High School: Love Now - Interativa escrita por RP C


Capítulo 10
Pessoas que nos fazem mudar


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! Esse capítulo foi um pouco maior do que os outros, apresentando mais um personagem. Ainda não respondi os comentários, mas ainda vou respondê-los, aguardem.
Esse capítulo terá duas músicas.
Na primeira parte, a música será Home - Mumford & Sons. Na segunda parte, depois da cena da Hillary e Ninally, a múscia será You Already Know - Arcade Fire.
Enfim, espero que gostem.
Ah, certo. Estou postando uma nova história. Fantasia, se quiserem dar uma olhada, o endereço está nas notas finais.



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O que você está fazendo na minha biblioteca?

Nina havia dado de cara com Hillary, que estava acomodada na janela, lendo alguma coisa. Hillary nem se deu o trabalho de olhar para a morena.

– Este é o único lugar da casa que tem uma lareira que eu posso usar.

– Este é o único lugar da casa que é inteiramente meu. Não pode entrar aqui sem o meu consentimento. Papai fez esse lugar especialmente pra mim.

Não era uma grande biblioteca. Era um canto de estudo. Três das quatro paredes estavam cobertas de prateleiras, que por sua vez estavam cobertas de livros. Alguns estavam abertos ou colocados de qualquer jeito, algumas pilhas eram formadas ao longo do recinto, jornais, papéis velhos, cortes de revistas, tudo poderia ser encontrado ali. Havia também uma pequena lareira com fotos em cima, ao lado de uma tulipa feita de plástico. Na frente da lareira, uma mesa, cadeiras e mais papéis. Um laptop estava aberto e ligado. Hillary havia tentado acessar, mas havia falhado. Precisava de uma senha.

Papai não disse que eu não poderia entrar.

– Mas eu disse. E nem me venha com papai. Você nunca chama ele desse jeito.

– Você também disse isso? Ele é meu pai. Ele quem cuidou de mim. Ele cuidou de você?

Hillary adorava provocar Ninally com esses assuntos. Assuntos que sempre deixavam Ninally fora de controle.

– Não me venha com essa – Ninally logo iria começar a gritar.

– Você estragou a minha vida quando se mudou pra cá. Esse espaço poderia muito bem ser só meu.

– Estraguei... Eu estraguei a sua vida? Se deu conta do que acabou de falar? Foi você quem estragou a minha. E a sua mãe.

– Eu e minha mãe? Foi você quem fez o favor de vir mora aqui. Sua mãe que fez o favor de morrer.

Ninally deixou que lágrimas escapassem. Ela não conseguia ir contra aquilo. A garganta começou a doer, se segurava para não fazer escândalo. O coração acelerava e não tinha mais ninguém ali que pudesse defendê-la. Não tinha ninguém que pudesse fazer com que Hillary parasse.

– Ele nem mesmo paga a sua escola. Você é bolsista.

– Eu tinha conseguido a bolsa muito antes. Eu fiz tudo de mim pra conseguir isso. Você não. Você é apenas...

– O que eu sou? – Hillary sorriu. – A filhinha do papai? Sim, eu sou. E você é apenas alguém que ele jogou de lado.

A morena já estava fervendo por dentro. O quão vivo o ódio poderia estar? Quão grande ele poderia ser? Sabia que ela o fazia para provocar. Para fazê-la sofrer. Sabia que Hillary essa assim. Um pouco de carbono sem sentimentos. Tudo que importava era ela e ela mesma. E mais ninguém. O resto poderia ir se foder que Hillary apenas ficaria em seu canto, com a cabeça erguida e o ego maior do que a cidade inteira. Por que Hillary não valia nada.

– Você é só uma órfã. Nem seu pai quis você.

– Se tem alguém culpado aqui, é você e a merda da sua mãe. Quem deveria ter sofrido um acidente, quem deveria ter morrido era Sarah. Não venha me dizer que sabe o que é sofrer. Você não sabe o que é dor. Você não sabe o que é ser abandonada, não sabe o que é o sentimento de solidão. Você não sabe o que é olhar ao redor e descobrir que você só pode contar com você mesma. Nunca vai entender esses sentimentos. Você é a menina rica que tem a família perfeita.

– Não se faça de coitadinha.

– Eu tenho esse direito. Minha mãe quem está enterrada. Eu sou a órfã, lembra? – Ninally andava bem devagar na direção da loira. – Eu sou a garota abandonada pelo pai. Eu sou a bolsista. Eu sou a garota que veio de uma cidade diferente, de um bairro de classe baixa.

Ninally já estava muito perto de Hillary, que já havia perdido um pouco da confiança de antes e agora recuava. Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância. Ninally sussurrava.

– Quando a sua mãe morrer, lembre-se com cuidado das palavras de hoje. Quando souber que seu pai está transando com outra mulher, e que ele nunca se importou com você de verdade, lembre-se de hoje. E das palavras que você disse. Diga as mesmas para você, na frente de um espelho. Se quiser, leve uma faca e aproveite e leve sua vida pra longe de todo o sofrimento. Já que ninguém mais vai se importar com você, já que será apenas uma miserável órfã.

Um sorriso escapou dela. Hillary a empurrou e rumou em direção a porta, a voz dela foi a ultima coisa a ser dita.

– Papai vai ficar sabendo disso.

x

– TONY!

Outubro havia finalmente começado. Era o mês do Halloween e estavam todos entusiasmados com a grande festa que estava para chegar. Seria no fim do mês, mas a grande maioria das coisas estavam prontas. Faltavam apenas começarem a vender os ingressos e conseguir um par. Hillary estava tentando isso desde que a festa fora anunciada.

– Vá comigo! É apenas uma festa, vamos dançar, comer, nos divertir e nem imaginar que teremos aula na semana seguinte.

– Hillary. Chega. Presta muita atenção no que eu vou te falar. Eu. Não. Vou. Com. Você. Agora, rala-peito.

Hillary tentou a todo custo fazer com que Tony fosse a festa com ela, mas em vão. A maioria dos garotos havia convidado ela, mas a jovem recusara todos. A pessoa com quem queria entrar na grande festa era justamente quem não quis acompanha-la.

O jovem não quis mais se preocupar com ela. No dia em que fora visita-la, acabou não conseguindo apertar o botão da campainha. E mesmo se tivesse o feito, Hillary não estaria em casa. Na volta, acabou a vendo em uma farmácia, conversando com Suzanna. “Eu já disse, você fica com o Jon-ah, e eu com o Tony. Nenhuma de nós vai ter que pagar a outra, certo?”. Errado.

– Oh, pequena Hillary – Jon-ah passava pelo corredor ao ver o desapontamento de Hillary. – Você deve ser a única que ainda não tem par. Deixe o Tony. Jon-ah está sem par, não quer ir com comigo? Todas querem ir comigo.

Ele sorriu, mas Hillary bateu em seu peito.

– Quem quer ir com você, quem? Cresça, Jon-ah!

E dizendo isso, a loira saiu batendo os pés em direção à piscina, onde os meninos do time de natação começariam o treino.

– Vejam essa garota, desprezando alguém com o meu nível social. Está foi sua ultima chance, Hillary!

– Oh, vejam só, você está dando em cima de uma aluna, Jon-ah?

Ninally estava com Bella. Ambas desfrutavam sorvetes. Jon-ah não disse nada ao olhá-las ali. Na verdade, estava mesmo era olhando para as delicias geladas nas mãos das suas alunas.

– Que tipo de alunos são vocês? Ofereçam-me uma lambida.

Nenhuma das duas esbanjou alguma reação. Apenas se olharam e continuaram seu caminho em direção à piscina. Basicamente, todos estavam passando por ele naquele momento, em direção a piscina. Seria um treino. Mas era um treino importante. Era o ultimo treino e os nadadores fariam pequenas competições entre eles, para aumentar o espirito esportivo. Na semana seguinte começaria a competição, e a primeira escola que enfrentariam era uma concorrente forte. Os alunos teriam um tempo livre, o diretor haviam cancelado os treinos da semana para que odos pudessem dar total apoio aos nadadores que representariam a escola.

Um desses nadadores era Yan Katsu. Apesar da timidez, ele logo conquistou todos do primeiro ano e fizera um show no castigo de Jon, na semana anterior. Acabou entrado para o time da escola com três dias depois do acontecido. Logo ele havia conquistado uma maravilhosa posição social na escola. Mas, graças aos céus e pelo bom senso do próprio garoto, não deixou que as próprias pessoas o tornassem alguém consumido ‘pela fama’. Era sempre o mesmo garoto tímido que pagava mico. Mas agora mostrava sua personalidade engraçada e encantadora. Seus amigos de sala, Ninally e Tony, além da garota do terceiro ano, Bella, haviam aparecido para dar apoio total ao jovem. Ele acenava do outro lado da piscina, onde estava com os outros nadadores.

– Vocês viram a Lily? – Tony perguntou, já terminando o seu sorvete.

– Com licença? Bella...

– Oh, Ethan. Oi.

Tony e Nina começaram a se cutucar, analisando a situação e decifrando o rosto tímido do garoto que parecia um tanto inseguro sobre o que realmente estava fazendo.

– Eu sou do comitê de eventos gerais. Estou na preparação do baile de Halloween esse ano. – Ele apontou rapidamente pra sim mesmo e continuo falando, mesmo tropeçando um pouco em suas palavras. – E-Eu sou um grande fã do Halloween. Esse ano terá um sorteio de melhor fantasia e todo o resto.

– Ficamos sabendo disso. A festa do Ensino Médio é bem mais elaborada em comparação ao Fundamental – Tony falou, entrando na conversa.

– Sempre é. Na verdade, o fundamental só tem festa de Halloween por causa do nosso comitê do Ensino Médio. Tinham apenas um baile formal. E poucos. Há alguns anos, ficamos responsável por eles também.

– Oh, que coisa divertida. Mas você, por acaso veio convidar a Bella pro baile?

Marco adorava aparecer do nada. Havia chegado minutos atrás e se esgueirado como um gato. Sempre chegava perguntando o mais óbvio das coisas, sem se dar ao luxo de saber se está ou não constrangendo as pessoas ao seu redor. Era seu dom particular e adorava fazer isso. Ele sorria, esperando uma resposta.

– Na-na verdade não... É meu irmão. – Ele tirou um envelope do bolso do blazer vermelho e o entregou a Bella. – Não se preocupe em pagar o ingresso, é cortesia minha. Na verdade, meu irmão nem pensava em vir ao baile, mas ultimamente ele vem falando muito o seu nome e acredito que ele viria se fosse com você. No envelope, tem dois ingressos.

– Então, você está comprando a Bella? – Marco esbanjava um sorriso malicioso, estava fazendo de novo. Ethan logo ficou apreensivo, não era isso que estava fazendo.

– Não, não! Caso não queria ir com ele, sinta-se a vontade em fazer qualquer coisa com os ingressos. São seus! Não se sinta obrigada, é um convite! Apenas... Um convite.

– E seu irmão é... – Ninally se lembrou de perguntar.

–Philipe! Philipe Di Angelo.

Bella olhou o envelope antes de olhar para o jovem de novo.

– Bem, eu vou pensar nisso. Obrigada pelos ingressos.

Ela sorriu em agradecimento, e ele logo pôs-se a falar novamente.

– Será que eu poderia sentar com vocês? Foi difícil reunir coragem e vir falar com vocês, eu geralmente não sou assim, então...

– O que você está falando? – Marco gritou, sorrindo. – Vamos, sente-se aqui! Não é todo dia que alguém se dar o trabalho de vir sentar com os excluídos da escola!

Ethan sorriu e logo se juntou a eles.

– Quem é antissocial aqui? – Tony reclamou.- Eu sou muito desejado pelas garotas e grandes clubes, se quer saber...

Não é verdade? Era tão incrivelmente fazer parte de um grupo de amigos, era muito fácil se aproximar deles e logo conquistar seus corações. Três de setembro as aulas começaram. Exatamente no dia 14 de outubro, Ethan havia juntado coragem e se aproximado. Queria fazer amigos. Seu feitiço havia funcionado dessa vez. Ele já gritava o nome de Yan junto com os outros, enquanto o primeirista disputava o primeiro lugar com Woo Ho, que era o líder do grupo de natação. E mesmo que Yan tenha perdido para o popular e inteligente Woo Ho, ainda sorria quando saia na piscina. Seus amigos ainda gritavam. Ethan tinha se aproximado por si só. Fora uma boa decisão, no fim das contas.


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Notas finais do capítulo

Então?

Link da nova fic: http://fanfiction.com.br/historia/544011/Os_Lumias_-_A_Lenda_Renasce/