Chains escrita por Priy Taisho


Capítulo 6
Capitulo 5 - Naruto


Notas iniciais do capítulo

Olaaaar!
Capítulo reescrito em 01/02/2021.
Boa leitura!



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Naruto

Os dias se arrastavam, mesmo que houvessem motivos aparentes para que eu ficasse ansiosa. Nada acontecia dentro dos muros mágicos de Tsunade Senju.

A surpresa é de que eu não sentia falta de nada da minha vida anterior. Nem mesmo dos meus amigos, embora sentisse uma culpa ao pensar em Ayumi e Sai.

A culpa era apenas por não ter tido chance de me despedir deles adequadamente antes de desaparecer de suas vidas.

— No que está pensando? – Tenten perguntou em um murmúrio discreto. Fazia algum tempo que ela procurava algo para prender sua atenção, já que a aula não parecia interessante o suficiente. – Conte-me.

— Estou me sentindo culpada. – Resmunguei com os olhos voltados para o professor. Se ele descobrisse sobre nossa conversa paralela não teríamos o que fazer. – Não me despedi dos meus amigos como deveria.

Tenten fez uma expressão pensativa e puxou um papel para rabiscar algo quando os olhos do professor pousaram em nós. Ela não disfarçava bem, mas foi bem o suficiente para enganá-lo.

Outro ponto surpreendente em minha adaptação havia sido a rotina. Todos os dias eu e Tenten tomávamos café juntas, depois vasculhávamos o colégio em busca de lugares interessantes, almoçávamos, cada uma ia para seu próprio dormitório e passávamos o restante da noite juntas na aula.

Ino e Gaara tinham desaparecido, já Sasuke, não parecia interessado em comparecer as aulas como nos primeiros dias. Ele parecia constantemente tenso, irritado e nós não trocávamos mais do que algumas palavras.

— E se eu fugir? – Murmurei com os olhos fixos em meu caderno. – Seja discreta. – Ralhei ao ver que Tenten me encarava com seus orbes arregalados.

— Fugir é loucura. – Ela sussurrou entredentes. – É impossível!

— Não quero ir embora. – Revirei os olhos. – Quero me despedir dos meus amigos e...Preciso comprar um celular novo.

— Você tem dinheiro guardado?

— Isso é o de menos. – Voltei a olhar para o professor para que ele pensasse que nós estávamos atentas à sua explicação. – Acha que eu consigo?

— Não.

— Tenten! – Ralhei com surpresa. – Você devia me apoiar.

— Não estou aqui para te apoiar em loucuras. – A Mitsashi falou em um fio de voz. – Sair do colégio é impossível. Se por algum motivo você conseguir passar pelos guardas, ainda terá que enfrentar a barreira.

— Eu posso ajudar com os guardas.

Olhei para Tenten com o cenho franzido esperando que aquela frase tivesse sido dita por ela. Minha amiga, no entanto, parecia ainda mais surpresa do que eu ao ver o loiro em nossa frente virar em nossa direção com familiaridade.

Ele tinha olhos azuis como o céu em um dia ensolarado, cabelos loiros e brilhantes, um sorriso que ia de orelha a orelha. A jaqueta laranja era tão chamativa que me perguntei como não percebi sua presença antes que ele resolvesse mostrar que estava atento em nossa conversa.

— Não pedi sua ajuda. – Repliquei no mesmo instante. – Não te ensinaram que é feio ficar ouvindo a conversa dos outros?

— Não te ensinaram que quebrar regras é errado? – Ele rebateu ainda com o sorriso nos lábios. O bom humor em sua voz me fez franzir o cenho com confusão. – Não tem resposta pra isso? – O rapaz insistiu ao ver que eu tinha ficado quieta.

— É, não tenho. – Ergui o nariz com orgulho e olhei para Tenten. – Quem é ele? – A morena balançou a cabeça negativamente, tão confusa quanto eu.

— Naruto Uzumaki. – Naruto ergueu a mão em minha direção oferecendo um aperto de mãos amigável. – Não precisa de ajuda para passar pelos guardas?

— Não confio em estranhos.

— Tem razão em não confiar. – Naruto ainda mantinha a mão erguida. – Mas confio em você, Sakura.

— Não me lembro de ter dito meu nome pra você. – Olhei para a mão de Naruto e decidi apertá-la, porque ele me trazia uma sensação de familiaridade que eu não consegui explicar.

— Te ajudarei a sair no momento certo. – Naruto pareceu satisfeito com meu gesto, mas ignorou minha pergunta. – Seremos bons amigos. – Ele ergueu a mão livre para que Tenten pudesse apertá-la também.

Troquei um olhar com a Mitsashi tendo certeza de que ela pensava o mesmo que eu: Naruto não nos deixaria em paz por um bom tempo.

X-X-X

O barulho ritmado de gotas chocando-se contra poças d’agua no chão, era tudo que podia ser ouvido. Era um barulho consideravelmente alto, que ecoava pelas paredes de pedras do ambiente iluminado somente por poucas tochas.

O lugar era velho, o cheiro de incenso impregnava as paredes e intensificava-se a cada passo dado em direção à porta de carvalho. O homem a empurrou, ouvindo as dobradiças rangerem. Estava em uma sala consideravelmente grande, com dezenas de livros empilhados cuidadosamente ao lado de estantes que estavam repletas deles.

As chamas que crepitavam dentro da lareira criavam formas escuras nas paredes, dando ao lugar uma aparência que não combinava com a música animada que tocava em uma vitrola dourada.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma das portas se abriu e a mulher surgiu, segurando firmemente uma bandeja de prata enquanto se balançava no ritmo da música. Em momento algum ela o encarou, mesmo durante todo o tempo em que servia as duas xícaras de chá e se sentava em um sofá que aparentava ser mais antigo do que a própria dona.

— Quero que me diga o motivo da sua ilustre visita, menino Uchiha. – Ela disse colocando um pouco de açúcar em uma das xícaras. – Açúcar? – perguntou de forma cortês.

— Não gosto. – Respondeu ele brevemente, mantendo-se em pé. – E não beberei chá. – Os olhos negros da mulher se estreitaram e os lábios pintados de carmesim se crisparam.

— Sua mãe não teria orgulho de saber disso. – A mulher de língua atrevida disse incentivando-o a se sentar em uma das poltronas vagas. Ela não parecia temer o peso do olhar que Sasuke direcionava para si. – Não é educado invadir quando não é convidado também.

Sasuke olhou para a mulher em silencio enquanto esperava que ela continuasse seu discurso.

Os cabelos castanhos eram volumosos e cacheados, uma das partes estava presa por uma fita vermelha que brilhava conforme ela se mexia, os olhos verdes eram misteriosos e repletos de curiosidade, embora sua dona fosse uma das pessoas mais intuitivas das quais Sasuke conhecia.

— Sente-se. – Ela indicou a poltrona mais uma vez e apenas retomou a conversa quando Sasuke o fez. – Tenho um palpite sobre o que te traz até aqui, Sasuke.

— Isso nos poupa tempo.

— Tempo não é o seu maior problema. – A mulher sorriu e ingeriu um pouco de seu chá em silêncio. – Apesar de quase meio milênio, você continua ignorando os presságios. Não se brinca com o destino.

— Tenho certeza de que estou bem atento desta vez, Donatella. – Sasuke murmurou a resposta com seriedade. – Por isso preciso que você me ajude com meus pontos cegos.

— Não use meu nome em vão. –Donatella o repreendeu em um sibilo. – Nomes tem poder, garoto.

— Acho que já ouvi isso algumas vezes.

— Você sabe como se mata uma feiticeira como eu? – Donatella levantou-se, depositando a xícara na mesinha. A saia vermelha arrastava no chão, enquanto ela dava passos pequenos e rápidos em direção à uma das estantes. – Com desgosto. – respondeu rancorosa, enquanto esticava-se nas pontas dos pés. A blusa branca, que deixava parte de sua barriga e ombros a mostra, subira um pouco. – Acha que eu sou obrigada a te informar tudo, Sasuke? – perguntou enquanto pegava uma caixa de madeira escura, que possuía diversas gravuras douradas em sua extensão.

— Prefiro pensar que não é apenas por mim.

A mulher o encarou inexpressivamente e puxou uma caixa de madeira escura com gravuras douradas de uma das prateleiras antes de sentar-se no tapete que anteriormente estava entre ela e Sasuke.

O tecido da saia vermelha espalhou-se pelo chão, dando a impressão de que seu tecido era maior do que o que aparentava ser. O contraste dele com o tecido lilás que Donatella puxava de dentro da caixa era gritante.

A bola de cristal estava sob um suporte dourado que foi colocado no chão com cuidado.

— Vejo que você conseguiu proteger a menina de um perigo externo. – Donatella murmurou concentrada enquanto limpava a bola de cristal com o tecido lilás. – Mas não consigo ver quem foi o responsável, se essa é uma das suas perguntas.

— Não era. – Sasuke disse com simplicidade. – Os sonhos recomeçaram.

Donatella ergueu os olhos para observar Sasuke e a preocupação em sua expressão não foi das mais agradáveis.

— Algo forçou o aparecimento do Presságio. – Donatella não olhou para a bola de cristal, mas seus olhos pareciam emitir uma luz azulada. – Naruto está por perto.

— Ele me disse que viria. – Sasuke parecia resignado. – Não imaginei que o veria tão rápido.

— Naruto precisou deixar suas ordens de lado. Ele não podia continuar a procura-lo quando... – Donatella baixou os olhos com surpresa. – Alguma coisa o forçou a voltar. – Uma luz alaranjada preencheu o ambiente e o grito de Donatella foi sufocado por suas mãos.

— O que isso significa? – Sasuke notou a carta que a mulher ergueu em sua direção com o cenho franzido. – Por que está me mostrando isso?

— Temo que não poderemos evitar o que vai acontecer. – Donatella disse em um murmúrio. – É o destino que está dizendo. – As sombras que estavam na carta tremeluziram antes de desaparecer.

 


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Notas finais do capítulo

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