High School: Love Now - Interativa escrita por RP C


Capítulo 24
Nós somos selvagens, somos como jovens vulcões


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo? Sim, é sim. Mas de brinde, teremos um epílogo. Mas deixa isso pra depois. Nada de despedidas e essas coisa, já já tem uma nova temporada. E quando digo já já, é daqui há alguns minutos. Eu sei que deveria estar dormindo, mas eu ando sem sono. Malaska, se tiver lendo isso antes de ler os outros... PARE JÁ E LEIA OS OUTROS ANTES. GOGO. Músicas do capítulo: Young Volcanoes, do Fall Out Boy e Stand On The Horizon, do Franz Ferdinand, minha banda favorita



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Ethan estava ajeitando a gravata borboleta. Odiava gravatas borboleta. Era feia. E parecia uma borboleta. Ele fazia uma careca cada vez que se olhava no espelho.

– Meu Deus, como isso é ridículo. Por que eu não posso usar a gravata normal?

– Por que essa é a única gravata disponível e eu a escolhi. E eu odeio gravatas borboletas.

– Pelo menos nisso concordamos. Tio Jorge! Cadê a chave do carro? – Ele gritava enquanto subia as escadas.

Seu tio, Jorge, com quem morava desde sempre, apareceu no alto da escada

– Eu entreguei ao seu irmão...

– Philipe, cadê as chaves? Entregue pra mim, certo? Preciso ir pegar o Marco.

– E eu a Bella. Por que ele não vem pegar você? Ele é seu par?

– Ele diz que nunca iria pegar ninguém de carro no dia de baile a não ser que fosse a Lily, que não vai na festa de formatura. E sim, ele é meu par.

A música ecoava pelo grande ginásio de Dong Si. Os corpos balançavam de acordo com a batida da música.

We are wild, we are like young volcanoes...

A voz do jovem animava e fazia os alunos do terceiro ano esquecerem por uma única noite que uma nova fase na vida deles está para começar. A alegria tomava conta de cada pessoa, cada corpo, por uma noite aquele era o mundo deles, ali o tempo iria pausar e eles iriam curtir cada segundo, minuto, até a última música antes de acordar para uma nova realidade.

Os anuários foram assinados, as fotos eram tiradas, os sorrisos se misturavam, não existia popularidade, rivalidade, não existiria intrigas e mais nada. Todos se divertiriam, todos se abraçariam e seriam apenas um só naquela noite. Naquela noite, eles ainda eram crianças.

Marco tirava inuúmeras fotos na cabine de fotos com Ethan, Philipe, Bella, Lily e seus convidados. As risadas se misturavam, caretas eram feitas e alegria rolava solta. Apenas os formandos e seus convidados poderiam comparecer a festa, então eles logo trataram da máfia para ninguém ficar de fora. Marco convidou Hillary, Lily convidou Yan, Ethan teve Ninally como acompanhante e Bella havia convidado Tony. Que havia se recusado a entrar na cabine de fotos por causa de Hillary, mas devido aos seus ataques de frescuras frequentes, ninguém mais ligava.

– Deixe ele se doer sozinho, não precisa ficar sentida por causa das atitudes idiotas dele - Marco dividia uma bebida com Hillary.

– Mas eu não consigo! Eu sempre serei culpada por estragar o fundamental dele!

– Não tinha nada pra aproveitar no fundamental, menina! A história começa á no ensino médio, então é o que você está vivendo agora que conta! Aproveite cada segundo e esqueça ele!

– Mas eu realmente gosto!

– Droga, então o beije de uma vez e decida seus sentimentos hoje! Ele só tá fazendo ceninha, ele não aguenta o fato de você ter crescido um pouco e ter parado de seguí-lo como uma louca. Se quer saber, o palhaço lhe fez muito bem. Olha Hillary - Marco segurou em sua mão e olhou em seus olhos, a garota realmente havia se empenhado para mudar e fazer Tony a aceitar, mas nada vinha dando certo. - Você está se tornando uma pessoa incrível. E eu estou muito feliz que eu pude ver você mudar, de ter me aproximado e ter se tornado seu amigo. Me sinto honrado em ter presenciado seu amadurecimento e ter se tornado seu amigo. Agora amadureça um pouco mais e não deixe que o Tony idiota que tá tomando conta do meu grande amigo deixar você pra baixo. Certo? Se o Tony gentil e amável que conhecemos estiver demorando muito a voltar, apenas o beije e o traga de volta. Eu tenho certeza que ali dentro bate um coração por você.

Era disso que faltava em Hillary. Uma amizade verdadeira. Ela teve uma amizade sim com Rose, mas algo faltava para as duas. Ambas seguiram seus caminhos e encontraram pessoas que mudaram suas vidas de modo absurdo. Ambas amadureceram. A diferença era que Woo Ho não a rejeitava. Claro, Rose nunca fora uma louca perseguidora. Assim que Marco a abraçou, Lily o puxou para dançar, enquanto Hillary terminava de beber o drinque. Antes de encontrar uma mesa, avistou Rose em outra, apenas mexendo no celular. Ela seguiu até a loira.

– Parabéns pela formatura!

Rose olhou para jovem e sorriu enquanto a abraçava e agradecia.

– Por que não está na pista?

– Na verdade, eu estava pensando em ir pra casa...

– Mas por que? É sua formatura!

Hillary sorria, mas Rose apenas exibia um sorriso tímido e sem emoção alguma. Ambas foram caminhar no jardim do pátio de entrada enquanto Rose contava apenas que Woo Ho iria viajar. E depois disso, Hillary já não precisava ouvir mais nada. Ali estava o motivo de tanta desanimação.

– Se quer saber, nem deveria ter vindo hoje. Meu melhor amigo não veio e não tenho com quem dançar, além disso... Woo Ho viaja hoje, eu... Não tenho animação pra viajar. Ele sequer me deixou ir ao aeroporto.

– É porque eu queria te fazer uma surpresa, idiota. Claro que eu não iria deixar você sozinha na formatura – Woo Ho estava encostado em uma arvore as mãos nos bolsos.

Rose virou e preparou-se para gritar de tanta felicidade. Sequer poderia descrever o que sentia naquela hora. Assim que absorveu a voz de Woo Ho, ela não pensou, apenas iria abraçar o amigo. Mas algo veio antes.

– Woo Ho! Você cortou o cabelo! Oppa!

– Rápido, vamos dançar enquanto eu ainda estou aqui! – Ele a puxou de volta para o ginásio enquanto Rose pulava para pegar no cabelo do jovem e estudar o novo corte de cabelo.

– Eu passei quase o ano todo pedindo pra você cortar e você corta antes de ir embora? Me deixe passar a mão!

– Pra pista de dança antes que eu mude de ideia!

Hillary apenas os observava e sorria. Estava feliz que a amiga havia encontrado alguém que cuidava dela melhor do que a própria Alguém que conseguiu enxergar o verdadeiro valor de Rose antes mesmo dela. Antes de voltar para o ginásio, Hillary avistou Tony deitado na grama, bem afastado. Ele observava o luar. Era lua cheia. Hillary olhou a lua e algo veio em sua mente. Parecia tentador deitar ao lado dele olhar a lua. A vista parecia melhor de lá.

Ela não hesitou. Quando percebeu, Tony havia se assustado e sentado. Olhava para ela, que olhava a lua. Ela estava certa. Vista dali, ela parecia muito melhor.

– O que faz aqui?

– Vendo a lua, e você?

– Quer fazer o favor de sair d... – Hillary logo o interrompeu sem dar a mínima para o que ele falava.

– A vista é tão boa daqui, não?

– Não, você incomoda.

– Você falando é o único que incomoda – ela apontou para cima.- Olhe a lua.

– Mas você é muito irri...

– Você é o único incomodado – ela levantou, colocou a mão em seus ombros e o fez deitar de novo. Tony tremeu ao sentir o toque da pele da jovem e ela havia percebido. – Aish... Cala a boca e olha a lua.

Tony havia finalmente concordado em calar a boca e apenas aceitar a presença da garota. Mas não deixava de espiar as vezes e constatar que ela continuava olhando incansavelmente a lua. Tinha mesmo uma boa vista dali.

– Se está esperando um pedido de desculpas, não vai ter.

Hillary sentou e se apoiou nas palmas das mãos.

– Eu não estou esperando um pedido de desculpas. Espero que você também não. Porque eu já pedi e você não aceitou – Tony sentou-se e abraçou os joelhos. – E também não vou pedir desculpas por isso. E também nada de gritos, xingamentos nem cobranças. Hoje é dia de festa.

Ela puxou o rosto do jovem e o beijou. Sim, era um beijo. Era simples. Mas era um beijo. Não era o primeiro beijo dela, como estava sendo para ele, mas era o melhor. Não havia tido nada de grande ou especial nele. Os lábios não se movimentaram, não houve passagem de língua que é descrita em livros, não houve troca de saliva, nem síndrome da maquina de lavar. Houve apenas o encostar de lábios. E apenas isso era o suficiente. Ela fechou os olhos. Ele não.

E quando ela levantou e foi embora sem dizer uma única palavra, ele voltou a se deitar, esfregando o rosto e bufando.

Hillary entrou na festa com um enorme sorriso no rosto, nem parecia que minutos antes estava triste por causa de Tony. O coração estava a mil e ela precisava colocar pra fora. E nada melhor do que na pista de dança. Ninally havia sido convidada de ultima hora para cantar.

A multidão ainda balançava sem parar, teriam energia pra muita coisa ainda. Enquanto Ninally cantava, quem se perdia no som da sua voz era seu professor de matemática favorito. Olhos inchados, negros, cabelos bem curtos, alguém que continha uma voz grossa e mantinha os olhos brilhantes como o céu e presos na morena que agora soltava a voz. Vez ou outra ela olhava para ele e sorria de acordo com a letra da música.

Eu fico parada no horizonte, eu quero atravessá-lo com você...

O coração sempre batendo forte e caindo de amores e desejos por ela, e ele sempre firme por fora, não podia nem queria demonstrar nada.

Venha para mim. Oh, você não virá para mim?

Ele sequer poderia pensar nisso. Não, não seria tão cruel de ao menos privá-lo de pensar no quanto ele gostava dela e de sua companhia. Por fora, ele apenas sorria tímido e se misturava entre o que cantava. Conhecia muito bem aquela letra. Era uma de suas bandas favoritas, e ela sabia disso. Ela provocava, e como provocava. Jon era sensato; ela o atraia sim, e como. De um jeito absurdo. Ele nem mesmo conseguia se lembrar do jeito que havia se sentido desse jeito antes. Talvez pela sua primeira namorada. Gostar tanto que as vezes doía. Mas dessa vez era diferente, totalmente diferente porque ela era inalcançável. Completamente inalcançável. Mesmo tão perto.

O mar do norte canta... Você não virá pra mim?

Ele jamais iria poder ir com ela. Nunca.

Marco desejava ir ao banheiro. Mas sendo quem era, jamais iria sozinho. Precisava de Lily. Ethan havia se livrado da gravata borboleta e do smoking. Todas essas peças estavam jogadas em cima de uma mesa qualquer. Nada de preocupações naquela noite.

– Não, eu tô comendo, leve outra pessoa.

– Ah, qual é!

– Veja ali o Ethan, ele apenas está pulando, chame ele. Além disso, ele vai poder entrar no banheiro com você.

Marco logo bufou, revirou os olhos e andou até o loiro. Ethan não negou o pedido do rapaz e foi dançando na batida da música. Dançava como nunca havia dançado antes. Era estranho, mas divertido de acompanhar. Assim que chegaram no banheiro, Marco foi direto ao box enquanto Ethan se olhava no espelho e cantava junto com a música abafada vinda do ginásio.

– Ethan, algo me veio a cabeça.

– O quê? – Indagou, entre um dos versos.

– Seus tios não falam nada sobre você andar muito com um cara gay e dele ficar em cima de você o tempo todo?

– Claro que não. Você é meu amigo – ele respondeu com tamanha naturalidade.

Sim, esse era o dia em que todos os desejos se tornam realidade. Os sonhos são todos possíveis nessa noite.

– Droga, Ethan! – Berrou Marco de dentro do box, batendo a porta com força e indo lavar as mãos. – Você é lerdo mesmo, puxa vida.

Assim que ele enxugou as mãos molhadas, segurou o rosto do amigo e o beijou. A surpresa maior para Marco foi quando ele foi retribuído. Ele sentiu as mãos do loiro apertarem sua cintura e aprofundar um pouco mais o beijo.

Quando eles se separaram, Marco foi pra trás, ainda surpreso com o que o outro fizera. Ele sorria. Mas era o mesmo sorriso de sempre, o sorriso inocente, idiota e sincero. Era como se ele aquilo fosse algo natural, algo normal entre os dois. Como se fosse um beijo de bom dia. Ethan levantou os braços balançou e continuou cantando.

– Vamos voltar pra festa. How can I tell you I was wrong?

– Ethan, você percebeu que eu acabei de te beijar, certo?

Ethan olhou para o lado, perdido. Como se estivesse se lembrando do ocorrido.

– Oh... Oh. Sei. E eu correspondi. O que tem?

– Você não vai falar nada? – Ethan coçou a sobrancelha e respondeu ainda confuso:

– Era pra eu falar algo? Tem algo que você queria ouvir de mim? Eu posso falar se quiser.

– Você sabe que eu te beijando desse jeito significa que eu gosto de você?

– Sim, e eu te beijei de volta. Você não percebeu? Você quer que eu te beije de novo?

Ethan deu um passo a frente, mas Marco recuou dois, dizendo que não era necessário. Mas Ethan sorriu sapeca e continuou indo, até beijá-lo novamente. E a porta abrir. Era Woo Ho.

– Opa – ele juntou as mãos -, desculpa. Sério, não vi vocês. Oh, Ethan. Eu vou indo em outro banheiro.

– Woo Ho, - o jovem colocou a cabeça novamente no banheiro – eu esqueci de desejar boa viagem.

Woo Ho sorriu, fazendo com que seus olhos desaparecessem e então agradeceu.

– Obrigado e felicidades.

– Ele parece está aproveitando ao máximo a festa, até sorriu pra mim... – E voltou sua atenção a Marco. – Vamos voltar pra festa.

Marco sorriu, passando a mão nos cabelos e ambos voltaram ao ginásio.

Esse era o fim do ensino médio para aqueles inúmeros jovens. O começo da vida adulta, novas e responsabilidades, maiores e obstáculos mais desafiadores. Era algo sem previsão, um caminho indecifrável. Um passo para a independência e a liberdade que muitos sonhavam. Um passo para novas descobertas e para novas aventuras. Maiores e mais desafiadoras, novos sentimentos, caminhos a tomar, decisões, uma nova página. Quem dera pudessem eles pausar aquela noite e aproveitá-la. Assim o tempo não passaria e algo talvez nunca pudesse doer tanto.

No aeroporto, Woo Ho reclamava da dor de cabeça.

– Tome um remédio, certo? E ligue pra mim quando descer nas conexões e por fim em Seoul. Eu quero fotos e presentes. Muitos.

Podia parecer que não, mas os dois estavam mais relaxados. Não era o fim do mundo e não era como se nunca mais fossem se ver. Ele havia prometido que viria nas férias e ela também daria um jeito de ir visitá-lo também. Além disso, existiam cartas, telefones e internet também. Não estariam incomunicáveis. Assim logo logo ele estaria de volta eles nem notariam o tempo que passou. Rose segurava a mão do amigo.

– Se cuida. Não pule as refeições e não viva só de ramén. E coma frutas e verduras. Não fique acordado até tarde e não se sobrecarregue.

– E você estude. Vire uma doutora, assim eu não terei que pagar as contas do hospital.

Ela sorriu pra ele.

– Quando você voltar serei uma veterana em medicina. Espere e verá!

Era a última chamada para o voo dele. Ele sorriu sem jeito, junto com ela. Ela segurava sua mão.

– Me liga. E mantenha o corte, por favor.

– Vou pensar no seu caso.

Eles não iriam se abraçar. Rose não quis. Assim, eles apenas deram tchau, como se ele estivesse apenas indo pra casa depois de um dia cansativo fazendo todos os programas irritantes de Rose. E era isso mesmo. Logo ele estaria de volta.


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Notas finais do capítulo

GoGo epílogo



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