Voce ainda vai me amar? escrita por Francielle Santana


Capítulo 11
Capítulo 11




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– André, a Gaby esta com dor de barriga, e não trouxe remedio para isso.

– Mas ela me parece tão bem- André olhava intrigado.

_ Parece pra voce, minha mãe vai me matar se eu deixar a caçulinha dela com dor de barriga.

– Tudo bem, tudo bem.

Achei ter visto um olhar mais serio do André, mas ele logo sorriu, acho que consegui o que queria. Tudo bem que tive de usar meios desonestos pra isso. Mas precisava sair daquele lugar o mais rapido possivel.

Peguei tudo que conseguia e fui direto para o carro. Aquela situação estava chegando longe demais. Fomos pra casa conversando pouco, André estava aparentemente cansado da praia. Quando cheguei em casa, dei um banho na garotinha e dei de comer a ela, pensei e muito. Chegou a hora de contar toda a verdade. Ele com certeza ja estava desconfiando. Tentei parecer confiante pra mim mesma. Dizem que uma mentira bem contada varias vezes pode se tornar uma verdade. Então que assim seja. Liguei pra Kamila e ela foi pra minha casa. Precisava de alguem para contar tudo. Estavamos num domingo e a segunda seguinte era feriado. Ja tinha o dia pra contar tudo.

– Amiga, amanhã vou sair ta? Vou curtir esse sol maravilhoso na praia, claro. Mas assim que contar me ligue que eu venho correndo.

– Não se preocupe Mila, vai dar tudo certo.

Mentira, nao tinha certeza de nada. Fiz de tudo pra dormir, sem sucesso. Insonia infeliz. Baixei um livro no celular e comecei a ler, estava interessante até que eu dormir. Vai entender essa nossa inteligencia de cada dia.

***

– Eu vou precisar sair, filha. Fica com ela.

Vou ter que levar a Gaby no momento em que vou contar a verdade para o André. Interessante. Mentira, isso é pessimo. Ele vai olhar para ela com aquela cara de: é filha do meu melhor amigo. Mas estava me sentindo vitoriosa em ao menos dizer a verdade. Com ela ou não. Pra minha sorte, minha mãe saiu no carro de algum colega do trabalho. Eu não tinha carteira de habilitação mais sabia dirigir. Peguei o carro dela, me certifiquei que Gaby estivesse firme no banco de tras. Voltei ao banco do motorista. Se minha mãe soubesse provavelmente me mataria. Na entrada do condomínio, o porteiro ja me conhecia e por sinal estava ocupado demais tentando resolver algum problema com outros moradores. Proximo a casa do André tinha varias ruas intercaladas, afinal se tratava de um condominio fechado. Parece um bosque. Cheguei proximo devagar, e pra minha surpresa vi o carro do Sergio. Estacionei. Eles estavam em uma area proxima conversando, reconheci a voz de ambos. Nenhum deles me viu. Tirei a Gaby e me aproximei o suficiente para ouvir o André falando:

– Leve em consideração que pode ser verdade. Eu ja desconfiava. Sergio, eu não sei até onde voces chegaram, mas a Gabrielle tem idade pra ser sua filha.

Não, não não. Dei um passo em falso, como estava na grama pisei numa pedra, quase caindo com a Gaby. Acabei dando um grito abafado de raiva, susto. Mas consegui me direcionar para o carro. Fui colocar ela no banco traseiro, pra minha infelicidade ouvi a voz de André.

– Mari? O que voce esta fazendo aqui?

– Não importa.

Ele colocou a cabeça entre as mãos, falando meu nome varias vezes. Quando dei por mim ele ja estava tentando me puxar pra conversar.

– Mari, tenha calma.

– Calma? - Eu não sabia o que pensar, o que falar. Sei que tudo ia ser dito, mas fui pega despreparada. Ele ja sabia e nao conversou comigo. Sai dando a volta no carro, indo para o banco do motorista. Ele não deixou.

– Marina, por que voce esta assim? Isso tudo é por causa da minha desconfiança? Poxa, se coloca em meu lugar.

O pior de tudo é que era o que mais fazia durante os ultimos dias, me colocar no lugar dele. E ele se sentindo culpado. Que monstro eu sou. Mas por que ele falou ao Sergio? Ja estava perto de onde eles conversavam, eu me abaixei contra a parede, sem forças. Chorava... E quando ele tentava se aproximar eu gritava ele.

–Sai, André. Me deixa em paz.

– Me perdoe, Mari. Eu deveria ter perguntado a você, eu sei.

O carater de André me constrangia. Eu estava com o rosto entre as mãos quando ouvi tudo muito rapido, um freio de carro, e um estrondo. Um carro desgovernado tinha atingido o fundo do carro de minha mãe. Só sei que tentei levantar, mas apaguei.


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