O barulho definitivamente é algo natural numa escola de ensino médio. Principalmente no começo do dia. Ao longe, podia ser visto aquelas que se autonomeiam as melhores. É o básico. Você sempre verá esse tipo de coisa em um lugar assim. Contanto que você não fosse alvo desse tipo de gente, tudo ficaria numa boa. Pena que não era assim pra Lily Vitória Cockburn.

Terceiro ano, sala ‘C’. Era ali aquele lugar que o destino a havia mandado. Novamente a sala ‘C’. Mesmo que fosse difícil, bem na frente ela iria agradecer, já que dessa vez seria diferente do ano anterior. Mas qual seria o motivo de Lily ser um alvo daquelas rudes garotas? É bem fácil de entender. Basta apenas olhar o olhar sincero da jovem e a maneira como se portava. Contudo, seria uma pena que ninguém visse através daquele olhar. Porém, bem antes de ela entrar em Dong Si, alguém já havia prestado atenção nela.

– Ei, Lily!

Enquanto ela se sentia deslocada, a voz familiar de seu melhor amigo estava atravessando seu coração e o aquecendo de uma maneira calma e feliz.

– Marco!

Ao dar o terceiro passo, alguém acabou esbarrando nela, fazendo-a cair.

– Oh, meu Deus! – A voz feminina ecoou. – Me desculpe!

Lily viu maravilhosas ondas em seus cabelos negros, seriam naturais? Porem, algo que a chamou a atenção foram, definitivamente, os olhos que portavam um tom acinzentado. Era uma nova cor na escola. Apesar de ninguém se dar ao luxo de tentar saber mais sobre Lily, ela sabia sobre cada um naquele lugar. O tempo que passava sozinha lhe dava tempo de sobra para observaras pessoas. E aqueles olhos cinza eram novos.

A jovem de pele clara da jovem era macia. Lily sentiu quando esta a ajudou a levantar.

– Você está bem? – O olhar cinza e sincero perguntou.

– Você... É novata.

– Sou sim – Ela sorriu, fazendo Lily sorrir também.

– Seja bem vinda!

Lily disse com sinceridade. A bela jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos da cor do céu em dias em que não há nuvens pra atrapalhar sua visão sabia exatamente como as pessoas falsas se portavam. E aquela garota a sua frente não era desse tipo de gente. Ela tinha certeza. Por isso, ao dizer “bem vinda”, disse com todo o coração. Ali estava uma coisa boa de ter sido colocada na turma ‘C’ novamente. Faltava apenas ela perceber.

– Obrigada – os olhos acinzentados responderam com um esplendoroso brilho.

– Bem, eu tenho que ir agora. Boa sorte com o primeiro dia. Até logo!

Ninally a observava enquanto ela corria na direção de alguém e pulava em seus braços. Ainda mantinha um sorriso no rosto ao olhar pra jovem. Certificar-se-ia de encontrá-la novamente e perguntar seu nome. Parecia ser uma boa pessoa. De repente, ela parou de sorrir, começando a olhar de um lado para o outro, lembrando-se que deveria estar indo encontrar um professor, para pegar seu horário de aulas.

Havia um papel em sua mão com o nome dele. Havia anotado quando o diretor da escola ligara para sua casa no dia anterior, para certifica-la de comparecer na frente dele.

– Sr. Jon Woo. Jon Woo. Será que ele é estrangeiro? É melhor eu ir andando.

Ninally realmente odiava multidões. Aquele barulho todo, além de pessoas andando para lá e para cá, algumas a empurrando para poder passar, mesmo com todo o espaço. De onde vinha tanta má educação?

– Essa idiota da Hillary poderia ser ao menos legal no primeiro dia. – Reclamou, mas logo se deu conta do que falou e começou sorrir. – Mas do que eu estou falando? Como se eu quisesse a ajuda dela. De qualquer jeito, que bobagem. Acho melhor parar de falar sozinha, as pessoas estão começando a olhar.

Ninally precisava apenas achar a sala dos professores, e assim acharia quem estava procurando. Como era o primeiro dia de aula, sabia que de aula propriamente dita não teria. Mas havia a cerimonia de abertura, e ela gostaria de ir – era obrigatório de qualquer forma.

O problema de achar a sala dos professores era apenas um. Nanilly não sabia por onde ir. A escola era um labirinto magnifico e nada difícil para os veteranos, mas os novatos se perderiam com grande facilidade. Sentiu a necessidade de perguntar para alguém, mas, admitindo a si mesma, estava um pouco nervosa. Olhou de um lado para o outro, pensando em escolher alguém. E torcendo para ver a menina de antes. Mas então viu outra pessoa. Era o garoto que a outra garota abraçara antes. De algum jeito, Ninally sentiu-se aliviada e andou na direção dele.

– Com licença, me desculpe...

– Sim?

– Poderia me informar onde fica a sala dos professores?

– Professores? Você é nova?

Ninally logo acenou com a cabeça.

– Preciso encontrar um professor.

– Oh, sério? Quem está procurando? Sr. Moniz? Ou talvez o sr. Jared?

– Não, não. É alguém chamado Jon Woo.

O jovem logo sorriu, reconhecendo o nome.

– Ah, o Jon-ah.

Ninally não entendeu o jeito como o homem fora chamado.

– Jon-ah?

– Calma – ele sorriu. - Logo você pega o jeito. Ele é um cara legal, mas como ele é do tipo que não consegue ficar parado em apenas um lugar, talvez seja um pouco difícil você acha-lo. Ele pode estar em qualquer lugar da escola neste momento. A propósito, meu nome é Marco. Seja bem vinda.

– Eu sou a Ninally. É um prazer.

Marco colocou as mãos na cintura e se inclinou um pouco.

– Ninally? Que nome diferente, e bonito.

– Sério? Obrigada! Ah, certo! Agora pouco, vi uma garota de cabelos loiros abraçando você, eu esbarrei nela e esqueci-me de perguntar o nome dela.

– Ah, a Lily? Foi você que esbarrou nela? – Perguntou ele – Que bom. – Ele pareceu que havia esclarecido uma duvida, depois repetiu: - Que bom... Bem, é melhor ir andando-se quiser achar o Jon-ah. Boa sorte.

– Obrigada... – Disse, mas ele não parecia ter escutado, pois já havia tomado seu caminho. Mas então, ele se virou.

Havia mais uma coisa a ser dita.

– Ninally, quando ver o Jon-ah, tente não se apaixonar por ele!