar nas pessoas por experiências ruins e ter coisas boas rondando a própria vida era algo extremamente raro de acontecer.

– E acredito que é basicamente por isso que minha vida encaixa tão bem com a do Adrian Ivashkov apenas de todas as estatísticas e regras reais idiotas apontarem o contrario disso, afinal ambos somos julgados por ser o que somos, mas ninguém imagina o porquê de sermos assim. –Continuou Sidney fitando o vazio, provavelmente perdida em pensamentos. - Temos monstros aprisionados em nossas almas que ninguém, tirando nós mesmos entendemos de verdade.

Tentei pensar a respeito por mais um momento e no final das contas fazia mesmo sentido Adrian se encaixar tão bem a vida dela mesmo com todos os problemas que tinha e então isso fazia valer o velho ditado “os opostos se atraem” tipo eu e Dimitri, só que numa intensidade menos complicada.

– Preciso dar uma olhada na Lissa de novo, porque preciso saber como ela está com as provas para as Eleições. Por favor, faça silêncio. –Falei me ajeitando melhor na cama de casa e fechando os olhos.

Mal comecei a me concentrar em Lissa e já senti alguém me sacudir.

– Lamento Rose, mas você realmente não pode dormir agora. –Disse Sidney que agora estava parada bem ao meu lado.

– Isso não é bem dormir Sidney, eu juro que não é mesmo. Vou meio que conectar minha mente com a dela, é seguro. –Falei meio irritada com ela, e então voltando a fechar os olhos.

Após alguns segundos de concentração senti o Espírito me puxar para dentro da cabeça de Lissa e então era hora de espionar.

Ao que parecia Lissa já havia chego ao local onde aconteceria a próxima prova, não entendi muito bem o que ela teria que fazer, porém ao que parecia os participantes haviam sidos largados numa espécie de labirinto, onde eles teriam duas tarefas a cumprir, encontrar o cristal com o próprio nome e a saída que ficava sabe-se Deus aonde.

Lissa começou a andar por vários lados sem parar já começando a entrar em desespero pela falta de saídas e então como se tivesse um sexto sentido ou ajuda extra vinda do espírito começou a virar tantas vezes que eu quase fiquei tonta e então lá estava o cristal azul, porém para chegar até ele, Lissa tinha que passar por uma ponte suspensa não muito confiável. E ela tinha medo de altura. Ótimo.

– Merda! Eu não acredito nisso... Certo, tudo bem... Respira Lissa, você pode fazer isso... –Lissa respirou fundo e começou a andar, mas logo foi para trás.

Lissa era esperta, mas o medo de altura estava acabando com ela, afinal através de seus olhos eu podia ver com precisão o que ela deveria fazer para conseguir atravessar numa boa. A começar por evitar partes muito lisas e escorregadias.

– Ah Rose, queria tanto que você estivesse aqui agora. Aposto que saberia exatamente como me ajudar. –Disse Lissa no que pareceu uma espécie de apelo.

E naquele momento amaldiçoei a ligação por sem de mão única , porque queria muito poder apoiar Lissa, mas no fim das contas ela conseguiu! E então segunda prova estava concluída!


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