Triângulos e outras formas geométricas escrita por Maria Walburga Heeten


Capítulo 2
Capítulo 2 — O primeiro passeio




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/536877/chapter/2

Thorin havia optado por passar o dia ainda em repouso. A ninfa Maria o havia visitado algumas vezes ao longo do dia para repor a água do aromatizador. Antes de Nymphae, ele era descrente da capacidade de cura de perfumes, depois da ilha, começou a creditar parte de sua recuperação aos óleos essenciais e perfumes que a ninfa fazia. No segundo dia de consciência, resolve passear por Nymphae. Por mais bem recebido que tenha sido, isso só o fazia sentir mais saudades de seu lar e de seu povo. Ao levantar-se, sai do quarto e caminha por um corredor até chegar a uma cozinha. Uma ninfa parecida com Maria estava a cozinhar algo, partia as frutas em cima de uma mesa. Ao vê-la mais de perto, percebe que faltavam as pintas e sardas.
– Você não é Maria, certo? Me lembro de ter visto uma profusão de pintas e pele corada de sol nela. - comenta Thorin
A jovem levanta a cabeça e fita-o com um sorriso no rosto. Realmente, além da diferença em relação às pintas, a jovem à sua frente era de gestos muito mais delicados e elegantes.
– Sou Nina, irmã gêmea de Maria. Se sente melhor, senhor Thorin? - pergunta Nina
A voz era identica! Mas o olhar não era. Nina era doce, gentil, meiga, mas de jeitos refinados e extremamente elegantes e formais. A ninfa que o havia visitado no dia anterior andava descalça e tinha feno agarrado ás pontas dos cabelos loiros.
– Sim, bem melhor. Sabe onde está seu pai? Ou sua irmã? Preciso que alguem me acompanhe em um passeio por Nymphae. Preciso esticar as pernas, muito tempo deitado. - fala Thorin
Nina abre um sorriso animado.
– Posso lhe acompanhar se quiser! Acho que não conseguiu visualizar a cachoeira quando chegou, certo? A cachoeira das vozes... Moramos ao lado dela. - fala Nina animada
– Não... É um local muito bonito? - pergunta Thorin
Antes de Nina responder, passa perto dela um pequeno roedor branco, com manchas marrom claras nos olhos e em parte do corpinho com formato de ovo.
– Acho que sua casa está com problema de ratos. - comenta Thorin
– Não são ratos. São preás do reino. Essa é Lena, a irmã de alma de Maria. Ela veio buscar verdurinhas para os filhotes dela. Mas eu sei que Maria já levou... - fala Nina fitando Lena, dando umsorriso em seguida - estão em fase de crescimento e precisam de muitas verdurinhas? Ok, Lena... Já levo o almeirão deles.
A preázinha sai da cozinha apressada e entra em um dos quartos que havia no corredor.
– Meu pai chegou a contar para você que precisaremos de sua ajuda? - perguntou Nina
– Minha ajuda? - perguntou thorin desconfiado
– Meu pai quer montar o primeiro exército de Nymphae. E ele acha que você seria um bom treinador. Ele teme que... um certo inimigo volte. Os outros países da Grande União já tem um exército formado há eras, mas Nymphae não. Nunca guerreamos. Sempre fornecemos curandeiros e poçologistas para os demais países, mas nunca formamos um exército. Isso me preocupa. - fala Nina
Thorin chegou a pensar que provavelmente era com interesse em chamá-lo para lutar, se fosse possível. Mas fica preocupado ao saber que não tinham um exército formado e que nunca tiveram um.
– Me espanta saber quem não tem uma guarda. Como se defenderiam mediante um ataque de um dragão por exemplo? - pergunta Thorin
– E por que um dragão nos atacaria? Dragões gostam de ouro, não temos acúmulo de riquezas. Tudo que temos é cultivado em Nymphae ou conquistado mediante a comercialização de nossos produtos com Delphin. A primeira pessoa a conseguir comercializar algo com outro país além de Delphin foi Maria, mas isso... Porque ela anda muito com lobos. - fala Nina
E Thorin percebeu o tom de reprovação quando a menina falou que a irmã andava muito com lobos. Mas não entendia o problema.
– Bem, mas vocês se comunicam com todo o tipo de animais, certo? - pergunta Thorin sem entender o porque de não gostar de lobos
Nina acaba rindo abertamente.
– Esses lobos não são totalmente animais. Eles são pessoas que podem se transformar em lobos. Mas são um tanto selvagens. E sem modos. Maria convive muito com eles. O pessoal em Nymphae já comenta que ela é selvagem demais para uma ninfa. Aí explico para eles que é melhor ficar calado e deixar o outro achar que é um idiota do que abrir a boca e dar a certeza. Maria é minha irmã, juntas desde o nascimento até a morte. - comenta Nina sempre com um sorriso no rosto
Thorin abre um sorriso ao ouvir a conclusão da fala dela.
– Vou tratar com seu pai a respeito do exército. Onde ele se encontra? - pergunta Thorin
Nina aponta para a porta.
– Descendo a escada, verá uma estufa. Papá está lá colhendo boldo. Parece que o Smith andou abusando do vinho dos elphins novamente. - fala Nina
Thorin segue pela porta e só então percebe que estava em uma árvore. Sim, a casa do governador de Nymphae era uma modesta,mas charmosa casa em uma árvore! Do alto das escadas já era possível perceber o prédio das estufas. Desce as escadas de madeira e rapidamente chega ao outro prédio, todo feito de material transparente. Fica adimirado ao perceber a incrível variedade de plantas que havia ali.
– Vejo que já está melhor. - comenta Klauss
– Quero que me explique esse negócio de exército. - fala Thorin sério
Mas Klauss nõ perde o sorriso do rosto.
– Claro! Sente-se! - fala o homem indicando algumas pedras perto de um pé de lavanda
Indica uma pedra e senta-se em outra.
– Em Insula Nymphae, nunca tivemos um exército. Nunca, em nenhum ano desde o surgimento do país. Mas... De acordo com o oráculo de Delphin, uma ameaça antiga está ressurgindo das trevas. E dessa vez mais forte. seus seguidores já foram convocados.O inimigo se move nas sombras. Por isso, pensei em criar o primeiro exército de Nymphae. E... Gostaria que o treinasse. Eu sei que é uma grande responsabilidade e que provavelmente deve estar pensando em se recuperar logo para poder reconquistar Erebor... Mas precisamos mesmo de sua ajuda. Entenderei se não puder. - fala Klauss sério
Era sincero.
– Deixa eu ver se entendi... É um convite e eu teria a opção de falar não sem nenhuma consequencia? Não me salvaram com o interessenisso? - pergunta Thorin
– salvamos porque era o mais correto a ser feito. E, sim, você tem todo o direito de falar não. E sem consequencias. Por que haveria consequencias para um não? - pergunta Klauss achando graça da pergunta dele, como se ela não tivesse um pingo de sentido.
– Eu desisti de Erebor. Eu vou treinar seu exército. - fala Thorin
O anão rapidamente se despede de Klauss e se afasta. A convivência com os habitantes de Insula Nymphae o confundia e ao mesmo tempo o deixa impressionado. Era um povo extremamente... inocente. E algo dentro dele lutava para manter essa inocência intocada. Eles lembravam os anos de sua vida que a maldade de Smaug era algo irreal e inexistente, quando o mundo parecia cheio de maravilhas e de sonhos. Aquela ilha lhe parecia um sonho. Resolvera caminhar pela ilha desacompanhado mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Triângulos e outras formas geométricas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.