Academia de Vampiros - Escuridão do Espirito escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 48
Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Ainda to meio sem saber o que dizer, então apenas... Boa leitura!



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O que exatamente o destino estava fazendo com a minha vida dessa vez? Porque todas aquelas coisas horríveis estavam acontecendo justamente comigo ou com todas as pessoas que tinham uma ligação direta comigo? Qual era a droga da lição a ser aprendida com isso dessa vez? Tinha que haver uma saída.

Três batidas sutis e firmes na porta de meu quarto me arrancaram forçadamente de meus devaneios insanos, rapidamente sequei meus olhos e endireitei o corpo.

– Rose, eu posso entrar? –Pediu Dimitri do outro lado da porta.

– Está aberta, pode entrar. –Falei tentando controlar minha voz.

– O nosso avião já está pronto nos esperando para embarcar. Você está pronta para irmos? –Dimitri perguntou ao colocar metade do corpo para dentro.

– Sim, estou pronta. Podemos ir agora. –Falei me colocando de pé num salto.

Muito embora não tivesse paciência para permanecer acordada em viagens aéreas eu conhecia como era todo o itinerário que nos levaria em segurança direto até a Corte Real Moroi, portanto tinha total ciência de que seria uma viagem longa e sem pausas, quando finalmente fomos autorizados a embarcar fui para o fundo do avião, meus olhos estavam fixos na pulseira que Lissa me dera tempos depois que retornei da Rússia, minha cabeça estava trabalhando teorias para tentar descobrir quem estaria por trás daquilo.

– Pensei que ser isolado fosse uma função minha e não sua. –Ouvi uma voz baixa dizer ao meu lado, era Christian Ozera.

– Fogaréu? O que você está fazendo aqui Christian? –Perguntei franzindo a testa.

– O que você acha que eu estou fazendo Rose? A Lissa é minha namorada e está carregando o nosso filho, eu não podia abandonar ela justo quando ela mais precisa de mim por perto. –Disse ele dando de ombros. –Se importa se eu sentar aqui com você? Não estou muito confortável sentado sozinho lá na frente.

– Não me importo nenhum pouco, fique a vontade Christian. –Falei dando de ombros voltando a encarar o brasão dos Dragomir em meu pulso.

A viagem foi consideravelmente mais rápida do que eu julguei habitual ou normal para o destino que estávamos tomando e gostei disso, pois assim havíamos ganhado um pouco mais de tempo que o previsto a nosso favor para poder ajudar minha Moroi a ficar bem de novo, quando finalmente pousamos em território Real fomos recebidos por um grupo de Guardiões da Rainha e encaminhados para uma das casas de hospedes que pertenciam à propriedade real, eu e Dimitri ficamos num quarto e Christian no outro e Lissa em outro.

– Rose, você está se sentindo bem? –Perguntou Dimitri com a voz vincada de preocupação, parando ao lado de minha cama.

– Quando eu descobrir quem foi o responsável pelo que Lissa está passando nesse momento a coisa vai ficar complicada camarada. Isso não vai ficar assim. –Falei com a expressão séria encarando os olhos castanhos dele.

– Não deveria dizer essas coisas Rose. Além disso, acredite em mim quando eu digo que vingança com as próprias mãos não vão te levar a lugar algum, não pense dessa forma, por favor. –Pediu Dimitri sentando de frente para mim.

– Tudo bem Dimitri, e se a situação fosse inversa? E se fosse eu no lugar da Lissa nesse momento, passando pelo inferno que ela está enfrentando sem garantias de que vai poder voltar para casa. Como você iria se sentir sabendo que existe mais chances de morte do que de vida? –Perguntei asperamente ao cruzar os braços.

– Meu mundo seria completamente destruído no mesmo segundo que eu percebesse que jamais teria você ao meu lado novamente, a sensação de quase perder você é horrível, perder definitivamente sem dúvida é pior. –Respondeu ele tirando uma mecha de cabelo de meu rosto.

– Então você mais do que ninguém deveria me entender, porque é exatamente assim que eu estou me sentindo agora Dimitri. Se Lissa não resistir aos efeitos do veneno e morrer, minha alma vai morrer juntamente com a dela no mesmo momento. –Falei deitando as costas de encontro ao travesseiro.

Dimitri me encarou de um jeito visivelmente malicioso e cuidadosamente mudou de posição, dessa vez jogando o para frente ao modo de que pudesse ficar completamente sobre mim, ainda assim estava sustentando o peso do corpo com os braços já que obviamente era bem mais pesado e forte do que eu era.

– Ei não pense sobre isso agora, por favor. Escute o que vou dizer, nós vamos encontrar uma forma de resolver isso, daqui a algumas horas Adrian vai chegar e ver se consegue ajudar a Princesa. –Disse Dimitri me dando um rápido selinho.

– Eu sei disso Dimka, obrigada por me apoiar lá na sala da Kirova e me ajudar a estar aqui com você hoje. –Agradeci respirando fundo ao sorrir um pouquinho.

– Eu sempre estarei ao seu lado Roza, não importa o que aconteça. Eu nunca vou deixar que algo de ruim lhe aconteça meu amor, eu juro. –Prometeu ele sorrindo ao se levantar. –Agora eu acho melhor descermos para a sala principal.

– Eu concordo com você, está ficando realmente muito quente aqui. –Falei sorrindo maliciosamente ao me levantar.

Ao sairmos de nosso quarto imediatamente demos de cara com Christian Ozera que por sua vez apenas se limitou a dar de ombros, acenado com a cabeça de forma educada como se estivesse nos cumprimentando e começou caminhar ao meu lado. Entramos na sala hospitalar onde Lissa estava deitada rodeada por vários médicos e Adrian, que foi o primeiro a me olhar.

– Você por acaso tem alguma novidade sobre o estado da Lissa? –Perguntei sem desviar os olhos de minha Moroi deitada de olhos fechados ao meu lado.

– Nada que você vá gostar saber Rose, o meu Espírito não está funcionando como deveria. –Disse Adrian cruzando os braços ao me encarar. –Sinto muito.

– Olha só, eu até admito que provavelmente eu posso não ser exatamente o mais inteligente desse quarto agora, mas tenho certeza de que isso não faz o menor sentido. –Disse Christian asperamente, colocando-se bem atrás de mim.

– Não me importo quanto Lissa bate em você pra me defender, mas como ela está meio que fora do ar e o alvo de sua arrogância não sou eu, você não vai falar assim com ele assim na minha frente, fora que obviamente a culpa não é do Adrian. –Repreendi asperamente e ao mesmo tempo lançando um olhar frio na direção de Adrian. – E quanto a você Ivashkov se fizer alguma piadinha idiota por eu ter defendido você te mando pra enfermaria com o braço quebrado.

– Honestamente tenho que admitir, às vezes você realmente me assusta muito com essas ameaças Dampirinha. – Disse Adrian encolhendo os ombros, obviamente não querendo ariscar ganhar um braço quebrado.

– Segura a onda aprendiz, por mais que ele seja um cara com tendências alcoólicas irritantes e inadequadas, eu não estou culpado Adrian pela magia dele não funcionar na minha namorada. Lissa foi envenenada, mas porque isso não a matou na mesma hora? Digo, como ele só a colocou nessa espécie de coma sem afeta-la ainda mais? –Christian questionou franzindo a testa ao me encarar.

– Era para ter funcionado pela quantidade de veneno encontrado, tinha que ter funcionado A não ser... –Dimitri finalmente interferiu em nossa conversa.

– A não ser, o que camarada? –Perguntei o encarando com curiosidade.

– O bebê. –Disseram Christian e Dimitri em conjunto ao se olharem.

– Será que isso é mesmo possível? –Dimitri perguntou franzindo a testa.

– Talvez sim, não tem como saber isso agora que o bebê ainda está em formação primária. Eu acho. –Respondeu Christian dando de ombros.

– Expliquem-se os dois imediatamente, por favor. –Pedi franzindo a testa me vendo completamente perdida e um tanto irritada.

– A identificação viral ainda não ficou pronta para que possamos ter mais informações sobre o que estamos enfrentando, mas sei que aquele tipo de veneno seria forte o bastante para derrubar um elefante. –Explicou Dimitri levando os olhos em minha direção. – É óbvio que um Moroi morreria ingerindo aquela quantidade. Se Lissa está resistindo é por causa do bebê, ele está protegendo ela de algum jeito, por isso ambos ainda estão vivos.

– Isso já é um bom começo para trazer minha namorada de volta. Já fizeram a coleta das digitais na xícara e no bule que encontraram no quarto dela? –Perguntou Christian sério. –Pode haver digitais do responsável.

– A Guardiã Alberta e o Guardião Yuri foram encarregados de resolver isso Sr. Ozera, mas ainda assim o processo vai demorar pelo menos dois dias para ficar pronto. –Respondeu Dimitri rígido e sério ao voltar seus olhos para ele.

– Esperem um momento, e se houvesse outra forma de puxar Lissa de volta a consciência? –Perguntei após alguns segundos de silêncio por parte de todos.

– Que tipo de plano insano você está tramando agora Hathaway? –Perguntaram os três homens presentes na minha frente.

– Nossa, a confiança de vocês três nos meus planos é inspiradora. –Falei sarcasticamente, porém ainda completamente concentrada. –Lissa e eu somos ligadas pelo laço do Espírito, posso usar isso para trazer ela de volta pra nós.

– Eu sei que estamos desesperados, com pouco tempo e sem respostas concretas Rose, mas você melhor do que ninguém deve saber que isso é completamente insano e sem dúvida também é impossível de acontecer, além disso, você não é Moroi, não possui poderes como nós. – Protestou Christian claramente confuso.

– Boa teoria fogaréu, mas esqueceu de um detalhe que fura a sua inteligência inabalável; o fato de eu ser uma “Beijada pelas Sombras”. A questão é que com isso eu naturalmente possuo a ligação psíquica com Lissa que automaticamente me liga diretamente a ela sem problemas, portanto nossas redes neurais viram uma coisa só quando eu sou pega pelo Espírito dela. –Falei de forma cautelosa, havia a outra parte do plano que eu sabia que eles não iriam gostar nadinha.

– Você é mesmo doida e quanto a isso não tem contraprovas, mas sua teoria realmente soa bem melhor que a minha. Porém ainda assim tem uma pegadinha ai em algum lugar, eu sinto. –Disse Adrian franzindo a testa ao me olhar.

– Eu também percebi. O que você não está contando pra gente? –Perguntou Dimitri estreitando os olhos. –Anda Rose, fala o que você não está contando.

– Por favor, não surtem, ok? Escutem, para que eu possa me ligar a Lissa em geral ela está acordada como isso não é possível vou usar outro método. –Falei sendo ainda mais cautelosa, a bomba estava prestes a estourar e eu iria me ferrar.

– E... –Dimitri cruzou os braços me lançando um olhar preocupado, porém ainda assim não entendo o que eu estava tramando... Ainda.

– E para a ligação psíquica funcionar corretamente entre as duas de novo agora Rose também não pode estar acordada... Para funcionar ela têm que... De jeito nenhum! Sem chance Rose, pode esquecer isso é perigoso demais. –Disse Adrian sobressaltado ao encaixar as últimas peças.

Droga, eu estava mesmo encrencada agora.

– Esperem! O que exatamente eu perdi? –Dimitri perguntou franzindo a testa.

– Lissa pode estar mesmo com um pé no mundo dos mortos e para puxar ela de lá Rose quer usar o Espírito, mas para isso ela também teria que estar, digamos que com um pé aqui e outro na dimensão dos mortos. –Finalizou Christian fechando a expressão mostrando que também não concordava com meus planos.

– É o que? Não! De jeito nenhum isso vai acontecer! Rose você não vai fazer isso de maneira nenhuma e não tem discussão a respeito, é insanidade demais junta para corrermos esse risco... Até pra você. –Explodiu Dimitri aos gritos.

– Segue sua intuição Rose... Ok, agora eu aprendi. –Falei para mim mesma.

– Rose eu estou pedindo como o seu igual e não como um mentor chato com lições de moral zen irritantes, não faça isso. Por favor, não. Eu sei que a Princesa Dragomir é muito importante para cada um de nós presentes nessa sala, mas não faça isso. Eu não... Droga, eu não posso perder você de verdade. É dor demais e eu não vou aguentar. –Disse Dimitri agora parando bem ao meu lado.

Naquele exato momento era como se todo o ambiente a nossa volta tivesse desaparecido por completo, então de certa forma de um modo figurativamente falado havíamos somente eu e Dimitri dentro daquele quarto hospitalar.

Não havia mais o fato de que estávamos novamente nos expondo completamente depois de meses fixando a ideia de que deveríamos nos esconder totalmente de nosso mundo até achar uma saída melhor, claramente o camarada Belikov não estava ligando para o fato de que havia dois Morois nos vendo, porque seus braços envolveram minha cintura e seus lábios envolveram os meus.

– Esse é mais um dos motivos pelos quais eu sei que tenho que voltar. Eu vou voltar para os seus braços, consigo fazer isso. –Falei a centímetro do rosto dele quando nossos lábios se separaram.

– Você vai morrer, e não posso te perder Roza. –Disse ele com a voz trêmula.

– E você não vai me perder, eu prometo. Como eu disse não seria justo ficar sem seus sermões. –Brinquei rindo levemente e o fazendo rir também.

– Honestamente não sei por que eu ainda tento confrontar você depois de tudo o que já vivemos juntos dentro de fora da Academia, na Rússia, aqui na Corte, no meu Aniversario, em Spokane. –Disse Dimitri exasperado e a cada palavra sua voz era cada vez mais carregada por dor, medo e uma cota gigantesca de uma agonia que eu nunca vi pertencer a ele antes em todos esses meses.

– Desculpe camarada, mas nesse exato momento as coisas estão fora de controle, ou seja, são coisas demais para processar de uma vez só, então acho que você vai ter que ser um mentor gentil e traduzir isso tudo pra mim. –Falei franzindo a testa sem ter a mínima ideia do que ele pretendia com o discurso.

– Não ficou óbvio pra você ainda? Está na cara que você vai fazer essa loucura de brincar com a morte pela segunda vez desde o acidente de carro que, aliás, te matou de verdade, você vai fazer isso eu aprovando ou não. Segue sua intuição Belikov, tudo bem agora eu aprendi a lição. Está certo, vocês dois por acaso poderiam me dar um momento com a Rose? Em particular, por favor? –Pediu Dimitri encarando Adrian e Christian com uma expressão calma. –Prometo que levará poucos segundos.

Adrian e Christian finalmente descongelaram de suas posturas de estatua, ambos lançaram olhares confusos e um tanto apreensivos entre si, depois assumiram posturas sérias e superficialmente neutras diante da situação embaraçosa que todos nós nos encontrávamos e num ambiente completamente inesperado para esse tipo de coisa acontecer, muito embora estivesse claro que foram pegos de surpresa diante do fato de que o Guardião mais durão e temido da São Vladimir estava parecendo com um adolescente de 17 anos diante de um dilema do primeiro amor, ainda assim se controlaram incrivelmente muito bem visando o modo como a personalidade deles tinham tendências potencialmente inclinadas para piadinhas sem graça e brincadeiras sugestivas apenas assentiram e eles saíram em total silêncio.

Eu por outro lado completamente diferente tinha a testa um tanto franzida agora e uma expressão de completa confusão diante do que estava por vir de meu mentor gato, abalado e estranhamente temeroso; Dimitri às vezes – ou posso me ariscar a dizer que quase sempre, possuía um dom extraordinário e perigoso para fazer coisas potencialmente imprevisíveis quando estava sob algum tipo de pressão onde uma das escolhas me envolvia diretamente e algo nessa teoria estava prestes a ser colocada em vigor naquele exato momento de algum jeito.

– E então? Tudo bem Dimitri pode começar com o sermão, eu não vou mudar de ideia. –Perguntei preocupada com o silêncio gritante que vinha dele.

– Eu sei disso, não quero brigar com você. –Disse ele calmamente. Assustei-me.

– Como é que é? Não vai brigar? Então o que foi? –Perguntei de testa franzida.

– Vou contrariar minhas regras, minha moral. Vou confiar em sua insanidade. –Respondeu ele me puxando para os braços dele e juntando nossos lábios com força. –Eu queria poder ter beijado você desse mesmo jeito desde a primeira vez que a vi no Oregon. Eu te amo, então nem pense em me abandonar Rose.

Naquele momento o restante de força que me faltava para ter a certeza de que conseguia fazer aquilo se elevou. Agora eu tinha tudo o que precisava para começar a agir, bem nem tudo, mas as coisas estavam caminhando bem para isso acontecer. Ainda assim faltavam partes do meu plano que eles provavelmente não iriam gostar muito, mas ainda assim não havia outra forma de acontecer.


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