Saint Seiya: New World escrita por Fernando


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Ataque do Verme




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– Eles correram para esse lado! – Gritou Cauê a nossa frente.

Estávamos em meio às árvores da praça atrás da escola procurando por Lucas e Victor. Eu tentava passar, com dificuldade, por entre as raízes das árvores, Cauê corria por ali com facilidade.

– Como ele consegue? – Perguntou Carmen.

Ela estava um pouco para trás e ofegante, ela era pequena e não estava acostumada a fazer nenhum exercício muito intenso.

– Ele já foi escoteiro. – Respondi estendendo minha mão para ela.

– Obrigada. – Ela agarrou minha mão e eu a ajudei passar por um emaranhado de raízes.

Andamos mais um pouco, mas não víamos mais sinal de Cauê a nossa frente.

– Aqui! – Ouvimos a voz de Cauê vindo de baixo de um pequeno e íngreme barranco.

Corri para a borda e vi Cauê e Victor carregando Lucas, inconsciente, em seus ombros.

Deslizei pelo morro de terra e cheguei até eles, Lucas tinha sangue escorrendo por sua testa e parecia mais pálido do que o normal.

– Oque aconteceu? – Perguntei.

– Um pedaço de concreto o acertou na testa, consegui traze-lo mais para dentro dessa parte com árvores, mas acabei caindo nesse morro. – Respondeu Victor, que estava com suas roupas imundas de terra, ele deve ter tentando sair dali com Lucas, mas não se deu muito bem.

Um grito interrompe a conversa, era a voz de Carmen. Me viro rapidamente e vejo que ela também tentou descer o barranco, mas acabou caindo... Droga! Como eu me esqueci dela?

– Tudo bem? – Pergunto me aproximando dela.

– Não. – Ela responde com expressão de dor em seu rosto. – Acho que torci meu pé.

Esse dia tá cada vez melhor.

– Consegue se levantar?

– Acho que... – Ela tenta, mas não consegue apoiar o pé e tomba em minha direção.

– É acho que isso é um não. – Respondo a segurando.

Ela tenta dar um sorriso, mas é visível que não está bem. Nenhum de nós está.

– Certo, temos que subir isso agora. – Diz Cauê apontando para o topo do barranco que descemos. – Ideias?

Devia ser fácil mesmo com Lucas desacordado, nós três poderíamos carrega-lo para cima facilmente. Na verdade, se não fosse pelo terreno íngreme, Victor poderia tê-lo tirado dali sem problemas, mas com Carmen machucada vai ser bem mais difícil.

– Não podemos só ir pro outro lado? – Carmen perguntou.

– Eu tentei. – Disse Victor. – Tem grades e são altas, seria mais difícil irmos por ali.

Estávamos todos pensando quando um som, que gelou minha espinha, nos interrompeu. Era uma risada, uma risada fina e estridente. Algo explode do solo, eu sou lançado para trás e bato, com força, contra o tronco de uma árvore.

A risada fica mais alta. Tento focar minha visão novamente e vejo que, oque saiu do chão era algo como um tentáculo roxo, com algo como uma câmera ou um olho na ponta, e que estava “olhando” diretamente para mim.

– Corram! – Foi apenas oque consegui gritar antes de ser atingido no peito pelo tentáculo.

Meu corpo foi pressionado contra a árvore eu, provavelmente, devia estar berrando de dor por que depois de dois segundo eu estava sem ar. Sentia uma pressão enorme no meu peito e meus braços e rosto serem arranhados por farpas de madeira. Victor apareceu e puxou o tentáculo de metal para trás, mas ele mal se movia.

– Não interfira! – Gritou a voz que antes estava rindo.

A extensão do tentáculo se contorceu e se moveu como um chicote, acertando o peito de Victor e o lançando para longe. Gostaria de poder dizer que consegui me mover, mas não, apenas fui de cara ao chão. Parecia que um elefante havia brincando de amarelinha nas minhas costelas, eu arfava tentando respirar, mas eu não o sentia encher meus pulmões.

– Vamos lá, Pégaso, me disseram que você era forte. – Disse a voz estridente em um tom de deboche.

Já é a segunda... Coisa, que me chama de Pégaso hoje e eu não faço a menor ideia do que isso significa. Eu estava apenas tentando, desesperadamente, conseguir respirar e pensar. Não sabia oque estava acontecendo com meus amigos, não sabia onde Victor havia sido jogado, como estavam Cauê e Lucas e nem mesmo se Carmen havia conseguido correr... Espera... Carmen! Ela está com o pé machucado! Ela não pode andar!

Um, horrível, pensamento passou pela minha cabeça... E se ela, se eles, já estivessem mortos?

Senti uma força crescer dentro de mim, uma força que eu nunca tinha sentido antes. Era como se todo meu corpo se contraísse com o meu ódio, eu não sentia mais dor e o ar voltara aos meus pulmões. Eu comecei a me levantar, os punhos cerrados e meu maxilar travado, sentia meu corpo todo queimando e como se eu pudesse destruir aquele maldito tentáculo com apenas um soco.

– Ora. – Disse a voz e o “olho” do tentáculo voltou a me focar. – Vejo que ainda não está morto, Pégaso. Vamos dar um jeito nisso.

Olhei, de relance, em volta e consegui ver que Cauê também fora ao chão e estava inconsciente. A única que estava acordada era Carmen, ela estava encolhida e chorando agarrada aos joelhos.

– Eu vou matar você! – Berrei para oque quer fosse aquela coisa.

Meu ódio era tão forte que eu consegui senti-lo, envolvendo meu corpo, como um manto. Eu jamais iria perdoar alguém que machucasse meus amigos e que fizesse Carmen ficar daquela maneira. Senti algo quente sobre meu peito e vi que as letras gregas no anel, em meu colar, estavam brilhando em azul. Não sabia oque era aquilo, ou oque significava, mas puxei a corrente e coloquei o anel em meu dedo, não senti nada de diferente, mas algo me dizia para coloca-lo.

O tentáculo se moveu em minha direção. Antes era impossível se quer ver o movimento do mesmo, mas dessa vez ele parecia estar em câmera lenta. Eu me desviei e desferi um soco contra o “corpo” do tentáculo e, sabe se deus como ou por que, o tentáculo se quebrou sobre meu punho. Ouvi um grito de dor, que parecia vir de dentro da terra, e logo o solo explodiu sobre meus pés. Saltei para perto de Carmen e a abracei, protegendo-a de galhos e rochas que foram lançadas contra nós na explosão. Ela tremia e soluçava em meus braços, eu queria dizer que tudo ia ficar bem, mas não conseguia dizer. Sabia que era mentira, sabia que não havia maneira de sairmos dali com vida, e o pior de tudo, nem saberia por que estávamos naquela situação.

Ela me olhava nos olhos, os olhos negros e profundos que eu sempre me perdi ao olhar, e percebi que ela, assim como eu, percebera que não havia escapatória. Beijei-a na testa e me virei para onde havia sido a explosão, eu não iria cair sem antes acertar um soco no quer que fosse que estivesse ali.

Um homem, mais velhos e mais baixo do que eu estava em pé ali. Ele tinha um sorriso debochado em sua cara, seus olhos pareciam cansados e fundos, mas ele continuava sorrindo. Ele era menor do que eu e parecia ser ainda menor por andar estar curvado para frente. Ele vestia uma armadura negra e roxa, seu elmo era a boca de um verme e em suas costas brotavam cinco tentáculos, como aquele que eu destruí.

– Quem é você? – Perguntei tentando parecer firme. Não sabia oque tinha acontecido e nem de onde viera aquela força que tinha tomado meu corpo, mas ela já havia se esvaído.

– Meu nome é Daichi de Verme, a estrela terrestre da submissão. E eu estou aqui para matar você, Pégaso, e Atena. – Ele respondeu e apontou para Carmen.

Eu não sabia oque aquilo queria dizer, mas também não importava mais. Eu iria defender Carmen e meus amigos até meu coração parar de bater, isso era a única coisa que importava.

– Serei piedoso e acabarei com você primeiro, Pégaso. Assim não terá que ver a morte de Atena. – Ele disse arqueando ainda mais seu sorriso. – Tentáculos de Verme!

Todos os tentáculos se lançaram em minha direção. Eu não me movi, não tive tempo para isso. Quando os tentáculos estavam a centímetros do meu peito, prontos para me transpassar como se eu fosse um monte de feno, eu ouvi um grito.

– Kan!

E uma barreira dourada apareceu em minha frente. Os tentáculos se chocaram contra a barreira e recuaram como se fosse impossível de transpassar aquilo.

– Quem ousa? – Perguntou Daichi nervoso.

– Você é muito corajoso contra pessoas que não podem se defender, espectro. – Disse uma voz calma e serena, a mesma voz que havia gritado segundos atrás.

De trás de uma árvore, saiu um homem, da minha altura e com cabelos negros até a cintura. Ele caminhava de olhos fechados e se posicionou ao meu lado, ele trajava uma armadura dourada, com largas proteções de ombro.

– Obrigado. – Disse eu boquiaberto. Aquele cara, quem quer que fosse, emanava poder. Era como se ele pudesse me desintegrar apenas olhando para mim.

– Obrigado você. – Ele respondeu de maneira calma. – Por favor, cuida da garota, tudo bem? Eu acabarei com isso.

A calma e confiança na voz dele me deixou seguro de que ele podia resolver aquilo. Assenti com a cabeça e me virei para ir até Carmen, mas parei.

– Quem é você? – Perguntei.

– Meu nome é Prabha. Sou o cavaleiro de ouro de Virgem.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela minha pobre tentativa de descrever o cosmo em ação, mas realmente não tem muitas informações sobre como as pessoas o sentem quando o usam né kkkk Enfim, oque acharam?



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