Eu praticamente havia crescido com Lissa, ao ponto de que quando éramos crianças deixam que, ambas dividíssemos a mesma cama, Lissa confiava tanto em mim de um jeito que era impressionante, nem mesmo com Christian ela era daquela forma. Sempre que havia algo errado ela imediatamente corria para os meus braços e contava tudo que estava acontecendo e por isso o fato de eu estar escondendo tantas coisas dela ultimamente estava me deixando tão estressada.

Por outro lado, agora que eu finalmente havia sido liberada da enfermaria após refazer uma bateria de exames que confirmou que eu estava bem, da qual todos os meus amigos me viram entrar não havia mais como não explicar a ela o que havia ocorrido no avião e antes disso no aeroporto da Corte Real.

Mesmo que eu fosse obrigada a inventar algumas coisas para que o restante dos fatos não parecerem vazios ou mesmo insanos, porém agora o fato de eu estar cuidando de Christian só meio período do tempo havia dado a dica de que havia alguma coisa grande acontecendo por tras das cortinas. Nada de desculpas dessa vez. Então, por mais que doesse muito ter que fazer aquilo, contei para ela e Christian. – bem como para Eddie e Adrian, que também estavam juntos. Claro que como estava sem paciência esses últimos dias contei a versão resumida.

– Você acha que viu fantasmas rondando o campus da Academia? – Exclamou Christian me encarando com descrença. – Sério isso Rose?

– Escuta aqui fogaréu. –Repreendi asperamente perdendo meu último fio de paciência que já não estava lá grande coisa há tempos. – Eu contei para vocês o que esta acontecendo comigo numa boa, mas não quero arrastar o assunto pelo resto do ano letivo. Isso já está nas mãos de quem entende do assunto. Deixem pra lá e cuidem da própria vida. Em especial você, Christian que agora tem que ser responsável e tomar conta de si mesmo e do seu bebê.

– E quanto a mim Rose? –Perguntou Lissa fazendo biquinho.

– De você, eu cuido Liss. Sou sua Guardiã, minha função é te manter segura e é o que vou fazer. –Falei com um pequeno sorriso ao abraçá-la devagar.

Depois disso estava na hora do jantar, agora que comia por dois Lissa estava quase pior do que eu e olha que para superar um apetite como o meu em geral imagino que a pessoa tem que estar sem comida por um mês inteiro ou mais que isso. Não consegui me conter e sorri. Ela estava feliz. Estava conseguindo tudo o que queria e tudo o que um dia seus pais sonharam para ela, então eu também me sentia feliz, mesmo que meus problemas com controlar o espírito dela estivessem me deixando cada vez pior, era o tipo de coisa que eu faria por ela, para protegê-la e garantir que ela ficasse segura.

– Você viu mesmo o Mason? –Perguntou Eddie colocando-se ao meu lado.

– Eu acho que era ele. –Falei ficando séria. –Não sei bem ao certo, sei lá. Todo mundo acha que eu imaginei isso Eddie, talvez tenham razão.

Mais tarde naquele dia quando já estava com os cabelos desembaraçados, os dentes escovados, de pijama e debaixo de meu edredom resolvi fazer algo que não fazia há algum tempo. Fechei meus olhos tentando relaxar e escorreguei para dentro da cabeça de Lissa. Como imaginei, ela não estava sozinha, Christian estava deitado ao lado dela.

“- Acha que realmente tem algo de errado com Rose? – Perguntou Lissa encarando Christian pela luz fraca de seu abajur.”

“- Liss são 3 da manhã, vamos discutir isso depois que acordarmos, por favor? – Pediu Christian, sonolento e de testa franzida.”

“- Você acha que ela está ficando louca como todo mundo acha? – Insistiu Lissa inquieta agora se sentando na cama.”

Christian soltou um suspiro derrotado e meio a contra gosto colocou-se sentado também, acendendo seu abajur para poder olhar para ela.

“- Não Liss, eu não acho que Rose esteja ficando louca como metade do campus da Academia está espalhando por ai e também não acho que ela esteja inventando essa coisa toda de fantasmas. Ela não é assim. Rose é dura na queda e se isso a esta fazendo perder algum tipo de controle, é porque ela esta mesmo com problemas. – Disse Christian encarando seu edredom e Lissa o encarou surpresa, assim como eu também havia ficado.”

“- O que acha que vai acontecer com ela? O que vai acontecer se Rose não parar de ver essas coisas? – Lissa perguntou voltando a se deitar.”

“- Honestamente eu não tenho idéia Liss, mas por outro lado Rose é esperta. Vai achar uma saída ou uma resposta que a ajude a entender o que esta acontecendo e porque está acontecendo justamente com ela. – Disse Christian apagando seu abajur e puxando-a para seu peito com carinho. – Agora estou mesmo morto de sono e aposto que nosso bebe também quer dormir”

Sai da cabeça de Lissa e me levantei num pulo, Christian tinha razão numa coisa que havia dito para Lissa. Eu sabia de um jeito para descobrir o que estava acontecendo comigo. Tinha uma forma de conseguir algumas respostas.

Andei até o dormitório dos Dhampiros sozinha. E quando eu estava quase do lado de fora do campus, ele apareceu de novo. Mason.

Eu congelei e olhei em volta, esperando que tivesse mais alguém por ali para testemunhar aquilo e saber de uma vez por todas se eu estava ou não perdendo meus parafusos, mas não havia ninguém, além de nós dois.

– Muito bem, isso vai ser no mínimo interessante. –Falei de forma surpreendentemente calma ao encarar-lo. –Estou feliz por ver você de novo patinho. Embora que devo admitir ter ficado uma fera pelos extras lá no aeroporto e também no avião. Não foi muito gentil.

Ele me encarou, com o rosto inexpressivo e os olhos tristes. Isso fez com que eu me sentisse horrível por dentro. Quebrei o silencio.

– Vamos por partes agora, ok patinho? Você é real? –Perguntei sentindo-me uma completa idiota.

Para minha surpresa, ele balançou a cabeça.

– Sim, você é real? –Perguntei feliz pela cooperação dele, pó mais que fosse estranho estar falando com um fantasma.

Ele fez que sim com a cabeça.

– Sim, eu estou ficando louca como Anna? –Perguntei cruzando os braços.

Ele fez que não; eu suspirei particularmente aliviada.

– Bom, estamos chegando a algum lugar agora. –Falei com um pequeno sorriso. –O que você está fazendo aqui?

Mason me encarou com a mesma expressão perturbada de sempre e antes que eu pudesse me recompor o bastante para prosseguir com o questionário incomodo ele desapareceu.