Chains escrita por Priy Taisho


Capítulo 22
Capitulo 21 - Prédio C


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo reescrito em 04/03/2021.
Espero que gostem,
Boa leitura!



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Prédio C

Dizer que eu não me sentia eufórica era mentira. Em minha própria análise, eu estava prestes a ter um colapso a qualquer momento.

Aos poucos, as lembranças que as gárgulas haviam revirado despareciam. Já não tinha ideia do que tinha acontecido, mesmo sob os questionamentos de Ino e Tenten.

Quando entramos no Portal Celeste, uma luz nos cegou. Era tão claro que eu tive de fechar os olhos até que Ino me indicasse que estava tudo bem.

O amuleto preso em meu pescoço estava quente, como se só até aquele momento tivesse começado a reagir verdadeiramente à onde estávamos. Eu não estaria mentindo se dissesse que o Portal Celeste era semelhante à um centro de comerciantes.

Viajantes iam e vinham por todos os lados, carregando caixotes pesados, animais exóticos (como leões e grandes lobos) caminhavam livremente, alheios aos nossos olhares. Existiam homens grandes e outros tão pequenos quanto anões, jurei ter visto um trasgo sendo questionado arduamente por uma mulher uniformizada que não parecia intimidada por seu tamanho (e nem mesmo pela clava que ele trazia consigo).

Uma mulher estranha com longos cabelos brancos e quebradiços me ofereceu uma pedra azul quando passamos por ela. Seus olhos eram esbugalhados e ela tinha uma aparência assustadora, mesmo que insistisse que eu aceitasse seu presente.

— Não confie nela. – Ino disse me puxando para longe da mulher. Não tive chance de responde-la. – Fiquem por perto.

Hinata parecia alheia à tudo o que acontecia e nada parecia capaz de tirá-la de seu objetivo, nem mesmo as bolas flamejantes que passavam acima de sua cabeça, nem dos diabretes que pareciam dispostos à arrancar as joias que ela carregava.

Ao contrário de Tenten e eu, que nos assustávamos com cada nova explosão e com todo suspeito que aproximava-se de nós com tanta expectativa quanto um caçador.

A diretora Tsunade estava certa em nos manter distantes dali. Todo humano era uma presa fácil diante de tantos seres mágicos.

— Deseja descobrir sobre seu futuro com a ajuda das estrelas, senhorita? – O convite me fez virar o rosto na direção do homem. – Apenas por três moedas de ouro. – Ele sorriu evidenciando seus dentes amarelados que contrastavam com seus olhos da mesma tonalidade.

Não tive tempo de responde-lo. O aperto de Ino em meu pulso me lembrou de que eu não devia confiar em nada do que dissessem ali e por isso, me limitei a encarar meu reflexo borrado no piso que parecia de vidro fosco.

— Não deixem que ninguém descubra sua presença aqui. – Ergui o rosto ao ouvir a voz conhecida. – Posso perder o meu emprego. – Ela estendeu a chave prateada para Hinata.

— Não se preocupe, Shizune. – A mulher empertigou sua postura ao ouvir a voz doce de Hinata. – Ninguém saberá que estivemos aqui.

— Ótimo. – Shizune passou a mão pelo vestido preto e olhou para mim com cautela. – Também não desejo ter problemas como senhor Uchiha.

— Não terá. – Garanti.  – Eu prometo. – Minhas palavras não valiam de nada, mas pareciam o suficiente para acalmar Shizune.

— Sigam pelo corredor e virem as próximas duas direitas. – Ela instruiu apontando para o corredor atrás de si. As paredes eram feitas com pedras escuras, como mármore preto. Era tão intimidante quanto o salão principal. – Não demorem. – Avisou mais uma vez antes de sair de perto de nós.

Pensar que uma das responsáveis pelo colégio estava nos ajudando me deixava mais tranquila, mesmo sabendo que Shizune apenas o fazia por dever um favor à Hinata.

Nós percorremos todo o caminho indicado e eu não deixei de murmurar para Tenten sobre a estranha sensação de que estavam nos observando através das paredes. De qualquer maneira, éramos apenas nós quatro afastadas de toda a confusão que envolvia o salão principal.

Ao alcançarmos o segundo corredor à direita e seguirmos reto por ele por muito tempo, Hinata parou de frente à uma porta que mal era vista em meio ao mármore das paredes. Havia penas uma tranca prateada como a chave que a Hyuga.

— Entrem rápido e tirem os sapatos.

Todas as paredes eram feitas com espelhos. O piso, apesar de preto e gelado como o mármore, tinha uma superfície refletora diferente dos demais. Não haviam cadeiras e nem bancos, mas grandes almofadas purpuras que eram tão confortáveis quanto. Na verdade, acho que nunca me sentei em nada como aquilo.

A bola de cristal suspensa por fios prateados ficava entre nós, ela era escura e pareceu reluzir por um momento como se uma pequena galáxia habitasse dentro de si quando ousei me aproximar, sendo incentivada por Hinata que o fizesse.

— A sala dos espelhos não lhe mostrará nada, a menos que peça. – A Hyuga explicou-me com paciência. – Toque e peça com clareza.

Um arrepio percorreu todo o meu corpo quando toquei o vidro frio. Eu sentia que minha respiração estava pesada, mas não consegui me afastar. Algo me prendia ali.

Respirei fundo e mordi meu lábio inferior enquanto buscava as palavras certas. Era mais difícil do que eu pensava.

— Eu... – Parei por um instante. – Quero a verdade. Toda a verdade.

Eu devia saber que exigir algo assim de uma possível divindade era perigoso. E mesmo assim, não consegui antecipar o choque que atingiu meu corpo e me jogou para o chão de súbito.

— Sakura! – Tenten que estava ao meu lado tentou me tocar, mas foi impedida por Hinata. – Ela está sangrando! – A Mitsashi apontou na minha direção e dessa vez, foi contida com a ajuda de Ino.

— Não toque nela. – Ino avisou. – Não pode tocá-la.

Caída no chão, eu não conseguia entender o que elas falavam. O sangue que escorria do meu nariz manchava minha camiseta e eu sentia uma forte dor de cabeça, mas fora isso não havia motivos para a preocupação de Tenten.

— Estou bem. – Garanti antes de me sentar. Limpei o sangue em meu nariz com as costas da minha mão e olhei para Hinata. – Isso deveria acontecer?

— Nunca vi nada do tipo. – A Hyuga me respondeu com serenidade. – Mas deu certo. – Seus olhos ergueram-se para algo atrás de mim.

Hinata tinha razão. Havia uma sombra disforme em uma das paredes que tomava ainda mais forma conforme aproximava-se de nós.

O vestido vermelho era sinuoso, parecia ter milhares de detalhes dourados em sua saia e delimitava a cintura da mulher com maestria. O decote era sutil e a pele dos ombros contrastava com os fios de cabelo rosado que caiam em pequenas ondas, os lábios e os olhos eram tingidos de vermelho.

Ela exalava curiosidade ao tocar o vidro que a separava de nós, mas a compreensão atingiu suas feições ao me ver.

— Olá. – Ela nos cumprimentou e pareceu achar graça da expressão de choque que tomava meu rosto. – Sei que está confusa com o que está acontecendo.

— Acho que confusão não é a palavra certa. – Murmurei me levantando para poder observá-la melhor. – Nós somos...A mesma pessoa. – O choque em minhas palavras não pareceu assustá-la.

— Diria que sou uma parte adormecida...Dentro de você. – Ela enfatizou tais palavras com cuidado e ousou olhar para as outras garotas com atenção. – Olá Hinata, faz tempo que não conversamos.

— Tem razão. – Hinata a respondeu com tranquilidade. – Quase um século desde a última vez.

— Não tenho tido sorte. – A minha cópia sorriu nostálgica e então direcionou sua atenção para Ino e Tenten. – Olá, me chamo Sakura Haruno. Sou uma das princesas escolhidas para Konoha, é um prazer conhece-las, mesmo que a situação não seja a mais adequada.

— Princesa?! – Atraí a atenção de Sakura para mim. – Nós somos princesas?

— Nós somos uma princesa. – Ela me corrigiu e cruzou os braços de uma maneira que apenas uma princesa poderia fazer. – Imagino que Sasuke tenha lhe dito algo.

— Apenas o essencial.

— Entendo. – O olhar dela ficou vago por um instante, antes que ela recomeçasse a andar, atravessando os espelhos ao nosso redor com paciência. – E onde estamos?

— Na dimensão humana. – Hinata explicou. Ela estava sentada com as pernas cruzadas sob a almofada e não parecia surpresa. – Por que não saí do espelho?

— Não sei se consigo. – Ela ergueu a mão e tocou o vidro com delicadeza. As pontas de seus dedos atravessaram o espelho e por fim, sua mão inteira. – Se sentirá confortável se eu sair? – Os olhos de Sakura me fitaram.

— Não. – Foi a única coisa que consegui responder. – Eu não...Não tenho problema. – Afirmei com a voz esganiçada ao vê-la sair do espelho como um espírito direto de um filme de terror. – Ai Meu Deus.

Tinha certeza de que eu e Sakura éramos do mesmo tamanho, mas ela parecia mais. Sua postura ereta, seus olhos vermelhos, a curvatura dos cachos em seu cabelo. Tudo nela exalava a realeza, os costumes dos quais ela havia adquirido com o passar da vida.

— Uau. – Tenten murmuou admirada. – Você é tão linda.

— Obrigada, você também. – Sakura parecia mais gentil do que eu jamais seria. – Você não contou para o Sasuke que está aqui. – Ela afirmou ao me olhar.

— Não compensa mentir para você. – Suspirei e me sentei sobre uma das almofadas. – Por que... Pode me explicar o que aconteceu? – Formular uma pergunta para uma versão minha era ainda mais difícil.

— Ele não descobrirá por enquanto. – Ela sentou-se ao meu lado e cruzou as pernas. Eu tinha uma verdadeira cópia minha ao meu lado e não deixava de pensar que isso era chocante, mesmo que eu fingisse costume. – Este lugar causa interferência em nossa ligação. – O murmúrio foi acompanhado de um leve toque sobre seu coração. – Ainda assim, teremos que ser rápidas.

— Estou pronta para ouvir qualquer coisa. – Afirmei com convicção.

— Espero que esteja pronta para ver. – Sakura ergueu a mão e tocou na bola de cristal com a ponta dos dedos. – Faremos uma longa viagem.


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Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? Recomendações? Criticas construtivas?
Tenho uma pergunta para nós podermos interagir... Se vocês fossem um personagem de uma história/fanfic/anime, quem vocês seriam? Vale falar dos personagens de Chains, hein u-u USHASUSH Eu acho que seria a Ino, muito mais pela personalidade mandona USHUAS e voces?
Enfim, até semana que vem!
Beijão