Saint Seiya: New World escrita por Fernando


Capítulo 18
Luz Versus Trevas




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André despertou. Era manhã. Seu corpo todo doía, ele estava faminto, encharcado e com frio, mesmo estando de armadura. Ele não se lembrava, mas a armadura havia ido ao seu corpo durante a queda, para protegê-lo de uma morte certa.

O cavaleiro olhou em volta, ele se viu em uma praia, estava com os pés ainda na agua e completamente sujo de areia. A sua frente havia a entrada de uma trilha que seguia por entre uma vegetação densa e, impossível de não ser visto, ao fundo, no centro da ilha, um gigantesco vulcão expelia fumaça, mostrando que estava ativo.

André deu um passo, ainda estava fraco, mas as pernas estavam mais firmes que na noite anterior. Sua cabeça girava e ele julgava estar surdo por que não era capaz de ouvir o barulho do mar, mas seguiu em frente, ele precisava continuar.

Ele praticamente se arrastou pela trilha. Viu alguns animais, clareiras e a algumas casas abandonadas em seu caminho. As casas eram feitas de uma mistura de palha, madeira e algo que ele achava que era concreto, mas todas estavam abandonadas. Isso reforçou a teoria de que ele havia conseguido chegar à ilha certa.

Andou por mais alguns metros, até ver uma cachoeira. O cavaleiro apertou o passou e se jogou a agua, bebeu tudo que pôde para aliviar a sede, sem se importar com a procedência da agua e aproveitou para retirar a armadura e lavar a areia que estava em seu corpo. A audição do cavaleiro retornava aos poucos, assim como seus demais sentidos voltavam a se fortalecer. Ele recolocou a armadura e continuou seguindo a trilha até chegar próximo à encosta do vulcão.

Já era de tarde, provavelmente o fim da tarde, quando o cavaleiro alcançou a encosta. Ele sentia uma força poderosa emanando daquele vulcão. Decidiu por acampar ali, estava fraco, com fome e sem forças, então apenas achou um local mais escondido e se deitou. Os olhos se fecharam quase que automaticamente.

– Ei! – Uma voz feminina o chamou. – Acorda.

André abriu os olhos e viu uma garota em pé olhando para ele. A garota tinha cabelos ruivos e olhos verdes, a pele era branca e pequenas sardas eram visíveis em seu rosto. Ela usava camiseta branca, um colar prateado, calças jeans rasgadas nos joelhos e uma corrente presa às alças por onde se passa o cinto na calça.

– Marilli? – O cavaleiro arriscou enquanto ainda recobrava seus sentidos.

A garota assentiu sorrindo.

– Faz algum tempo que cavaleiros não vem ate aqui, quem é você?

– Meu nome é André, sou o cavaleiro de Pégaso. – Ele disse enquanto se erguia.

– Eu te imaginava diferente. – A garota aparentava ser uma pessoa muito amigável.

André tentou firmar as pernas, mas elas estavam bambas. Ele tombou para frente, mas Marilli o amparou.

– Você está ferido?

– Eu enfrentei um espectro e depois... – A visão de André ficou turva e ele voltou a ter náuseas.

O cavaleiro se afastou da garota e vomitou sangue novamente.

– Um pouco. – Ele disse entre tosses. – Me machuquei um pouco.

Marilli colocou a mão sobre a testa do garoto.

– Por Zeus, você está ardendo em febre. Eu vou leva-lo para um lugar seguro, o vulcão vai cura-lo.

Embora aquilo não fizesse muito sentido, André não tinha forças para discutir. O garoto estava com tanta fome que seu estomago não mais roncava, ele apenas doía e doía muito.

– Vamos lá, Pégaso. – A garota tentava mantê-lo consciente enquanto avançavam em direção a uma caverna. – Estamos quase chegando.

– Você é uma amazona? – André perguntou.

– Sim, amazona de bronze de Andrômeda.

– Mas você não usa mascara...

– Você está alucinando. – Concluiu Marilli. – Aguente apenas mais um pouco.

Eles adentraram a caverna. André conseguiu distinguir poucas coisas, por sua visão estar turva. Ele viu algo que julgou ser um saco de dormir, uma urna de armadura quase idêntica a sua, uma fogueira apagada e outra urna de armadura, essa dourada, mais ao fundo na caverna.

Marilli o colocou deitado sobre o saco de dormir e foi acender o fogo. A garota pegou algumas sacolas plásticas, que estavam próximas à urna da armadura, e tirou uma pequena embalagem do interior delas.

– Coma isso. – Ela praticamente enfiou garganta a baixo. – Não se preocupe, é apenas chocolate. Sabe oque é chocolate, não é?

O garoto assentiu enquanto mastigava.

– Você é “de fora”, certo? É diferente dos cavaleiros normais.

– Sou americano. – Foi só oque o garoto conseguiu dizer.

– Tem certeza? Você parece um pouco italiano, sabia? Uma mistura de grego com italiano, na verdade.

– Você é grega? – O garoto perguntou enquanto Marilli lhe passava uma garrafa de agua mineral.

– Irlandesa. – Ela respondeu sorrindo. – O Santuário é uma grande mistura de etnias, ainda mais entre os cavaleiros de ouro.

Mesmo sendo apenas uma barra de chocolate e uma garrafa de agua, o moral de André já havia melhorado um pouco. Ele estava certo que havia conseguido chegar ao seu destino e viu a armadura de ouro na caverna, isso por ora já bastava.

– Você não me respondeu. Por que não usa mascara? – Ele insistiu.

– Você não está há muito tempo no Santuário, não é? Nem toda amazona é obrigada a usa-las, apenas as que optam por ela. É assim desde o século XX.

Isso fez André se perguntar o porquê de Maya optar por usar a mascara.

– Conhece alguma que ainda use? – A garota perguntou.

– Apenas uma. Mas eu vi várias soldadas as usando.

– Soldados são diferentes. As mulheres as usam quando estão na classe de soldado por que não querem que os inimigos peguem mais leve com elas por serem mulheres. – Explicou a amazona. – Quando se é uma amazona é um pouco diferente, você pode optar por continuar, ou não, com a mascara.

– Entendi. Onde conseguiu essas coisas? – O cavaleiro se referia a comida que a garota tinha nas sacolas.

– Acha que eu vivo aqui de apenas frutas? – Ela perguntou sorrindo. – Fui a Malta ontem, vou lá às vezes para conseguir suprimentos. Mas agora é minha vez de fazer as perguntas.

– Pode falar.

– Foi até você que a armadura de Gêmeos foi há alguns dias atrás?

– Sim, - O cavaleiro respondeu e voltou a olhar em direção a urna dourada. – foi por isso que eu vim até aqui. Essa armadura me salvou.

André tentou se levantar, mas seu corpo não permitiu.

– Bom você está na Ilha Kanon, a fumaça do vulcão irá cura-lo, mas você terá que ficar aqui por sete dias. – Marilli avisou ao ver o esforço do garoto.

– Sete dias? Eu preciso voltar logo ao Santuário, enfrentei um espectro no caminho para cá. Ele sabe para onde eu vinha, nós temos que sair daqui logo por que ele virá para cá e com reforços.

– Você não aguentaria a viagem. – A garota colocou a mão sobre o pingente em seu colar. – E não podemos perder a ilha, é um local importante para os cavaleiros e um ponto estratégico. Vou chamar ajuda não se preocupe.

– Consegue contatar o Santuário? Vamos precisar de mais alguns cavaleiros de bronze ou prata... – Ele foi interrompido pela garota.

– Não, só precisamos de mais um. – Ela disse sorrindo. – Meu irmão está a caminho.

...

Quatro dias se passaram desde a chegada de André a Ilha Kanon. O cavaleiro passava os dias meditando nos acessos ao interior do vulcão, onde ele tinha contato direto com a fumaça curativa. Marilli fazia suas atividades de costume, patrulhava a ilha, recolhia frutas e agua, e treinava. A garota havia, de algum modo, se comunicado com o irmão, também cavaleiro, e ele estava a caminho para ajuda-los caso os espectros atacassem. André não entendia como apenas um cavaleiro seria capaz de ajuda-los, uma vez que ele achava que os espectros viriam em um numero muito maior.

– Sente-se melhor? – Marilli apareceu atrás de André.

O cavaleiro estava em uma caverna pequena que dava direto para as paredes internas do vulcão, onde era possível ver o centro de magma fervente do mesmo. Se não fossem cavaleiros treinados no controle de seus cosmos, jamais poderiam ficar ali naquele calor infernal.

– Muito. – André surgiu em meio a fumaça. – Parece que estou novo em folha.

O garoto estava completamente coberto por fuligem e, apesar de conseguir resistir ao calor graças ao seu cosmo, ele ainda tinha um corpo humano por isso estava extremamente suado. André estava sem camisa e tênis, apenas com suas calças jeans que também haviam ficado cobertas por fuligem.

– Pega. – A garota jogou uma garrafa de agua para o garoto.

Ele despejou um pouco no rosto, retirando um pouco da camada negra que cobria sua pele, e bebeu o restante.

– Sabe quem treinou aqui? – Marilli perguntou.

– Quem?

– Tenma, seu antepassado.

– Sério?

– Sim, ele aprendeu a controlar o sétimo sentido nesse vulcão.

– No vulcão? – André não entendeu. – Como?

– Bem... Ele foi treinado por Aspros, o segundo cavaleiro de Gêmeos de seu tempo, e ele tinha um modo “diferente” de treinar seus discípulos. Ele lançou Tenma na lava, para que ele aprendesse a controlar sua aura, depois o ensinou a moldar a lava com as mãos, assim ele teria que aprender a focalizar o cosmo em pontos específicos do corpo e, por ultimo, ele teve que impedir a erupção do vulcão, que acabaria por dizimar a pequena população da ilha.

– E no que isso o ajudou?

– Para impedir uma erupção, uma verdadeira demonstração de poder da natureza, é preciso algo de igual poder, ou seja, o sétimo sentido.

André, em raras ocasiões, conseguia despertar o sétimo sentido e, portanto, já havia sentido seu poder, mas parar a erupção de um vulcão? Ele nunca imaginou que pudesse fazer isso com seu cosmo.

– Já acabou seu banho de fuligem por hoje? – Marilli tirou o cavaleiro de seus devaneios. – Podemos descer?

André assentiu.

Todos os sentidos de André voltaram a funcionar e ele podia aguça-los novamente. O corpo do cavaleiro estava melhor, ainda estava com os movimentos pouco debilitados pelo ataque de Sonny, mas ele sentia suas forças renovadas. E isso era muito importante para manter o moral do cavaleiro.

Eles voltaram para caverna.

– Oque você tanto olha nesse anel? – Marilli perguntou.

A noite já havia caído. O clima da ilha era congelante, exceto no interior da caverna em que estavam. A caverna era aquecida pelo magma que fluía entre as paredes do vulcão e pelas chamas da fogueira que a iluminava. André estava deitado e fitava os símbolos em seu anel de prata, que ele carregava desde sua infância. Ele acreditava que era sua maior ligação com Carmen.

– Acho que estou pedindo ajuda. – Ele respondeu, com os olhos ainda sobre os símbolos do anel. – Ou pelo menos tentando.

O cavaleiro estava frustrado. Estava ali há quatro dias, quase cinco, e nenhuma resposta havia conseguido da armadura de Gêmeos. Ela não emanava ou respondia ao cosmo do garoto.

– E o anel vai ajudar?

– Me ajudou há alguns dias atrás, quando eu estava me afogando. – O cavaleiro lembrou-se da onda de força, vinda de Atena, que o havia alcançado há dias atrás.

– Ainda não entendo como foi idiota a ponto de viajar pelo mar. – A liberdade da garota com André já era notável. – Você carrega maldições de Poseidon. O mar é um dos lugares que você deve evitar ao máximo.

– Ninguém havia me dito que eu herdava maldições, teria ajudado bastante se tivessem me avisado.

– Você, o Pégaso, enfrenta deuses há séculos. – A garota tentava faze-lo entender. – E nenhum deus gosta de ser derrotado, por isso você carrega as maldições deles.

– Tem ideia quais são as maldições que eu tenho?

– Algumas. – Marilli as contava mentalmente. – Sei de Poseidon, Hades, Apolo e Éris. Mas a única que pode acabar interferindo em algo é a de Poseidon. Eu evitaria o mar por enquanto.

– Considere anotado.

A noite passou depressa. Logo os raios de sol da manhã começavam a iluminar o interior da caverna, mas, com a chegada da manhã também vinha a chegada de energias malignas.

– Sentiu isso? – André perguntou ao sentir dois cosmos se aproximando a grande velocidade.

Marilli assentiu.

– Vista a armadura.

Mas antes que qualquer coisa pudesse ser feita, uma esfera de energia negra irrompeu a vegetação e atingiu o interior da caverna. O impacto abalou as paredes do vulcão, o magma começou a escorrer por rachaduras e invadir o interior da caverna.

– Merda. – Marilli tentava se levantar. O ataque havia os pegado de surpresa, mas não causara nenhum ferimento a ambos. – André? Você tá bem?

O cavaleiro não respondeu. Estava em pé, na entrada da caverna e encarava um homem. Pouco mais alto que o Pégaso, mas sua armadura negra com grandes asas e o transformava em uma figura mais imponente.

– Wyvern. – André falou. Sua voz estava carregada de ódio e seus punhos chegavam a tremer tamanha a ansiedade do cavaleiro pelo combate.

– Pégaso. – A voz do Wyvern exalava a mesma intensidade.

Ambos estavam prontos para a batalha, aguardaram e treinaram por meses para aquele momento. A tensão naquela caverna era assustadora.

Marilli tentava alcançar a urna de sua armadura, mas, quando ela estava prestes a alcançar a alça de sua urna, alguém a agarrou pelo pulso.

– Você não vai querer impedir isso. – Disse o homem que interferiu. – Eu quero ver essa batalha há meses.

Era Sonny de Morcego, o espectro que havia atacado André durante a viagem do cavaleiro para a Ilha Kanon.

– Solta ela. – Ordenou o Pégaso. – Ou eu vou arrancar seu coração.

André já havia lutado de forma intensa e violenta, mas nada que chegasse ao nível em que o cavaleiro estava naquele instante. Ele não estava querendo ferir seus oponentes, ele queria arrancar a cabeça dos dois e depois ir atrás do próprio Hades, nunca havia sentido tanto ódio em toda sua vida.

Sonny sentiu medo. Não pela ameaça do cavaleiro, mas sim pela intensidade de seu cosmo. No barco o Pégaso estava sendo restringido pelas habilidades do Morcego, mas agora ele podia presenciar toda a agressividade do cavaleiro. E era algo que ele não gostaria de enfrentar.

Marilli puxou o braço, soltando-se do espectro. A garota se moveu e, com uma rápida rasteira, derrubou Sonny e chegou até a urna de sua armadura. Ela puxou a corrente e caixa de metal se abriu, revelando a figura de uma mulher, feita de várias placas de metal rosadas, com correntes presas aos pulsos. A armadura envolveu a garota, as placas de metal cobriram seu corpo, duas grandes ombreiras arredondadas cobriam dos ombros até o antebraço e correntes prateadas pareciam brotar das placas dos pulsos. O elmo era uma tiara com um reluzente adorno de metal espelhado na testa.

– Onda Relâmpago! – A garota bradou e apontou o braço direito na direção do Wyvern.

A corrente que era presa ao braço direito da amazona tinha a ponta triangular, enquanto a esquerda tinha ponta em forma de circulo. A corrente triangular se alongou como que por magica e foi, imitando a um raio, em ziguezague, em direção ao espectro.

André e Wyvern saltaram para trás, se afastando um do outro. O ataque de Marilli não encontrou seu alvo e a corrente retornou e diminuiu novamente a forma original.

Antes de voltar ao solo, André girou o corpo e, com o punho direito envolto em cosmo, lançou um único disparo de energia. O raio azulado passou zunindo ao lado do ouvido da amazona e atingiu Sonny em cheio no peito. O espectro tentava atacar a amazona pelas costas, mas o Pégaso o deteve.

Marilli imediatamente girou o corpo na direção do Morcego.

– Corrente de Andrômeda!

A amazona lançou ambos os braços para frente e ambas as correntes se alongaram e foram em direção ao coração de Sonny. O Morcego, já recuperado do ultimo ataque recebido, arregalou os olhos ao ver as correntes se aproximando como lanças até ele. O espectro rolou para o lado e escapou das correntes.

– Posso deixar o outro com você? – A garota perguntou ao cavaleiro.

André apenas assentiu. Estava sério, decidido e, principalmente, estava pronto para a batalha. Ele seguiu até a urna de sua armadura e a abriu, liberando o Pégaso feito de placas metálicas. A armadura reluziu e foi ao corpo de seu cavaleiro.

Quase como resposta o Wyvern irrompeu novamente pela entrada da caverna e foi, em carga, na direção do cavaleiro.

– Rugido Deslizante! – O Wyvern estendeu sua mão direita e, em sua palma, se formou uma esfera de cosmo negro.

André flexionou as pernas e em resposta investiu contra o espectro.

– Cometa de Pégaso! – O punho direito do cavaleiro foi banhado em cosmo azulado.

Os punhos se chocaram. O punho reluzente do Pégaso contra a espiral de trevas gerada na palma do Wyvern. A explosão de luz e trevas foi imensa e abalou ainda mais a estrutura da caverna. O magma começou a jorrar pelas paredes e preencher o solo, aumentando a temperatura do interior da caverna.

– Você ficou mais forte. – Admitiu o Wyvern. Os combatentes ainda estavam com os punhos “interligados”, em disputa de forças. –Mas ainda é apenas um verme!

A potencia da aura do Juiz do Inferno era algo assustador. Equivalente aos cavaleiros de ouro, mas a agressividade era tamanha que assumia formas animalescas no contorno de seu corpo. André, no entanto, não ficava para trás. O cavaleiro havia treinado muito tempo para aquela batalha. Ele não estava no nível dos dourados, ou no dos Juízes do Inferno, mas ele estava pronto para o Wyvern. Cário o treinou baseado em tudo que sabiam sobre o sucessor de Radamanthys. Ele conhecia todos os seus ataques, seus estilos de luta e os “limites” de sua força. Uma vez que aura do Wyven era agressiva e descontrolada a de André era totalmente o contrario. O cavaleiro tinha a aura calma e intensa, todo seu poder estava disposto igualmente nos pontos certos de seu corpo para aguentar a investida do Wyvern. Não importava qual ataque o espectro tentasse, o cavaleiro saberia como contra atacar.

– Você acha que me assusta? – O Pégaso elevou ainda mais seu cosmo. – Eu vou mostrar algo para se ter medo. Vou queimar meu cosmo e explodi-lo no meu punho! Meteoro de Pégaso!

Os meteoros do cavaleiro fizeram a disputa pender para o mesmo. A energia de ambos os combatentes estava se intensificando a um ponto em que ambos acabariam se destruindo se continuassem, por isso, os dois retiraram seus punhos do embate. Arquearam seus corpos para trás e, novamente investiram um contra o outro.

O choque entre eles ocorreu com ambos os punhos e, até mesmo, com suas cabeças. Com extrema violência o espectro e o cavaleiro chocaram suas testas, como em seu primeiro embate. Novamente o sangue escorreu pela face do Pégaso, mas, dessa vez o Wyvern também pode sentir algo escorrer por todo seu rosto.

– Como você... – O Juiz do Inferno não conseguia acreditar que havia sido ferido por um mero cavaleiro de bronze.

André sorriu. Logo pequenas rachaduras começaram a percorrer toda a extensão do elmo negro do Wyvern e, então, o grande elmo com três chifres e adornado como a cabeça de um dragão, se desfez em pequenos pedaços de metal. Pela primeira vez o rosto do espectro fora mostrado por completo. Ele tinha a pele branca, cabelos negros e bagunçados e aparentava ser mais velho, com idade entre vinte e vinte e dois anos, mas oque realmente chamava a atenção eram os olhos castanho escuros, mas quase negros. Exatamente idênticos aos de André.

– Maldito! – O Wyvern esbravejou ao se recuperar do choque momentâneo.

Com extrema violência o espectro recuou seu braço direito, retirando-se do embate, e desferiu um poderoso soco. André também recolheu seus punhos e os posicionou junto ao corpo, assumindo sua postura de boxeador e, no ultimo segundo, abaixou-se desviando do ataque de seu oponente.

– Minha vez! – O cavaleiro bradou.

Ele estava no local perfeito. O Wyvern havia se descuidado pela raiva e atacou sem pensar, isso criou a abertura perfeita para o Pégaso. Ainda em sua postura de boxeador, o cavaleiro começou a desferir socos a uma velocidade descomunal. Ele não movia as pernas, apenas o tronco e os braços, como um verdadeiro boxeador, mas a uma velocidade impossível de ser alcançada por qualquer ser humano comum. Os socos eram rápidos e potentes, todos acertavam o tronco do espectro, que sentia cada um dos golpes, mas nada conseguia fazer para se esquivar. André finalmente moveu as pernas, apenas pisando mais forte sobre o solo para fortalecer a base de sua postura, e então arqueou seu braço direito mais para trás.

– Eu treinei esse ataque até meus punhos queimarem, apenas para poder mata-lo com ele! – O punho direito do cavaleiro foi novamente banhado pela cosmo energia azulada, mas dessa vez ele parecia queimar de maneira muito mais vivida do que antes. – Cometa de Pégaso!

O soco veio como um direto de direita. O cavaleiro usou a rotação de sua cintura e o empuxo de suas pernas para aumentar ainda mais a potencia do impacto do punho com a força de mil meteoros. Porem, nos poucos instantes que o Pégaso interrompeu seus ataques para aumentar o impulso de seu cometa, o Wyvern foi capaz de reagir. Ele não se moveu, apenas expandiu sua aura e desferiu seu ataque mais poderoso.

– Destruição Máxima!

Uma grande onda de cosmo negro se expandiu do corpo do Juiz do Inferno, como se fosse uma cúpula crescente de energia destrutiva. Ela se expandiu em todas as direções e começou a destruir tudo que estava em seu caminho.

A onda de destruição iria se chocar com o punho de luz, mas algo se interpôs entre ambos os combatentes e desfez suas técnicas. Era a armadura de Gêmeos, já fora de sua urna e levitando na frente dos dois oponentes. A armadura se desfez em varias peças e assumiu a forma de como se estivesse montada no corpo de um humano. Embora oca, a armadura moveu seus braços, o esquerdo na direção do Pégaso e o direito na direção do Wyvern.

– Finalmente. – Uma voz ecoou do interior da armadura. – Os irmãos que podem esmagar estrelas estão nesta ilha novamente.

No interior do elmo da armadura de Gêmeos uma rosto se formou, mas não um rosto sólido. Era como se a imagem do rosto fosse translucida, como se ele fosse a forma astral de um humano.

– Meu nome é Saga. – Disse o homem no interior da armadura. – Sou o antigo cavaleiro de Gêmeos e venho até aqui para dar um basta a essa insanidade.


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