Academia de Vampiros - Escuridão do Espirito escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 43
Capítulo




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Não sabia dizer o que exatamente havia de errado comigo para eu estar agindo daquela forma tão agressiva e descontrolada – algo além do meu teoricamente normal; principalmente porque o Espírito não era usado desde que Lissa ficou grávida há dois meses então isso não podia afetá-la e por consequência não podia chegar até mim o suficiente para me atingir também então havia outra coisa errada acontecendo comigo, porque quanto mais eu golpeava os bonecos inertes ou fazia a bateria de exercícios complementares repetidas vezes mais eu queria continuar ali fazendo exatamente a mesma coisa, precisava sempre estar em movimento, socando, batendo, e ainda assim, isso não estava adiantando em nada, mas eu não parava com o mesmo ciclo agressivo, socar, bater e golpear como se tudo o restante não existisse mais a minha volta por algum tempo.

Senti uma mão quente pousar levemente em meu ombro e me virei fechando a mão e jogando o punho para frente com vontade, só não acertando o rosto de Adrian Ivashkov porque como eu já havia observando algum tempo atrás, quando sóbrio ele tinha incrivelmente bons reflexos para um simples Moroi.

– Ah meu Deus! Droga Adrian, você quase me matou de susto garoto. Além disso, eu juro que por pouco não quebrei o seu nariz e fazer rinoplástia em Montana não é muito recomendável, pode acreditar em mim. –Falei pulando para trás ao retirar os fones e encará-lo, confusa. – Espera que horas são agora?

– Já é de manhã há algumas horas, então acredite em mim quando digo que você está aqui há bastante tempo Dampirinha. –Respondeu ela calmamente com um pequeno sorriso amigável. –Eu posso conversar com você um momento?

– Claro você já esta fazendo isso mesmo. –Falei ficando séria, por alguma razão a atitude dele me deixou um tanto desconfiada. Adrian não era daquele jeito, sem contar o fato de que estava estranhamente sóbrio. –E então, porque está aqui?

– Eu estava pensando, você me odeia? –Perguntou ele me encarando sério.

– Bem, sinceramente falando admito que você não é exatamente minha pessoa favorita no mundo Adrian, mas não... Eu não odeio você, apesar de achá-lo incrivelmente muito irritante às vezes, ou quase sempre. –Respondi franzindo a testa, sem conseguir entender o que exatamente ele estava querendo de mim.

– Então se eu a convidasse para um evento especial daqui a alguns dias você aceitaria? Digo você aceitaria ir comigo? –Perguntou ele me encarando com cautela e então levantou a mão em protesto ao que eu poderia dizer. –Antes que diga não, me de a oportunidade de explicar, ok? Eu tranquei minha faculdade há algum tempo para poder estudar meus poderes Espirituais com a minha prima e isso tem sido realmente muito bom para mim. O que conseguimos até agora vem me deixando cada dia mais orgulhoso; eu curei os arranhões de um garoto do primeiro ano semana passada, então eu pensei que poderia me dar uma pequena folga e poder preocupar com outra coisa agora.

– Não estou dizendo um sim ao que você está propondo, mas, por favor, prometa pra mim que definitivamente você não vai me colocar dentro de um vestido colado cafona que vai me deixar com cara de piranha ou coisa pior... Parecida com algumas das alunas daqui. –Falei fazendo careta de desaprovação total.

– Não, eu nem mesmo iria dar algum palpite sobre isso Dampirinha. Olha você vai poder usar o que quiser usar, nem precisa me contar. Palavra. –Disse ele com um sorriso animado que há tempos eu não via em seu rosto.

– Em que tipo de encrenca eu estaria entrando se aceitasse o convite Adrian? –Perguntei cautelosamente, com Adrian era bom não pecar com o excesso.

– Meu aniversário de 23 anos, vai acontecer daqui a exatamente duas semanas e meia. É uma espécie de tradição da minha família o aniversariante, executar uma dança especial em determinado momento da festa como uma abertura para as danças e pra isso eu preciso de um par e então eu pensei que talvez pudesse ser você. –Disse ele abrindo um largo sorriso esperançoso.

– Adrian chega, pode parar por ai. –Adverti colocando-me dois passos longe dele.

– Parar com o que? –Perguntou ele fazendo cara de confuso. –Eu não fiz nada.

– Essa é a pior cantada que eu já ouvi em toda a minha vida e olha que eu já ouvi muita coisa por ai. É sério, para. –Falei me segurando para não perder a calma.

– Olha eu não vou mentir pra você, em especial porque eu não conseguiria e também porque não seria nenhum pouco justo para nenhum de nós dois, então admito que desde de o momento que a vi na estação de Esqui Real em Spokane realmente me vi atraído por você, até eu conhecer outra garota que me balançou cem vezes mais. Bem na verdade eu só a vi uma vez, mas... Não sei, realmente gostei dela. –Respondeu ele parecendo estranhamente desconfortável.

– Não que seja da minha conta, mas eu a conheço? –Perguntei um tanto curiosa.

– Deveria, porque na verdade ela veio com você da Rússia junto com o Turco metido a nariz empinado. –Respondeu ele dando de ombros me encarando com uma expressão indiferente; que estava soando como a pior forma de disfarçar um assunto que eu conhecia. Adrian tinha muito que aprender pra chegar ao ponto do que eu tinha de ironia, iria levar alguns bons séculos até lá.

– Está falando da Alquimista que ajudou a salvar meu pescoço a mando com mafioso mais rico e perigo ainda vivo que alias é meu pai biológico? –Questionei arregalando os olhos surpresa, eu esperava ouvir qualquer coisa, menos aquilo.

– Sidney Sage, esse é o nome dela não é? Sim, estou falando dela. Olha, você pode me chamar do que quiser, minha reputação de mulherengo precede que qualquer forma, mas com ela é diferente. Prometo. –Disse Adrian inquieto, e havia um jeito diferente no modo como ele falava dela.

– Então fala com ela de uma vez, talvez ela também goste de você. –Sugeri sem conseguir pensar em alguma coisa melhor para dizer naquele momento.

– Eis o problema Dampirinha, eu não consigo criar coragem para falar com ela e especialmente por ser ela. Tenho medo de ser rejeitado ou coisa pior. –Disse Adrian suspirando pesadamente.

– Sinceramente falando eu acabei de voltar de uma viagem que me deixou pra lá de confusa em varias coisas, então sinto muito se eu não estou nenhum pouco a fim de bancar o cúpido de ninguém em especial para você e outra garota, mas vou abrir uma pequena exceção para você porque acho que tenho uma ideia que pode te ajudar. Leva ela no evento do seu aniversário, é uma boa maneira de começar a conhecê-la e quem sabe você e ela, podem chegar a algum lugar. –Sugeri dando de ombros eu estava inquieta, queria continuar socando os bonecos.

– Obrigado Dampirinha, é um bom conselho. Talvez eu o siga de verdade. Ei lembrei o que realmente vim fazer aqui quando acordei com Lissa me gritando porque não viu você em seu quarto na ala dos Dhampiros. Você não vai ficar encrencada ou algo assim se te pegarem aqui sozinha? –Perguntou ele me encarando de testa franzida ao ir para perto da porta.

– Bem... Sim eu provavelmente posso pegar uma leve detenção por não respeitar o toque de recolher da Academia e ainda por cima vir para cá sem a supervisão do meu mentor, mas ainda precisava de um tempo sozinha pra relaxar e clarear as ideias, então que se danem as regra, pelo menos ate me pegarem. – Respondi dando de ombros sem me importar. –Mais você não precisa ser pego comigo, pode voltar para o seu dormitório agora, eu vou ficar bem.

– Tem certeza de que não quer companhia? –Perguntou ele parecendo preocupado de verdade e me perguntei o que meu rosto transmitia.

– Tenho, pode ir descansar um pouco e diga para Lissa que eu estou bem e que saberei pelo laço se acontecer algo que a faça precisar da minha ajuda. Eu ainda tenho muitos socos a distribuir nesses valentões aqui. –Falei apontando para os bonecos de treino a minha frente.

Adrian me lançou um último olhar preocupado que eu não conseguir entender muito bem e então se virou e meio relutante felizmente foi embora, suspirei tentando recuperar minha concentração e voltei ao que estava fazendo, então canalizando toda a irritação que eu estava sentindo todo esse tempo comecei a socar vários bonecos de uma só vez, eu não via nada em específico e sim uma cor em particular; o vermelho e isso me causava raiva. Raiva essa que eu tinha desesperadamente que canalizar para fora de meu corpo.

– Já chega disso, você já fez mais que o suficiente por hoje. – Ouvi uma voz firme com sotaque atrás de meu corpo ordenar. Não dei ouvidos, e continuei socando o boneco a minha frente. –Rose, eu disse chega. Para com isso. Agora.

– Me deixa em paz Dimitri, por favor! Eu estou bem, apenas preciso... Eu estou bem, só preciso de um tempo, para pensar. Sozinha. Por favor, me deixa em paz e prometo que serei obediente quando nosso horário de treino matinal começar oficialmente. – Falei sem olhá-lo ou parar meus movimentos contra o boneco.

– Esqueci que você é teimosa quando está muito irritada, ou quando tem alguma coisa incomodando você... Se você está aqui pelo tempo que imagino significa que está “pensando” sozinha a cerca de oito horas ou mais que isso. Você precisa comer e beber alguma coisa e dormir. Posso falar com Kirova a respeito do seu desempenho todos esses meses e cancelar seu treino de hoje. – Propôs Dimitri colocando-se ao meu lado com os braços cruzados no peito.

Revirei os olhos o ignorando e voltei a mexer o corpo, ergui o braço, pronta para acertar mais um soco no boneco que estava me deixando incrivelmente irritada só por estar ali na minha frente quando numa agilidade inacreditável Dimitri se colocou na frente do boneco parando meu soco a centímetros de seu rosto e me encarou com intensidade. Tentei me mover para me libertar daquele aperto, mas ele não soltou minha mão, ao contrário, fez ainda mais pressão para me conter. Porém daquela posição ele havia cometido um grande erro; eu ainda podia mover os meus pés e foi exatamente o que eu fiz.


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