Chains escrita por Priy Taisho


Capítulo 35
Capitulo 34 – Konoha


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo reescrito em 11/07/2021.
Não mudou muito em relação a versão anterior hehehe
Boa leitura!



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Konoha

As trombetas ecoavam por todo o castelo.

Os serviçais pararam seus serviços e os guardas permitiram-se um momento de desatenção, antes de reassumirem seus postos. Em questão de minutos, a tranquilidade que assolava o castelo do Fogo desaparecia e dava lugar á uma confusão estranhamente organizada.

Todos sabiam o que fazer ao ouvir aquele som.

O Rei estava em uma missão diplomata com outros reinos e por isso, não fora um dos envolvidos pela exultante alegria e desejo por perfeição. Os cozinheiros preparavam suas melhores receitas, corriam em direção as adegas e resgatavam garrafas do mais puro e doce vinho. As cortinas do castelo foram trocadas de branco, para um vinho reluzente com bordados de ouro.

Do jardim, foram retiradas tulipas e rosas, as flores preferidas da Rainha.

Tudo para receber os estimados visitantes.

— Saía da frente. – Esbravejou empurrando uma das serviçais que arrumava meticulosamente um arranjo de flores, o arranjo esparramou-se no chão e a mulher ficou com os olhos arregalados, mas não disse uma única palavra.

 As mãos com unhas pintadas de vermelho agarravam firmemente as saias do vestido e os saltos batiam violentamente contra os degraus da escada. O cabelo loiro estava preso firmemente em uma trança e o rosto anguloso possuía um finco entre as sobrancelhas finas.

Empurrou a porta de um escritório que era destinado à seu marido e Kizashi a encarou com as sobrancelhas arqueadas. Os olhos vermelhos fitaram a mulher repreensivamente, mas ela não se importou. Estava furiosa.

— Saia daqui. – Ordenou Mebuki para um mensageiro que conversava com o Kizashi. – Agora, fora! – Apontou para o homem e em seguida para a porta. – Está esperando quê? Que eu chame os guardas?! – Praticamente gritou e o mensageiro, um simples humano que aparentava seus dezenove anos empalideceu.

— Não, não senhora. – Gaguejou ele levantando-se e pegando todos os pergaminhos que estavam sobre a mesa de forma desajeitada. – C-Com licença, senhores. – Fez uma reverencia e saiu da sala em um rompante.

— Estou cercada por inúteis. – Esbravejou Mebuki batendo a porta do escritório. – Quando pretendia me contar? - Apontou para o marido acusadoramente. – QUANDO PRETENDIA ME DIZER QUE ELES ESTÃO VOLTANDO?! – Gritou caminhando até a mesa e batendo a palma das mãos na superfície da mesma. – Estou falando de Mikoto e É CLARO, DOS PIRRALHOS UCHIHA!

— Pare de gritar, Mebuki. – Disse Kizashi esfregando os próprios olhos. – O castelo inteiro poderá te escutar.

— Não me dê ordens, seu IMBECIL! – Mebuki esbravejou e em seguida endireitou a postura, colocando ambas as mãos na cintura. – Eles vão trazer a garota, você tem ideia do que é isso?

— Fugaku já nos disse que ela não se lembra de nada. – Kizashi respondeu ainda mantendo o tom de voz baixo. – E nossa filha nos disse a mesma coisa há alguns meses, deixe de ser paranoica, Mebuki.

— Eu só gostaria de entender o por que deles insistirem em traze-la de volta depois de tantos anos. – Murmurou soltando um suspiro frustrado. – Inferno! – Derrubou uma das cadeiras. – Ela vai querer se vingar de nós, Kizashi. Porque nós deixamos que ela morresse.

— Não me inclua nisso. – Kizashi ralhou erguendo-se da cadeira. – Você conspirou com Karin, VOCÊ preferia somente UMA das nossas DUAS filhas.

— Nós somos um só. – Mebuki cuspiu as palavras com um sorriso cínico nos lábios. – O mesmo fardo que eu carrego, você carrega também.

— Só não te entrego para Fugaku como uma traidora, porque ele poderia acreditar que eu também sou. – Kizashi disse e Mebuki estreitou os olhos. – Você mentiu para o Rei quando confirmou as versões de Karin, a culpa está incrustada na sua pele, Mebuki.

— Você também assistiu Sakura queimar. A culpa também está sob você, Kizashi.

— A lei é dura, mas é a lei. – Kizashi falou baixando o tom de voz novamente. – A decisão não estava em minhas mãos.

Mebuki gargalhou sarcasticamente e retribuiu o olhar que o marido lhe lançava. Chutou a cadeira que permanecia caída no chão e saiu da sala em um rompante, batendo a porta com força.

X-X-X

Tenten sentia-se sufocada. Ela tinha a sensação de cada passo seu era monitorado, que todos estavam atentos à ela como se a Mitsashi pudesse desaparecer a qualquer momento.

Hinata, Neji, Naruto e Shikamaru revezavam-se em fazer companhia para a jovem cigana, sendo Neji o mais presente.

Tenten lembrava-se vagamente de Sasuke anunciando que todos evacuariam a mansão em exatas vinte e oito horas.

A garota Mitsashi passou a maior parte do dia dentro do quarto, com o livro da mãe no colo. Ela sabia que nunca aprenderia nada caso continuasse observando a capa e dedilhando as palavras gastas escritas na mesma. A curiosidade não havia sido grande o suficiente – E Tenten não era corajosa, também.

Foi alimentada por Fast food com batata frita e refrigerantes grandes. Pelo menos, foi assim durante o almoço, já que no café da manhã Hinata havia lhe dado pães, torradas e um copo de suco de laranja.

Tenten não podia deixar a casa para procurar por seu próprio alimento e ela não havia sido informada disso até que decidiu sair do próprio quarto e foi barrada por Neji.

— Precisa ficar no seu quarto. É perigoso — O Hyuga enfatizou com seriedade.

— Estou dentro da mansão!

— Sakura também estava quando foi sequestrada — Neji era incisivo e não parecia incomodado com a revolta nos olhos castanhos de Tenten. — Por favor, Tenten. É para a sua própria segurança.

Tenten mordeu o lábio inferior e conteve um suspiro frustrado. Ela sabia que Neji tinha razão, mas era inevitável a sensação de que havia se tornado uma prisioneira em meio a toda aquela confusão.

— Não quero ficar presa como um animal.

— E nenhum animal merece ser preso — Neji concordou com paciência. Os olhos perolados dele a encaravam com intensidade. — Não estamos tentando fazer de você prisioneira, mas não posso permitir que você seja capturada por Orochimaru.

— Eu sei que sou apenas um peão nesse jogo — Tenten resmungou. Uma parte dela sentia chateação por isso, mesmo que ela não soubesse explicar.

Não existia um relacionamento entre ela e Neji. Isso era claro como a água cristalina do rio mais afastado da civilização.

Neji era um tutor, alguém que estava pronto para apoiar Tenten em planos que ela sequer sabia que era capaz de desenvolver. Ele estava ao lado dela sempre que a Mitsashi precisava de um puxão para realidade.

Chorar não a deixaria mais forte. Chorar não faria com que os problemas dela fossem solucionados. Chorar não traria Sakura de volta.

Um coração fraco dava brecha para inimigos. E como Neji havia dito, Tenten não gostaria que essa pequena fraqueza fosse explorada.

— Você não é apenas um peão, Tenten — Neji explicou quando chegaram em frente ao quarto que a Mitsashi ficava. Ele parecia resignado em dizer tais palavras, mas não se deteve. — É mais do que isso. É alguém importante.

— Não precisa me dizer isso — Tenten balançou a mão com displicentemente e abriu a porta do quarto. — Sei o que preciso fazer, você não precisa me fazer me sentir melhor.

— Não estou tentando fazer isso — Neji apoiou-se contra o batente da porta e cruzou os braços enquanto via a garota seguir em direção a cama. — Eu não sou o tipo de pessoa que irá conforta-la apenas para apaziguar suas emoções, Tenten.

— Está lendo minhas emoções de novo?!

— É impossível ignorar isso quando você é tão barulhenta... Emocionalmente falando, quero dizer.

Tenten passou as mãos pelo cabelo e desfez o coque que prendia os fios castanhos. Ela sabia da frustração que consumia seu interior e também tinha ciência de que em algum momento Neji comentaria sobre isso.

Não era a primeira vez que ele deixava claro o quão suscetível era as emoções alheias.

— Pode ir embora se quiser. Não precisa ouvir o meu barulho emocional.

— Tenten, eu nem devia estar aqui — Neji confessou em um tom baixo. A surpresa nós olhos dela o deixaram acanhado, mas o bruxo disfarçou da maneira que pôde. — Hinata é a responsável por seu treinamento, não eu.

— Então por quê...

— Eu não sei — Neji a interrompeu. — Há uma profecia antiga sobre um bruxo que estará ligado para sempre a uma alma cigana.

— Você não tem cara de quem acredita em profecias.

— Meu povo acredita no que vê e no que ouve, pois o nosso conhecimento, em partes, é repassado dessa forma — Neji explicou antes de descruzar os braços e afastar-se da porta por um instante. Ele parecia alguém que estava pronto para partir, mas que não conseguia. — Um homem revelou que os descendentes dos Hyugas se apaixonariam por almas diferentes, por ciganos e guardiões, que estava escrito dentro das partículas de uma estrela que queima há tantos milênios que é impossível de ser ignorada.

— Parece algo intenso...

— Como você pode acreditar em algo assim sem ver? — Neji questionou aproximando-se da Mitsashi em pequenos passos. — Como pode acreditar que seu destino queima em uma estrela quando você sequer sabe onde encontrá-la?

Tenten não sentiu necessidade de dizer nada. Ela sabia que Neji daria continuidade na conversa sem que ela precisasse incentiva-la.

Ela apenas torcia para que ele não sentisse que suas emoções haviam passado de frustradas para envergonhadas com a proximidade dele.

 — É impossível acreditar até que você veja com seus olhos e ouça com seus próprios ouvidos o que é o destino — Neji ergueu uma das mãos e tocou o rosto da Mitsashi delicadamente. — Acredito que é por isso que estou aqui. Assumindo um lugar que não me pertence.

— O que quer dizer com isso?

— Que me importo com meu povo e com o que acontecerá se Orochimaru colocar as mãos em informações que não devem — Neji constatou com seriedade. — Mas que me importo o suficiente com você para que o desejo de protege-la seja o suficiente.

— Fala como se me conhecesse há muito tempo.

— E eu não a conheço — Neji discordou com um pequeno sorriso. — Mas precisa saber que em nosso mundo, o tempo é indiferente.

— Neji...

— Apenas descanse — Ele declarou antes de começar a se afastar. — Viajaremos em poucas horas. — Avisou antes de sair e fechar a porta atrás de si.

Tenten refletiu sobre o que acontecera, mas não chegou a nenhuma conclusão além de seu coração que continuava batendo desenfreadamente mesmo após a partida de Neji.

Após meia hora, Naruto entrou no quarto com muitos assuntos aleatórios e entregou a Mitsashi uma sacola de um restaurante italiano.

O olhar agradecido dela fora o suficiente para fazer o Uzumaki gargalhar, satisfeito por ter causado uma reação tão genuína na garota de cabelos castanhos.

 E mesmo com todo bom humor, era nítido para Tenten o quanto Naruto estava cansado. Os ferimentos de seu corpo já estavam curados, mas o que havia acontecido com aqueles que permeavam sua alma?

— Ei, você está acabado – Disse ela batendo levemente na perna dele. – Há quanto tempo que não dorme?

— Trinta e seis horas. – Ele esfregou os olhos e os fechou por um instante. – Eu vou ficar bem, mas você devia acalmar os seus ânimos. – Naruto disse casualmente e Tenten sentiu o rosto esquentar. – Vamos para um lugar onde precisaremos ser cautelosos, nem todos serão amigáveis.

— Eu sou cautelosa. – Resmungou Tenten antes de dar uma garfada na comida. — Neji tem feito questão de me dizer o quanto que eu sou... Emocionalmente expressiva — Ela finalizará a frase com uma careta. — Você não pode me ensinar tudo o que eu preciso saber?

— Os Hyugas são responsáveis por você, não há muito que eu possa fazer. – Naruto explica em um tom desanimado. — E de qualquer forma, não sou um bom guardião.

— Está falando sobre Sakura? — Tenten questionou com pesar. Era óbvio o quanto Naruto estava abalado com o que vinha acontecendo. — Você não estava esperando por aquilo, Naruto...

— É por isso que existem guardiões, Tenten. Para proteger. — Naruto sorriu brevemente e ergueu-se da cama, dando pequenos tapinhas em suas próprias roupas para desamassa-las. – Melhor você ir dormir, partiremos em seis horas. – Bagunçou os cabelos da Mitsashi e a ajudou a levantar. – Boa noite, Tenten.

— Boa noite, Naruto. - Respondeu tentando ajeitar o cabelo. Naruto saiu do quarto e apagou a luz, embora Tenten continuasse em pé. – Seis horas? – Murmurou a garota frustrada. – Isso só pode ser brincadeira. – Caminhou até o interruptor e acendeu as luzes novamente.

Ela comeu em silêncio, mas seus olhos estavam sob as páginas do livro que herdara de sua mãe por longos minutos antes de decidir tomar banho.

Tente optou por lavar o cabelo, mesmo que os Uchihas não houvessem disponibilizado mais do que algumas toalhas para ela, as quais ela usou para secar o cabelo da maneira que pôde.

Vestiu uma roupa confortável e após apagar a luz, jogou-se na cama. Fitou o teto até sentir seus olhos pesarem, puxou o edredom e virou para a janela. Estava tudo escuro, sem sinal algum da lua e Tenten sentiu que aquele não era um bom sinal; mesmo assim, ela bocejou e fechou os olhos.

Em seu sonho, também estava escuro. Tenten vagava sem rumo e não conseguia enxergar nada, nem mesmo as próprias mãos. Teve a sensação de que estava dentro de uma caixa preta e que seus ouvidos estavam tapados, tentou gritar, mas seus lábios estavam grudados, logo suas mãos estavam atadas e todo seu corpo paralisado enquanto ela perdia o controle.

Em meio a escuridão haviam olhos vermelhos e brilhantes que queimava como fogo.

— Tenten, acorde. – Uma voz sussurrava exigente ao seu ouvido. – Tenten... Ai! – Gritou ao receber um tapa no braço. – Mitsashi!

— Hinata?! – Tenten sentou-se em um rompante e tirou o cabelo do rosto. – O que aconteceu?

— O portal está pronto, vamos sair em meia hora. – Disse a bruxa esfregando o braço. – Espero que suas coisas estejam prontas, estamos indo para Konoha.

— Já? Por que de madrugada?

— Não podemos chamar atenção — Hinata explicou com seriedade. — Ande, não temos tempo.

Hinata sentou-se na beirada da cama, observou todos os movimentos de Tenten. A Mitsashi pegou a mochila que continha todos os seus itens essenciais e puxou uma camiseta e um dos seus três jeans. Brigou com o cabelo novamente, fazendo uma promessa silenciosa de que nunca mais dormiria com os cabelos úmidos.

— Tá rindo do que? – Perguntou mal humorada enquanto procurava o par de tênis embaixo da cama.

— Você seria mais ágil se estivesse de muletas. – Hinata disse risonha e Tenten fez uma careta de desgosto.

— Acordou bem humorada, foi? – Reclamou esticando o braço e alcançando o tênis vermelho. – Vou te dizer que não é nada divertido ter que me arrumar correndo. – Resmungou voltando para baixo da cama e dessa vez, tentando pegar a meia cinza.

— Neji devia ter vindo te acordar. – Hinata respondeu como se aquilo fosse obvio. – Mas de qualquer forma, você não tem aqueles aparelhos esquisitos que funcionam como despertador? – Perguntou Hinata curiosa. Os lábios dela estavam pintados de vinho e seus olhos pareciam brilhar ainda mais.

— Você está falando de um celular? – Tenten questionou sentando-se no chão e colocando as meias. – Ele está carregando na sala. – Murmurou ela lembrando-se do aparelho com capa da Minnie. – A propósito, lá tem energia elétrica? – Perguntou enquanto amarrava um dos sapatos.

Hinata franziu o cenho e levou o dedão até a ponta do nariz, como se aquilo ajudasse em sua concentração, por fim, deu ombros e disse em um tom sincero:

— Energia é o de menos, se quiser, posso enfeitiçar o seu aparelho para que não necessite de carga pelos próximos cem anos. – Respondeu ela e Tenten arregalou os olhos. – Mas não acho que vá ter muita utilidade, já que lá não existe sinal de telefone e muito menos de internet.

— E como vocês se comunicam? – Tenten perguntou parando por um momento. – Afinal, sem tecnologia é quase impossível que...

— Mensagens magicas, corujas, falcões, mensageiros. – Hinata começou a listar erguendo os dedos conforme ia falando. – Sinceramente, ande logo! Você precisa realmente conhecer o mundo. – Levantou-se e passou a mão pelo vestido preto. – Aliás, vamos precisar arrumar roupas descentes para você. – Comentou ela suspirando cansada.

— O que tem as minhas roupas? – Tenten perguntou enquanto pegava o livro sobre a cabeceira da cama e o jogava na mochila. – Eu me visto muito bem, obrigada.

— Você só possui algumas peças de roupa. – Hinata disse seguindo até a porta. – E são roupas horríveis. – Comentou antes de sair do quarto.

Tenten permaneceu com uma expressão ofendida, mas ainda assim seguiu a Hyuga para fora do quarto.

Desceram as escadas que levavam até a sala e lá encontraram os Uchihas, Naruto, Gaara, Ino, Neji e Shikamaru, sendo que este ultimo estava ajoelhado em frente à porta de entrada com uma expressão compenetrada.

A Mitsashi encolheu-se um pouco ao ver o olhar que Sasuke lhe direcionara. Os olhos do Uchiha pareciam cada vez mais escuros.

— Todos aqui? - Shikamaru perguntou levantando-se de forma preguiçosa. - O portal está pronto. - Acrescentou colocando os braços atrás da nuca.

A porta de entrada, feita em uma madeira escura, estava repleta de riscos brancos que formavam símbolos dos quais Tenten sequer havia imaginado que existiam. Por um momento, ela cogitou a ideia de que eles estavam brilhando, mas ao piscar, a impressão sumira.

— Vou primeiro. - Sasuke anunciou observando a porta com os olhos estreitos. Shikamaru trocou um olhar cauteloso com Mikoto. - O que está esperando? - Rosnou voltando-se para Shikamaru. - Abra logo!

— Tenten deve ir com você. - Shikamaru anunciou após alguns instantes. - Para que você não desestabilize o portal.

— Não vou desestabilizar coisa alguma. - Sasuke replicou endurecendo suas feições. A mão direita estava fechada em um punho. - Tenho minhas emoções sob controle. - Garantiu, embora não estivesse passando muita segurança aos demais.

— Se não aceitar, terá que esperar até que eu vá. - Shikamaru disse categoricamente. - O que me diz, Uchiha? - Estava mais que comprovado que Shikamaru era imune a qualquer tipo de olhar ameaçador que Sasuke pudesse lhe lançar. - Bem, Ino e Gaara, querem ser os primeiros? - Voltou-se para o casal de vampiros que estavam conversando entre si.

— Eu...

— Ande logo Mitsashi! - Sasuke bradou repentinamente e Tenten se assustou. Na verdade, ela nunca pensara que iria à lugar algum justamente com Sasuke. A voz dele era repleta de raiva, mas sabia que a mesma não era dirigida à ela. Todos estavam tensos, mas Tenten teve a impressão de que era a única que não sabia o que fazer.

Aquiesceu e com passos longos posicionou-se ao lado de Sasuke. Segurou sua única bagagem, uma mochila vermelha e surrada, firmemente sobre o ombro. Respirou fundo e sentiu como se o ar tivesse sido transformado em chumbo.

Shikamaru murmurou alguma coisa e em seguida, feixes de luz dourada passaram a emanar pelas frestas da porta. Os símbolos passaram a se movimentar e Tenten notou que eles funcionavam como a engrenagem de um velho relógio, conectando-se em determinados momentos e separando-se em outros, enquanto novos símbolos recomeçavam o processo. A luz ficou cada vez mais forte e a porta começou a sacudir como se algo estivesse empurrando-a violentamente pelo outro lado.

— Mas o quê... - Tenten deu um passo para trás e logo sentiu a mão de Sasuke segurando-a firmemente pelo antebraço.

— Fique ao meu lado, nada acontecerá. - Ordenou enquanto a puxava em direção a porta. Tenten havia entendido que aquele era o máximo de conforto que Sasuke seria capaz de passar a ela. - Abra, Shikamaru.

Shikamaru aquiesceu e a porta abriu em um estrondo. Tenten tentou afastar-se da luz ofuscante que emanava da porta, era como se ela estivesse olhando diretamente para o sol. O aperto em seu braço lembrou-a de que Sasuke não a deixaria ir à lugar algum.

Com a respiração entrecortada e com o coração acelerado, ela fora puxada para dentro do portal. Sentiu como se estivesse mergulhado em água morna e depois o próprio corpo foi impulsionado para frente.

Sasuke a manteve em pé, mesmo que o corpo dela tivesse quase ido de encontro ao chão.

 Estavam em um grande salão, que a princípio, parecia vazio. Logo, ela notou mulheres com vestidos luxuosos, feitos de sedas de diversas cores e com inúmeras jóias adornando seus pulsos e pescoços. Os homens vestiam-se de forma elegante, com roupas semelhantes à uniformes de generais com a mescla de cores azul, vermelha e preta, com insígnias ao lado direito do peito, as quais eles pareciam exibir com orgulho.

— Rainha Mikoto, Príncipes Uchiha. - O coro de vozes fez com que Tenten levantasse o rosto subitamente. - Sejam bem vindos.

— Bem vinda à Konoha. - A voz de Naruto despertou Tenten de seu torpor. - Quer uma ajuda? Não é muito elegante que você fique apoiada no príncipe herdeiro assim. - Estendeu a mão para ela e a puxou.

— Obrigada. - A Mitashi resmungou, enquanto passava a mão pelos jeans para retirar uma poeira inexistente. - Então quer dizer que eles são a realeza? - Perguntou olhando, especialmente para Mikoto, que nem de longe parecia uma rainha usando jeans, uma blusa azul comum e tênis. A matriarca Uchiha logo foi rodeada por todas as mulheres e Tenten notou que ela dirigia sua atenção igualmente para com todas. - E quem são esses?

— Fazem parte do comitê real. - Naruto explicou divertido. - Damas de companhia, generais do exercito, muitos deles vieram especialmente para recepcionar os príncipes e a Rainha. Como posso te explicar isso... Muitos desses homens acreditam que se fizerem isso, poderão, algum dia, receber uma ajuda benevolente do Rei ou que simplesmente serão lembrados caso algo atinja o reino.

— Resumindo, são bajuladores. - Tenten concluiu revirando os olhos. - E onde nós estamos?

— No palácio, é claro. - Naruto respondeu-a de forma óbvia. - Vamos, vamos, tenho muito o que te mostrar.

— As fontes termais! - Ino anunciou animadamente, colocando-se entre Tenten e Naruto. - O vilarejo, o jardim! - Puxou Tenten pelo braço. A loira não estava tão animada assim há dias. - Vamos encontrar uma roupa para você e depois nos aprontaremos para a festa de boas vindas. Precisamos de uma massagem também!

— Ino, não se esqueça o motivo da nossa volta. - Gaara disse caminhando logo atrás da loira. - Precisamos ajudar Sasuke a reorganizar o exercito e precisamos treinar também.

— Não acabe com o meu humor, querido. - Ino ralhou soltando Tenten e voltando-se para o Sabaku. - Aproveite o tempo livre para rever sua família, alimente-se com sangue fresco e relaxe. Isso serve para você também, Naruto. - Apontou para o Uzumaki que ficou vesgo. - Não faremos nada até que Sasuke consiga falar com Fugaku e isso só irá acontecer depois da festa.

Tenten notou o quanto o salão que em que eles estavam era iluminado, as paredes brancas possuíam detalhes desenhados em gesso, os ladrilhos pareciam terem sido esculpidos a mão; as cortinas de seda vermelha tinham bordados dourados e circundavam as janelas que tomavam grande parte das paredes, que eram repletas de quadros e em algumas delas haviam armaduras com o brasão dos Uchiha. Um tapete vermelho estava disposto por toda a escada e os lustres eram feitos de cristal.

— Onde está Neji e Hinata? - Perguntou a Mitsashi. - Achei que eles estavam aqui também. - Ela vasculhou novamente o salão e logo, encontrou ambos os Hyugas próximos as duplas portas de carvalho que levavam até a saída.

— Eles não ficariam aqui. - Ino explicou colocando a mão sobre o ombro de Tenten. - Não mais que o necessário.

— E para onde eles vão? - Tenten perguntou com os olhos fixos em Neji, que murmurava algo para a irmã, que assentiu. Eles sequer pareceram notar que ela estava os observando.

Tenten entreabriu os lábios no mesmo instante em que Neji a encarou. Fora um breve olhar, mas ela sentiu que suas mãos haviam começado a tremer. Ele sorriu e piscou.

Os guardas abriram as portas e eles saíram, com o queixo erguido, sem olhar nenhuma vez sequer para trás.

— Para casa. - Respondeu Naruto com certo pesar. - Estão indo para casa.

Tenten aquiesceu e mesmo que compreendesse, não era capaz de afastar a sensação de abandono que estava em seu peito. Ela esperava que o incomodo de suas emoções fossem altas o suficiente para que Neji pudesse senti-la.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua...O que acharam?
Até a próxima! Beijos!