Astrid e Soluço: Desvendando o passado escrita por quase anonima


Capítulo 1
01: Um dia "normal’’ em Berk.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Estou animadíssima pois essa é a primeira fic que eu fiz na minha vida , talvez ela pode ficar um pouco confusa, então eu recomendo mais uma vez que leiam "tempos de guerra" da Theury sério vocês vão adorar a história dela é perfeita! Agradeço muito pela força que ela me deu.



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Esta é a Ilha de Berk, um lugar onde neva nove meses por ano e chove granizo nos outros três. Tudo que se cultiva aqui é árduo e sem sabor, assim como as pessoas… Ah não, chega de falar isso!

Melhor ir direto ao ponto.

Bom, este ano eu descobri que mesmo passando uma vida inteira com os amigos que fazemos aqui nunca saberemos o bastante sobre eles. O Bocão, por exemplo, quem iria imaginar, que ele tem uma plantação de rosas no jardim em casa ?!

Mais isso não é o que interessa.

Acordei em uma manhã típica e gelada em Berk. Eu havia sonhado com uma garota ruiva, de olhos azuis ― se Astrid soubesse disso…―, mas a garota que estava no meu sonho era um tanto quanto familiar. Ela estava rindo enquanto brincava com Banguela. Tinha um sorriso meigo e tão familiar quanto a aparência… só podia ser Lagertha Bears IV!

Faz tempo que eu a conheci, se é que eu realmente a conheci. Nunca mais ouvi falar em seu nome. Para falar a verdade, eu não tinha me esquecido completamente dela, mas as lembranças ficavam mais distantes a cada dia.

Um ano se passou após os "tempos de guerra", os quais Freia havia me poupado. Muitas coisas ocorreram durante o ano presente: a morte do meu pai, a volta da minha mãe e eu ter me tornado o novo líder da tribo dos Hooligans estão entre elas.

Comecei a pensar no meu pai e senti um aperto no peito. Sei que a falta dele nunca será preenchida. No entanto, afastei qualquer tipo de pensamento triste e resolvi me levantar da cama. A coberta estava quente e aconchegante, mas já estava tarde e Banguela praticamente me implorava para um passeio matinal.

― Tudo bem, amigão, já estou quase de pé ― murmurei enquanto colocava meu uniforme.

Peguei meu capacete quando ouvi vozes e o som de asas batendo do lado de fora. Eu e Banguela saímos de meu quarto. Já sabíamos bem quem era então corremos até a porta. Deparei-me com uma cena muito agradável. Minha mãe ria enquanto descia de Pula-Nuvem. Astrid ainda estava montada em Tempestade rindo também.

― Valka você foi fantástica! Devíamos fazer isso mais vezes.

Minha mãe olhou para ela com aquele olhar doce e maternal para respondê-la.

― Faz tanto tempo que eu não me divirto tanto. Você é uma menina especial, Astrid, tem um bom coração.

Astrid sorriu meio sem graça. Elas nem perceberam a minha presença, eu não resisti e acabei intrometendo.

― Bom dia, miladies. Posso saber por onde estavam? ― perguntei com um tom brincalhão.

Minha mãe se virou para mim, veio até onde eu estava e me deu um beijo na bochecha.

― Por aí… ― ela respondeu despreocupada. ― Vou preparar alguma coisa para a gente comer. Vocês podem dar uma volta.

Ela piscou para mim e entrou em casa. Banguela foi atrás, ele não iria deixar de ganhar peixe para ficar "segurando vela".

Quando eu olhei para Astrid um sorriso bobo se formou automaticamente no meu rosto. Ela pulou das costas de Tempestade, que saiu de fininho para a cozinha , nos deixando a sós. Fui até ela e lhe dei um beijo nos lábios. Era impossível me contentar só com isso, puxei-a para mais perto envolvendo meus braços na cintura de Astrid nossos olhares se cruzaram fazendo surgir mais um sorriso automático. Ela acariciou meu rosto e, desta vez, ela me beijou por mais tempo. Quando nos separamos eu me lembrei que precisava comentar algo.

― Olha,hoje eu não tenho nenhuma coisa importante para fazer. Se você quiser, nós poderíamos passar a tarde juntos.

― Seria ótimo, Soluço, mas eu tenho que cuidar da Academia de dragões, lembra...? Para ser sincera, ajudaria bastante se você fosse hoje, sabe? Está ficando difícil. Eu não falo dos alunos, mas sim, do Melequento e, principalmente, do Cabeça-Dura e da Cabeça-Quente. ― Ela pareceu estar realmente precisando de ajuda. Eu sabia bem como era conviver com eles.

― Tem razão, eu pensei que isso mudaria com o tempo, mas parece que não vai mudar nunca. Vou com você, então.

Astrid agora cuidava da academia para mim eu aparecia lá só de vez em quando; quando me restava tempo. Resolvemos começar a ensinar os pequenos vikings de Berk a iniciarem aos oito anos um treinamento para serem futuros pilotos de dragões. Então ela, Perna-de-Peixe, Melequento, os Gêmeos e Eret ― o nosso novo aliado ― são os professores e cuidam de tudo.

Fomos chamados para almoçar. Minha mãe está começando a melhorar na culinária então, às vezes, Astrid almoça na minha casa.

Algumas vezes eu também vou na casa dela e até faço o jantar quando durmo lá. Ficamos meio sem jeito de dormir juntos no meu quarto, principalmente porque agora minha mãe está sempre em casa; então, eu durmo na casa da Astrid mesmo, já que ela mora sozinha.

Assim que acabamos de comer nós saímos para a academia com Banguela e Tempestade. Valka foi dar uma volta com os seus velhos amigos. Fazia bem para ela voar com o seu grupo de dragões, isso quase sempre foi parte da rotina antiga dela.

**********************

O barulho na arena era quase insuportável, ela até parecia estar menor com todas aquelas crianças pulando e gritando. A visão não era bem de uma academia: Melequento estava discutindo com Perna-de-Peixe; os Gêmeos arremeçavam um menino de nove anos, um para o outro, como se ele fosse uma bola ― e o pior é que o moleque estava gostando. Eret estava com uma montanha de criança nas costas. Já Astrid estava com uma cara de quem estava prestes a gritar.

― Já chega! ―ela gritou, todos ficaram em total silêncio e passaram a prestar atenção nela.

― Eu deixei vocês abrirem a academia, só hoje, e quando eu chego aqui encontro isso?! É melhor alguém ter aprendido alguma coisa aqui, a não ser que vocês não queiram chegar ao final desse treinamento vivos! Muito bem! ― ela continuou. ― Hoje o Soluço veio comigo, ele vai ajudar a orientar vocês. Alguma ideia para aula de hoje, Soluço? ― Astrid se virou para mim e eu tinha mesmo uma ideia em mente.

Dei um passo a frente para explicar a ideia.

― A primeira coisa que devemos aprender para começar a treinar um dragão é conquistar a confiança dele ― eu disse. ― Precisamos pôr isso em prática. A ilha de Berk agora tem vários dragões, de várias espécies, e que não cabem todos dentro da Arena, então eu pensei em uma aula ao ar livre.

― É uma boa ideia, Soluço ― comentou Perna-de-Peixe. ― Sou especialista em Gronkels eu e a Batatão ficamos com essa parte. Melequento fica com os Pesadelos Monstruosos; Eret com os Tambores Trovão, já Cabeça-Quente e Cabeça-Dura ficam com os Zíper Arrepiantes.

― Beleza ― respondeu Cabeça-Dura. ― Eu estava precisando trabalhar um pouco com a Cabeça-Quente. Ela quase não tem tempo pra mim depois que apareceu esses dois caroços em cima do peito dela e depois ainda veio esse tal de "Ereto".

Realmente acho que não precisava ter ouvido este comentário, mas é algo típico do Cabeça-Dura. Fazer o quê.

― Cala a boca, seu idiota ! ― retrucou a irmã dele, constrangida, o que é raro.

*******************

Fomos até a floresta, em um espaço mais limpo que caberia uma maior quantidade de dragões. Era engraçado como os dragões ficavam animados quando tinham a mesma espécie por perto, bastava observar o quanto Tempestade, Bafo e Arroto e até Dente de Anzol estavam empolgados.

Foi então que notei que não havia nenhum Fúria da Noite além do Banguela. Olhei para ele. Banguela tinha uma expressão tão triste enquanto observava os outros dragões. Isso me deixou um pouco triste também.

― Vem, amigão, nós vamos ajudar a todos. Afinal, você é um Fúria da Noite quem não gostaria de aprender mais sobre você?

Tentei animá-lo. Banguela levantou a cabeça e veio entusiasmado para se juntar a mim.

Muitos garotos e garotas de Berk vieram até nós e Banguela gostava muito das crianças humanas, apesar de que elas conseguirem o irritar tanto quando dragões bebês, se insistissem. Gostava de ver a garotada se interessando com as aulas e como os professores estavam gostando também. Até o Melequento estava sendo atencioso.

Por incrível que pareça, não aconteceu nenhum acidente com os Gêmeos… até certo momento em que Cabeça-Quente colocou um garoto pequeno e magricela em cima do Arroto, que não gostou muito, o dragão começou a se sacudir até lançar o garotinho longe, que por puro azar bateu a cabeça em uma em uma pedra pontuda, fazendo um corte na testa dele.

Astrid foi imediatamente até o garoto, que estava chorando bastante. Ele tinha provavelmente uns 6 ou 7 anos, era muito pequeno.

Talvez até devêssemos mudar a faixa etária do treinamento, pensei.

Astrid olhou para Cabeça-Quente e Cabeça-Dura com aquele olhar intimidador que faria qualquer um ter medo. Antes de ela dizer qualquer coisa eu interrompi e dei a bronca primeiro.

― Já foi avisado há muito tempo que não era permitido montar em um dragão, mesmo que ele não fosse selvagem, até que estejam preparados! Vocês deviam respeitar as regras pelo menos uma vez! ― falei com um tom severo aos Gêmeos e me virei para falar com Astrid.

Os Gêmeos fizeram algum comentário ofensivo mas eu não ouvi direito.

― Astrid, a testa dele esta sangrando muito é melhor levarmos ele para a minha sala tenho algumas ervas e curativos que podem ajudar ― ela assentiu com a cabeça e dirigiu-se aos outros alunos.

― Acho que devemos encerrar as aulas por hoje e liberarmos todos para irem para casa. E é melhor que cumpram as ordens desta vez! ― Astrid disse com um tom alto e intimidador.

Ela colocou o garoto no colo e fomos para minha antiga sala.

****************************

Existia uma parte em Astrid que talvez uma pessoa que não tenha passado anos ao seu lado não consiguiria perceber, ela era altamente maternal. Astrid colocou o garoto sentado na maca onde eu colocava alguns dragões feridos. Dei a ela um frasco de emulsão de erva-de-dragão, para que ela limpasse as feridas do menino. Ela olhou para mim com um olhar de dúvida.

Que ervas são essas ? É para ele beber? Astrid disse enquanto levantava o frasco acima de seu rosto, tentando ver o que era através do vidro.

Não, é apenas para limpar o ferimento dele, isto é chá de erva-de Dragão, foi a Lager... Ah... eu descobri a algum tempo.

Acho que ela percebeu que eu iria falar outra coisa mas não questionou. Quem me ensinou sobre a erva-de-dragão foi Lagertha, uma vez, quando a Astrid estava muito ferida por causa de uma batalha. Graças à Freia ela não se lembraria nem se estivesse consciente no dia do ocorrido.

Levantei-me e fui pegar alguns fios de lã para fechar a ferida e deixei Astrid ao lado do garoto, a cada gota de erva-de-dragão aplicada na testa dele o fazia se encolher. Astrid percebeu que uma lágrima de dor escorria nos olhos dele e tentou acalmá-lo.

Sabe, garoto, eu ainda não sei o seu nome , qual é mesmo...? “Ariel” ou “Arib”? Astrid disse à frente do menino, enquanto limpava o ferimento dele.

Percebi que Astrid estava fingindo. Ela, muito provavelmente, sabia o nome te todos os seus alunos. O fato de ela ter feito a pergunta fez o garoto sorrir.

Meu nome é Ari. Ariel parece nome de menina! ele disse levantando o olhar para ela com um sorriso.

Bom saber, Ari, você é um garoto muito forte, sabia? Se fosse o Perna-de-Peixe ou o Melequento, eles estariam gritando e esperneando igual um bebezinho.

Nesse momento, enquanto eu a observa encostado na pratilheira de frascos e curativos, eu percebi o quanto ela era atenciosa. O modo como ela limpava os ferimentos de Ari o acalmava pois era tão carinhoso e sensível que até me fez lembrar da minha mãe. Imaginei, por um instante, que um dia, Astrid daria uma ótima mãe.

Continuei observando com cara de bobo até ela se virar para mim e chamar minha atenção.

Soluço, é melhor você fazer os pontos logo, antes que o ferimento volte a sangrar.

Despertei-me dos pensamentos e fui até Ari. Astrid, que deu espaço para que eu fizesse alguns pontos nele. Ele ficou quietinho nem mesmo reclamou, talvez porque para um viking, mesmo que seja uma criança, este tipo de coisa era considerado apenas um arranhão, e como diz Melequento: "chorar é pros fracos". Eu descordo, porque até mesmo ele já chorou muitas vezes e por motivos bem mais fúteis. Quando eu acabei resolvi recompensá-lo.

Por toda sua força, Ari, hoje eu deixarei você montar em um dragão pela primeira vez. Junto comigo, é claro. Montar em um Fúria da Noite é uma coisa que nenhum outro aluno da academia fez até hoje!

Ele ficou muito animado, olhou para Astrid com um sorriso. Ela correspondeu e bagunçou seu cabelo, brincando. Isto fez meu coração bater mais forte, eu adorava o modo como ela era gentil com crianças.

Banguela, como sempre foi receptivo, deixou Ari o abraçar e montá-lo sem problemas. Eu o coloquei de lado apoiado no meu braço, na minha frente. Astrid foi ao nosso lado, montada em Tempestade.

Já estava anoitecendo, então o levamos até a casa dele que ficava em uma fazenda de ovelhas. Quando o desci das costas de Banguela o garoto se despediu de mim, Banguela e de Astrid. Depois foi todo empolgado contar o que aconteceu para os pais dele.

Acompanhei Astrid até a casa dela fiquei um pouquinho com ela na porta, dei um beijo de boa-noite em seus lábios e fui embora.

Quando cheguei em casa minha mãe me aguardava em frente à lareira. Era o momento da nossa conversa entre mãe e filho, fazíamos isso todas às noites. Eu gostava de conversar com com ela, sempre tinha ótimos conselhos e histórias novas para me contar.

Desde que minha mãe chegou aqui comecei a aprender muitas coisas ela. Ela possuía muita experiência mesmo tendo passado vinte anos de sua vida vivendo com dragões. Minha mãe sabia muito sobre o povo de Berk.

Às vezes me contava sobre como meu pai era quando tinha a minha idade. No começo isso era muito dolorido, tanto para ela quanto para mim, então chorávamos por sentir tanto a falta dele. Era tão injusto o que aconteceu, quando ela finalmente o reencontrou o destino o tirou de nossa vidas. Porém, agora conseguimos lembrar dele e sorrir diante de todas as lembranças boas que ele nos deixou, porque sabíamos que ele gostaria que seguíssemos em frente.




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Notas finais do capítulo

O primeiro capitulo foi mais calmo porque na verdade ele é apenas uma introdução para a história.

Eu gostaria de agradecer mais uma vez a Theury por ela ser tão solidária em ter me ajudado a corrigir o texto, por ter feito uma capa super fofa e por ter me dado dicas e muitos conselhos. Sério Theury eu não conseguiria postar uma linha sem a sua ajuda.
E gostaria também de não agradecer a minha prima por ela ter me ignorado completamente quando eu pedi a ajuda dela.Valeu prima, vai ter volta!
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo eu peço desculpas por alguns erros na história mais acho que até o final desta fic eu aprendo!

Comentem se gostaram, o que falta, mandem perguntas eu responderei todas.

. 2 beijos até!