Academia de Vampiros - Escuridão do Espirito escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 45
Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Hehe mais um.... Boa leitura e não esqueçam de comentar!!!!



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Pela manhã daquela segunda-feira eu acordei com a Guardiã Alberta batendo em minha porta insistentemente de uma forma nada sútil, ao abrir a fechadura ela me entregou algumas roupas, botas e com um sorriso que raramente era visto em seu rosto pediu que eu me trocasse rapidamente e me dirigisse aos fundos do salão principal e assim o fiz. Na verdade eu já conhecia como ocorria a cerimônia para o recebimento das “Marcas Molnija”, porem dessa vez por conta de Abe haveria algumas modificações que por sua vez tornou o evento uma festa de verdade.

Com certeza daquela vez estava sendo completamente diferente do que naturalmente acontecia; primeiro estavam todos dançando uma música agitada incrível que Kirova amaldiçoaria pelo restante da vida dela e praticamente toda a Academia estava reunida ali, pude facilmente localizar Dimitri devido a sua altura não muito natural, mas iria falar com ele um pouco mais tarde, então me coloquei em modo “robô” e fiz o que esperavam de mim, recebi minhas novas marcas com honra, respeito a minha função e lealdade ao meu mundo, falei algumas palavras com as pessoas que se dirigiam a mim e retribui aos abraços que me eram oferecidos mesmo à contra gosto. Quando finalmente chegou a vez de minha mãe me cumprimentar eu prendi a respiração; ela estava com Abe.

– Nunca se esqueça desse momento Rose. Nunca se esqueça. –Disse minha mãe em meu ombro ao me envolver com os braços num aperto moderado.

– Estou orgulhoso de você, filha. –Disse Abe Mazur ao me abraçar com força.

Aquilo me pegou completamente de surpresa. Filha? Ouvir aquelas simples palavras me desmontou por completo e num gesto sincero eu o apertei com força.

– Obrigada por tudo que fez por mim lá na Rússia esse tempo que estive lá, por ter enviado Sidney e por ter me protegido... Pai. –Falei com um pequeno sorriso.

Abe abriu um largo sorriso e então se afastou de mãos dadas com a minha mãe e antes que eu tivesse tempo para me recuperar do choque outra figura se colocou a minha frente rapidamente, essa por sua vez era alta, escultural, gostosa e me causava pensamentos obscenos quase que o tempo todo, além de me hipnotizar de uma forma avassaladora com aquela Colônia Russa pós-barba; Dimitri.

– Isso é impressionante, mais uma vez para calar as más línguas que a julgaram e ainda o fazem você provou que merece fazer parte da equipe tanto quanto qualquer um de nós presentes na Academia essa noite, estou orgulhoso. –Disse Dimitri com um leve sorriso em seus lábios ao estender a mão para mim.

– Obrigada Guardião Belikov, digo o mesmo a seu respeito. É uma honra ser considerada parte da linha de Guardiões e poder ter o meu papel cumprido em beneficio de nosso mundo. –Falei sorrindo levemente ao retribuir o aperto, muito embora minha vontade era de puxá-lo para mais perto e juntar nossos lábios.

– Controle-se Rose. –Advertiu Dimitri num sussurro baixo aumentando o sorriso.

– O que eu fiz agora camarada? –Perguntei fazendo voz de inocente.

– Está flertando comigo em pensamentos provavelmente bem inapropriados, eu estou vendo isso nos seus olhos Roza. –Respondeu ele avançando lentamente como quem pede passagem e então acrescentou perto de meu ombro. –Você está tremendamente linda nessa noite, mas ainda prefiro seu cabelo solto.

Sorri discretamente e voltei a minha mascara de Guardiã impecável, porém ainda assim dando uma ultima olhada para trás, e isso me permitiu ver a Moroi Tasha Ozera, tia e provavelmente única representante familiar de Christian a não ter se inclinado a se tornar Strigoi se aproximar de Dimitri de forma apressada e chamá-lo para um dos cantos do salão.

Na distância que eu estava naquele momento estava claro que não iria conseguir descobrir sobre o que exatamente os dois estavam conversando e o porquê da forma suspeita que Tasha Ozera estava agindo perto dele, porém pela expressão surpresa que meu mentor gostoso assumiu o assunto deveria ser realmente muito sério, imediatamente me vi preocupada e mais do que desconfiada.

– Você está com ciúmes ou sempre olhou desse jeito particularmente assassino para Lady Ozera? –Perguntou Sidney em minhas costas. – E sim eu sei tudo sobre o seu mundo. É uma festa, deveria tentar se divertir.

– Porque exatamente você ainda está aqui Sidney? –Perguntei de braços cruzados sem olhá-la. –Abe não tem outra missão pra você cumprir ou coisa assim?

– Seu pai não te contou sobre isso ainda? –Sidney questionou franzindo a testa.

– O que exatamente você acha Sidney? –Perguntei também cruzando os braços sem desviar meus olhos de Dimitri e principalmente de Tasha Ozera.

– Mazur vai me deixar ficar aqui por algum tempo, principalmente porque quer que eu fique de olho em você. –Respondeu ela dando de ombros.

– Uma Guardiã sendo protegida por uma Alquimista a mando de um mafioso cheio de segredos? Não, muito obrigada. Essa eu vou recusar e respondendo a sua pergunta, eu não gosto de Tasha e talvez ela se jogar pra cima de Dimitri toda a vez que está falando com ele me deixe um tanto incomodada. –Falei asperamente apertando a taça de champanhe em minha mão.

– Ah, certo... Sabe como isso se chama Rose? Ciúmes, isso se chama ciúmes e dos grandes... Além disso, eu... Rose, me da essa taça antes que você se machuque, por favor. –Pediu Sidney estendendo a mão em minha direção.

– Ciúmes? Está falado sério? Sidney você sabe o que sinto com relação ao meu mentor, então acho que tenho o direito de querer voar na garganta daquela vadia e... Ok, sim talvez eu esteja mesmo com ciúmes! –Falei ainda apertando a taça que em determinado momento simplesmente explodiu em minha mão.

Senti um incomodo na mão esquerda enquanto virava o corpo e me dirigia ao prédio dos Dhampiros, eu tinha que começar a me controlar melhor ou poderia me dar muito mal em breve. Senti passos se formarem atrás de mim e mesmo assim continuei andando, então meu perseguidor deve ter perdido a paciência porque senti um braço me segurar o ombro.

– Fala sério. Olha só sem essa de sermão zen pra cima de mim cama... –Comecei a falar, porém parei assim que focalizei as feições do meu perseguidor.

Não era o Dimitri que estava diante de mim e sim Tasha Ozera. Merda.

– Não me leve a mal com o que eu vou lhe dizer agora Lady Ozera, mas sendo tremendamente honesta, mas você é a última pessoa que eu quero ver na minha frente essa noite. –Falei rudemente ao cruzar os braços no peito.

– Você está sangrando. –Foi tudo o que ela disse ao me estender um lenço branco com um pequeno sorriso educado, o que me deixou ainda mais irritada.

– Eu não me importo com isso nenhum pouco, sei que vou sobreviver. –Falei asperamente, estava cansada de fingir que a presença dela não me irritava.

Tasha deu de ombros com o mesmo sorriso gentil nos lábios pequenos sem cor específica, guardou o lenço no bolso de seu jeans e continuou me encarando com a expressão doce e calma e aquilo estava me dando uma vontade imensa de socar a cara dela e deixar igual ou pior ao lado desfigurado.

– Porque você está aqui? O que você quer de mim? –Questionei lutando para manter meu controle, que honestamente não era muito bom.

– Você estava a ponto de machucar aquela Alquimista que seu pai trouxe para ajudar nas informações que serão colocadas em seu histórico permanente, então eu pensei que seria uma boa tirar você da festa. –Respondeu ela ainda sorrindo.

– Tasha eu quero deixar uma coisa bem clara nesse momento antes que as coisas fiquem mais complicadas e piorem, eu tentei, mas eu realmente não gosto de você nenhum pouco, portanto quero que fique longe de mim e se continuar me enchendo o saco com essa pose de Moroi boazinha eu vou me irritar de verdade esquecer as boas maneiras e ai vou machucar você. –Falei recomeçando a andar pelo corredor que levava ao prédio dos Dhampiros.

Andei pelo corredor em passos duros, puxando o elástico de meu cabelo no meio do caminho, balançando a cabeça para fazer as mechas dançarem a minha volta.

– Seu controle precisa ser melhor, isso pode ser perigoso. –Disse Dimitri em minhas costas andando a centímetros de distancia.

– Deixa a lição de moral para outra hora camarada, estou implorando. Por favor, eu não estou bem. –Falei asperamente andando em passos rápidos e duros.

– Você estava prestes a bater em Lady Ozera só porque ela tirou você da festa porque queria te ajudar com sua falta de controle. –Disse Dimitri colocando-se bem na minha frente e isso me obrigou a parar. –Pelo que eu fiquei sabendo a Princesa não tem usando magia por causa do bebê, tem algo errado com você.

– Sai da minha frente agora Dimitri, eu realmente não quero brigar com você essa noite também. Não desse jeito pelo menos. –Falei respirado fundo, impaciente e então algo me ocorreu. –Tudo bem, você quer conversar não é? Vamos conversar então. O que Tasha Ozera falou pra você no salão que o deixou tão surpreso.

– Eu tinha certeza que você estava olhando na nossa direção. Tudo bem, você vai saber em algum momento mesmo... Ela me solicitou para ser o Guardião pessoal dela já que oficialmente não possui nenhum e não fui designado para a Lissa ainda. –Respondeu Dimitri após alguns segundos de silencio.

Aquelas palavras me atingiram como se eu tivesse recebido um tapa no rosto, na verdade eu teria sentido menos dor se ele tivesse realmente me batido. Estava tão obvio que me fez parecer uma idiota não imaginar que por amá-lo Tasha Ozera encontraria uma forma de mantê-lo perto dela de forma definitiva. Minha alma se partiu em mil pedaços e puta que pariu como aquilo doeu!

– Você... Você está chorando? –Dimitri perguntou avançando dois passos.

– Sai da minha frente agora Dimitri, eu preciso ficar sozinha nesse momento. – Falei o empurrando para o lado na esperança de conseguir passagem.

Naquele momento Dimitri poderia muito bem ser um perfeito cavalheiro se quisesse e sendo assim entregar os pontos numa boa, mas como estávamos falando justamente do Dimitri isso claramente não aconteceu numa boa como era para ser, então eu não iria me sentir culpada quando ele me agarrou pelo braço com força para me fazer parar e encará-lo, meu sangue subiu em segundos e eu não consegui controlar o impulso avassalador de fechar a mão em punho e socar o rosto dele com toda a força de meu corpo.

– Eu mandei sair da minha frente camarada. –Falei asperamente ao voltar a andar.

Chegando ao prédio onde se localizada os dormitórios dos Dhampiros eu simplesmente sentei no meio do pátio principal e então sabendo que não iria conseguir me segurar por muito mais tempo do que já estava fazendo finalmente desabei em lágrimas. Todos os meus esforços para encontrar uma forma de poder não ter que passar por aquilo falharam. Porque no final das contas Dimitri iria embora com Tasha Ozera, provavelmente eles se casariam alguns meses depois e em seguida teriam pelo menos dois filhos.

Eu queria morrer. Lissa teria que se virar dessa vez porque eu estava de saco cheio, toda a minha vida eu me limitei a pensar no que seria correto fazer para a proteção dos Morois do nosso mundinho mágico maluco, mas agora estava oficialmente cansada de ser uma marionete em minha própria vida. Se eu não podia uma vez na vida poder ter a chance de me apaixonar não haveria porque querer viver e pior que a morte e viver sabendo que não poderia ter a única coisa que eu desejei para mim mesma porque eu queria; Dimitri.

Eu não estava conseguindo pensar com coerência quando meu cérebro só conseguia projetar imagens do meu doce Dimitri indo embora com aquela Moroi sem sal, beijando Tasha Ozera numa varanda branca de uma casa simples em algum lugar na Rússia, havia dois bebês nos braços dela e ambas as crianças eram uma mistura entre ela e Dimitri, meus olhos se encheram de lágrimas que dificultaram a minha visão quase que completamente.

Entrei em meu quarto batendo a porta com força sem me importar com a possibilidade de Dimitri entrar e me arrastar para a sala da Direção por tê-lo agredido da forma que eu fiz, me joguei na cama de olhos fechados e simplesmente me desmontei em lágrimas.

Que saco, suportar um ataque Strigoi, ser sequestrada quase morta varias vezes, tudo isso que sempre me preocupou estava sendo moleza e então vem à vida e me da uma rasteira dessas. Eu provavelmente devia ter feito muito mais do que só jogado pedra na cruz, provavelmente eu a joguei no chão de uma praça de ateus furiosos, dancei valsa encima dela e depois enterrei com concreto.


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