Saint Seiya: New World escrita por Fernando


Capítulo 6
Capítulo 6 - Despertar




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– Vamos lá, André. – Disse o senhor Jabul. – Concentre-se!

Estávamos, há horas, no quintal da casa.

– Eu já disse. – Respondo. – Isso é impossível!

– Você destruiu parte de uma sapuri, garoto. Uma rocha não deve ser tão difícil. – Disse Cário, por algum motivo, ele parecia bastante interessado no meu “treinamento”.

– Não sei como fiz aquilo, acho que foi a adrenalina.

– Ah claro. – Disse Cário com sarcasmo. – Adrenalina fez você destruir uma armadura que possui a benção de Hades, com apenas um soco, agora está tudo explicado.

– Você fala como se fosse grande coisa.

– Por que isso É grande coisa, garoto.

Eu estou começando a odiar esse cara.

– Apenas concentre-se em seu punho, André. Faça sua força fluir por seu corpo e se concentrar em seu punho. – Explicou Jabul.

– Certo.

Eu, novamente, levantei meu punho e me concentrei. Ainda estava meio cético sobre tudo aquilo, mas algumas coisas estavam começando a fazer mais sentido para mim. Por exemplo, mesmo não sabendo como ou por que, se eu me concentrar, eu sou capaz de ver algo como uma aura ao redor das pessoas. E vejo isso em todos os lugares, é como se eu fosse programado para enxergar as coisas dessa maneira. A aura de Cário era dourada como sua armadura e, no momento, estava calma. Senhor Jabul, por sua vez, tinha uma aura esverdeada e estava calma como a de Cário no momento.

Enfim, movi meu punho contra a rocha. Já estávamos fazendo isso há horas, meu punho estava coberto por sangue e gases.

– Isso é inútil! – Gritei irritado.

Mais uma vez, meu punho se chocou contra a rocha e nada aconteceu. Aconteceu sim na verdade, com esse ultimo soco, perdi toda a sensibilidade no meu punho direito. Jabul suspirou e Cáreo apenas balançou a cabeça e se afastou. Era como se todos esperassem que eu explodisse essa pedra com um simples soco, mas isso é impossível!

– Descanse um pouco. – Jabul estava tentando manter seu semblante gentil, mas era visível que estava decepcionado. – Tentamos de novo, mais tarde.

E se retirou.

Fiquei ali por mais um tempo, apenas olhando para o meu punho ensanguentado e pensado, oque eu estava fazendo ali? Minha mãe devia estar preocupada e eu devia dar um jeito de ligar pra ela, mas meu celular foi esmigalhado na luta contra o Verme. Como tudo pôde dar errado tão rápido? Há um dia minha única preocupação era bater o meu tempo nos 100 metros, agora eu tenho que me preocupar com uma maldição dos deuses gregos, uma guerra e...

– Devia colocar gelo nisso. – A voz de Carmen me tira de meus pensamentos.

– Estou bem. – Digo sem olhar para ela.

Apenas um dia se passou desde a conversa com Jabul e eu ainda não sabia exatamente como encarar Carmen então estava evitando conversar com ela, oque era difícil. Tem ideia do que é evitar a pessoa para quem você nunca escondeu nada na vida? Não, não é nada fácil.

– Dé. – Ela coloca a mão sobre meu ombro. – A gente precisa conversar.

Nunca é bom ouvir isso. NUNCA!

– Pode ser depois? Acho que preciso descansar um pouco. – Minto.

Ela suspira.

– Vai continuar fugindo de mim?

– Eu não estou fugindo. Eu só...

Sou interrompido por um grito. Eu e Carmen olhamos para cima, em direção a janela de um dos quartos.

– Foi o Lucas. – Disse Carmen e correu para dentro da casa.

Eu a segui. Subimos as escadas correndo e entramos no quarto. Um frio repentino fez todo o meu corpo se arrepiar, não era um frio comum, era como se toda a vida estivesse abandonando meu corpo. Lucas estava visivelmente nervoso, seus olhos iam de Prabha para Cário e para o senhor Jabul como se ele estivesse acompanhando um jogo de tênis, ele estava tenso, a respiração ofegante e parecia pronto para atacar qualquer um que se aproximasse demais.

– Lucas. – Carmen chamou.

Os olhos azuis do garoto caíram sobre sua prima e depois sobre mim.

– O-oque? – Ele parecia muito atordoado.

– Calma cara. – Disse eu tentando me aproximar. – Tá tudo bem, a gente vai explicar tudo.

– Vão me explicar por que Victor e Cauê estão mortos?! – Lucas se enfureceu.

Não sei direito como minha “visão” funciona, mas posso jurar que vi uma aura enorme aparecer em volta de Lucas. Uma aura que estava oscilando entre branco e cinza... Eu devo estar louco.

– Eles não estão mortos. – Tentei argumentar. – Estão inconscientes. Lembra do que aconteceu na escola? O ataque?

– A escola... Aquele cara voando... E depois... – Ele parecia estar se esforçando para fazer as memorias virem à tona. – Uma explosão. Oque aconteceu?

Ele finalmente havia começado a se acalmar.

– Você e Victor correram para as árvores da praça, mas uma pedra o atingiu na cabeça e você desmaiou. – Disse Carmen.

Ela passou por mim e pelos cavaleiros e foi até Lucas.

– E-eu... Eu não me lembro. Não consigo me lembrar de nada depois da explosão.

–Calma, a gente tá aqui. Nada vai te acontecer, eu prometo. – Ela abraçou o primo e ele finalmente pareceu voltar ao normal.

Lucas, como eu já disse antes, era um cara muito fechado, mas ele retribuiu o abraço de Carmen oque era estranho. Aquela sensação de frio e desanimo havia desaparecido, quase sem eu perceber.

– Garoto. – Cário me chamou. – Posso falar com você um pouco?

Ele olhava para Lucas como se ele fosse um tipo de monstro.

– Claro. – Respondi e o segui para fora do quarto.

– Desde quando conhecem aquele garoto? – Ele perguntou assim que acabamos de descer as escadas.

– Ele é primo de Carmen. – Respondi e vi os olhos do cavaleiro se arregalarem. – Por quê?

– Não é oque você pensa. – Disse Jabul que nos seguira.

– Vai deixar apenas Prabha com os dois? Ficou louco? – Cário Perguntou a Jabul.

– Ele não é quem você pensa apenas me ouça e depois decida oque fazer, Cário.

– Sentiu aquele cosmo lá em cima? – Cário apontou para mim. – Tenho certeza que até ele o sentiu.

Do que esses dois estão falando?

– O cosmo de Cisne. Apenas isso foi oque sentiram. – Jabul respondeu ríspido e sério.

– Você devia ter nós dito isso antes! Não viemos prontos para isso.

Cário era um idiota, mas estava certo. Senhor Jabul estava escondendo alguma coisa e parecia ser sério.

– Ele também é um cavaleiro? – Perguntei. – Lucas é um cavaleiro?

Lembrei-me do que o senhor Jabul me disse no dia do ataque:

‘Sem “mas”, André! Você, Cauê e Victor! Peguem a Carmen e o Lucas e os tirem daqui, agora! Irei atrás de vocês quando isso terminar, eu juro, agora vão!’

Oque aquilo queria dizer? Lucas teria um papel mais importante nessa guerra? E por que eu estou me importando com isso? Devo estar ficando louco como todos nessa casa... Mas... Aquela sensação quando Lucas estava nervoso...

– Sim, ele é o herdeiro de Cisne. – Respondeu Jabul. – Assim como você é o de Pégaso, André.

Eu ia fazer uma pergunta, mas, novamente, uma força ameaçadora me interrompeu. Já teve a sensação de que todo seu corpo estava sendo esmagado? Espero que nunca tenha, por que é horrível.

– Atena! – Uma voz conhecida, e cheia de ódio, irrompeu o silencio.

– É o... – Comecei, mas não consegui terminar. Era muito aterrorizante lembrar a cena.

– Wyvern. – Concluiu Jabul.

Uma luz dourada tomou a sala. Olhei para Cário e ele segurava um arco em uma das mãos.

– Eu cuido dele. – Ele disse confiante. – Não interfiram.

Algo em mim deu um estalo e eu subi as escadas correndo. Abri e a porta e vi Prabha afastando Carmen e Lucas da janela dava vista para o quintal.

– Kan! – O cavaleiro gritou.

Uma barreira se levantou, segundos antes de uma esfera de energia roxa acertar a janela. O impacto foi mais forte e irrompeu a barreira e estraçalhou a janela.

– Carmen! – Gritei e a abracei, girando meu corpo na direção dos estilhaços de vidro que se cravaram em minhas costas.

Prabha refez sua barreira protegendo a todos nós, inclusive Cauê e Victor, que permaneciam inconscientes.

– André! – Ela gritou enquanto eu caia de joelhos e a levava comigo.

Eu sentia minhas costas queimarem, e conseguia sentir cada filete de sangue que escorria por minha pele, era outro estado de consciência.

– Seu idiota. – Ela disse com lágrimas nos olhos enquanto passava a mão sobre minhas feridas. – Por que fez isso?

Era uma pergunta valida. Eu tinha plena consciência dos estilhaços de vidro e tinha certeza que eles iriam me ferir... Mas eu não pude ficar parado, agi por instinto, como se já houvesse feito isso milhares de vezes. Não importa oque acontecesse comigo ela não se machucaria, foi apenas nisso que pensei.

Uma risada veio de trás de nós, mas não era voz do Wyvern, era uma voz mais firme e imponente.

– Mais um dos Três Juízes. – Disse Prabha. – Pandora deve estar desesperada.

– Eu sou Rurik de Grifon, estrela celeste da nobreza. – Se apresentou o dono da voz. – E vim aqui para fazer com que todos vocês, cavaleiros, paguem por seus crimes. Com suas vidas!

Ele se moveu em nossa direção. Prabha se colocou em seu caminho, mas não foi isso que parou o espectro.

– Como você ousa! – Gritou Lucas.

Eu levantei minha cabeça e vi Lucas ter seu corpo tomado por uma aura acinzentada.

– Lucas... – Carmen também o olhava sem acreditar.

Aquilo era cosmo, sem duvida nenhuma, e era poderoso.

– Você machucou meus amigos! – Bradou Lucas. – Eu vou mata-lo!

Seu cosmo se intensificou e senti uma camada de gelo se formar sobre minha pele, assim como sobre todo o local. O quão forte Lucas era?


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Notas finais do capítulo

Sim, eu devo ter algum problema pra cumprir prazos né? Enfim, não deu pra postar no sábado por que eu rescrevi esse cap três vezes. Desculpa se os caps tão curtos é que ta realmente difícil de desenvolver tantos conceitos que as obras antigas não descreveram tão bem, sem falar em ainda apresentar ideias novas, de todo modo, tá ai né kkkk Espero que gostem e até a próxima.



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