A Garota do Cursinho escrita por SkyDragomir


Capítulo 7
Alcançado


Notas iniciais do capítulo

Demorei, e demora com motivo: Me deu um SUPER branco, e eu não sabia o que escrever! Acreditam? Fiquei uma semana, escrevendo, apagando, escrevendo e apagando. Sério, desesperador. Bom, demorou, porém chegou. E, finalmente, SASUSAKU PURO. Isso mesmo minha gente, sangue puro na área, sem interrupções.
Ah, e como agradecer o carinho de vocês gente? Sério, vocês são um sonho! Meu sonho! Amo muito vocês e seus comentários super carinhosos e convidativos ♥



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Nuvens. Eu gosto de nuvens. Elas vem e vão, nunca presas, sempre livres. Oh, como eu ansiava a minha liberdade, mas ao mesmo tempo estou com tanto medo. A liberdade que eu procuro só vou achar em um lugar. E esse lugar é a morte. Não quero morrer, quero viver. Quero viver várias aventuras, e no final ter a vida de todas as pessoas. Casar, ter filhos, envelhecer e morrer. Fácil.

Minha casa é um lindo e arrumado apartamento, com cada coisa em seu lugar, tudo organizado, ele é como deveria ser. Meu quarto é iluminado de manhã, e sujo anoite, todas as bebidas e os cigarros que consumo dentro dele fazem-me perder a cabeça. Sinto que estou sozinha anoite. Ninguém pode me ajudar, as festas não vão me curar, a bebida não será meu soro, o cigarro não é minha inalação.

Sabe de uma coisa que tenho medo? Tenho medo de crescer e continuar no fundo do poço, como estou agora. Sinto-me suja, usada, rasgada. Ninguém chegou perto de mim, além de mim mesma. Fiz isso comigo, e sou um monstro por isso. Que tipo de pessoa joga a vida fora por outra? A propósito, está escuro agora, é muito tarde.

Estou sozinha, estou bebendo, estou morrendo. Como sou idiota! Agora que Sasuke se foi, deveria estar curtindo minha vida livre, como antes de conhece-lo, mas só consigo pensar na culpa e a culpa só consegue pensar em mim.

Passei a tarde com Gaara hoje, diverti-me tanto! Ri, brinquei como uma criança, ganhei carinho, atenção e ganhei um beijo. Um doce beijo vindo de um lindo homem. Gaara é incrível, mas sou egoísta demais para ama-lo de primeira e me entregar. Egoísta e medrosa também.

– Já vou! - Gritei da cozinha, largando o cigarro e indo atender a porta – Gaara, você esqueceu sua... blusa.

– Olá, amor.

Roupas sujas, olhos inchados, pés descalços, um cheiro horrível, o cabelo com um enorme nó. Ele estava deprimente, tão deprimente e perdido que dava nojo. E quando a palavra ‘amor’ saiu de seus roxos e desnutridos lábios, desconheci o homem de anos atrás.

– O que está fazendo aqui, Sasuke? Você está maluco? – Tentei fechar a porta em sua cara, entrar e ligar para a polícia, porém ele entrou em meu apartamento como um furação.

– Sakura! Por favor! Não chame ninguém! Estou com medo! Preciso de você! – Sasuke chorava e se encolhia, murmurava meu nome diversas vezes, implorava e tentava arrancar os fios da cabeça.

– Shiii. Pronto, já passou, você está aqui comigo, viu? Está são e salvo aqui. – Tentei acalma-lo e deu certo, ainda sim sou humana, e conheço Sasuke.

– Você vai ficar comigo? – Perguntou ingênuo e desesperado.

– Claro que vou, querido. Sempre cuidarei de você.

Sasuke foi tomar banho, e sim, eu o acolhi mais rápido do que mulher arrependida. Tenho motivos pra isso.

Sasuke poderia surtar, e me matar. Recuso-me a morrer nas mãos de um homem nesse estado.

Sasuke poderia estar com outros loucos, e me sequestrar.

Vou fazer Sasuke cair na real, e para isso, preciso dele por perto.

No fundo, estou com pena e sinto-me culpada.

E no final, estou de volta. Contando minhas mentiras para iludir alguém fraco, porque a verdade é que odeio decepcionar as pessoas depois de dar esperanças a elas.

Prefiro decepcionar no começo.

Pelo menos, eu não irei sofrer depois.

Sasuke P.O.V.:

Sakura acolheu-me rápido demais, estranhei e ainda estou estranhando um pouco. Confio plenamente nela, ela deve ter ligado para Itachi no impulso, e agora deve estar profundamente arrependida, querendo com todas as forças se ajoelhar e pedir desculpas.

Cortei o fluxo da água do chuveiro, enrolei-me na toalha, e sai do banheiro. Durante todo o banho, pensei em uma única coisa: Gaara esteve aqui, nesse apartamento, com Sakura. Porém, isso é para depois. Com toda certeza, precisarei explicar como fugi, como vim parar aqui, e o que quero. Eram perguntas óbvias.

Coloquei umas roupas minhas que eu deixava no apartamento de Sakura, fiquei surpreso quando vi que ela ainda as guardava, pensei que tivesse colocado fogo ou coisa parecida. Coisas que mulheres irritadas fazem.

– Vamos lá, desembuche! – Ela estava um pouco irritada quando cheguei a sala, resolvi responder sem rodeios.

– Bom, comecei a planejar a fuga. Então, eu fugi pela parte da cerca elétrica que não funcionava. Corremos pela mata fechada, isso explica a sujeira, até que vimos a rodovia Andamos praticamente durante 4 horas seguidas, e quando cheguei aqui, no seu prédio, tive que burlar os sistemas de segurança e entrar pelos fundos. – Expliquei tudo e ainda completei, divertido – Você sabe, cara normal, vida normal, tudo normal.

Depois do dia em que eu jurei fugir para ficar com ela, comecei a planejar minha fuga cegamente. Karin, Suigetsu e Juugo vieram comigo, achei babaquice eles ficarem naquele lugar por mais tempo. Karin agradeceu a mim várias e várias vezes. E acabou que ela era esperta, e só se fingia de boba. Vai entender.

– Céus, tem outros malucos andando por ai? Eles podem atacar pessoas, Sasuke! – Se não fosse três horas da madrugada, ela gritaria. Ignorei o fato dela ter me chamado de maluco, estava muito feliz agora.

– Eles são pessoas do bem, Sakura! Foram trancados lá injustamente, e agora, graças a mim, estão livres! – Repliquei e logo sorri, aproximando-me de Sakura – Eu estou livre. Não quer dizer nada? Uma desculpa talvez?

– Desculpa pelo que, exatamente? – Disse irônica – Ah! Por mandar você se cuidar? Por cuidar de você, e fazer o que tinha que ser feito? Ah, claro, preciso pedir desculpa por isso.

Comecei a sentir raiva dela. Ela tinha me mandado para um lugar horrível, não era o tipo de lugar que garotos se tornavam homens por serem obrigados, era o tipo de lugar que garotos voltavam a ser meninos por medo.

– Você não faz ideia do que tem sido essas últimas semanas para mim não é? Sakura, eles me dopavam diariamente, com medo de mim! Eu não doparia nem um coelho, e eles me dopam com toda aquela frieza? Eu sou humano! – Comecei a berrar – Humano! Humano! Sou humano, caramba!

– Fale baixo! – Repreendeu-me em um sussurro, e suspirou – Sasuke, acalme-se, ‘tá’ legal? Eu tentei ajudar você! Você não é o único que tem direito de sentir medo, sabia? Eu também estava com medo. Muito medo.

– Ora raios, medo do quê? Você tem tudo que sempre quis!

O olhar dela estilhaçou meu fodido coração. Os olhos verdes que conhecia, clamavam e imploravam, a uma só voz: Entenda-me! Por favor, entenda-me! Ficamos como bobos naquele momento, sem falar, achar, pensar ou nem se quer, respirar.

– Você não sabe o que está dizendo.

Ela simplesmente saiu da cozinha, como se quisesse deixar toda essa história lá, mas esqueceu-me lá também, e ela sabe que eu a perseguirei por uma eternidade. Com raiva pelas especulações, e pela negação do pedido de desculpas, a segui até a sala.

– Claro que sei. Desde que te conheço, você vive por ai, nesse seu mundinho perfeito. Você tem as amiguinhas perfeitas, estuda na faculdade dos sonhos, e para completar, tem o ruivinho mais carinhoso do mundo ao seu lado! Ah, por favor, sua vida é melhor que Teletubbies, Sakura. – Articulei irônico.

– Como pode dizer isso? E não meta Gaara nisso aqui! Ele está em outro nível! – Falou em alto e bom som.

Ela está me trocando?

Ela está me trocando.

Possessivo, ciumento, desesperado, trocado.

Tantos sentimentos, tantas reações.

– Ah, agora você o colocou em um pedestal? Vai mesmo me trocar por ele? É assim então? – Disse, e comecei apelar para o choro.

– Pare de chorar! Você não é mais uma criança! – E então as seguintes palavras vieram em câmera lenta – Você não precisa de mim.

Não sei quanto tempo fiquei parado depois de ter ouvido aquelas duras e cruéis palavras. Não precisava dela? Eu precisava dela para abrir meus olhos, para levantar, falar, ouvir, respirar. Sem ela, meus sentidos pareciam tão fracos, tão podres.

“- Sasuke-kun, venha aqui, achei uma borboleta azul! Traga a câmera, bobo.

– Sakura, por que você gosta de borboletas?

– Elas tem asa, eu também queria ter.”

Sempre livre, nunca presa. Eu queria estar com você cada minuto do meu dia, porque eu sentia que a sua liberdade invadia a minha vida como o ar invadia meus pulmões.

“- Por que está chorando, Sakura?

– Estou triste, Sasuke.

– E qual o motivo de tanta tristeza?

– A vida.”

Você era daquelas que não pensava para dizer, mas parecia que tinha pensado. Suas falas eram tão bem pensadas, pareciam que tinham saído de livros escritos por grandes filósofos, mas eu sabia que você era a grande filósofa.

– Não preciso de você? – Disse pausadamente.

Sakura percebeu se dar conta do que disse e começou a se aproximar, mas eu me afastei dela, e daquela dor aguda do meu peito. Corri para a cozinha, e comecei a apalpar as gavetas no escuro. Quando a luz se acendeu, a enorme faca já estava em minha mão. Tudo já parecia estar com o destino marcado.

– Não preciso de você? – Gritei.

– Sasuke! Por favor! Me desculpe! – Gritou também, e nos esquecemos completamente de que a madrugada ainda estava lá, e o prédio era lotado de moradores.

– Não. Não vou mais perdoar você. Por que você me faz sofrer? Por que?

Observei o pânico se estabelecer no rosto de Sakura. Ela olhou para os lados, em busca de algo que pudesse pegar talvez, e se ameaçar também. E então olhou para mim, ela parecia em dúvida, se deveria ou não dizer algo. Mas no final, ela disse.

– É porque, é porque... Eu amo você! – Ela gritou desesperada – E tenho medo de mostrar meus sentimentos, de me ferir! Mas, a verdade, é que eu amo você.

A faca não estava em minha mão, agora ela estava no chão, caída. Assim como a faca caiu, meu mundo caiu. Ela demorou tanto tempo para dizer exatamente o que eu queria ouvir. Tanto tempo. Meu peito, antes tão apertado, agora parecia flutuar em milhões de nuvens. Precisava ouvi-la dizer mais uma vez, porque eu ainda não estava acreditando.

– O que você disse?

– Eu amo você, Sasuke! Amo perdidamente! – Ela começou a se aproximar cautelosa, e eu não recuei – Amo tanto você, meu Sasuke-kun.

Ela colocou a mão em meu rosto, suas mãos finas e delicadas. Fechei os olhos apreciando aquele toque, esquecendo que tinha cogitado me matar ali naquela cozinha, naquele lugar. Finalmente, tudo estava onde deveria estar.

Quando abri meus olhos, Sakura olhava-me com preocupação e cautela, com medo de que fosse machuca-la ou machucar a mim mesmo. Devagar, com toda a calma possível, coloquei minhas mãos em sua cintura e a puxei para mim. Senti seu calor, pela primeira vez, daquele jeito.

– Eu amo muito você, Sakura. Você nasceu para mim. Eu coloquei você em um pedestal e você não vai descer. – Confessei e ordenei ao mesmo tempo.

Como eu amava aquela mulher. As curvas sinuosas e atraentes, os olhos cheios de sabedoria, os lábios convidativos, as palavras delicadas, o amor, a bondade dela. Tudo em Sakura dizia, claramente, beija-me, mas esperei dois longos anos para roubar aqueles lábios e sentia que não podia esperar mais.

Quando meus lábios roçaram nos dela, senti que poderia morrer ali mesmo, e não faria diferença. Os lábios de Sakura eram quentes e macios, simplesmente, feitos para satisfazer as vontades do homem mais infeliz possível. E esse homem era eu.

As mãos dela tocaram e puxaram levemente meu cabelo. Aprofundamos cada vez mais aquele toque, aquela carícia, até que o ar acabou e fiquei olhando para ela, com o maior de todos os sorrisos.

– Nosso primeiro beijo. Está vendo, Sakura? Seus lábios e meus lábios encaixam-se perfeitamente. E agora, que nós confessamos nosso amor, vamos ficar juntos.

– Sim, vamos ficar juntos, Sasuke-kun. Nada vai me separar de você.

Nos beijamos novamente, com mais força, mais ardor, mais paixão. Minhas mãos em sua coxa, as mãos dela em meu cabelo. Quando pensei que finalmente aconteceria o que devia ter acontecido a dois anos atrás, Sakura parou-me.

– Sasuke, se isso acontecer, nossas vidas mudarão para sempre. – Constatou ela, receosa.

– É, ela mudará para melhor.

Então em uma troca de olhares rápido, e um consentimento mais rápido ainda, acabamos por fazer o que o homem e a mulher sabem fazer desde sempre. E não precisarei descrever, porque garanto pela minha eterna vida: O paraíso foi alcançado.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ou acham que nem tem direito a comentários? Comentem anjos, por favor ♥
O Gaara deu uma aparecida, mas mesmo assim, o paraíso foi alcançado. Será que essa 'noitada' ai valeu? Hm...
Beijos, e mais beijos galera! Amo vocês ♥



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