Chains escrita por Priy Taisho


Capítulo 24
Capitulo 23 - Correnteza


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo reescrito em 15/03/2021.
Na versão anterior, esse capítulo me fez travar também hahah nada mudou!
Espero que gostem,
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/536806/chapter/24

Correnteza

Ok, vamos considerar isto como um empate. – A voz de Sasuke era baixa e repleta de divertimento. – Não conseguiremos um resultado melhor do que esse.

Sakura concordou, mas o frio do aço em seu pescoço não permitiu que ela baixasse a guarda. Ao mesmo tempo em que o Uchiha a pressionava contra a árvore, com a espada a milímetros de seu pescoço, Sakura mantinha a ponta da adaga próximo das costelas dele, em uma posição que lhe causaria um ferimento sério mais rápido do que ele seria capaz de se proteger.

— Um empate. – Ela murmurou piscando displicentemente. – Achei que príncipes não aceitassem algo do tipo. – A ponta da língua estalou em reprovação e manteve a mesma expressão desafiadora quando o Uchiha aproximou-se sutilmente.

— Faz quase um mês desde que estamos treinando incansavelmente. – Os olhos de Sasuke estavam vermelhos e brilhavam com interesse. – Um empate ou...Teremos que matar um ao outro.

Sakura entreabriu os lábios, mas nada disse. Ela tinha notado, com uma frequência desconcentrante, que ela e Sasuke estavam tendo muitos momentos como aquele.

— A morte me parece uma opção interessante, majestade. – Sakura ousou movimentar-se para frente e quando um filete de sangue passou a escorrer de seu pescoço, o Uchiha recuou.

Aquela era a brecha que ela precisava para jogar a própria lamina no chão e desarmar Sasuke, derrubando-o tão furtivamente sobre a relva de grama que ele sequer teve tempo para reagir.

Ele fez menção de derrubá-la, mas a Haruno posicionou-se sobre ele e o segurou com força contra o chão. Era a vencedora.

— Pode tentar mais uma vez amanhã. – O cabelo rosado desprendia-se do rabo de cavalo e algumas mechas quase roçavam ao rosto de Sasuke. – O que foi?

— Falta algum juízo em sua mente. – Sasuke murmurou resignado. Ele não estava incomodado com a derrota, mas por pensar que a investida de Sakura significaria mais do que um ataque furtivo. – Eu... – Ele passou a língua pelo lábio inferior e ergueu uma das mãos para tocar o rosto de Sakura.

— O que? – Ela murmurou concentrada nos movimentos dele.

O barulho de passos se aproximando deixou o Uchiha alerta. Ele rapidamente inverteu as posições, tomando cuidado para não bater a cabeça de Sakura contra o chão e levantou-se, limpando as manchas de terra de sua camisa, enquanto analisava o estrago em suas roupas feito pela Haruno.

— O que vocês estão aprontando? – A voz indiscreta de Itachi surgiu antes que ele aparecesse. – Apanhou de novo? – Ele arqueou as sobrancelhas para o irmão mais novo que revirou os olhos com tédio.

— Sasuke não está acostumado com ataques rápidos. – Sakura disse com divertimento, escondendo toda sombra de dúvida que habitava em sua mente. – Estão atrasados. – Acrescentou erguendo-se em um salto no momento em que Naruto apareceu.

— Você tem sorte por eu estar aqui. – Naruto retrucou jogando uma bolsa na direção da Haruno. – Sabe que está tendo uma tarde com todas as damas do reino no castelo?

— Oh não. – Sakura arregalou os olhos e seu suspiro frustrado fez com que os Uchihas rissem. – Disse que eu estou aqui?

— Disse que você foi até a cidade. – Naruto cruzou os braços e franziu o cenho. – Acha que todas aquelas damas vão ficar felizes em saber do favoritismo de vocês? – O Uzumaki olhou para os irmãos que ficaram em silêncio.

— Por que está tão sério? – Sasuke resmungou antes de sentar-se próximo de uma das árvores. – Não temos favoritismo, Sakura é apenas a dama mais divertida que nós conhecemos.

— Poderia me resumir à uma boa guerreira, não a um par de brincos. – A Haruno retrucou enquanto revirava a bolsa. – Pretende que eu vista isso aqui? – Ela puxou uma parte do vestido rosado que Naruto havia escolhido.

— Você tem a opção de aparecer usando minhas roupas velhas. – Naruto indicou as peças que a Haruno usava. – Mas acho que não deixarão que você passe do portão de entrada.

— Essa é uma humilhação que não estou disposta a passar. – Sakura retrucou levantando-se e olhou para os três com seriedade. – Se eu descobrir que estão espiando, arranco os olhos de vocês. – Ameaçou antes de correr para um ponto mais afastado de onde eles estavam para se trocar.

Quando Sakura retornou, ela trajava um vestido verde musgo que ressaltava a cor de seus olhos, mas que era simples o suficiente para que ela o vestisse sem ajuda. Os ombros estavam expostos e ela havia soltado o cabelo, que caia em ondas sobre seus ombros molhados.

Molhados...

— Você foi até o rio? – A pergunta de Sasuke era repleta de surpresa. – Não achou arriscado que alguém pudesse vê-la?

— Não podia usar esse vestido com o corpo repleto de lama. – A Haruno retrucou enquanto ajustava as mangas com paciência. – Nós vemos amanhã?

— Nós vemos mais tarde, tenho certeza. – Itachi apoiou uma das mãos nos ombros de Sasuke e sorriu para o irmão mais novo. – Vamos treinar bastante para que nosso pai não veja o momento exato em que Sakura chutará a sua bunda, irmãozinho.

Sasuke resmungou algo e despediu-se de Sakura com um aceno de cabeça, enquanto ela rumava na direção do castelo com Naruto em seu encalço. O loiro, por sua vez, manteve-se em silêncio até o momento em que eles estivessem afastados o suficiente para dizer:

— Quando irá admitir que gosta dele?

— Do que está falando?

— De Sasuke, oras. – Naruto enfiou as mãos nos bolsos e olhou para o céu com uma expressão pensativa que intrigava Sakura. – Eu sei que ele gosta de você.

— Nós gostamos de nos desafiar. – A vampira de cabelos róseos murmurou erguendo as barras do vestido para não tropeçar. – Gostamos de competir entre nossas caçadas e de lutar juntos, somos bons nisso.

— Não foi o que ouvir dizer. – Naruto mantinha o tom de voz descontraído, mas alertava todos os instintos da Haruno. – Não foi o que ouvi Sasuke dizer.

— É claro que você não passa de um presságio fofoqueiro. – Sakura riu e empurrou Naruto com o ombro levemente, disfarçando o constrangimento que tingia seu rosto. – Por que acha que todas estão reunidas ali? – Trocou o assunto enquanto indicava os jardins do castelo que começavam a ficar cada vez mais visíveis.

A quantidade de moças era admirável. Todas elas usavam vestidos caros, feitos em seda e cetim, coloridos como as flores que adornavam o jardim, com joias que reluziam a cada movimento de seus pulsos, colares com diamantes que brilhavam sob seu busto.

— Me sinto patética. – Sakura murmurou olhando para as próprias roupas. Era claro que ela não teria tempo de correr até o castelo, mas não custava nada tentar. – Acha que consegue me ajudar a entrar pela entrada de funcionários? – Ela parou próximo a alguns arbustos e com o semblante sério, Naruto aquiesceu. – Ótimo, precisarei que chame alguém para ajudar a me vestir também.

— Certo. – Naruto concordou de imediato. – Mas quero algo em troca. – Ele não esperou que ela lhe dissesse nada, apenas saiu do esconderijo e disse algo sobre ter visto os príncipes na direção oposta.

Era uma mentira, mas parecia ter funcionado, pois todas as moças sentiram-se tentadas em tentar vê-los do melhor ângulo possível.

— Prometo que lhe darei uma garrafa de cerveja. – A Haruno prometeu antes de sair correndo na direção da entrada de funcionários.

Ela entrou furtivamente, assustando algumas das cozinheiras que não acreditavam que uma das futuras princesas estava transitando entre elas. Sakura pediu por toda descrição que elas pudessem ter, em um riso nervoso enquanto corria em direção ao seu próprio quarto.

Logo, a Haruno tirou o vestido, deixando-o sobre a cama e passou a encher a banheira com pressa, batucando o pé esquerdo no chão repetidas vezes como se aquilo pudesse ajudá-la a ir cada vez mais rápido.

— Senhorita Sakura, posso entrar? – A voz de Shion atraiu a atenção da Haruno, que enrolou-se em uma toalha e liberou a entrada da moça. – A senhorita já sabe o que vai vestir?

Shion tinha cabelos louros presos em uma trança. Ela trajava um vestido azulado que combinava com seus olhos e do lado direito de seu peito, existia a insígnia do reino Uchiha.

— Posso confiar na sua escolha? – Sakura perguntou enquanto jogava alguns sais na banheira e aguardava até que eles dissolvessem. – Shion, por acaso sabe porque estamos tendo essa...celebração hoje?

— É claro senhorita. – Shion respondeu e logo apareceu em frente a porta do banheiro com um vestido perolado em mãos. Sakura aquiesceu, as pedras brilhantes no vestido o deixavam com um ar de sofisticação necessário para aquele evento. – Sua mãe não parou de falar sobre isso com a senhorita Karin hoje. – Ela confessou em voz baixa. – São as pretendentes do príncipe Uchiha. Todas elas.

X-X-X

Sakura não sabia o porquê de se sentir tão coagida nos dias em que se passaram. Ela acompanhou cada conversa que Karin tinha com Mebuki e por muitas das vezes, embora não expressasse isso em voz alta, sentia que ter um número tão grande de pretendentes rondando o castelo a deixava irritada.

Elas não esperavam que, embora o rei Fugaku tivesse preferências por alguma das garotas Haruno, o conselho encaminharia convites para as mais diversas damas da sociedade.

As garotas eram como sanguessugas. Grudavam aos braços dos príncipes e sorriam para eles exibindo suas presas, prontas para seduzi-los a qualquer instante.

Era irritante.

E ela mal tinha tempo para desfrutar da companhia de Sasuke. Eles não treinavam juntos há dias e todas as vezes em que ele tentava falar com ela nos corredores do castelo, alguém os interrompia.

— Não deixarei que elas tomem o que é meu por direito. – Karin bradara certo dia com indignação. – Nós chegamos primeiro. Eu serei a imperatriz.

Os olhos de Sakura não demonstravam tristeza e nem frustração. Ela apenas sentia que uma parte de si estava sendo perdida em meio a toda aquela confusão.

E todas as noites a Haruno saia do castelo escondia, embrenhava-se entre as árvores e rumava para o riacho que passava aos arredores do castelo. Ela molhava os pés na água cristalina e observa seu próprio reflexo por muito tempo, esperando que a solução de todas as suas angústias surgisse magicamente ali.

— O que está acontecendo? – Sua voz soara em um murmúrio frustrado. Sakura sentia que os próprios olhos enchiam-se de lágrimas e não conseguia controla-las. – Eu... – Uma mão fria tocou-lhe o ombro subitamente.

Por impulso e sem olhar para o visitante indesejado, Sakura segurou a mão que a tocava e puxou-a com força, derrubando o homem contra o riacho. Ela afastou seus pés da água e caminhou para longe das rochas em que estava sentada, sentindo que o musgo escorregadio ameaçava derruba-la a qualquer momento.

Os olhos verdes transformaram-se em carmesins, as presas cortaram-lhe o lábio inferior e um rosnado cresceu em sua garganta quando o homem se ergueu.

— Quem é você? – Bradou a Haruno com fúria. – Como ousa se aproximar de mim?

— Não achei que você me derrubaria na água. – A voz frustrada lhe respondeu e quando os olhos carmesins brilharam, Sakura foi capaz de reconhece-lo. – Não sentiu que eu estava me aproximando?

— Oras, por que age como um fantasma? – Após abandonar a postura defensiva, Sakura caminhou na direção da beira do lago mais uma vez. – E por que está aqui?

— Vi que saiu do castelo, fiquei preocupado. – Sasuke confessou enquanto passava a mão pelos cabelos que grudavam em seu rosto. – Por que veio até aqui? Andar pela floresta à noite é perigoso.

— Estamos dentro dos domínios do castelo.

— E temos muitos inimigos também. – Sasuke revirou os olhos e estendeu a mão para ela. – Pode me ajudar a sair daqui?

— Me desculpe por isso. – Sakura ergueu a mão para ajuda-lo e foi surpreendida pelo puxão que recebeu, caindo contra a água da mesma maneira que Sasuke fizera. – Seu bastardo. – Bradou a Haruno ao erguer-se, afastando o cabelo do rosto enquanto o príncipe contentava-se em rir.

— Agora estamos na mesma. – Sasuke ainda mantinha sua mão contra a de Sakura, segurando-a apenas por precaução. – Por que não têm conversado comigo?

— Você está sempre ocupado.

A resposta não passou de um muxoxo e Sakura tentava conter toda a sua frustração enquanto passava as mãos por seu vestido para mantê-lo em seu devido lugar. A água fria não incomodava os dois, mesmo que metade de seus corpos estivesse submersa naquele momento.

— Nunca estarei ocupado para você. – A verdade nas palavras de Sasuke surpreenderam Sakura. – Não acredita em mim? – Ele não conseguiu esconder a frustração em suas palavras ao notar a expressão descrente de Sakura.

— Diga isso quando estiver ao lado de todas aquelas damas. – Sakura o acusou antes de começar a rumar para fora do rio, mas a mão de Sasuke em seu braço a impediu. – O que foi?

Está com ciúmes?— O sorriso de canto que ele esboçava causou constrangimento na mulher. – Sakura Haruno está com ciúmes. De mim. – Ele parecia surpreso com a própria constatação, mas a alfinetada em suas palavras fizeram com que Sakura estreitasse os olhos.

— Não irei alimentar o seu ego. – Apesar da rispidez, ela não fez menção de se afastar. – Pense o que quiser sobre isso.

— Estou pensando no porquê de ter me apaixonado por você.

A expressão de surpresa que tomou as feições orgulhosas de Sakura refletiam o choque habitava seu íntimo. Ela não esperava por uma declaração daquelas, mesmo que já tivesse cogitado a possibilidade.

— Não estou disposta a ser um brinquedo, majestade.

— Então apenas aceite o amor que digo sentir. – Sasuke aproximou-se dela com calma. – Aceite quando digo que a amo. – Ele ergueu uma das mãos para tocar em seu rosto calidamente.

O brilho da lua tinha se tornado intenso, ao mesmo tempo em que não era possível ouvir uma única palavra além das que eles murmuravam entre si.

— Nós conhecemos há meses... – Sakura murmurou resistindo ao impulso de fechar os olhos diante de tal toque. – Por que?

— Eu não sei. – Sasuke sussurrou em resposta. – Nunca senti algo assim. Por ninguém. – Ele contou ainda a admirando com cuidado. Sakura parecia com uma divindade em meio à agua, a maneira com que a luz da lua refletia sobre seu cabelo rosado era quase mágica. – Desde o dia em que a vi...Eu...Sinto que a amo desde então.

Sakura entreabriu os lábios e não soube o que responder. Ela sentia o peso das palavras de Sasuke em seu coração, ao mesmo em que sabia que era a mesma maneira com que ela se sentia diante daquela situação.

Com um único gesto, ela o beijou. Tão amavelmente que Sasuke demorou para entender o que acontecia antes de aprofundar o beijo.

Seus braços enlaçaram a cintura de Sakura, apertando-a contra seu corpo, sentindo seu calor mesmo que ambos estivessem encharcados. Ele sentia as mãos de Sakura em seus cabelos, puxando-o em sua direção antes que o beijo transformasse-se em algo acelerado, urgente.

Aquele foi o primeiro de muitos que eles trocaram aquela noite. O primeiro de muitos por todos os meses em que a decisão do conselho não foi anunciada.

Todas as vezes em que falavam sobre isso, Sasuke prometia que eles ficariam juntos. A escolha dele deveria prevalecer de alguma maneira.

Sakura lembrava do dia com clareza. Ela e Sasuke haviam dormido juntos, como todas as noites desde então. O Uchiha havia dito durante a noite que tinha compromissos pela manhã com a coroa e escapara pela janela antes mesmo que o sol nascesse, prometendo que retornaria para os braços dela o quanto antes.

— Sakura. – A voz de Naruto foi acompanhada de algumas batidas na porta. – Está tudo bem?

— Estou ótima e você? – A Haruno perguntou com um sorriso nos lábios enquanto penteava o cabelo com concentração. – Por que está aqui tão cedo?

— O conselho tomou a decisão. – Naruto avisou entregando a ela um envelope pardo com o selo real. – Um para você e outro para Karin, ambos lacrados. – Avisou parando ao lado de Sakura com o olhar repleto de expectativa.

— Já sabe do resultado? – A mulher de cabelos róseos olhou para o guardião com apreensão. Naruto negou com um gesto de cabeça. – Estou nervosa. – Ela engoliu em seco e olhou mirou o envelope, desejando com todas as forças que a resposta positiva estivesse ali.

— Abra de uma vez. – Naruto disse tão nervoso quanto ela. O loiro sabia de tudo. Desde o início. – Estou com você, independente de todo o resultado.

O Conselho Real em conjunto ao Rei Fugaku Uchiha, vem por meio deste comunicado celebrar a decisão acerca do casamento entre o príncipe Herdeiro Sasuke Uchiha e a princesa escolhida.

É de felicidade total em todo o nosso reino que uma união tão bela e forte seja capaz de continuar regendo toda a linhagem de vampiros. Já é possível avistar o futuro como um alvorecer dourado, onde as trevas não serão capazes de levar nosso povo novamente.

Em quatro anos, durante o eclipse de sangue e no aniversário de Konoha, celebraremos, também, a união e pacto de Sasuke Uchiha e Karin Haruno.

Vida longa ao príncipe e sua princesa.

Com nossas mais belíssimas felicitações,

Fugaku Uchiha e Conselho Real.

Sasuke havia tentado com todas as suas forças manter-se próximo de Sakura. Ela o repelia, mudava seus percursos e mal era capaz de encará-lo em todas as tentativas de confronto que ambos tiveram.

A maldita justificativa que havia determinado a escolha de Karin era embasada no desejo de uma nova aliança com os Akasunas. E o interesse, em particular, do herdeiro Akasuna em Sakura.

Diante do anuncio do conselho, o Uchiha havia se mantido em silêncio, mas quando estavam apenas ele, Itachi e o próprio pai, fora impossível manter a máscara de imparcialidade.

Sasuke bradara aos quatro ventos sua insatisfação e a exigência de uma retratação. Afinal de contas, ele era o príncipe herdeiro e suas decisões deviam ser levadas em consideração.

— Karin tem os modos que uma imperatriz precisa ter. – Fugaku bradou batendo contra a mesa do escritório em que estavam. – Ela é o que nosso povo precisa, você como meu sucessor devia entender isso, Sasuke! Essa discussão está encerrada.

— Eu não me importo. – Sasuke avançou na direção do próprio pai e foi impedido por Itachi. – Eu e Itachi lutamos para decidir quem seria o sucessor, nunca esteve nas suas mãos essa decisão! – Ele sentia o aperto firme de Itachi e sabia que o irmão era capaz de imobiliza-lo ainda mais se fosse preciso. – Cancele o comunicado, cancele este maldito noivado ou não responderei por mim.

— Como ousa ameaçar o seu rei? – Fugaku ergueu-se da cadeira e aproximou-se do filho que era contido por Itachi. – Não pense que terei dó porque tem o meu sangue, Sasuke.

— Não me casarei com Karin. – Sasuke repetiu a declaração com frieza. – Não me casarei com aquela mulher, nem sob pena de morte.

— O noivado não será cancelado. Esta é a minha decisão final.

X-X-X

Para aqueles que estão fadados à eternidade, a passagem de tempo torna-se indiferente. E quando não se há maiores motivações para continuar a contar o tempo, ele não passa de um sopro.

Era desta maneira que Sakura se sentia todas as vezes em que pensava sobre o noivado de Sasuke e Karin. Ela era boa em esconder todas as suas emoções, mas não era capaz de sustentar a indiferença quando estava sozinha.

Sakura também não era capaz de resistir à presença de Sasuke, mesmo que agora ambos vivessem em pé de guerra (inclusive enquanto beijavam-se as escondidas).

— Vai me dizer que agora está ansiosa para conhecer Sasori Akasuna? – A pergunta despretensiosa era carregada por ciúmes. – É por isso que está com tanta pressa? — Ele abotoava os botões da camisa com tanto descuido que um deles havia arrebentado no processo.

— Estou ansiosa para conhecer meu futuro marido. – A réplica de Sakura foi ácida. – Por que está com essa expressão? Não consegue aceitar que daqui há menos de um ano nossos destinos estarão separados para sempre? – Ela levantou da cama sem se preocupar com a nudez.

— Não diga algo como isso. – Havia magoa nos olhos de Sasuke. Isso fez com que a expressão severa de Sakura se atenuasse por um instante. – Não consegui encontrar uma alternativa, mas estou tentando.

— Fico me perguntando se não é melhor desistirmos. – Sakura fechou os olhos quando ele se aproximou para envolve-la em um abraço. – Não há para onde correr.

— Eu ficarei enquanto você me quiser. – Sasuke murmurou erguendo uma das mãos para acariciar os fios rosados. – Mas saiba que não serei capaz de esquece-la mesmo que implore por isso.

— Quando você murmura tais palavras, tenho a impressão de que elas saíram de um livro de poesias. – A Haruno murmurou beijando o rosto do Uchiha com delicadeza. – De onde vem tudo isso?

— Do meu coração. – Sasuke sorriu com orgulho de si mesmo e Sakura revirou os olhos. – Estou escrevendo votos de casamento. – E ao ver a surpresa no olhar de Sakura, apertou-se contra ela antes que a Haruno pudesse empurra-lo. – Para a noiva certa. – Ele a beijou e em meio ao beijo, a vampira de cabelos róseos riu.

— Vamos para o campo de treinamento antes que eu desista de matá-lo. – Sakura rosnou em uma falsa ameaça e dessa vez, fora Sasuke quem gargalhou. – Não irá rir por muito tempo quando minha espada lhe cortar. – Ela o cutucou e ele riu ainda mais alto.

— Promete que cuidará de mim quando terminar?

Deixarei seu corpo para os corvos. – A maldade nas palavras de Sakura eram tão irreais que até ela estava rindo. – Agora saia do meu quarto, Uchiha! Saia.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? Favoritos? Recomendações?
Até semana que vem, ou na próxima!
Beijão ♥